Voltei a conversar com Rebeca sobre seus planos para o futuro, para onde deseja viajar e se queria ter uma família... não que eu não queira ter uma família, muito pelo contrário. Eu quero sim ter uma família, mas com a garota que eu me casar que é a Bárbara.
— E você? — ela me pergunta, me tirando dos meus pensamentos. — O que pretende fazer no futuro?
Eu não sabia o que responder. Não podia dizer: "eu quero ser piloto de NASCAR" ou algo assim. Ela se sentiria mal, pois sua irmã, a Iara, me contou que o namorado dela, havia falecido em um acidente de carro.
— Então, eu gostaria de conhecer o Japão — respondi.
— Por que? — me questionou. — Por causa das corridas?
Eu a olhei espantado, mas desviei meu olhar.
— É brincadeira! — ela dá um tapinha nas minhas costas, e eu rio junto dela.
— Sabe, eu gosto de sua companhia — esclareci. Era verdade o que eu havia dito. Eu gostava da companhia dela. — Você é uma garota tão legal.
— Você também é bacana, Alexander.
— Aleh.
— O quê? — diz ela, se mostrando confusa.
— Me chama de Aleh, está bem? — pedi.
— Claro, sem problema — ela responde e sorri novamente para mim.
Eu não sei como explicar, mas estava começando a gostar realmente da companhia dela. Meus pais reprovariam minha amizade com ela. O Kleber não é flor que se cheire também, e eles não disseram nada sobre minha amizade com ele. Claro, eles não o conhecem. Mas se eles o conhecessem, com certeza iriam dizer: "É com essas amizades que você anda?". Isso seria constrangedor, sem sombra de dúvidas.
...
Eu estava sentado sobre a areia da praia, Rebeca estava dormindo em meu ombro. Olhei no relógio e noto que já se passavam das 23:30 da noite.
— Ei, Rebeca — eu a cutuquei.
— O que foi? Aleh? — ela me encara, ainda sonolenta. — O que houve?
— Você quer ir para casa? — questiono.
— Não sei se meus pais iriam permitir você ficar na casa deles. — ela comenta, e parecia pensativa. até que tomou sua decisão. — Então vamos para a minha.
— Sua? Você mora sozinha? — indaguei, um pouco surpreso com a novidade.
— Sim, ganhei do meu ex-namorado — ela responde. Decidi não comentar nada sobre o ex-namorado dela. deixá-la triste era a última coisa que eu queria.
— Certo... para que lado fica sua casa? — pergunto e ela se levanta. Mas logo cai novamente. Eu a sento na areia, e faço o mesmo. — Você não está em boas condições.
— Eu sei — ela assente, sorrindo para mim. A bebida parecia ainda fazer efeito. — Minha irmã pode nos guiar.
— Ela sabe onde fica sua casa? — Ao fazer essa pergunta, recebo dela um olhar de reprovação. — Está bem — levanto as mãos em sinal de rendimento. — Não está mais aqui quem falou.
Ela deu uma risadinha, e pude notar que aquele riso era natural.
— Minha irmã pode ser seu guia — ela diz. — E quero também seu número de telefone.
Eu a olhei com um questionamento.
— Não entendi — afirmei.
— Para o caso de você decidir sair na manhã seguinte sem se despedir. — ela me explica.
— Ah, sim.
— Você vai passar — ela me dá um leve beijo — a noite em minha casa.
— E sua irmã? — questionei.
— O quê tem ela? — eu podia sentir que havia uma pontada de ciúme em sua voz.
— Ela ficará na mesma casa que nós? — questionei ela. Não quis ser grosseiro.
— Ela tem um quarto próprio lá também — ela conta.
— Ok.
Me levanto da areia e a ajudo a fazer o mesmo. Ela cambaleia um pouco, mas eu a seguro, e ela dá um sorriso.
Ela olha diretamente em meus olhos e eu observo aqueles lindos olhos verdes.
