Eram 3:30 da manhã Quando o Telefone Toca acordando Patrick. Ele andou devagar para não despertar Vasco, e foi atender.
- Alô?
Ele já estava assustado.
- É o senhor Patrick?
- Sim. Sou eu.
- Poderia comparecer até o 12º DP aqui no centro? sua filha está detida.
- O quê?
O choque dele foi enorme. Mas como?
- Se envolveu em um acidente de trânsito . Foi presa por excesso de velocidade . Sem contar que ela não poderia estar ao volante. Estava alcoolizada e não possui habilitação.
Patrick cerrou os punhos . A ira tomando conta do seu ser.
- Você é o policial ?o delegado?
- Delegado Quaresma.
- Então , senhor delegado. Tem certeza de que é a minha filha? Até onde eu sei ela está dormindo.
- Não senhor. Ela deve ter te enrolado então. Esta aqui detida.
- Estou indo para aí.
Ele desligou o telefone, intrigado pegou a chave do quarto e o abriu. Estava vazio.
Seu coração quase parou quando ele viu a janela aberta. Indignado , ele foi até a delegacia e chegando lá a encontrou em estado lamentável.
- O que veio fazer aqui?
Foi recebido com grosseria.
- Vim te buscar e tentar consertar a burrada que você fez , sua estúpida, mas se quiser eu te deixo aqui.
- Não papai ! Por favor me leva! Me leva embora.
- Então abaixa essa topete e me trata com respeito que eu mereço. Antes que eu arrebente sua cara toda aqui mesmo. Você não sabe o ódio que eu estou sentindo nesse momento.
- Calma! Calma velhinho.
Ela se encolheu quando ele ameaçou esbofeteá-la.
- Velhinho coisa nenhuma.
Como era maior de idade , Pillar foi indiciada e Patrick fez de tudo para que ela fosse livre naquela noite. Conseguiu pagar uma fiança e levá-la para a casa , mas ela não escapou da sentença. Julgada 2 meses depois , foi determinado pela justiça que ela prestasse serviços comunitários por 3 anos. A noticia caiu como uma bomba para ela.
- Não Papi ! Eu não vou.
- Então quer dizer que prefere ficar presa?
- Não.
- Perfeito . Faça suas malas , que vai viajar amanhã mesmo para casa da sua avó . Vai ficar três anos trabalhando no rancho. Desmancha essa cara e nada de lágrimas. Me ajuda pelo amor de Deus , porque sinto que mais cedo ou mais tarde você vai fazer com que eu sofra um infarto. Então é melhor que vá para casa da sua avó. Não suporto mais você garota . Não faça com que as coisas entre fiquem ainda mais difíceis.
- Papai! Precisa falar assim comigo?
- Certas pessoas precisam de um choque de realidade para ver se viram gente.
- Mas você sabe que eu odeio mato Papi. Não pode fazer isso comigo.
- Meu amor! É para o seu próprio bem. Sabemos o que acontece com quem descumpre ordens da justiça.
Ele tentou proferir, mais calmo. Ela se agarrou na cintura dele , procurando a segurança que ele ofereceu durante toda uma vida e ela sempre rejeitou.
- Eu vou ! Mas pode ter certeza de que se eu morrer naquele lugar, vou voltar para puxar seu pé a noite e nunca mais vou te deixar descansar.
- Não seja dramática e vai arrumar suas malas. Sem bagunça. Partimos amanha cedo.
Ele beijou sua testa.
Foi a pior viagem de sua vida, quanto mais se aproximava mais ódio ela sentia. Pois não tinha controle sobre sua vida não podia decidir por si mesma, como sempre fizera. Quando chegaram ao haras, Pilar Estava à beira de um choro histérico. Pois os pernilongos atacavam sem piedade e aqueles Matos roçando em sua pele coçava . O cheiro de terra queimava seu nariz fazendo ela espirrar.
Patrick não podia fraquejar, mas começava a sentir pena da filha. Foram recepcionados por uma loira sorridente.
Pillar se afastou assustada e o pai a puxou pelo braço, dessa vez delicadamente.
