Depois do jantar.Ela decidiu dar um passeio no jardim do andar de baixo. O quintal do Jardins da Serra era esplêndido, diziam que como a mãe gostava de flores, o pai construiu um jardim que parecia um paraíso. Enquanto caminhava, ela se deparou com uma parede de carne alta.Seu nariz doeu quando bateu, levantou o olhar e viu o rosto bonito de Miguel. Ela ficou surpresa, perguntando:- O que você está fazendo aqui?- Acabei de chegar. Não estava com dor de barriga? Por que não está descansando lá em cima? - Miguel perguntou.- Quando estou com dor de barriga, caminhar um pouco costuma aliviar. - Luiza respondeu.Miguel fez um som de concordância e naturalmente tentou a abraçar. Luiza se esquivou. A mão de Miguel ficou suspensa no ar.Luiza disse: - Se não tem nada para fazer, volte para sua casa. Daqui em diante, não venha mais para o Jardins da Serra.Era uma ordem de despejo.Miguel olhou para ela por um momento, dizendo?- Só saí do trabalho às nove e meia. Acabei de chegar e n
Luiza sorriu e o convidou para entrar na sala de estar.- Theozinho, você recebeu alta?Theo sorriu.- Vim hoje para falar sobre a colaboração entre a Luminar Joias e o Grupo NAS.O assunto foi trazido à tona novamente.Luiza fez uma pausa enquanto preparava o café e olhou para ele.- Theozinho, eu pensei melhor sobre isso e sinto que ainda não estou pronta para assumir o cargo de designer-chefe. Acho que preciso aprimorar minhas habilidades por mais dois anos.- Você tem medo de que o incidente anterior aconteça novamente? - Theo perguntou sobre suas preocupações.- Não é bem isso, eu apenas sinto que minha experiência é muito limitada e deveria aprender mais. - Luiza respondeu diplomaticamente, entregando a ele o café.Theo tomou um gole do café e disse:- Isso também é uma opção. Você pode vir aprender conosco no departamento de design do Grupo NAS, seguindo o designer-chefe. Você vai crescer rapidamente.Luiza hesitou novamente.Theo não parecia ter intenções ruins.Ela expressou s
Desde que o tio Pietro foi demitido pelo grupo, os bons tempos da família chegaram ao fim.Liz odiava Luiza profundamente.Ela, antes considerada filha de um pequeno rico, viu seus pais se tornarem desempregados por causa de Luiza, e ao vê-la, não hesitou em atacá-la diretamente.- O negócio do seu pai pertence ao Grupo Medeiros, é do meu pai. Sua família, na verdade, nunca teve nada! - Luiza a corrigiu.Liz não conseguia aceitar. Se nunca tivessem tido nada, talvez pudesse aceitar, mas ter sido elevada às nuvens para depois cair ao fundo do poço era uma sensação insuportável.Liz sabia apenas que sua boa vida havia mudado por causa de Luiza, e a odiava profundamente, não pensando duas vezes antes de puxar seu cabelo.As pessoas no camarote de Miguel ouviram a confusão, e alguém disse:- Parece que duas mulheres estão brigando no corredor.Algumas pessoas saíram para assistir à cena.Eduardo também saiu e, ao ver Luiza, exclamou surpreso, correndo até ela:- Senhora!Miguel, com sua a
Miguel estava com a cara fechada, mas de repente sorriu.- Presidente Pires, você sabe o que eu estava tentando fazer com ela? Vai nos impedir assim? Na realidade, não conseguimos evitar a vontade de dormir...Antes que pudesse terminar de dizer "dormir", Luiza pisou no pé dele.Se essa palavra fosse pronunciada, Luiza perderia sua dignidade, então ela olhou friamente para Miguel.- Não permito que diga isso.- Por que não posso dizer? É a verdade. - Provocou Miguel, intencionalmente.Luiza cobriu a boca dele e o puxou para descer as escadas.- Vamos embora, chega de bobagens! Presidente Pires, temos um compromisso e precisamos sair agora.Ela arrastou Miguel para fora do restaurante e, então, irritada, o empurrou.- Por que você disse aquilo na frente dele?- O quê? Tem medo que ele descubra que você dormiu comigo e te despreze? - Zombou Miguel.- De jeito nenhum! - Luiza estava furiosa com as palavras dele, cheia de irritação, e se virou para ir embora. - Eu não sou sem-vergonha como