— Você quer ir agora? — indaguei, querendo sair daquela festa.
— Acho melhor — ela concorda, como se tivesse pensado o mesmo que eu.
Rebeca chama sua irmã, avisando que já estávamos indo embora.
— O quê? Mas já? — Iara indaga, mostrando estar desapontada, mas parecia não querer voltar para casa agora.
— Iara, sua irmã não está muito bem. — avisei, tentando ajudar.
— Ela só não pode dirigir — reclama ela, revirando os olhos. — Mas ela pode te guiar até a casa dela.
— Certo. Você consegue me guiar, Rebeca? — pergunto, olhando para ela.
— Consigo... acho que consigo — ela afirma com a cabeça, mas parecia estar um pouco confusa.
— Está certo. — vou até meu carro e abro a porta do passageiro para ela poder entrar. — Iara! — ela me encontra mim distante, perto do meu carro. — Divirta-se... mas com juízo.
Ela dá um sorriso e mostra o dedo do meio para mim, e eu rio também.
— Vamos nessa, então?
— Sim — Rebeca afirma, seus olhos fixos em mim.
Dou a partida no motor e dou a ré com o carro, enquanto olho para trás. Após me certificar da nossa segurança, decido perguntar para ela aonde iríamos.
— Vamos para esse lado — ela aponta para o lado direito dela. — Segue essa pista.
— Ok — falei e segui o que dizia.
...
Chegamos em sua casa e já eram 00:35. Eu não corri por medo dela começar a desgostar de mim. Rebeca era uma garota incrível, e não quero que ela me odeie. Pelo contrário. Quero me aproximar dela, para fazê-la superar esse trauma que ela pegou, de namorar um corredor por medo dele se acidentar.
— Não ligue — ela pede enquanto destrancava a porta. — É uma casa bem simples.
— Com certeza é mais simples que a casa onde moro — respondi, admirado com a casa.
Nós adentramos à residência dela, e ela liga a luz. Sua casa era bem arrumada, sua mesa bem ajeitada.
Rebeca fecha a porta e me pergunta se eu quero me sentar. Eu me sento e ela me entrega um copo com água.
— Então, você vai voltar para a casa de seus pais? — ela me questiona, e parecia esperar uma resposta imediatamente.
— Não sei — respondi. — Está um pouco tarde para eu voltar para casa. Eu posso...
— Claro — ela responde antes que eu terminasse a frase. — Preciso mesmo de companhia aqui.
— E a sua irmã? — indago.
— Ela é companheira — Rebeca se senta em meu colo, de frente para mim. — Mas preciso de outro tipo de companhia.
Suas mãos tocam meu rosto, e eu encaro ela diretamente nos olhos. Passo a língua pelos lábios e ela começa a aproximar seus lábios dos meus, quando a porta se abre.
— Acho que o quarto seria o lugar ideal para vocês dois, não é mesmo? — sugeriu Iara, guardando as chaves do carro de sua irmã no gancho atrás da porta.
— Desculpa. — Rebeca olha para sua irmã. Ela estava levemente corada. — Eu vou me deitar. Até depois.
Eu me levanto e pergunto se posso colocar as chaves de meu carro no gancho também. Ela balança os ombros, mas permite.
— Então — eu digo — aonde eu vou dormir?
— Não sei — ela responde, tirando sua jaqueta e dobrando ela. — Fala com a Becca. Ela é a dona da casa.
— Mas será que ela não está dormindo, já? — me pergunto, me levantando do sofá.
— Vai ver lá — ela diz enquanto ia na direção do banheiro com sua escova de dentes em mãos.
Fui até o quarto de Rebeca e bati na porta. Estava entreaberta, então eu abri devagarinho. Ela parecia estar dormindo, então decidi não atrapalhar seu sono.
Fui até seu guarda-roupa e abri uma das portas e por sorte, encontro duas cobertas. Pego uma delas e a cubro. Ela abre os olhos e me encara.