- Boa tarde senhor Patrick. Sejam bem vindos.
- Boa tarde moça.
- Quem é essa menina linda?
- Minha filha. A partir de hoje Ela ficará no haras prestando serviços comunitários por determinação da justiça, pois se envolveu em uma grande encrenca.
- Eu sinto muito. Seja bem vinda mocinha.
Apesar do silêncio da garota, Taele continuou sorrindo para ela de forma meiga.
- Menina! Olha os modos! Você tem 20 anos e não cresce? Olha a situação em que se encontra. Já passou da hora de ter humildade. Quando vai colocar em prática a educação que eu te dei?
- Ah ! Não enche o saco Patrick.
- Deixa ela!
Taele interviu , tentando amenizar. Ele estava furioso.
Quando a mesma tocou os cabelos de Pillar em um gesto carinhoso , ela se afastou assustada. Nesse momento , chegou a avó.
- Ainda bem que vocês chegaram. Vamos trabalhar Pillar?
- Dona Iolanda , a senhora não acha melhor apresentar o Haras para ela ir se acostumando e começar a trabalhar amanhã?
Propôs Taele.
- Tudo bem menina. Por sorte você escapou. Mas fique sabendo que não vai ter crédito apenas por ser minha neta, sim amanhã cedo começa a trabalhar como todos os outros . E sem reclamar porque aqui não vai ter colinho da mamãe.
- Nunca tive mãe, vó.
Desajeitada , ela enxugava as lagrimas com a manga da blusa. Taele ofereceu um lenço. Ela sorriu meio sem graça e agradecendo com um aceno de cabeça , aceitou.
- Vem! Vamos conhecer o seu cantinho?
Taele ofereceu sua mão , tentando vencer a resistência de Pillar.
- Meu cantinho?
Indagou assustada.
- Querida , Taele é nossa caseira , toma conta do haras durante a noite , cuida de todas as baias , enfim , meu braço direito. Ela tem uma casa nos fundos e vai te abrigar apartir de hoje.
- Ok. Me leva lá. É bom que não tenho mais que olhar para esses animais nojentos.
- Ei mocinha , não é bem assim! Esses animais nojentos são o meu sustento ! Eles custam milhões e dão muito trabalho. Eram a paixão do seu avô, a vida da sua mãe e vai ter que aceitar , porque passa a cuidar deles apartir de agora. E aí de você se eu souber que está maltratando eles. Entendeu?
Pillar abaixou a cabeça aborrecida.
- Dona Iolanda , vamos devagar , isso eu posso te garantir que ela não seria capaz de fazer.
Patrick a defendeu. Dona Iolanda suspirou.
- Taele , leva essa menina , já estou me estressando.
- Pode deixar , dona Iolanda. Vamos meu bem?
Pillar olhou para o pai , insegura.
- Você também vem?
- Não. Vou conversar com sua avó, depois apareço por lá para me despedir de você.
Determinado Patrick tirou todas as malas de Pillar da carroceria da caminhonete e Taele, com a ajuda da garota levou até sua casa.
Pillar sentou-se na varanda, balançava as pernas , de cabeça baixa. Contrariada.
- Não tem jeito. Não consigo me conformar. Eu odeio cavalos. Eles são nojentos. Fedem.
- Esses são bem tratados.
- E se vó me desse um posto na cozinha?
Ela olhou para Taele pela primeira vez , com esperança.
- Sua avó me disse que você não sabe cozinhar e nem lavar pratos.
- Ela pensa que eu não sei. Vó acha que sabe de tudo ao meu respeito mas é mentira, não vai me conhecer nem daqui a mil anos.
- Tudo bem , meu anjo. Respira fundo , tenta se acalmar. Vou preparar o seu banho.
Pillar já estava instalada e depois do banho , ela andava de um lado para o outro na sala de estar.
Patrick se despedia.
- Tael , obrigada pela hospitalidade á minha filha. Volto para vê-las no sábado.
- Meu nome é Taele senhor , mas se tem dificuldade em se lembrar, pode me chamar de Tatá. Vai tranquilo e não se preocupe. Vou cuidar muito bem da sua princesa.
- Se você não surtar!
