Me deito na cama e fico olhando para o teto, só posso estar enlouquecendo aos poucos, jamais que aconteceria algo entre eu e o Matteo, ou loiro do banheiro ou fantasminha sei lá como chamar aquele perseguidor.
Os faróis dos carros passando na rua fazem figuras no teto e paredes do quarto de Mariana. A mesma está no décimo terceiro sono ao meu lado, está até roncando, tenho até inveja.
Depois daquele meu devaneio acho que nunca mais vou assaltar a geladeira de madrugada, é melhor assaltar de manhã ou durante à tarde.
Como sei que o sono não vai chegar tão cedo, vou forçá-lo á chegar, pego o celular de Mari e seus fones de ouvido. Preciso urgente de um celular, não sei como estou conseguindo sobreviver sem um, estou quase entrando em abstinência.
Coloco um asmr para tocar, quero ver se o sono não vai bater na minha porta agora. E não demora muito para que isso aconteça. Minhas pálpebras caem pesadas e adormeço ouvindo sons de b
_me passa o açúcar, por favor?_entrego o pote de açúcar para Mari que está do outro lado da mesa. Hoje decidimos tomar café da manhã fora, obtamos por um café perto da empresa, assim não nos atrasaríamos.Confesso que foi um inferno ter que acordar Mari cedo para se arrumar, porém ainda bem que fiz isso, acaso senão estaríamos atrasadas agora._eu necessito de um celular!_me lamento, eu realmente preciso de um celular, mesmo que não continue trabalhando na Montero, eu precisava de um para sobreviver na sociedade.Hoje também, decidiria se continuaria na revista sim ou não. Provavelmente não, vou apresentar a minha carta de demissão e espero que aceitem, bom, pela parte da Cassandra eu já deveria está na rua há muito tempo._sim, você precisa e também precisa de um emprego. Tem certeza que quer sair da Montero?_Mari só poderia está brincando me perguntando uma coisa dessas, ela sabia que o loiro do banhei
Ando pelo corredor como se estivesse à caminho para o matadouro, Mari estaria me esperando no elevador caso precisasse de ajudar. Tenho fé de que não precise da sua ajuda.Vou informar da minha demissão, passar no Rh e ir embora dessa empresa, repasso na minha cabeça tudo que o pretendo fazer ao entrar naquela sala. Seria muito fácil, não precisa se preocupar Carolina, basta você seguir o cronograma que montou na cabeça que vai dar tudo certo.Errado, nunca dar certo as coisas que tenho na minha cabeça.Bato primeiramente na porta e a voz grossa do loiro do banheiro avisa para que eu entre, abro a porta hesitante, não queria entregar a minha demissão para ele porém como ele havia se tornado sócio e além disso, era o sócio majoritário, automaticamente ele virou o meu chefe.O encontro sentado em frente à sua mesa, vestindo o mesmo estilo de roupas, ternos caros acompanhados de gravatas que valeriam mais que todos os
_eu não sei por que eu aceitei isso!_digo caminhando junto com Mari em direção à nossa carona, Wilson.Eu não deveria ter aceitado isso, agora teria que ir de vela junto com eles dentro do carro, o amigo dele seria buscado no caminho para a boate. Já começamos errado.Mari está ao meu lado toda sorridente como uma adolescente tendo um primeiro encontro, a vergonha que ela não está sentindo nesse momento, sou eu quem está sentindo em dobro.Na metade do caminho buscamos o amigo dele, era um bombado como ele, não nego que era muito bonito porém como Wilson, sem um neurônio na cabeça. Pelo menos ele tem os músculos que podem compensar a falta de neurônios, eu posso me sacrificar e ficar com ele, era só uma noite mesmo.Não me incomodei de saber o nome dele porém Mariana parecia querer arrumar um namorado para mim e perguntou tudo sobre a vida do cara. Seu nome era Tiago, ele trabalhava como personal treiner, não