— Ah... desculpa se te acordei — falei meio sem jeito.
— Não tem nada — ela responde. Pude perceber que em sua voz, tinha uma entonação triste.
— Eu vou dormir lá no...
— Dorme comigo? — ela pede e eu pisco várias vezes.
— O quê?
Eu não conseguia acreditar no que havia escutado.
— Depois que... — ela se interrompe.
— O que houve? — percebo que ela estava um pouco infeliz com algo, e já imaginava o que poderia ser.
— Só... durma comigo — ele pede novamente.
— Não vou atrapalhar? — ela nega com a cabeça.
— Não — ela afirma. — Mas tire a camiseta... por favor.
Não sabia se tirava a camiseta ou não. Guardei a coberta que havia pego, retirei a camiseta e lentamente, me deito ao lado de Rebeca. Fico de costas para ela, até ouvi-la pedir:
— Me abraça? Por favor — ela pede.
Eu me viro para ela e a envolvo em meus braços. Ela aconchega sua cabeça em meu peito e me abraça também.
— Boa noite, Aleh!
— Boa noite, Becca!
Durante a noite de sono, sonhei que corria em várias pistas e que ganhava de alguns e perdia para outros. Eram vários locais, mas um deles eu consegui identificar como sendo o Monte Haruna, localizado em Gunma, Japão.Eu corria com meu Camaro contra um rapaz da região chamado Yamoshi Matsuda, e seu Mazda RX-4 Coupe....Abro os olhos e vejo Rebeca com meu celular ao ouvido. Minha visão ainda está turva, mas logo fica normal.— Sua mãe quer falar com você — ela me passa o telefone.— Oi mãe...
Chegamos na praia era umas duas e quinze da tarde. Encontramos o Plymouth Barracuda do Hector e nos juntamos a ele.Hector não estava por ali, até vermos conversando com uma garota que eu logo reconheci.— Bárbara! Como você está? — eu a cumprimento com um beijo no rosto.
Cheguei em casa e bati na porta. Meus pais ainda não haviam saído, então pedi para ficar com as chaves da casa.Eles estranharam a minha chegada em casa, sendo que eu havia dito que ficaria na casa de Rebeca. Mas tive que inventar algo e rápido.— Ela teve um compromisso de última hora — menti. Não queria que os dois se preocupados comigo. — Parece que os pais del
Já em casa guardo meu carro na garagem e a fecho. Entro e subo para meu quarto, e me deito em minha cama.Fico pensando em Rebeca por um tempo, pensando no vacilo que eu dei com ela. Ela não merecia aquilo, e eu a machuquei, mesmo que sem ter a intenção. Até que meu celular toca, me tirando dos meus pensamentos.Atendo a ligação.
Durante a noite, tive sonhos curtos, mas que mudavam de vez em quando. Isso era uma loucura.Sonhei com Rebeca, que ela estava deitada comigo. Ela parecia estar feliz, olhava diretamente em meus olhos. Depois o sonho mudava e eu me via dirigindo sozinho, escutando algumas músicas aleatórias. Mas aquilo não parecia algo desagradável, pois eu sempre escuto músicas aleatórias quando estou dirigindo. Outra vez o sonho muda e eu me vejo correndo no Japão — novamente — contra um corredor de um Impreza. Ele parecia ser intimidador, como se fizesse parte da Yaku
Após decidirmos qual de nós ficaria com a responsabilidade de criar o evento, nossa imaginação começou a rolar. Ficamos animados e ansiosos, esperando que o momento chegasse logo. Não ficávamos assim desde quando ganhamos nossa medalha de "melhor redação" no Campeonato de Língua Portuguesa no 2° ano do ensino médio.— Beleza! — exclamei, esfregando as mãos.
