Após ter ouvido a conversa de Luigi, estou mais que nunca motivada à me vingar. Volto para o quarto e bato a porta para ele pensar que eu acabei de acordar.
Muito bem, Carolina, agora é sua chance de colocar em prática tudo o que as novelas mexicanas te ensinaram.
Faço a minha cara mais convincente de quem acabou de acordar e de quem não acabou de ouvir a conversa reveladora dele, quando chego na sala ele estava agora sentado no sofá, casualmente como se fosse algum convidado.
Um parasita, seria mais adequado de chamá-lo.
_o que você está fazendo aqui?_corto as saudações, não era um bom dia e depois do que descobrir esse dia não iria melhorar nunca.
_bom dia, eu vim ver como você estava e aproveitei para fazer um café da manhã_ele sorri simpático como se não acabasse de estragar a minha vida.
Não se preocupe querido, vou ferrar com a sua da mesma forma que você ferrou com a minha.
<_você é maluca? Quando você me mandou uma mensagem dizendo que mandou alguém ir me buscar, eu nunca pensei que fosse gente da máfia! E sabe de que máfia são?_Mari entra na sala nervosa._Benacci_respondo, eu também tinha ficado em choque quando soube porém o choque já havia passado, isso não mudaria a minha vingança_Luigi é filho mais velho do Giovanni Benacci, ou seja..._ferrou, ele é o Kai?!_aceno que sim com a cabeça_você é doida de me mandarem me buscar? E se ele resolvessem me matar e dizer que foi um acidente? Será que eles sabiam quem eu era?_provavelmente_digo bem tranquila enquanto como uma colher do meu sorvete com cereal_eu disse tudo sobre mim para Luigi._você é burra, Carolina?!_Mari levanta a voz e não sei se ela sabe que grávidas tendem a ter humor muito mutável por causa dos malditos hormônios._opa! Está gritando por quê? Por acaso eu sabia antes que ele era um mafioso? Não! Não
_de ninguém, o que você está fazendo aqui? Como você entra no banheiro sendo que tem gente dentro? Mariana poderia está pelada! Eu poderia está pelada! Nós poderíamos está ocupada fazendo algo e você interrompeu!Okay, isso soou muito, muito estranho mesmo. Pareceu que eu e a Mari, nós...não! Nada contra quem joga nesse lado do time mas entre mim e Mari era apenas a boa e velha amizade de piranhas. Nada contra Mari, eu super comeria o cu dela...okay, só estou deixando tudo ainda mais estranho._okay, isso ficou muito estranho agora_Mari diz e eu concordo.Tenho esse problema, quando fico nervosa não penso bem nas palavras e acaba saindo merda da minha boca._certo, eu deveria ter batido na porta e me desculpe Mari, eu não pensei direito e Carolina, acho que não teria problemas se eu visse você nua, não era como se eu nunca tivesse visto antes_faz sentido, nós teríamos...é ele até me engravidou então não teria nenhum pro
_Mariana você está vendo o que eu estou vendo?_se você se refere aos cartões prata, ouro e black bem na nossa frente, sim, acho que sim._okay, isso não é nenhum sonho ou pegadinha, né?_se você está se referindo a ambos serem ilimitados, não sei se é real mas sei como a gente pode comprovar._vamos as compras!_gritamos juntas como duas adolescentes ao pegar suas mesadas e irem para o shopping comprar roupas e coisas inúteis. Fazia um tempo desde que a gente tinha feito uma coisa dessas.***_é tão bom estar respirando o ar poluído da cidade_respiro profundamente, eu não teria saído de casa desde então, seja na casa de Mari ou desde que cheguei em Roma. Ou melhor, fui sequestrada por Luigi, até porque não me lembro de ter concordado em vir com ele para a Itália._sim, você já decidiu em qual loja vamos primeiro?_Mari me pergunta animada, ela tinha até trazido uma lista
_Carolina!_ouço Mari gritar pelo meu nome, não consigo me mexer, fiquei paralisada ao ver o carro vindo na minha direção, era como se todos os comandos que meu cérebro dava para o meu corpo se mexer tinham perdido a força.Sinto uma mão segurar firme no meu antebraço e me puxar para longe da direção do carro, o mesmo continua em movimento e passa direto por mim como se estivesse fugindo. Não acho que isso foi apenas um acidente, estava claro que eu era o alvo desse carro, a pergunta que vaga na minha mente é quem o teria mandado.Olho para cima e vejo Luigi, ele me abraçava e olhava na direção para onde o carro supeito fugiu. As pessoas na rua cochicham e seguem seu rumo como se nada houvesse acontecido. Óbvio, deveria ser normal para eles, acho que eles pensavam assim: olha só, mais uma tentativa de homicídio, será que já está na hora de tomar um café?Um homem se aproxima de nós e Luigi começa a falar com ele, deveriam traba
