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Capítulo 5

Aвтор: Tatiane Pereira
— Selene. — Valentim começou, com um tom grave. — Eu não vou me meter na sua maquiagem, por enquanto.

Ele a observou com atenção e continuou:

— Mas jogar comida na cabeça do Evaristo durante o almoço, isso é o que você chama de boa educação?

— Pai, você tem que puni-la! — Evaristo exclamou entre os dentes, furioso.

Selene soltou uma risada leve:

— Pai, você só ouviu o Evaristo dizer que joguei comida na cabeça dele, mas por que não pergunta o que ele fez antes disso?

Valentim, surpreso por um momento, fechou o semblante e perguntou:

— O que Evaristo fez?

— Pai! — Evaristo se virou imediatamente, exaltado. — Eu só estava servindo comida para a Anabela, e a Selene ficou louca de ciúmes. Ela é extremamente ciumenta!

Ele realmente não entendia por que Selene tinha perdido o controle, mas, depois de pensar a tarde toda, concluiu que só podia ser ciúmes de Anabela. Para ele, Selene não podia ser uma pessoa tão mesquinha assim!

— Você só estava servindo comida para a Anabela? — Selene olhou diretamente para Evaristo, com um sorriso frio. — E o fato de você ter ficado girando o prato sem parar, me impedindo de comer direito? Isso você não vai mencionar?

— Isso é mentira! — Evaristo rebateu imediatamente, apontando para Selene enquanto dizia a Valentim. — Pai, não acredite nela!

— Pai, o Álvaro estava no almoço. Pergunte a ele, e você saberá. — Selene respondeu com tranquilidade.

Valentim chamou Álvaro sem hesitar.

— Álvaro, o que aconteceu na mesa do almoço? O Evaristo fez algo inadequado?

Álvaro lançou um olhar silencioso para Evaristo e depois para Selene. Durante toda a tarde no escritório, uma frase dela ecoava em sua mente:

"Álvaro, sua hipocrisia me dá nojo..."

Ele não entendia por que essas palavras o tinham afetado tanto. Ele não reconhecia Selene como sua irmã de verdade, mas o desprezo e a frieza nos olhos dela o feriram profundamente.

Será que, para ela, ele era realmente tão hipócrita? Incapaz de distinguir o certo do errado?

Como o filho mais velho dessa família, ele sempre tentou ser justo com os irmãos. Mas, desde que Selene voltou, ele começou a se incomodar com a maneira como sua presença deixava Anabela desconfortável. Ver Anabela cada vez mais magoada e triste o fazia inconscientemente culpar Selene.

Por isso, sempre que via Evaristo provocando Selene, ele preferia ignorar.

— Por que está calado? — Valentim perguntou, intrigado, olhando para Álvaro.

Álvaro despertou de seus pensamentos e, sem muita escolha, respondeu:

— Evaristo realmente provocou Selene durante o almoço.

Assim que essas palavras foram ditas, Evaristo arregalou os olhos, incrédulo, encarando Álvaro:

— Álvaro?

"O que está acontecendo?"

— Pai, eu tenho trabalho para resolver. Vou sair. — Álvaro desviou o olhar, fingindo não notar o choque de Evaristo.

— Pode ir.

A porta do escritório se abriu e fechou novamente. Evaristo imediatamente protestou, indignado:

— Pai, foi porque Selene desrespeitou Teodoro primeiro que eu agi daquele jeito! Selene está com ciúmes da Anabela, isso é óbvio.

Desde que Selene voltou, ele percebeu que ela era invejosa e cheia de artimanhas.

Ela sempre fazia papel de boazinha na frente deles, tudo para conquistá-los e tirar Anabela de cena. Mas ele não permitiria que isso acontecesse!

Selene riu levemente e, sem pressa, respondeu:

— Sim, é claro que estou com ciúmes da Anabela. Afinal, ela é a princesinha mimada de vocês.

— Selene, pare com esse tom sarcástico. — Maristela interveio, incomodada com as palavras dela. — Nós não anunciamos que você é filha biológica da família Oliveira para não colocar Anabela em uma posição desconfortável.

— Ela está desconfortável? — Selene curvou os lábios em um sorriso frio. — E eu? Eu não estou? Ou será que o meu desconforto não importa para vocês?