Chegamos em minha casa era uma 19:15 da noite. A lua já estava no alto iluminando as copas das árvores que ficavam do outro lado da rua. Era uma bela paisagem.Guardei o carro enquanto Hector me esperava em casa.Enquanto eu fechava a garagem, escutei o ronco de um motor que me parecia bem familiar. Olhei na direção do barulho, mas não era quem eu pensei que fosse. A decepçã
Quando chegamos na escola, estaciono e Hector desce primeiro. Estava segurando nossas mochilas em ambas as mãos.Desço do carro logo em seguida, e vou a caminho da entrada da escola. Entramos no pátio, e Bárbara logo nos encontra e nos cumprimenta.— Pensei que você começaria a faltar — digo a ela.
Meu pai vai até a cozinha e pega a chave do carro em um gancho que ali tinha na parede. Minha mãe o questiona, querendo saber, o motivo dele ter pego a chave.Ele responde que era para me "ensinar uma lição", mas não entrou em detalhes. Ela apenas balança a cabeça em sinal de entendimento.Qu
Eu estava tão nervoso que não consegui me mexer direito, e nem sair do lugar. Hector me empurrou e eu caminhei devagar até a porta, coloquei a mão na maçaneta e a girei.— Que demora, meu filho! — diz minha mãe, me dando um abraço.— Oi… mãe — retribui o
Durante a noite de sono, tive um sonho realmente estranho. Sonho que corria e que sem entender o motivo, eu sofria um acidente, em um autódromo que eu desconhecia.O sonho era tão real, que parecia ser mais realista que o anterior que eu tive na casa de Becca.Becca! Ela também estava no sonho, e parecia... triste.
Não demorou muito, e 45 minutos depois já havíamos chegado ao restaurante. Desci do carro e abri a porta do passageiro para que Maria pudesse descer.Seguro em sua mão — mesmo indo contra minha vontade — e ela sorri.— Nunca pensei que você fosse tão cavalheiro — ela diz, admirada com minha atitude.
Ao chegar em casa, deixo o carro estacionado e entro. Hector vem logo atrás, carregando nossas mochilas.Ele entrega minha mochila e logo subo para o quarto com ela em mãos. Penduro ela na cabeceira de minha cama e aproveito para me trocar.— Alex, você... Ops! Foi mal. — ele diz, fechando a porta.
Quando chegamos na escola, estaciono e Hector desce primeiro. Estava segurando nossas mochilas em ambas as mãos.Desço do carro logo em seguida, e vou a caminho da entrada da escola. Entramos no pátio, e Bárbara logo nos encontra e nos cumprimenta.— Pensei que você começaria a faltar — digo a ela.
Chegamos em minha casa era uma 19:15 da noite. A lua já estava no alto iluminando as copas das árvores que ficavam do outro lado da rua. Era uma bela paisagem.Guardei o carro enquanto Hector me esperava em casa.Enquanto eu fechava a garagem, escutei o ronco de um motor que me parecia bem familiar. Olhei na direção do barulho, mas não era quem eu pensei que fosse. A decepçã
Após decidirmos qual de nós ficaria com a responsabilidade de criar o evento, nossa imaginação começou a rolar. Ficamos animados e ansiosos, esperando que o momento chegasse logo. Não ficávamos assim desde quando ganhamos nossa medalha de "melhor redação" no Campeonato de Língua Portuguesa no 2° ano do ensino médio.— Beleza! — exclamei, esfregando as mãos.
Durante a noite, tive sonhos curtos, mas que mudavam de vez em quando. Isso era uma loucura.Sonhei com Rebeca, que ela estava deitada comigo. Ela parecia estar feliz, olhava diretamente em meus olhos. Depois o sonho mudava e eu me via dirigindo sozinho, escutando algumas músicas aleatórias. Mas aquilo não parecia algo desagradável, pois eu sempre escuto músicas aleatórias quando estou dirigindo. Outra vez o sonho muda e eu me vejo correndo no Japão — novamente — contra um corredor de um Impreza. Ele parecia ser intimidador, como se fizesse parte da Yaku