Pillar fez careta para ele.
- Não . Jamais.
O pai a abraçou e fez carinho na sua bochecha.
- Olha garota. A gente se vê na semana que vem. Eu te peço pelo amor de Deus , se comporta. Não Quero ouvir reclamações. Já chega né?
- Beleza velho. Não esquenta. Eu vou tentar me comportar.
- Tentar não. Ai de você se sua avó me ligar para se queixar.
- Tudo bem. Vou virar uma santa apartir de agora.
- Acho bom. Tchau.
- Tchauzinho.
Seca , ela o via partir.
Mais tarde, Taele analisava garota. Ia ser difícil se aproximar. Pois viu que tinha um gênio forte e com certeza adorava solidão, pois tratava todo mundo com muita frieza. ela continuava andando de um lado para o outro.
- Por que não tenta se acalmar um pouco? Sugeriu doce.- Impossível. Ainda não engoli a injustiça que fizeram comigo. Você tem cigarro?- Não fumo.- Eu odeio pessoas caretas. Não quero ter que conviver com nenhuma delas. A menina disparou amarga.- Olha querida...- Por que me chama de querida? Ela interrompeu Taele com impaciencia.- Porque gostei de você. Pillar olhou a mulher com choque , como se estivesse ouvindo aquilo pela primeira vez na vida.- Espero que não mude de ideia quando me conhecer.- Tenho certeza de que não.&n
Quando jantavam mais tarde , ela questionou para Taele , com lagrimas nos olhos.- Você também me acha estranha , não é?- Para falar a verdade, não.- Eu queria ser diferente , mas não consigo. Olha que eu já tentei , mas não gosto de nada nem me apego a ninguém. Não consigo amar as pessoas, sempre me tratam como se eu fosse um peso e isso me magoa demais. Por isso que me assusto quando chegam perto de mim para me dar carinho. Não estou acostumada . Mas acho que se minha mãe estivesse viva , tudo mudaria. Porque meu pai não conversa comigo. Toda vez que tinha uma duvida , ele me dizia que isso era papo de mulher e que não era assunto para eu tratar com ele.- Deve ter sido muito difícil para você.- Eu queria ser aceita pelas pessoas. Queria mudar. Você me ajuda.- Claro que sim meu amor! Obrigada por confiar em mim.Ela sorriu quando Pillar colocou o prato vazio em cima da mesa.- Estava uma delicia, você cozinha muito bem.
Taele empalideceu , sentindo uma grande vertigem ao tentar acompanhar a velocidade daqueles movimentos.- Ela vai cair! Nunca andou em um cavalo antes.- Tomara Deus que ele não a derrube. Patrick saiu correndo e atravessou o haras para chegar até a pista e assim que Pillar diminuiu o ritmo de cavalgar , ele se aproximou do cavalo e arrancou a filha de lá. Pillar começou a espernear , ele a colocou no chão e sacudiu.- O que você pensa que está fazendo sua garota maluca? Sua avó me falou que esse é o filho de Bonito e eu não vou deixar que volte a se aproximar dele nunca mais. Já tive a minha vida destruída por causa de um animal e não vou deixar que isso se repita.- Mas ele não tem culpa.- Vou conversar com dona Iolanda e exigir que ela arrume um comprador para ele imediatamente.&nbs
Dona Iolanda assistia a tudo abismada, Pois nunca vira aquele cavalo tão Manso assim. Aceitou ir com a neta , sem estar sedado e não protestava.Mais tarde , quando chegou em casa , ela surpreendeu a cuidadora.- Ei , vem cá, o que faz com esse cigarro?- Consegui com um dos empregados. Ai, ser boazinha é tão chato! tem que ser normal e eu odeio isso.- Não gostaria que isso Se repetisse. Você está sobre a minha responsabilidade. Você conhece seu pai, está respondendo a um processo judicial isso pode te prejudicar ainda mais . Era maluquinha lá fora viu, mas aqui eu não vou deixar.- Relaxa. Não faço mais.- Assim espero. Vou te ajudar em tudo que for possível se colaborar.- Já te falei, não esquenta. Não vou fumar mais.- Obrigada.- É que agora, não consigo ficar tranquila .Minha mentira vai durar até sábado quando o Patrick chegar, até lá , vou ter que pensar em outra coisa.- Você é esperta. Ten
- Deixa eu te lembrar, eu mimo ele , mas não é o dia todo . se você já se esqueceu, eu tenho faculdade e faço muito bem as minhas obrigações antes e depois de chegar aqui . E de mais a mais , eu não vejo nada demais em dar amor para o meu cavalo, coisa que nenhum de vocês nunca fez. E se eu fosse a senhora, Não perdia seu tempo discutindo aqui comigo . vou continuar cuidando do meu bichinho ele precisa muito de carinho Ainda mais agora que está doente.- Atrevida igual sua mãe.- Como ela te suportava?- Eu ainda te pego garota. Dona Iolanda se afastou pisando duro. Ruizinho olhava para Pillar , espantado.- Pensei que tinha medo dela.- Respeito. Mas medo jamais.- Fiquei muito satisfeito de ver o modo como defendeu esse campeão. Dá para ver que ele ama você.- Eu também amo muito ele.
