Miguel finalmente se sentiu satisfeito, ligou o carro e dirigiu até o restaurante costeiro Cloud Orchid, o preferido de Luiza.- Por que viemos aqui? - Luiza perguntou.- Para jantar. - Miguel estacionou o carro e saiu.Luiza teve que segui-lo.- Você não acabou de comer?- E você, não comeu, né? - Miguel indagou. - A esta hora, Lívia já havia terminado o expediente.Surpresa, Luiza percebeu que já eram nove da noite.Eles entraram no local reservado em silêncio, e Miguel, pegando o cardápio, pediu de imediato alguns dos pratos preferidos de Luiza.Enquanto ela servia o café, ouviu que ele tinha pedido a sopa de frutos do mar de que ela tanto gostava e o olhou.Sem dizer nada, Miguel estendeu a mão, afastando o cabelo do rosto dela. Ao ar livre, a fraca iluminação impedia de ver os ferimentos em seu rosto, mas agora, vistos de perto, pareciam bem graves.Ele franziu o cenho.- Você não consegue se desviar? Deixou que ela batesse assim no seu rosto?- Eu reagi. - Luiza fez beicinho, o
Luiza ficou atônita.- Não foi o Theo que resolveu isso para mim?- Pode ser que o Presidente Pires tenha ajudado, mas nossa equipe de relações-públicas foi a mais rápida em responder.Luiza ficou confusa, não esperava que Miguel tivesse resolvido isso por ela. Ela lançou um olhar para ele.Seu olhar era profundo e enigmático, sem dizer muito.Luiza perguntou:- Foi você que resolveu isso por mim?- Se não acredita, deixa para lá. - Miguel não queria entrar em detalhes.Luiza se sentiu um pouco desconfortável e disse:- Não é que eu não acredite, mas se você fez, por que não me contou?- Não tem muito o que dizer. - Ele nunca foi do tipo que gosta de se vangloriar, e a soltou. - Tome a sopa logo.Luiza não soube o que responder, tomou alguns goles da sopa, e então falou:- Mas, afinal, foi por sua causa que tudo começou, cuidar desses rumores também era esperado de você.Miguel estreitou os olhos, quase rindo de irritação.- Então você realmente acha que eu deveria te ajudar?- Foi a
Quando Miguel chegou ao Jardins da Serra, Luiza já estava dormindo.Ele entrou no quarto, se sentou à frente da cama e levantou o longo cabelo dela; o lado direito do seu rosto estava inchado, e até aquele momento ela não havia aplicado nenhum medicamento.Com um semblante preocupado, se levantou para buscar a pomada e a aplicou delicadamente na bochecha dela.Luiza, num sono agitado, tentou levar a mão ao rosto, mas Miguel a deteve:- Não pode remover.Ao despertar, Luiza viu os traços belos dele, cada detalhe de seu rosto era tão perfeito que parecia esculpido à mão, impossível desviar o olhar.Por um instante, se esqueceu de como reagir, ficando apenas a observá-lo atentamente.Miguel sorriu:- Durma bem, não toque no rosto, acabei de passar a pomada, não a remova.- Como você veio parar aqui?- Eu sabia que certamente você não aplicaria a pomada, então vim para ficar de olho. - Sob a luz do abajur, sua voz era macia, assim como seu olhar.O coração de Luiza apertou.Embora tivesse
Miguel disse:- Você é tão ingênua. - Depois de falar, pousou sua mão larga sobre a cabeça dela, acariciando ela levemente. - Hora de dormir.Luiza ficou um pouco perplexa.- Você veio aqui só para me dizer para dormir?Miguel assentiu.- Você vai embora?- Você queria que eu ficasse? - Miguel a olhou.O coração de Luiza acelerou, e ela respondeu:- Claro que não, estou falando sério. Você vai voltar?- Sim, eu tenho assuntos pendentes.Subitamente, Luiza sentiu uma emoção indescritível.Ele tinha vindo até aqui no meio da noite, apenas para ver seu rosto, e agora estava partindo.Seu coração estava dividido, e subitamente se sentiu abatida.- Pode ir.- Tenha um bom descanso. - Miguel se levantou.Luiza se sentou na cama, em silêncio.Ele olhou para trás, viu o rosto sombrio dela, parecendo infeliz, e falou com um tom sério:- Se sentir minha falta, me ligue.Ela apertou os lábios, sem dizer uma palavra.Depois que Miguel partiu, ela saiu da cama e foi até a janela do chão ao teto. D