Miguel finalmente se sentiu satisfeito, ligou o carro e dirigiu até o restaurante costeiro Cloud Orchid, o preferido de Luiza.- Por que viemos aqui? - Luiza perguntou.- Para jantar. - Miguel estacionou o carro e saiu.Luiza teve que segui-lo.- Você não acabou de comer?- E você, não comeu, né? - Miguel indagou. - A esta hora, Lívia já havia terminado o expediente.Surpresa, Luiza percebeu que já eram nove da noite.Eles entraram no local reservado em silêncio, e Miguel, pegando o cardápio, pediu de imediato alguns dos pratos preferidos de Luiza.Enquanto ela servia o café, ouviu que ele tinha pedido a sopa de frutos do mar de que ela tanto gostava e o olhou.Sem dizer nada, Miguel estendeu a mão, afastando o cabelo do rosto dela. Ao ar livre, a fraca iluminação impedia de ver os ferimentos em seu rosto, mas agora, vistos de perto, pareciam bem graves.Ele franziu o cenho.- Você não consegue se desviar? Deixou que ela batesse assim no seu rosto?- Eu reagi. - Luiza fez beicinho, o
Luiza ficou atônita.- Não foi o Theo que resolveu isso para mim?- Pode ser que o Presidente Pires tenha ajudado, mas nossa equipe de relações-públicas foi a mais rápida em responder.Luiza ficou confusa, não esperava que Miguel tivesse resolvido isso por ela. Ela lançou um olhar para ele.Seu olhar era profundo e enigmático, sem dizer muito.Luiza perguntou:- Foi você que resolveu isso por mim?- Se não acredita, deixa para lá. - Miguel não queria entrar em detalhes.Luiza se sentiu um pouco desconfortável e disse:- Não é que eu não acredite, mas se você fez, por que não me contou?- Não tem muito o que dizer. - Ele nunca foi do tipo que gosta de se vangloriar, e a soltou. - Tome a sopa logo.Luiza não soube o que responder, tomou alguns goles da sopa, e então falou:- Mas, afinal, foi por sua causa que tudo começou, cuidar desses rumores também era esperado de você.Miguel estreitou os olhos, quase rindo de irritação.- Então você realmente acha que eu deveria te ajudar?- Foi a
Quando Miguel chegou ao Jardins da Serra, Luiza já estava dormindo.Ele entrou no quarto, se sentou à frente da cama e levantou o longo cabelo dela; o lado direito do seu rosto estava inchado, e até aquele momento ela não havia aplicado nenhum medicamento.Com um semblante preocupado, se levantou para buscar a pomada e a aplicou delicadamente na bochecha dela.Luiza, num sono agitado, tentou levar a mão ao rosto, mas Miguel a deteve:- Não pode remover.Ao despertar, Luiza viu os traços belos dele, cada detalhe de seu rosto era tão perfeito que parecia esculpido à mão, impossível desviar o olhar.Por um instante, se esqueceu de como reagir, ficando apenas a observá-lo atentamente.Miguel sorriu:- Durma bem, não toque no rosto, acabei de passar a pomada, não a remova.- Como você veio parar aqui?- Eu sabia que certamente você não aplicaria a pomada, então vim para ficar de olho. - Sob a luz do abajur, sua voz era macia, assim como seu olhar.O coração de Luiza apertou.Embora tivesse
Miguel disse:- Você é tão ingênua. - Depois de falar, pousou sua mão larga sobre a cabeça dela, acariciando ela levemente. - Hora de dormir.Luiza ficou um pouco perplexa.- Você veio aqui só para me dizer para dormir?Miguel assentiu.- Você vai embora?- Você queria que eu ficasse? - Miguel a olhou.O coração de Luiza acelerou, e ela respondeu:- Claro que não, estou falando sério. Você vai voltar?- Sim, eu tenho assuntos pendentes.Subitamente, Luiza sentiu uma emoção indescritível.Ele tinha vindo até aqui no meio da noite, apenas para ver seu rosto, e agora estava partindo.Seu coração estava dividido, e subitamente se sentiu abatida.- Pode ir.- Tenha um bom descanso. - Miguel se levantou.Luiza se sentou na cama, em silêncio.Ele olhou para trás, viu o rosto sombrio dela, parecendo infeliz, e falou com um tom sério:- Se sentir minha falta, me ligue.Ela apertou os lábios, sem dizer uma palavra.Depois que Miguel partiu, ela saiu da cama e foi até a janela do chão ao teto. D
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que