O pai então suspirou aliviado, e eufórico como um adolescente. A mulher que começava a fazer parte dos seus sonhos era Livre. Procurou conter teus pulos de alegria pois não achou que combinasse mais com um homem de 46 anos.O sorriso de Tatá, fazia ele se esquecer de toda amargura que viverá com o luto de sua querida esposa .Ele começou a contar os dias parecendo um garoto de 15 anos e ansioso para rever aquela que ele queria que fosse a sua segunda namorada. Primeiro conquistou o coração de Pillar e agora chegava ao seu.Precisava fazer alguma cousa. Saiu rapidamente para comprar pão para o café da tarde e na volta , resolveu entrar em uma floricultura.- Boa tarde senhor. A florista o recepcionou.- Boa tarde.- Em que posso te ajudar?- Bem mo&cce
- Puxa! Que folga! Ele comentou o fato da filha estar deitada com a cabeça do colo de Tatá. Que lhe fazia cafuné.- É. Hoje sua filha está muito preguiçosa. Não quer nem se levantar. Ele seguia sorrindo sem graça e se alarmou com a docilidade de Pillar. Com certeza viria mais bomba pela frente.- Oi Papai! Seja bem vindo.- Obrigado.- Cadê meu irmão?- Ficou na sua vó.- Então , dá licença que eu vou lá ver ele.- Tá ok. Ela se levantou e saiu correndo. Ele continuava olhando para ela intrigado.Mas não havia mistério. A filha o tratava bem para tentar recuperar o cavalo , mas o que a invad
- É Taele meu querido. E Nossa ! Você não imagina o quanto minha funcionaria está fazendo falta. Me sinto de braços e pernas quebradas sem ela por lá. O haras está um caos.- Não creio. Existem peões de grande competência espalhados por todo lugar. Tenho certeza de que dão conta sim. E outra coisa sogra. Se tivesse um caos , não acredito que a senhora estaria aqui.- Bem meu querido, justamente por isso vim. É que eu tenho uma reunião. Lá não tenho condições e como vinha para esses lados , achei que não haveria problema de me encontrar com essa pessoa aqui. Você se aborrece?- Não. Posso saber quem é?- Na hora certa vocês vão se conhecer. Nathalia Becker bateu na porta do apartamento e foi recebida por Pillar com surpresa.- Oi mocinha! Você por aqui!- Eu moro aqui.&
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.- Ele está curado? Já pode ir pra a casa? Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?- E o que eu posso estar fazendo?- Vou te explicar. E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?- Sim. O cavalo &e
Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava. Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto. - Assim não vale não ! - Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.