Quando eu tinha saído da casa de Luigi naquele dia não tinha percebido o quão grande ela era, sem dizer o quão luxuosa também. Pinturas, esculturas, vasos que com certeza se eu quebrasse nem vendendo todos os meus órgãos do corpo conseguiria pagar.Passamos por uma sala perto da porta principal, as paredes eram repletas de fotografias, deveriam ser de alguém famoso. Não pergunto quem seria o artista mas levando em conta que tudo nessa casa vale mais que todo o bairro em que eu morava com a minha mãe, óbvio que seriam valiosas._Holga_ele chama ao chegarmos que eu acho que seja o centro da casa no térreo, ele deveria está chamando uma empregada, pelo nome acho que deveria ser uma senhora com um coque no topo da cabeça vestindo um avental branco com babados, igual nas novelas mexicanas.Mas estamos na Itália, Carolina! E você nunca assistiu nenhuma novela italiana!_sim, Sr.Benacci_uma voz fina e meiga ecoa pela sala
Fico no quarto jogando um joguinho de blocos esperando a boa vontade de Mariana aparecer, já mandei um milhão de mensagens, já liguei várias vezes e criei várias paranoias na cabeça sobre a minha amiga está sendo sequestrada.Quero fofocar com ela e compartilhar a minha teoria sobre Holga ser uma garota adolescente traficada de algum lugar pobre e escravo de gangsters. Quero que ela me ajude com a maquiagem, estou em dúvidas sobre como devo fazer e também quero que ela chegue logo com o meu vestido.Recebo uma mensagem da bonita, ela se desculpava pela demora e dizia que não poderia voltar para a casa de Luigi porque tinha que voltar urgente para a empresa, ela não detalhou o problema mas disse que comprou o vestido e que o empregado de Luigi traria para mim.Isso é muito estranho, eu deveria ligar mas como ela disse que estaria dentro do avião e não poderia me atender então seria inútil tentar me contatar com ela. Mariana ter
Luigi bate na porta do quarto avisando que estaria no térreo me esperando, como o quarto ficava num corredor e no final dele ficava a escada para o andar de baixo, eu não me perderia tão fácil.Olho meu reflexo novamente no espelho, o vestido tinha caído como uma luva como diz o ditado popular. Ele ficou justo porém não apertado na barriga, o modelo de frente única tinha sido uma ótima proposta e as alças finas e brilhantes caídas nas minhas costas deixam o vestido elegante. O corte do decote na frente é perfeito, não muito grande para não parecer vulgar e nem muito pequeno para não deixar muito formal. Ele estava na medida perfeita, tudo o que eu buscava.Calço meus saltos scapin, não poderia usar salto por um bom tempo por causa da gravidez, li naquele mesmo site que as grávidas tendem à inchar e ganhar peso com facilidade. Resumindo, não demoraria para que virasse um balão andante e choroso, os hormônios estavam me deixando louca, eu sentia
Após aquela resposta de Luigi, as vagabundas finalmente foram embora derotadas e depois disso corri para o banheiro, não sei ainda como consegui me segurar. Estou até tremendo de raiva, nunca me segurei tanto para não fazer um barraco.Luigi me paga, aquele idiota!Lavo meu rosto na pia, o banheiro continuava vazio e agradeço por isso, ninguém me veria chorar. Nunca pensei que passaria por isso, não acredito que fui burra o suficiente para me arrumar para um cara que nem ao menos me respeitava.Eu sei que ele estava gostando daquele teatrinho ridículo mas eu não, me senti pela primeira vez na vida nervosa e com raiva ao mesmo tempo, será que eu estava...Não, Carolina definitivamente você já está no fundo do poço e foi ele quem te levou até o fundo, você não deve sentir ciúmes desse...italiano gostoso e mentiroso!Levanto meu rosto esperando que a maquiagem esteja toda borrada e estava, pego papel para me ajudar a dimin
