_e ele disse que confiava?_ Mari pergunta e coloca mais uma batatinha na boca.
_sim, disse que considerava ele como um irmão. Ai Mariana, não quero que Luigi saiba que a pessoa que ele mais confia é um talarico perseguidor de mulheres alheias_ digo e tomo mais um gole do meu milk-shake_ e Luigi ainda por cima contratou ele para dar uma de meu segurança particular.
Estamos agora de tarde no shopping, aproveitei que Luigi foi no banco para falar sozinha com Mari. Inteiro a minha amiga da conversa que tive com Luigi ontem à noite, contei a verdade para ele sobre a ligação que ouvi de Matteo e ele havia me dito que era o jeito do loiro do banheiro falar, e que inclusive eu deva ter ouvido errado quando ele mencionou meu nome.
Entendo que Matteo é amigo de Luigi, porém algo não se encaixa, tenho quase certeza que ele trabalha para mais alguém, entret
_então quer dizer que foi a megera quem te deu a ordem para me matar?_ digo juntando as peças do quebra cabeça na minha mente._de onde você tirou essa ideia de que Cassandra me mandou te matar?_ Matteo se vira novamente para as bandejas de morangos e eu me aproximo ficando do seu lado._eu ouvi a sua ligação, quando você disse que..._ o loiro do banheiro me interrompe e me entrega outra bandeja pequena de morangos, noto que ainda segurava a primeira bandeja em minhas mãos e agora a segunda também._você ouviu errado, naquele dia Cassandra tinha me ligado porque ficou sabendo que Raquel Ferraza estaria no mesmo teatro que Luigi, ela tinha me pedido para descobrir qual era o plano da Ferraza_ Matteo pega duas bandejas e em cada mão e me mostra_ qual é melhor?_essa_ aponto para a bandeja na sua mão esqu
Estou prestes a paranoiar coisas na minha cabeça, todas a situações possíveis quando Matteo vendo o desespero estampado na minha cara resolve se pronunciar e me tranquilizar._ quando ela estava comprando morangos também não percebeu, porém como eu sou um ótimo profissional, logo percebi a movimentação estranha_ ele diz fazendo meu italiano gato sorri._tão humilde você_ Luigi agora se vira para Mari e acrescenta_ Mari, não importa quantas vezes você o rejeite, ele sempre vai insistir até conseguir o que quer. Então boa sorte_ Mari olha meio que desesperada para mim e entra no personagem.Como eu tinha dito para Matteo que meu nome era Mariana, ele com certeza deve ter comentado isso com meu italiano gato. Agora Mari estava mais envolvida do que eu queria envolvê-la._hm, sim, ele &eacu
_meu nome é Carolina, tenho vinte e três anos, estou no primeiro mês de gestação e não sou mãe solteira_ digo um pouco sem graça e todos me aplaudem._então, ele é o pai?_ Regina pergunta e eu aceno que sim_ apresente-se se quiser_ ela diz gentilmente._boa tarde, meu nome é Luigi e eu sou..._meu italiano gato olha para mim, se ele disser que era o meu amante, sou capaz de baixar a Nazaré Tedesco, empurra ele até uma escada e jogá-lo de cima_ namorado dela.Ele alcança a minha mão e a beija, algumas grávidas e casais acham fofo enquanto a morena ao meu lado era corroída por inveja.Após esse momento super fofo e satisfatório para a minha parte, começamos de uma vez o bendito curso.Primeiro, Regina fez um tipo de questionário oral p
_moça, eu vou perder minha mão?_ pergunto a enfermeira que estava fazendo o curativo na minha mão._não_ ela sorri e Luigi se apressa em explicar.Não acredito que acreditei no que Luigi tinha me dito dentro do carro, ele havia inventado toda uma história sobre um tal de Victor que morava na Inglaterra e que acabou amputando a mão por causa de uma lesão parecida com a minha._tive que dizer isso para que ela viesse para o hospital_ olho para o meu italiano gato já pensando no meu discurso de briga e ensaiando na cabeça para não esquecer quando chegarmos em casa._fez muito bem, e a solução rápida do pano molhado foi muito útil, muito bem_ ela diz para Luigi e voltando a atenção para mim ela ainda acrescenta_ seu namorado foi muito esperto, talvez se ele não tivesse pensado rápido e c