Enxugo algumas lágrimas que caem dos meus olhos, isso é tão patético, por que infernos eu estou chorando por alguém que nem ao mesmo liga para mim?Hoje à noite eu sair com o propósito de esquecer esse maldito italiano, mas parece que sempre que ele aparece na minha cabeça estraga todos os meus planos. Era como se ele tivesse feito macumba ou algo parecido para mim.Peço mais uma bebida ao barman que me olha um pouco desconfiado, como que se perguntasse a ele mesmo se deveria ou não me dar outra bebida. Por fim, ele me entrega um drink com frutas e álcool, se eu não poderia ter o meu italiano gato na vida real, pelo menos o teria visitando meus sonhos.Quando estou prestes a beber o drink, uma mão retira a taça da minha mão e e leva para longe da minha boca. Me viro para reclamar com a pessoa que fez isso e me deparo com o loiro do banheiro.Mas como infernos ele me achou no meio dessa multidão? Tenjo certeza que ele fic
Tive que trocar de roupa pois aquela não estava cabendo, sinceramente é um exagero, eu não tinha engordado tanto assim.Por precaução, passei na farmácia á caminho da empresa para me pesar e realmente eu tinha ganhado alguns quilos. Nada que uma caminhada não resolva.De volta a empresa, não estava tão cheia quanto eu vim pela última vez no sábado, tenho certeza que o loiro do banheiro suspendeu o trabalho pesado que a megera forçou todos a fazer.Pego o elevador e repasso na minha cabeça tudo o que vou falar, tinha ensaiado em casa para não fazer feio na hora e também não esquecer. Estava tudo pronto para eu sair da Montero definitivamente, eu nunca mais entraria nessa empresa.Já posso até prever Cassandra soltando fogos de artifício quando soubesse que eu me demiti. Porém ela não seria a única à comemorar, eu também faria um bolinho para comemorar que nunca mais olharia na cara daquela megera. Era um alívio saber que não teria q
Nunca pensei que encontraria aquela pessoa e principalmente naquele lugar. Claro, ela trocou de nome e fugiu para longe. Gostaria de ter concluído o seu objetivo e nunca tê-la encontrado porém infelizmente o destino, chamado Carolina, me fez encontrá-la.Sinceramente estou começando a me arrepender de ter conhecido essa mulher, porém não totalmente. Carolina me tirou daquela monotonia que era a minha vida, há muito tempo eu não tinha sorrido e me estressado tanto com uma pessoa só. Essa mulher só poderia está de brincadeira comigo se acha que vou deixar ela escapar tão facilmente, ela teria antes que me explicar porque foi embora daquele teatro sem nenhum motivo.Ah Deus! O que eu fiz para merecer isso? Ela vai acabar me deixando louco! Procurei ela por todos os cantos, até a moça da recepção do hotel me ligar e dizer que ela tinha pegado uma tal passagem de avião e ido embora.Quase enlouqueci, quando soube que ela tinha fugido.
Minha cabeça está uma bagunça e ainda como se não pudesse piorar, essa maldita enxaqueca que não passa. Forço meus olhos à abrir, me lembro que estava no escritório do loiro do banheiro quando eu...céus! Eu desmaiei?Não me diga que sonhei com tudo aquilo? Não, não, não é possível que eu tenha sonhado até com a megera, até porque não seria um sonho e sim um pesadelo.Olho ao redor, eu estava em...um avião? Espera, para tudo!O que ta acontecendo?Forço meu corpo para ficar sentada sobre a cama, estou dentro de alguma espécie de suíte de avião ou sei lá como se chama, o importante é saber como cheguei aqui.A porta se abre e o meu italiano gato entra no quarto, segurando uma bandeja cheia de comidas em uma mão tentando se equilibrar enquanto fecha a porta.Quase aprecio essa cena, se não fosse pela maldita dor na minha cabeça. De repente me vem à mente, será que ele estava tentando me engordar para me deixar m
Depois de algum tempo ele finalmente desistiu, viu que eu não ia abrir a boca então resolveu se retirar antes que falasse algo que se arrependesse. Acho que ele não gostou muito do meu silêncio mas também não me pressionou, ele disse que não me precionaria porque ainda estava me recuperando do desmaio.Estou achando isso tudo muito estranho, para onde infernos ele estava me levando?Depois do avião pousar saímos e entramos em um carro, não sei nem ao menos onde estou, talvez ele esteja me levando para me...não, para de ser paranoica, Carolina!_para onde estamos indo, Luigi?_O caminho todo ele estava calado, como se estivesse tenso com alguma coisa e isso estava me assustando._vou te levar ao médico, como disse antes_é a única coisa que ele fala aumentando o mistério.Deus! Será que ele pensa em colocar algum rastreador em mim? Na minha cabeça ou no meu corpo?Vi isso uma vez em um fil
