_onde está Carolina?_ Giulia entra na cozinha e se senta ao meu lado na mesa.
Não posso dizer que eu fui o responsável por ela não conseguir se levantar da cama para tomar café na mesa. Eu havia tentado ajudar ela e até me ofereci para trazer o seu café na cama, porém ela me expulsou do quarto, tinha jogado todos os objetos de seu alcance para me acertar. Não tive outra opção além de sair do quarto e pedir que a Holga levasse o seu café.
Talvez eu tenha pegado um pouco pesado na noite anterior, entretanto não fui o único culpado, ela sabia o quanto eu odiava ser chamado por aquele apelido ridículo. Eu quis apenas lhe dar uma lição, mas acho que exagerei um pouco. Porém ela não parecia está odiando enquanto rebolava intencionalmente no meu colo, não parecia sofrer nenhum pouco enquanto
_vamos?_ Luigi segura na minha mão enquanto andamos em direção ao seu jatinho particular. Estou mais que nunca me sentindo em uma fanfic de mafioso.Finalmente decidi voltar para casa e contar a minha mãe sobre a minha gravidez. Luigi resolveu ir comigo mesmo sem eu ter o pedido, sou grata por isso porque precisaria dele ao meu lado, estou nervosa e sem saber o que dizer, tenho medo que a minha mãe me rejeite ou nunca mais queira olhar na minha cara.Com tudo resolvo usar uma roupa que disfarce a minha barriga, ela não estava tão grande, entretanto se usasse uma roupa colada seria visível que estava grávida.Ou eu poderia parecer que tenho cirrose.Meu objetivo era dizer a verdade para a minha mãe e também buscar Mari, estava precisando dela para compartilhar o caso da garota traficada que Luigi mantém presa em sua casa
_então é aqui o quarto da minha Carolina_ meu italiano gato diz passando a mão pelos meus livros na prateleira.A forma como ele fala "minha Carolina" faz com que a minha barriga se revire como se existissem milhões de borboletas nela._não vai me dizer quem foi esse tal de Marco? Estava esperando por uma explicação sua_ Luigi se aproxima de mim, me levanto da cama onde estava sentada e fico na frente dele._estava esperando uma explicação minha? Por quê? Não vai me dizer que está com ciúmes do meu ex?_ entrelaço meus braços em seu pescoço e fico na ponta dos pés para alcançar a sua boca.Ele desvia quando tento lhe dar um selinho._ciumes é uma palavra muito forte, prefiro dizer que fiquei com um leve incômodo de não saber quem era esse cara_ não acre
Após o almoço eu já tinha até me esquecido do ocorrido embaraçoso com a minha mãe, Luigi estava conversando com o encostado, digo, Roberto. Ele tinha trazido uma garrafa de vinho bem cara e tinha ganhado o respeito de Roberto.Óbvio, comprou o alcoólatra com álcool._sabe qual é o vinho que não contém nenhuma gota de álcool?_ Roberto pergunta para meu italiano gato e o mesmo nega com a cabeça por não saber._ovinho de codorna_ o encostado começa a gargalhar como um louco, como se já não fosse ruim o suficiente a piada ele ainda ri da própria. Luigi sem saber o que fazer, disfarça e finge sorrir. Ele deve está rindo de ruim que foi a piada.Porra Roberto, essa foi triste..._filha podemos conversar?_ minha mãe me puxa para a cozinha porque queria conv
Quando volto encontro meu italiano gato varrendo o chão da cozinha que estava todo sujo de farinha. Ele já tinha terminado a massa e colocado o recheio, não havia mais nada em que eu pudesse ajudar.Chego por trás de mansinho e o abraço, passando meus braços na sua cintura e sentindo os seus gominhos com as minhas mãos.Sério, tenho que algum dia testar lavar uma roupa no abdômen de Luigi...vai que dar certo?!_o que você queria me perguntar mesmo?_ digo tentando retornar a conversa, entretanto Luigi fica um pouco calado, como se não quisesse continuar aquela conversa.Maldito enjoo!_nada de importante, você pode chamar a sua mãe? Quero servir os canapés que fiz enquanto a pizza estiver no forno_ ele diz calmo e um pouco desanimado, como se aquele todo nervosismo e entusiasmo tivessem descido ralo à baixo.&n