_pode fazer um favor para mim?_ pergunto a minha amiga antes que ela saia do quarto para que eu vestisse a minha roupa_ chama o loiro do banheiro e diz que eu quero falar com ele rápido_ Mari assente com a cabeça e sai do quarto.***_queria falar comigo?_ Matteo entra no quarto e se aproxima da minha cama_Mari me disse que você queria falar rápido comigo antes de ir embora._sim, eu pedir para ela te avisar_ respiro fundo e hesito antes de dar esse passo importante, era uma decisão que se eu não tomasse agora talvez perderia a coragem depois_ quero que você diga a Cassandra que quero conversar com ela, encontrá-la cara a cara para falarmos sobre Luigi.Matteo olha para mim, quem sabe ele não tinha acreditado quando disse naquele mercado que queria ajudar no plano dele e da megera. Não estava fazendo isso por ela ou porque senti pena
_não precisava vir todos me acompanharem até a minha casa, eu não ia me perder do caminho, até porque Luigi está sempre na minha cola_ digo olhando para Matteo e Mari através do espelho do retrovisor, ambos estavam sentados no banco de trás do carro do meu italiano gato.O que eu havia dito sobre Luigi era verdade, ele não tinha desgrudado de mim nem por um minuto, e quando se desgrudava era porque Matteo estava por perto e ele se sentia seguro em se afastar.Não quero chamar o meu italiano gato de paranoico mas estávamos no Brasil e ele tinha também seguranças disfarçados ao redor da casa para nos proteger. Não tinha como alguém tentar fazer alguma coisa contra nós, talvez eu esteja sendo ingênua demais, Luigi vive essa vida desde que nasceu, então ele deveria saber sobre todos os riscos muito bem._nunca
_Carolina, acorda!_ abro meus olhos e encontro Mari sentada ao meu lado, olho ao redor e percebo que estou deitada na minha cama._o que aconteceu?_ pergunto e ela me ajuda a sentar, sua expressão estava me deixando um pouco nervosa, algumas cenas da noite passada passam pela minha mente e fazem com que a mesma doa ainda mais._Carol, você se lembra que desmaiou?_ ela me pergunta e eu afirmo que sim com a cabeça, me lembro que fiquei muito nervosa e acabei desmaiando na cozinha quando a minha mãe descobriu a verdade. Era a única coisa que me lembro da noite anterior_ e você se lembra de mais alguma coisa?_ nego com a cabeça._não, não me lembro de mais nada, onde está Luigi?_ olho em volta pelo meu quarto e não encontro a sua bagagem_onde está ele?!_Carol, tenha calma vou te explicar tudo o que aconteceu enquanto
_filha tem certeza que precisa ir naquela empresa hoje? Tenho certeza que aquela bruxa vai está lá_ minha mãe diz se referindo à Cassandra.Automaticamente olho para o meu italiano gato, ele sabe de quem estamos falando porém não parece se importar, me pergunto se estou fazendo o certo querendo unir ele à megera. Pelo que eu pude perceber, Luigi parecia não se importar de estar longe de Cassandra e nem de ter crescido sem ela por perto._Carolina?_ minha mãe me pergunta novamente chamando a minha atenção, eu estava tão focada em Luigi que até esqueci que estava falando com a minha mãe._sim, eu tenho que ir para resolver algumas coisas no RH_ tive uma conversa com a minha mãe ontem à noite, eu tinha contado a ela como tudo aconteceu, claro, tirando as partes das trepadas. Ela também havia falado com Luig
Foi fácil impestar a casa da nonna com baratas para Giulia mudar o local do brunch e era mais fácil subornar empregados com valores exorbitantes, afinal de contas eu não teria com que gastar o resto da pequena fortuna que minha irmã e eu reunimos.Perdemos não somente a família como a fortuna que nossos pais deixaram. Não culpo nossos tios por não saberem administrar tão bem os negócios e com a quantidade de inimigos que nossa família tinha, seria impossível mesmo se tentássemos. Foi difícil para eles, repentinamente cuidar de duas crianças e negócios mafiosos dos quais nem sabiam a existência. Perdemos muito naquela época, entretanto tínhamos uma a outra e eu tinha Luigi.Engraçado pensar em tudo do passado como "nosso", como se Raquel estivesse ainda viva. Minha irmãzinha, minha única família legítima tinha morrido e eu não pude fazer nada. Estava desconfiada desde quando ela tinha me mandado mensagem alertando sobre Luigi estar saindo com uma mulher chamada Carolina. Mesmo que eu n