- Vou ser sincero, não sei. Eu estava apaixonado...- Corrigindo - Mari me interrompe - você estava obcecado por ela, não apaixonado. Eu te entendo, a Carolina e o Luigi nos fazem sonhar em ter a sorte de um amor a primeira vista. Um sentimento avassalador, que nos fazem impulsivos e principalmente que nos fazem aceitar qualquer erro do outro sem ao menos um por cento de rejeição. Ser amado por alguém que te aceita por completo é muito atraente e tentador, lembra? - ela recita algumas palavras de quando conversamos anteriormente na Itália.- Lembro bem - sorrimos. Lembro também de como ela defendeu que existe amizade entre homens e mulheres sem interesses secundários. Gostaria de perguntar se ainda mantém a opinião depois de pagar com a própria língua. Tínhamos uma parceria de trabalho, que virou amizade e engatou em algo não rotulado. Só sei que não consigo olhar para Mariana sem ser tentado pelos seus belos lábios carnudos, e pouco tenho vontade de ser apenas seu amigo - enfim, qual
Não sei o que estou procurando ao entrar investigando cada canto da sala, talvez vestígios de que os dois tenham algo além da parceria de trabalho. Não encontro nada de estranho. Will devia estar dormindo no sofá, pelo travesseiro e cobertor jogados para escanteio e principalmente pelo equipamento em cima da mesinha de centro e fios bagunçados na poltrona. Os dois laptops se espremiam no pequeno espaço e antes que eu entrasse, o traste deveria estar tentando desatar o nó de fios em cima da poltrona. - Encontrou o que procurava? - viro-me para olhar Mariana que me observava de braços cruzados atrás da porta. Ainda com aquela bendita jaqueta.Seria propício perguntar se a jaqueta a fazia igual Beth Cooper ao amarrar o cabelo? Se seria seu truque para solucionar algum mistério? Não, acarretaria uma discussão pior, então me sobressaio.- Não - ainda não. Mas quando ela passa por mim, não me contenho ao seguir o rastro do seu perfume. Senti falta dele, o perfume de Carolina era doce de ca
A resposta veio como beijo. Sabia que ele não seria capaz de viver se me deixasse escapar outra vez, se renunciasse ao que tanto buscou a vida inteira, um lar pelo qual voltar todas as noites e uma família pela qual proteger com unhas e dentes. Um motivo e um recomeço.Seu beijo é lento e respeitoso, um beijo contendo amor calmo e sincero. Seus lábios desgrudam dos meus quando ouvimos uma risada de criança. Sou surpreendida quando Luigi sai correndo na direção da risada, não perco tempo em segui-lo.- Luigi, espera! - agradeço pela Sra. Lafaiete ter feito a parte da frente do vestido de noiva curto o suficiente para não atrapalhar enquanto corro atrás de Luigi. Entramos no corredor com vários provadores e paramos no final dele, na frente de uma porta entreaberta. Fito o que Luigi olhava lá dentro, uma mulher repreendia um menino loirinho pequeno que sorria alegremente, o repreendia por correr e fazer barulho no local.A mulher e muito menos o menino viu quando Luigi se virou, ofegava
Tive uma noite péssima, revirei na cama a madrugada toda e nem mesmo o trabalho acumulado do dia me mantiveram longe dos pensamentos em Luigi e seu possível vício. O que resultaram nas olheiras horrendas desta manhã.Agora à tarde, tinha uma camada grossa de corretivo abaixo dos olhos e um copo enorme de vitamina nas mãos. Desistir do almoço para ganhar tempo para a prova do vestido, levei em consideração os quilos que ganharia se aceitasse almoçar com os colegas de trabalho e usei o compromisso como desculpa. Mesmo o casamento sendo falso todos os preparativos eram verdadeiros, ou seja, se eu engordasse uma grama sequer... levaria uma bronca daquelas da Sra. Lafaiete. Mais uma vez. Digamos que enfiei os dois pés na jaca e as mãos também nessa última semana.Muito disputada entre noivas, Lafaiete Leblanc era uma estilista prestigiadíssima, seu trabalho era único e exclusivo. Poucas mulheres realizavam o sonho de ter um vestido exclusivo feito pelas mãos talentosas da francesa fresca.