Visto um dos meus pijamas e aguardo Luigi no meu quarto. Ele entra com uma tolha enrolada no quadril e fica surpreso de ver um colchão esticado no chão._o que é isso?_ele pergunta atravessando o quarto e pegando uma cueca na sua mala. Ele nem se importa quando a toalha cai do chão e ele fica pelado na minha frente.Que atentação desse homem!_a sua cama_ ele se vira para mim e eu evito olhar para ele naquele estado, já era difícil está no mesmo quarto que Luigi e olhar aquele corpo não ajudava a me firmar no meu objetivo.Ele se vira novamente e começa a vestir a cueca box, a curiosidade me vence e dou uma espiadinha. Acho que estou começando a desenvolver uma nova tara por bundas de homens, era tão redondinha. O pedreiro dentro em mim grita e implora para que eu desse um tapa dizendo "Oh lá em casa
_e ele disse que confiava?_ Mari pergunta e coloca mais uma batatinha na boca._sim, disse que considerava ele como um irmão. Ai Mariana, não quero que Luigi saiba que a pessoa que ele mais confia é um talarico perseguidor de mulheres alheias_ digo e tomo mais um gole do meu milk-shake_ e Luigi ainda por cima contratou ele para dar uma de meu segurança particular.Estamos agora de tarde no shopping, aproveitei que Luigi foi no banco para falar sozinha com Mari. Inteiro a minha amiga da conversa que tive com Luigi ontem à noite, contei a verdade para ele sobre a ligação que ouvi de Matteo e ele havia me dito que era o jeito do loiro do banheiro falar, e que inclusive eu deva ter ouvido errado quando ele mencionou meu nome.Entendo que Matteo é amigo de Luigi, porém algo não se encaixa, tenho quase certeza que ele trabalha para mais alguém, entret
_então quer dizer que foi a megera quem te deu a ordem para me matar?_ digo juntando as peças do quebra cabeça na minha mente._de onde você tirou essa ideia de que Cassandra me mandou te matar?_ Matteo se vira novamente para as bandejas de morangos e eu me aproximo ficando do seu lado._eu ouvi a sua ligação, quando você disse que..._ o loiro do banheiro me interrompe e me entrega outra bandeja pequena de morangos, noto que ainda segurava a primeira bandeja em minhas mãos e agora a segunda também._você ouviu errado, naquele dia Cassandra tinha me ligado porque ficou sabendo que Raquel Ferraza estaria no mesmo teatro que Luigi, ela tinha me pedido para descobrir qual era o plano da Ferraza_ Matteo pega duas bandejas e em cada mão e me mostra_ qual é melhor?_essa_ aponto para a bandeja na sua mão esqu
Estou prestes a paranoiar coisas na minha cabeça, todas a situações possíveis quando Matteo vendo o desespero estampado na minha cara resolve se pronunciar e me tranquilizar._ quando ela estava comprando morangos também não percebeu, porém como eu sou um ótimo profissional, logo percebi a movimentação estranha_ ele diz fazendo meu italiano gato sorri._tão humilde você_ Luigi agora se vira para Mari e acrescenta_ Mari, não importa quantas vezes você o rejeite, ele sempre vai insistir até conseguir o que quer. Então boa sorte_ Mari olha meio que desesperada para mim e entra no personagem.Como eu tinha dito para Matteo que meu nome era Mariana, ele com certeza deve ter comentado isso com meu italiano gato. Agora Mari estava mais envolvida do que eu queria envolvê-la._hm, sim, ele &eacu
Não sou nenhum Chico Moedas, mas eu tentei... Tentei o máximo esconder minha preocupação da minha mãe durante o jantar, ri das piadas sem graça de Roberto para disfarçar e nem o chamava mais de encostado. Porém mãe é mãe, elas sabem quando você está escondendo algo. Se algo não lhe é revelado em sonho, elas te olham no fundo dos olhos e identificam o problema em questão de segundos. O tipo de habilidade que almejo ter quando os gêmeos crescerem.Filhos de quem são, não devem permanecer na fase de anjinhos calminhos por muito tempo. Espero estar munida por Luigi quando a fase trelosa iniciar ou senão enlouquecerei.E pela primeira vez na vida, algo inédito acontece, minha mãe não faz perguntas e nem presume nada quando aviso que os gêmeos dormiriam com ela essa noite. Agradeço por ela me dar folga, eu estava muito ansiosa para ouvir a resposta de Giulia e não gostaria de me preocupar em medir palavras ao avisá-la do possível vício de Luigi.Entro dentro do carro, que o loiro do banheir