Meus ouvidos sangram quando a ouço gemendo seu nome, entro novamente para dentro do quarto, verificando os gêmeos que dormem profundamente antes de voltar para a sacada e ter a brilhante ideia de pular. Não sei o que me deu, talvez fosse o ciúmes assumindo meu corpo e pulando de uma sacada para outra. Agora eu entendia, a imprudência da Carolina ficar pulando por sacadas.Arriscar a própria vida para... não sei ao certo o que faria, se mataria Matteo, se arrastaria a Carolina para longe dele, se interromperia... céus! Nem ao menos conseguia olhar para dentro do quarto, me mantive paralisado olhando a área verde que rodeava o hotel e ouvindo os gemidos suplicantes dela. Merecia aquela tortura.Entretanto, subitamente me virei, o ciúme havia tomado todo meu corpo quando entrei sorrateiramente para dentro do quarto. O punho cerrado aliviou, a tensão nas minhas sobrancelhas franzida também tinham aliviado e me encontrei perdido diante da donna della mia vita deitada nua sobre a cama, sozi
Atravessando o restaurante, observo o grande movimento de pessoas assumindo suas mesas, a maioria casais. Todo o lugar possuía uma baixa iluminação, com pontos estratégicos de luzes e luminárias amarelas que deixavam um ar romântico e aconchegante.Gostaria de convidar Carolina para jantar comigo uma noite, porém tendo Matteo a tiracolo, seria difícil de concretizar-se.O bar se encontrava no final do restaurante, andando em sua direção, noto a bela vista para a piscina do hotel e parte da fachada. Matteo estava sentado sozinho com uma garrafa de Johnnie Walker em cima do balcão. Puxo uma banqueta e peço um copo ao barman, não refiro nenhuma palavra ao loiro meio bêbado do meu lado.Não tinha muito o que dizer, era questão de tempo para Matteo se dar por vencido e começar a enxergar a realidade posta diante dos seus olhos. Carolina me ama e mesmo que tente esquecer, mesmo que use Matteo para tapar minha ausência, não irá conseguir fingir por muito mais tempo. Durante essas semanas que
Espreitando, observei-os durante todo o dia na empresa. Ouvi as fofocas dos funcionários, mesmo que não estivesse escutando atrás da porta ou passando casualmente pelo corredor, elas sempre me encontravam e esgotavam minha paciência.Alguns funcionários diziam que Carolina tinha um ótimo gosto para italianos, ignorei a parte que nos compararam á sapatos. Outros diziam que Matteo era um homem incrível por não sentir ciúmes do ex da sua noiva e por tratar tão bem os filhos dela. Na minha opinião, Matteo está se esforçando demais para gostar dos meus filhos, para quem nunca tinha a palavra "família" no vocabulário pessoal e que até chegava a sentir crise alérgica caso fosse mencionado "relacionamento" junto ao seu nome na mesma frase, ele estava sendo um padrasto quase perfeito. Pura enganação.E quando achei que os burburinhos não poderiam piorar... eles me pintaram como um ex escroto que queria arruinar a vida da Carolina e roubar seus filhos, que tambem são meus. Se eles ao mínimo sou
Eu estava mancando, MANCANDO! Quando sair de dentro da sala de reunião, no período da tarde de ontem. Minha real intenção quando voltei á empresa, era me desculpar com Cassandra e implorar para que ela não me demitisse após o barraco que a minha mãe fez. Porém apareceu Luigi e me fodeu. Literalmente.- Bom dia, Ita - saúdo Ítalo quando o vejo passando perto da minha mesa, ele olha para mim entortando a boca e passando direto.- Ele ficou mesmo chateado - digo, chamando a atenção de Melissa, que trabalhava em sua mesa do meu lado esquerdo. Por termos o mesmo cargo na empresa, teríamos que nos dar bem de um jeito ou de outro, praticamente ficaríamos juntas todos os dias em que trabalhar na Montero. Mas para minha sorte, a conversa que a ex-megera deve ter tido com sua puxa-saco fez efeito e Melissa estava sendo legal, da maneira dela.- Óbvio que Ita ficou chateado, você escondeu uma fofoca dele - girando a cadeira, Melissa vem até mim segurando minhas bochechas com as duas mãos - aceit
-Luigi, não posso... - gemo manhosa com sua boca em meu pescoço, suas mãos me pressionaram mais firmes contra a porta, não sei se resistiria a ele - não posso fazer isso com Matteo, vamos nos casar em...- Em onze malditos dias, eu sei bem disso, Carolina - mordiscou minha orelha, sussurrando - estou contando os dias para te comer em sua despedida de solteira - sua mão sobe mais o tecido do vestido, os dedos enroscando na calcinha e abaixando-a devagar. Deslizando a peça, se ajoelhando para retirá-la do domínios das minhas pernas e guardando dentro do terno, voltando a beijar minha boca - e te roubar no altar e do Matteo no dia do casamento.- Não pode - empurro-o um pouco para mostrar a aliança em minha mão. E o italiano simplesmente segurou-a, chupando meu dedo anelar, retirando a aliança com os dentes e cuspindo-a no chão. Meu corpo se incendiou todo quando me puxou com urgência para seu colo, me erguendo do chão e me levando para cima da mesa retangular no centro da sala - Luigi,