- Não se apresse, vamos conversar com calma. - Gael estava no local do evento.Marina lhe contou o que havia acontecido.Gael refletiu:- Não se preocupe, eu vou resolver isso.Ele desligou o telefone e olhou para a frente do local do evento, onde Miguel estava sentado bem no meio.Gael se aproximou.Eduardo o interceptou:- Desculpe, mas é necessário agendar para ver o nosso senhor.- Presidente Miguel, sou o Gael, você lembra de mim? - Gael chamou por Miguel.Miguel o olhou e acenou com a cabeça, o reconhecendo como o namorado de Marina, e perguntou:- O que aconteceu?- Parece que a Lulu teve um problema, a Mari me ligou dizendo que está chovendo muito lá fora, e Lulu parece ter sofrido um acidente a caminho de casa.Ao ouvir isso, Miguel se alarmou:- O que você disse?Gael explicou:- A Mari disse que ouviu um barulho forte ao telefone, e depois a Lulu ficou em silêncio. Ela disse que um segundo antes, elas estavam conversando, e Lulu disse que estava quase chegando em casa, então
Miguel seguiu para a ambulância.......Luiza estava inconsciente.Sua consciência estava turva, mas ela conseguia ouvir alguém chamando seu nome, várias vezes.Não sabia quem era essa pessoa, apenas ouvia ele dizer insistentemente:- Não durma, abra os olhos e olhe para mim, não durma...Ele segurava firmemente sua mão.Não era possível saber quanto tempo havia passado, ela sentiu seu corpo sendo elevado e, em seguida, alguém iluminou seus olhos com uma lanterna.Ouviu alguém perguntar com uma voz rouca:- Como ela está?- O cinto de segurança e o airbag absorveram a maior parte do impacto. A cabeça foi atingida, resultando em uma leve concussão. - Respondeu um homem com voz gentil.- E por que ela ainda não acordou?- Um choque causado pela perda excessiva de sangue. Vamos mantê-la em observação no hospital por alguns dias.Sem dizer mais nada, o homem se aproximou da cama e segurou sua mão, dizendo:- Você está dormindo há um dia e uma noite, como ainda não acordou?Talvez mais um d
A sua voz era tão gentil que ela estranhou um pouco.- Não, só sinto a cabeça apertada, o que foi colocado nela? - Perguntou ela com a voz rouca.- Colocamos uma bandagem, você feriu a cabeça e sangrou bastante. - Miguel pegou gentilmente a mão dela, tocando levemente a bandagem. - Apenas toque, não a remova.- Certo. - Ao tocar a bandagem, ela entendeu o que havia acontecido.Então, ela havia ferido a cabeça.- Ainda dói?- Não, é como a tontura de um resfriado. - Luiza respondeu, se esforçando para falar.Miguel disse, suavemente:- É normal, você sofreu um acidente de carro, teve uma concussão. Vai sentir um pouco de tontura e dor de cabeça, e pode sentir vontade de vomitar. Quer vomitar?Luiza balançou a cabeça.Porém, ao mencionar o acidente de carro, ela se lembrou do rosto cicatrizado de Marcelo, segurando a mão dele, disse:- Foi Marcelo... O responsável pelo meu atropelamento, foi ele...O olhar de Miguel esfriou.- Eu sei, já mandei prender ele.Marcelo agora estava tão tortu
- Sim! - Respondeu Eduardo.Yago veio trocar o curativo de Luiza.- Como você está se sentindo agora? - Perguntou Yago, enquanto aplicava o medicamento.Luiza respondeu em voz baixa:- Só estou me sentindo um pouco tonta.- Isso é normal. Se sentir dor, pode tomar um analgésico. Desta vez, você teve sorte, apenas machucou a cabeça e não quebrou nenhum osso. Ficar alguns dias no hospital e se alimentar bem vai ajudar na recuperação.Luiza, respondendo fracamente, perguntou:- Dr. Yago, por quanto tempo eu dormi?- Você dormiu por três dias e duas noites. - Disse Yago. - Durante o tempo que você esteve inconsciente, foi Miguel quem cuidou de você. Ele não dormiu nos últimos dois ou três dias. Quando ele voltar, você deveria insistir para que ele descanse um pouco. Nós já tentamos, mas ele não nos ouve.- Ele não ouve? - Luiza achou isso improvável.Miguel se importaria tanto assim com ela?Yago respondeu:- Sim, você não faz ideia de como ele ficou preocupado nesses dias. Nossa equipe mé
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para