- Vou ser sincero, não sei. Eu estava apaixonado...- Corrigindo - Mari me interrompe - você estava obcecado por ela, não apaixonado. Eu te entendo, a Carolina e o Luigi nos fazem sonhar em ter a sorte de um amor a primeira vista. Um sentimento avassalador, que nos fazem impulsivos e principalmente que nos fazem aceitar qualquer erro do outro sem ao menos um por cento de rejeição. Ser amado por alguém que te aceita por completo é muito atraente e tentador, lembra? - ela recita algumas palavras de quando conversamos anteriormente na Itália.- Lembro bem - sorrimos. Lembro também de como ela defendeu que existe amizade entre homens e mulheres sem interesses secundários. Gostaria de perguntar se ainda mantém a opinião depois de pagar com a própria língua. Tínhamos uma parceria de trabalho, que virou amizade e engatou em algo não rotulado. Só sei que não consigo olhar para Mariana sem ser tentado pelos seus belos lábios carnudos, e pouco tenho vontade de ser apenas seu amigo - enfim, qual
Não sei o que estou procurando ao entrar investigando cada canto da sala, talvez vestígios de que os dois tenham algo além da parceria de trabalho. Não encontro nada de estranho. Will devia estar dormindo no sofá, pelo travesseiro e cobertor jogados para escanteio e principalmente pelo equipamento em cima da mesinha de centro e fios bagunçados na poltrona. Os dois laptops se espremiam no pequeno espaço e antes que eu entrasse, o traste deveria estar tentando desatar o nó de fios em cima da poltrona. - Encontrou o que procurava? - viro-me para olhar Mariana que me observava de braços cruzados atrás da porta. Ainda com aquela bendita jaqueta.Seria propício perguntar se a jaqueta a fazia igual Beth Cooper ao amarrar o cabelo? Se seria seu truque para solucionar algum mistério? Não, acarretaria uma discussão pior, então me sobressaio.- Não - ainda não. Mas quando ela passa por mim, não me contenho ao seguir o rastro do seu perfume. Senti falta dele, o perfume de Carolina era doce de ca
A resposta veio como beijo. Sabia que ele não seria capaz de viver se me deixasse escapar outra vez, se renunciasse ao que tanto buscou a vida inteira, um lar pelo qual voltar todas as noites e uma família pela qual proteger com unhas e dentes. Um motivo e um recomeço.Seu beijo é lento e respeitoso, um beijo contendo amor calmo e sincero. Seus lábios desgrudam dos meus quando ouvimos uma risada de criança. Sou surpreendida quando Luigi sai correndo na direção da risada, não perco tempo em segui-lo.- Luigi, espera! - agradeço pela Sra. Lafaiete ter feito a parte da frente do vestido de noiva curto o suficiente para não atrapalhar enquanto corro atrás de Luigi. Entramos no corredor com vários provadores e paramos no final dele, na frente de uma porta entreaberta. Fito o que Luigi olhava lá dentro, uma mulher repreendia um menino loirinho pequeno que sorria alegremente, o repreendia por correr e fazer barulho no local.A mulher e muito menos o menino viu quando Luigi se virou, ofegava
Tive uma noite péssima, revirei na cama a madrugada toda e nem mesmo o trabalho acumulado do dia me mantiveram longe dos pensamentos em Luigi e seu possível vício. O que resultaram nas olheiras horrendas desta manhã.Agora à tarde, tinha uma camada grossa de corretivo abaixo dos olhos e um copo enorme de vitamina nas mãos. Desistir do almoço para ganhar tempo para a prova do vestido, levei em consideração os quilos que ganharia se aceitasse almoçar com os colegas de trabalho e usei o compromisso como desculpa. Mesmo o casamento sendo falso todos os preparativos eram verdadeiros, ou seja, se eu engordasse uma grama sequer... levaria uma bronca daquelas da Sra. Lafaiete. Mais uma vez. Digamos que enfiei os dois pés na jaca e as mãos também nessa última semana.Muito disputada entre noivas, Lafaiete Leblanc era uma estilista prestigiadíssima, seu trabalho era único e exclusivo. Poucas mulheres realizavam o sonho de ter um vestido exclusivo feito pelas mãos talentosas da francesa fresca.