Dois dias depois estavam eles de volta ao rancho que virou um caos sem os serviços da moça. Pillar, focada na recuperação do seu animal praticamente passara a morar na clinica e as tarefas foram deixadas de lado , mesmo porque já havia sido absorvida. No haras , corria boatos de que dona Iolanda pretendia demiti-la e assim , matar dois coelhos com uma cajadada só , como diria o ditado.Afastando Taele de seus serviços , a afastaria do rancho e também de Patrick. Assim , o caminho estaria novamente aberto para Bela tentar reconquistar os sentimentos adormecidos, restaurar o casamento falido e unir a família e viverem felizes para sempre. Algo que ocorreria em um conto de fadas , mas não na vida real. Tatá se sentia de pés e mãos atadas. Não sabia o que fazer , não sabia se o que ouvira se tratava apenas de conversas, ou se havia um fundo de verdade. Fato é
Patrick tirou umas cartas da manga e fez do filminho com Tatá uma autêntica sessão de cinema com direito a pipoca , brigadeiro. Até dividiam o mesmo cobertor. Que romântico. Eles faziam maratona de filmes de amor , daqueles bem açucarados, tanto que a caixa de lenços da moça já estava pela metade. A intenção do pai de Pillar era deixar a crush no clima e dessa vez ele apostava tudo para conseguir. Até massagem no pé o cara fazia. Apesar de que precisaria muito mais para conquistar o coração dela. Encantado e curioso ao mesmo tempo ele observava cada detalhe ďela. Como gostaria que aquela fosse a verdadeira mãe de seus filhos. Se tivesse tido na vida uma esposa como Taele , com certeza Pillar não teria crescido rebelde e vasco nunca teria sido jogado no orfanato. A loira nao teria essa coragem. Os dois filhos cativaram o amor dela , ele rogava conseguir também.
No jogo de sedução, Taele ia totalmente na contra mão das pretensões de Patrick . Naquela noite , enchendo-o de frustrações , ela resolvera dormir no quarto de Pillar. Ele estava na sala, deitado no sofá , com o travesseiro cobrindo a cabeça. Um urro abafado. Pensava em como proceder. A ansiedade , a frustração , o desejo tomavam conta. Como conquistar aquela mulher? Ele precisava pensar com calma e sempre costumava ser péssimo naquelas situações. Não adiantava contar com a filha , ela não colaborava. Constrangido , Patrick então resolveu recorrer ao tempo. Voltar atrás para relembrar quais artimanhas usou para conquistar Bela. Por mais que ele odiasse ter que pensar na ex.Ex.A palavra soou forte em sua mente. Agora se dava conta. Bela era sua ex. Mesmo que estivessem ligados pelo matrimônio, eram apenas papéis e nada poderia mudar isso.
Ela imaginou que viria algo mais , como de fato . O beijo. Um beijo doce , suave, que ela recebeu , mas com restrições. - Relaxa meu anjo! Eu gosto tanto de você. Uma mulher que conheci de um jeito inesperado, que transformou minha vida com amor, piedade, curando minha filha, fazendo com que eu melhorasse um pouquinho. Me tornei um homem melhor. Enxergo algumas coisas de outra maneira , concorda comigo? Perguntou de forma a derretê-la. - Sim. Mudou sim. E fico feliz de ter contribuído para isso direta ou indiretamente. - Então! E depois você é uma loira tão linda! Ela riu envergonhada. - Obrigada. - Se quer saber esses olhos azuis foram um dos motivos que fizeram com que eu me encantasse de logo de cara. - Olha! Sério! ? Por que não me disse antes? -
Tatá bem que tentou evitar expectativas mas elas aumentavam á medida em que se aproximavam , pois ela sabia o que Patrick pretendia ao leva-la para a cidade. Estariam lá sozinhos. O irmãozinho de Pillar passava um fim de semana na casa dos diretores do orfanato do qual Bela era dona e que Patrick o resgatou. Taele estava nervosa, suspirou fundo para evitar que o pretendente percebesse . Afinal qual saída ela tinha a não ser a de se acalmar? Não era mais uma mocinha , mas também não fazia parte dos seus planos se entregar profundamente para um homem que tinha a vida amorosa tão bagunçada quanto o pai de Pillar, a possibilidade de que ela dançasse nessa historia era enorme. Pois , se apegava muito fácil. Eles Tinham química, ela sentia uma vontade muito grande de cuidar dele , vez ou outra enxergara paixão em seu olhar, mas o futuro era incerto. Decididamente não havia