- Obrigado por me defender - sou o primeiro a dizer alguma coisa depois de Cassandra expulsar todos da sala e fechar a porta. Fiquei surpreso dela revelar o segredo que sou seu filho, achei que preferia me esconder assim como escondeu sua real identidade, pintando dourado por cima como fez com seu cabelo. - Sempre vou te defender, mesmo que de longe - Cassandra sorri com uma tristeza contida no olhar quando passou por mim e apertou meu ombro - seria capaz de tudo por você - sua mão acaria meu cabelo uma vez e vai embora. Sinto que não deveria ser tão duro, que tem algo nublado minha visão para a verdade, mas não posso ignorar tudo o que passei com seu abandono. Era cruel e injusto comigo mesmo inocentá-la.Quando estou prestes a sair da sala de reunião, passa um grupo de pessoas fofocando sobre a Amélia e não consigo resistir ao ficar quieto para ouvir atras da porta. As pessoas que trabalham com ela, deveriam ter uma visão diferente da mulher que havia se tornado após anos, mas pe
Entro apressada na sala de reunião, pedindo desculpas pelo atraso e recebendo um olhar reprovador de Cassandra. Melissa pelo contrário, arrasta uma cadeira do seu lado para eu me sentar, entregando um breve resumo escrito do que tinham sido discutido na reunião marcada pela equipe de relações públicas.O que pude entender pelo decorrer da situação, a equipe que acionou essa reunião de emergência queria avisar que teríamos de fazer uma entrevista para o esclarecimento de um "mal entendido".Era de se esperar que isso acontecesse novamente. Ano passado, quando trabalhava de assistente geral (escrava), o Sr. Russo fez a mesma coisa, se envolveu em um escândalo e a Montero teve que apaziguar. Não somos a agência que cuida da sua imagem, mas fizemos um trabalho árduo para limpar sua reputação depois que ele agrediu um funcionário de um hotel. Deus que nos perdoe, esculpimos uma imagem terrível da vítima que sofreu o abuso, fizemos parecer que o pobre garçom havia incitado a agressão com pa
- Finalmente sexta à noite - desabo no sofá como um saco de batata amassado e acabado, que caiu do caminhão e foi jogado na primeira caçamba de lixo que encontraram. Mas graças ao meu bom Deus, os gêmeos dormiam como anjinhos. Puro milagre, mas acho que a presença de Luigi deve ter ajudado. Não fiquei chateada de saber que ele subornou a minha babá para passar um tempo com os próprios filhos, isso era bom para ele e para o meu sono.Era incrível como ele colocava os gêmeos pra dormir facilmente, como se tivesse dramim nas mãos.De início fiquei preocupada pois não o tinha visto na empresa e até pensei que tinha desistido de tudo após as boladas que a minha mãe deu nele. Ao menos fizeram Luigi refletir e me deixar em paz no trabalho por um dia e finalmente passar um dia com os gêmeos.Me levanto, arrastando-me pelo escuro até a bancada da cozinha onde se encontravam mais fatias de bolo de casamento pra degustar e me preparo, pegando meus airpods e dando o play em The Bakery da Melanie
Deixo o carro no estacionamento, na frente da confeitaria e checo o look uma última vez no retrovisor, grata por ter passado no hotel e vestindo uma roupa limpa e apresentável. Adentrando o estabelecimento, Camille me aguardava, ela acertava algo com uma funcionária atrás da vitrine de doces finos, antes de deixá-la e ir ao meu encontro.Meus olhos brilharam e a boca salivou apenas de verificar alguns docinhos do balcão, quase não prestei muita atenção na sua explicação. Camille me levou a fundo da confeitaria, mas precisamente uma área específica para degustação. O local, nada mais era do que um jardim mediterrâneo com mesas, cadeiras e sofás. As tonalidades diferentes de rosas ornavam com todos móveis brancos e com o jardim, deixando tudo aconchegante. Sem mencionar o cheirinho de bolo assando no ar, sem dúvidas valeu a pena dirigir por uma hora.Acabo preferindo me sentar numa mesa retangular, onde cabia todas as fatias enormes de bolos que teria de provar. Eu estaria sendo desele