- Sério que você usa Cinquenta Tons como um tipo de devocional do sexo? - brinco com o loiro que estendia a mão para me ajudar a levantar do banco. Ainda me sentia fraca pelas risadas e meu estômago suplicava para parar.- Até tu Brutus? - ele recolhe a mão e a estende novamente - sorte sua que sou cavalheiro, senão a deixaria largada aí - duvido muito que ele teria a coragem de fazer isso, Matteo não aparentava ser desse tipo e acho que ele gostava de manter a fama de insensível inabalável.Quase volto a sorrir quando penso nele implorando para me comer, não tinha nada de insensível e muito menos inabalável naquela noite.- Ainda bem que tenho meu bom cavaleiro para me ajudar - seguro sua mão e vamos de mãos dadas para o jardim principal, onde aconteceria o brunch.E era um senhor jardim, não precisava de muita decoração pois, pasmem, existiam muitas ginkgos bilobas. Mais conhecidas como nogueiras-do-japão, espalhadas no imenso jardim com folhas amarelas, quando o vento batia voavam
- Vamos Luigi - digo enlaçando meu braço no dele, levando meu italiano gato para longe de qualquer discussão que poderia acontecer naquele meio. Os gêmeos eram meus preciosos tesouros, bastava ficar alguns segundos olhando aquelas fofuras que toda raiva se dissiparia. Tenho total certeza que eles farão um ótimo trabalho, decretando a paz entre os avós paternos.- Você fica tão sexy quando é mandona - ele elogia e não consigo não ficar convencida disso. Lanço meu melhor olhar sedutor, mordendo levemente o lábio para atrair seu olhos.- Só não vale reclamar quando eu te arrancar do brunch e te arrastar para o... - ele me interrompe com um pigarreio, penso que seja pelos convidados terem chegado mas não era por esse motivo. Até porque os convidados eram os familiares de Luigi.- O engraçado é que se eu dizer isso, sou chamado de pervertido e ninfomaníaco, mas a senhorita pode dizer qualquer imoralidade, não é?- Exatamente, posso tudo e você nada - brinco, sorrindo e quando ele sorri exi
Não tenho um motivo plausível para ficar obcecada nessa história de ter um fantasma ou alguém vestindo branco e passeando pelo castelo, visto que Luigi não tinha encontrado nenhum registro que não seja os nossos ontem á noite. Apesar de nenhuma evidência concreta, a minha intuição de repórter enxerida me alerta para não descartar uma possível manipulação de evidências. Qualquer funcionário poderia muito bem mexer nas câmeras e apagar as últimas filmagens, mas o meu questionamento gira em torno de: quem seria a pessoa por trás? - O que está te incomodando? - tento não parecer surpresa, mas acho que minha expressão me entrega, porque Cassandra solta uma risada. E pelo que presumo ser a primeira vez que a vejo usando um vestido rodado, normalmente seu guarda-roupa se divide em terninhos chiques, conjuntos caros e tubinhos famosos pela sexta do massacre. Chamávamos assim após uma sexta-feira em que aconteceu uma demissão em massa, lembro-me como se fosse hoje, Cassandra passeando pelos c
- Eu juro! - bato meu pé no chão como um tique nervoso e devoro mais uma unha, o que deixa meu italiano preocupado. Ele estica o braço e relutante seguro sua mão, deixando que me leve para seu colo. Afasto um pensamento impuro quando sento-me na sua coxa torneada e acumulo minha mente novamente com teorias.Resultou que passei o dia com os gêmeos e cuidando de Luigi, desisti imediatamente do tuor com Mari quando encostei na testa do meu italiano gato e percebi que ardia em febre. E mesmo contrariado, chamou um médico para me tranquilizar e comprovar que se tratava de uma simples exaustão. Tenho uma parcela de culpa no seu diagnóstico, talvez a brincadeira com a camisa da união tenha lhe causado desgaste e somando a péssima viagem que tivemos com o loiro do banheiro me provocando, piorou seu estado. Admito que se tivesse fechado minha boca, não teria entrado numa discussão de horas com Matteo. Acabei vencendo-o pelo cansaço, é aquela coisa: entre a paz e a razão, talvez sua paz esteja