Tinha certeza que minha discussão com Matteo aconteceria em breve, mas assim que sentamos á mesa previ que seria inadiável. Pela sua maneira de me olhar, parecia ter algo entalado na garganta, o que não me deixou desviar a atenção por mais que estivesse na presença de Carolina e Will na mesma mesa. Respondi com meu melhor olhar desafiador, normalmente não pagaria para ver, entretanto o julgamento explícito no rosto do loiro faz despertar uma Mariana implicante. Seria questões de segundos para alguma coisa depreciativa sobre as minhas escolhas sair da sua boca...- O seu cabelo... - começou ele.- O que tem o meu cabelo?- Está bonito.- Obrigada.- E a moto lá fora... - olha de relance para a saída, onde podia-se ver a bela Suzuki setecentos e cinquenta preta estacionada.- É minha - digo com orgulho, jamais deixaria Matteo ou qualquer outra pessoa saber que chorei duas horas no banho depois de me arrepender de comprá-la.- Tem carteira? - Tenho.- Você não sabia dirigir - o loiro c
- Oi sumido - brinco e tenho certeza que está fazendo aquela cara de surpresa engraçada, seus neurônios maquinandos respostas apropriadas para minha ligação inesperada. Matteo sempre me confundia com suas antigas aventuras, ele nunca conseguiu prever um passo meu em relação ao nosso... relacionamento? Não sei nem se chegamos nesse status. Apenas sei que gosto de ser imprevisível, de ser algo incerto na vida do meticuloso Matteo Donato - não precisa paralisar de medo, faz um mês desde quando nos "falamos".Brigamos, quero dizer. Não me conformei com sua ideia brilhante até ela dar resultados. Luigi tinha me procurado como Matteo preveu, Luigi foi para o Brasil atrás da Carolina, Luigi estava reagindo, mais pontos para ele. Mas não importava quantas vezes dissesse que esse plano não continha um interesse secundário por trás, no fundo Matteo sabia que eu estava certa. Ele poderia mentir para Carolina, para Luigi e para mim, entretanto não conseguiria mentir para si próprio.E esse tinha
- Mentira! - Matteo arregala os olhos e quase lhe repreendo pela expressão, a máscara facial em seu rosto se enruga levemente enquanto a minha permanece impassível.- Juro, ele estava tão preocupado que nem notou quando a chamou de mãe. Cassandra também não se pronunciou quanto a isso, talvez com medo de uma reação negativa de Luigi - digo, enfiando uma colher de brigadeiro na boca em seguida.- Tenho certeza que em alguns milésimos de segundos Luigi percebeu e fingiu que não, ou talvez tenha percebido somente depois quando chegou no hotel - o loiro do banheiro continua com seus achismos, tentando me enrolar e me fazer esquecer nosso trato inicial que constava em, eu dizer para onde e o que fizemos Luigi e eu após sair do evento para ele explicar o que havia acontecido dentro do salão nas horas em que Melissa, Italo e eu ficamos ausentes.- Agora, desenbucha - sou impaciente o suficiente para elevar a voz sem medo dos gêmeos acordarem. Lembrando dos meus anjinhos, olho rapidamente par
Estava errada e continuaria errando ao transar com Luigi como dois coelhos no cio. Porém o que me conforta é saber que estou fazendo bom uso do pecado. Aparentemente estamos usando o status de amante e devo admitir que estou gostando da coisa. Mesmo meu relacionamento com o loiro do banheiro sendo falso e mesmo odiando outrora quando Luigi me chamava de amante, tenho que dar o braço a torcer que no mínimo é excitante. Preciso ser cautelosa com essa coisa de fantasias, primeiro foi com Luigi no carro como meu chofer, agora está sendo Luigi como meu amante e quem sabe o que minha mente desparafusada possa inventar nos próximos dias. Já bastava toda a empresa saber minha vida pessoal depois que minha mãe gritou aos quatros ventos, estaria destruída se alguém descobrisse que virei amante. Principalmente do italiano abotoando o terno ao meu lado.- Seu noivo estará presente no hotel ainda esta noite? - Luigi me lança um olhar presunçoso e um sorriso descarado quando fecho a porta do carr
- O que pensa que está fazendo, sua vagabunda! - Russo retira do bolso interno do terno um revólver e o aponta para Cassandra. Os demais convidados se abaixam em proteção.Continuo escondido detrás da coluna, o que me favorece. Aponto para a arma na mão do maldito e atiro, a arma voa para longe e ele sacode a mão como se tivesse a queimado em algo. Apesar da minha enorme vontade de que a bala errasse a arma em sua mão e adentrasse seu crânio, Cassandra me mataria por não ter sua vingança completa como planejou.- Matteo, prossiga, por favor - Cassandra pede e saio do ponto cego ganhando um olhar fulminante de Russo. Vou em sua direção com a arma apontada para sua cabeça e o conduzo até uma cadeira recém colocada na frente do palco. A contragosto, senta-se e olha atento quando dois garçons trazem uma mesa de rodinha coberta por uma toalha marfim, deixando na lateral direita do palco. A loira se conduz até a mesa e retira a toalha, revelando diversos objetos que causariam certo dano e o