Na sua vida passada, Selene não ligava para o título de filha legítima. Se a família Oliveira quisesse escondê-la, ela não se importava. Apenas estar de volta com seu pai, mãe e irmãos já a deixava feliz.

De verdade.

Mas agora...

Por que deveria abrir mão do que era seu?

Ela não iria mais ceder.

Nada mais seria cedido.

Se Anabela queria algo, então que lutasse por isso. Selene estava disposta a enfrentar tudo. Vamos ver quem venceria: Anabela, que não tinha o sangue da família Oliveira, ou ela, a filha biológica legítima.

— Anabela. — Selene subitamente olhou para ela, que estava parada em um canto.

Sua voz, já naturalmente fria, se tornou ainda mais sombria:

— Você é uma impostora.

Anabela ficou perplexa.

Ela olhou para Selene, que agora a apontava com o dedo, completamente atônita, enquanto suas mãos se fechavam involuntariamente.

O que Selene estava fazendo? Queria tomar tudo que era dela?

Não, isso não podia acontecer.

Ela não podia deixar Selene tirar tudo dela.

Os olhos de Anabela ficaram vermelhos na hora, e lágrimas começaram a se acumular.

Evaristo, ao ver Anabela sendo tratada assim, perdeu a cabeça instantaneamente:

— Selene, que besteira você está dizendo? Anabela não é uma impostora, ela é minha irmã!

"Que raiva! Selene estava intimidando Anabela de forma tão cruel."

Evaristo, cheio de preocupação, começou a enxugar as lágrimas de Anabela:

— Anabela, não chore. O que ela diz não significa nada. Na família Oliveira, você é a única filha. Selene não é ninguém.

Teodoro também olhou para Anabela com carinho e a confortou:

— Isso mesmo, Anabela. Não dê ouvidos às bobagens da Selene.

Selene permaneceu indiferente, observando friamente a cena de união entre os três.

— Por que vocês agem assim? Claramente ela não é filha biológica do papai, mas ainda insiste em ocupar o lugar de filha da família Oliveira. É porque você se acostumou com a vida de luxo e não quer voltar para as montanhas? Roubar o que é meu, o que significa isso? Se gosta tanto de ser uma dama da nobreza, por que não nasceu na família certa? Por que teve que roubar o lugar de outra pessoa? — Selene continuou implacável. — Que vergonha!

Anabela começou a chorar ainda mais, soluçando e sem conseguir respirar direito:

— Eu... eu não... eu só não quero deixar o papai e a mamãe.

Evaristo mal conseguia enxugar as lágrimas de Anabela, enquanto se virava para encarar Selene com raiva:

— Cale a boca!

— Vocês trocaram as coisas de propósito e ainda querem que ninguém diga nada? — Selene zombou, com o canto da boca torcido. — Fiz tanto esforço para sair das montanhas, e não foi para ser filha de empregada. Eu sou a filha legítima, certo? Se não, por que teria vindo até aqui? Se vocês não querem que eu seja a filha da família, tudo bem, eu vou embora. Vou embora, está bem assim?

Selene se virou imediatamente, como se não tivesse o menor apego àquela casa.

Valentim arregalou os olhos por um instante e, ao se dar conta, gritou na direção dela:

— Volte aqui agora!

Selene não podia ir embora.

Valentim sempre valorizou muito a questão do sangue.

Anabela era adorável, mas, no fim das contas, o sangue que corria em suas veias era de outro homem e outra mulher. Ela jamais poderia carregar o legado de sua linhagem.

E a única garota que herdava seu sangue era Selene.

Por isso, quando ele descobriu que o bebê havia sido trocado anos atrás, não hesitou em trazer Selene de volta imediatamente.

Selene, com uma das pernas já cruzando a porta, ouviu as palavras de Valentim e um leve sorriso frio passou por seus olhos.

Naquele momento, muitas coisas ainda não tinham acontecido, e Valentim ainda não estava tão decepcionado com ela como estaria quatro anos depois. Enquanto ele visse alguma possibilidade de ela ser útil, nunca permitiria que ela voltasse para as montanhas.

Ela se virou, com um olhar de ingenuidade e surpresa, e perguntou animada:

— Papai, vocês vão me devolver minha identidade?

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