Tinha certeza que minha discussão com Matteo aconteceria em breve, mas assim que sentamos á mesa previ que seria inadiável. Pela sua maneira de me olhar, parecia ter algo entalado na garganta, o que não me deixou desviar a atenção por mais que estivesse na presença de Carolina e Will na mesma mesa. Respondi com meu melhor olhar desafiador, normalmente não pagaria para ver, entretanto o julgamento explícito no rosto do loiro faz despertar uma Mariana implicante. Seria questões de segundos para alguma coisa depreciativa sobre as minhas escolhas sair da sua boca...- O seu cabelo... - começou ele.- O que tem o meu cabelo?- Está bonito.- Obrigada.- E a moto lá fora... - olha de relance para a saída, onde podia-se ver a bela Suzuki setecentos e cinquenta preta estacionada.- É minha - digo com orgulho, jamais deixaria Matteo ou qualquer outra pessoa saber que chorei duas horas no banho depois de me arrepender de comprá-la.- Tem carteira? - Tenho.- Você não sabia dirigir - o loiro c
- Oi sumido - brinco e tenho certeza que está fazendo aquela cara de surpresa engraçada, seus neurônios maquinandos respostas apropriadas para minha ligação inesperada. Matteo sempre me confundia com suas antigas aventuras, ele nunca conseguiu prever um passo meu em relação ao nosso... relacionamento? Não sei nem se chegamos nesse status. Apenas sei que gosto de ser imprevisível, de ser algo incerto na vida do meticuloso Matteo Donato - não precisa paralisar de medo, faz um mês desde quando nos "falamos".Brigamos, quero dizer. Não me conformei com sua ideia brilhante até ela dar resultados. Luigi tinha me procurado como Matteo preveu, Luigi foi para o Brasil atrás da Carolina, Luigi estava reagindo, mais pontos para ele. Mas não importava quantas vezes dissesse que esse plano não continha um interesse secundário por trás, no fundo Matteo sabia que eu estava certa. Ele poderia mentir para Carolina, para Luigi e para mim, entretanto não conseguiria mentir para si próprio.E esse tinha
- Mentira! - Matteo arregala os olhos e quase lhe repreendo pela expressão, a máscara facial em seu rosto se enruga levemente enquanto a minha permanece impassível.- Juro, ele estava tão preocupado que nem notou quando a chamou de mãe. Cassandra também não se pronunciou quanto a isso, talvez com medo de uma reação negativa de Luigi - digo, enfiando uma colher de brigadeiro na boca em seguida.- Tenho certeza que em alguns milésimos de segundos Luigi percebeu e fingiu que não, ou talvez tenha percebido somente depois quando chegou no hotel - o loiro do banheiro continua com seus achismos, tentando me enrolar e me fazer esquecer nosso trato inicial que constava em, eu dizer para onde e o que fizemos Luigi e eu após sair do evento para ele explicar o que havia acontecido dentro do salão nas horas em que Melissa, Italo e eu ficamos ausentes.- Agora, desenbucha - sou impaciente o suficiente para elevar a voz sem medo dos gêmeos acordarem. Lembrando dos meus anjinhos, olho rapidamente par
Estava errada e continuaria errando ao transar com Luigi como dois coelhos no cio. Porém o que me conforta é saber que estou fazendo bom uso do pecado. Aparentemente estamos usando o status de amante e devo admitir que estou gostando da coisa. Mesmo meu relacionamento com o loiro do banheiro sendo falso e mesmo odiando outrora quando Luigi me chamava de amante, tenho que dar o braço a torcer que no mínimo é excitante. Preciso ser cautelosa com essa coisa de fantasias, primeiro foi com Luigi no carro como meu chofer, agora está sendo Luigi como meu amante e quem sabe o que minha mente desparafusada possa inventar nos próximos dias. Já bastava toda a empresa saber minha vida pessoal depois que minha mãe gritou aos quatros ventos, estaria destruída se alguém descobrisse que virei amante. Principalmente do italiano abotoando o terno ao meu lado.- Seu noivo estará presente no hotel ainda esta noite? - Luigi me lança um olhar presunçoso e um sorriso descarado quando fecho a porta do carr