A surpresa que Luigi tinha prometido a Carolina, na realidade era um convite para um brunch na casa da Nonna. Organizado pela sua irmã, Giulia. Tinha me perguntado mentalmente como conseguira conciliar o trabalho e a organização do brunch tendo um bebê em casa. Mas Luigi logo me tirou a dúvida quando comentou sobre a babá que a irmã contratou. Não sei o porquê presumir que ela fosse ciumenta, acho que Luigi deixa essa impressão sobre todos os Benacci.Pondo meu pé direito para fora do jatinho, agradeço primeiramente aos meus fones de ouvido que me proporcionaram uma viagem tranquila, as ombreiras por me darem o conforto necessário para aguentar a viagem longa e principalmente as pílulas milagrosas que me apagaram por tempo suficiente para não vivenciar o puro caos que foi dentro do jatinho.- Como foi a viagem? - pergunto enquanto seguro a pequenina adormecida nos braços, Luigi me lança um olhar cansado, balançava o pequenino nos braços para fazê-lo adormecer também.- Eles estavam nu
- Posso perguntar, aonde vocês se conheceram? - Tia Maria pergunta, fazendo que vários olhares se aculmulassem divididos entre Matteo e eu. A história continha dois lados, o que a fazia um pouco longa. Ganhando uma autorização para ser o primeiro, inicio contando de relance sobre a minha vida noturna agitada. Oculto partes que envolvem a minha amizade e o início do meu relacionamento com Bárbara, não seria relevante.- Na noite em que conheci Matteo, estava numa boate em Tokyo para me divertir. Eu tinha costume de ignorar as regras feitas pelo meu pai sobre festas e minha segurança. Em minha mentalidade juvenil, ser uma figura pública auxiliaria minha segurança. Quanto mais famoso menos chances de sofrer algum atentado, simplesmente não era um pensamento coerente - não entro em muitos detalhes para não assustar minha sogra e nem menciono que encontrei Matteo após ficar com Bárbara - então, chegado o ponto alto da festa, me afastei para o terraço do prédio em busca de solitude. Não ti
Retiro o que disse sobre esse almoço ser longo e divertido. Agora tinha virado letárgico e torturante. Me sinto como um dos convidados do filme "O menu", onde a tia Maria era o chef maluco que torturava os convidados, no caso Luigi e eu. O almoço estava as mil maravilhas, Luigi agarrado à Carolina como adolescentes apaixonados e eu com minha mão se deliciando da pele macia e arrepiada da minha... ainda não tinha dado um rótulo para Mariana. Tenho que resolver isso o quanto antes.Mas o quero dizer é que eu estava feliz no meu lugar, estava satisfeito onde minha mão pousava e agora não estava mais nada disso. De um momento para outro minha calmaria tinha sido escanteada e morta pela cruel tia Maria. Conseguia até imaginá-la apontando o revólver para o meu conforto e atirando sem pestanejar, dizendo: não sou sua tia.E não estou exagerando, porque sinto o quão tenso e desconfortável está o italiano ao meu lado, ou pior dizendo, dentro da mesma camisa que eu. Sim. Uma maldita camisa imen
- O mesmo que você, pelo visto - respondo para Luigi, que mantinha a cara amarrada.Me atento às pistas praticamente esfregadas em minha cara. Deveria ter suspeitado desde o início do convite da mãe da Carolina. Tia Maria nunca tinha posto confiança em mim e no meu plano, sempre mantivera uma opinião escancarada e um pé atrás. Aceitou a contragosto quando eu a chamava de tia Maria. A senhora não tinha mesmo ido com a minha cara.- Que maravilha, finalmente chegaram! - tia Maria adentra a sala com um avental pendurado no ombro e um sorriso largo de recepção. Desde que chegamos, fomos avisados que a cozinha estava restrita por tempo indeterminado. Roberto havia dito algo sobre sua companheira ser possessiva com sua cozinha em dias especiais. Ela era a chefe da noite e pelo aroma delicioso que invadia a sala de visitas, não quero correr o risco de ser expulso do almoço sem antes provar uma colherada do que estava assando no forno.- Demoramos um pouco porque alguém... - o tom de Luigi to