No entanto, Olavo ainda estava convencido de que eu estava fingindo a morte para fugir.Para confirmar sua suspeita, ele procurou pelas gravações da câmera de segurança da piscina.No vídeo, era possível ver claramente eu sendo jogada na água, começando a me debater até que tudo ficasse silencioso.Mas Olavo ainda não acreditava. Ele socou a tela do computador, quase quebrando-a.Com raiva, ele apontou para a imagem na tela e falou:— Impossível, impossível! Esse vídeo tá cortado, é tudo manipulado! A Tereza fez isso pra escapar, foi ela! Aquela v*dia!Dizendo isso, Olavo pegou o computador e o jogou com tudo no chão, quebrando-o em pedaços. Mas, ainda não satisfeito, pegou um travesseiro e o atirou com força contra o chão.Quando finalmente se acalmou, olhou para Helena, que parecia assustada, e começou imediatamente a consolá-la com um tom mais suave:— Leninha,não fica com medo, eu não tô bravo com você, só tô irritado com ela... Ela não tem responsabilidade nenhuma, me enganou e ai
Apenas me disse:— Você morreu, mas o que vai mudar? Mesmo morrendo, não vai chegar nem perto da Leninha. E seus pais já morreram. Se você morrer também, vai se juntar a eles, deveria me agradecer!Eu lutei, tentei resistir, mas ele foi ficando cada vez mais agressivo, e o ódio em seus olhos só aumentava.— Você empurrou a Leninha, então é melhor se desculpar com ela.Como eu não estava colaborando, ele apertou meu pulso com força e o quebrou. Depois, deu um chute na minha barriga e me jogou na piscina.— Vai morrer, sua v*dia!Nos momentos antes da minha morte, o que eu pensava?Na verdade, não lembro direito, mas deve ter sido algo como...Arrependida de ter escolhido Olavo, arrependida de achar que eu poderia aquecer o coração dele.Mas ele estava certo em uma coisa: eu realmente morri e deveria estar com meus pais agora.Mas... onde eles estavam?Nos dias seguintes, Olavo não fez nenhuma tentativa de procurar por informações sobre mim.Pelo contrário, ele estava todo ocupado com o
Os fogos caíram, caíram nas arquibancadas, mas nenhum deles caiu sobre mim.Lá embaixo, observava Olavo no palco, com o rosto todo cheio de ternura, abraçando Helena e a acompanhando com cuidado até o carro.O carro ligou, ainda abraçando ela, ele disse com um sorriso emocionado:— Leninha, obrigado por sempre estar ao meu lado.Helena sorriu orgulhosa, retribuiu o abraço e deu um beijo na orelha dele.Quando percebeu as orelhas de Olavo ficarem vermelhas, ela sussurrou suavemente no ouvido dele:— Você não sabe, maninho... quero ficar ao seu lado, sempre.Depois do show, foi só muito tempo depois que Olavo lembrou de procurar por mim.Ele colocou um grande dinheiro nisso, dizendo para todos na empresa que, quem encontrasse alguma pista sobre mim, seria recompensado com dinheiro.E quem me trouxesse de volta, ganharia um apartamento no centro da cidade.Vendo aquela cena, não pude deixar de rir. Será que ele acha que vou aparecer assim, atrás dele?No final, com um suspiro de frustraçã
Ela rapidamente se levantou dos braços de Olavo e pegou a roupa que estava ao lado, se enrolando nela.Só então, Olavo pareceu perceber o que estava acontecendo. Levantou-se rapidamente, tentando ajeitar a própria roupa, mas logo percebeu que o policial ignorava para ele, indo direto em direção à escada que levava para o subsolo e a piscina.Deve ter se lembrado de mim, e ficou meio nervoso. Foi até o policial e o parou, dizendo:— Mesmo sendo policial, invadir propriedade privada é crime. De qual delegacia você é? Vou registrar uma queixa contra você.No entanto, o policial, olhou para ele com desprezo e, finalmente, o chefe da operação entrou.Ele olhou para Olavo com uma expressão fria e disse:— Você é Olavo Lima, né? Sou o policial Davi Ferreira, pode me chamar de Davi. Recebemos uma denúncia dizendo que você matou sua esposa, Tereza Pereira, de forma brutal, e que o corpo dela ainda tá na piscina do subsolo da sua casa. Viemos conferir.Quando Olavo ouviu isso, parecia que ia des
Chegando na delegacia, eu queria muito seguir junto e entrar com eles. Mas, por mais que tentasse, não conseguia passar pela porta. Fiquei tentando várias vezes, mas todas as tentativas foram em vão.Acabei ficando por ali, flutuando na frente da delegacia, na esperança de conseguir alguma informação útil.Só que as informações eram muito fragmentadas. Eu consegui perceber que Olavo já havia se declarado culpado e que ele iria para a cadeia. Só não sabia por quanto tempo.Helena também não estava isenta, a polícia investigou os impostos dela e descobriu que ela havia sonegado uma boa quantia.Ela também ia para a prisão.Fiquei ali, flutuando em frente à delegacia, sem saber por quanto tempo fiquei. Até que, finalmente, chegou o dia do julgamento. Eu segui os carros de polícia até o tribunal.Lá, Olavo e Helena já não tinham aquele ar de poder que tinham antes. Agora, estavam sentados no carro de polícia, com o olhar abatido, observando o mundo lá fora.Quando chegamos no tribunal, pe
Era 11 horas da manhã quando Olavo Lima olhou para a mesa com uma expressão de desagrado.— Aquela mulher não apareceu pra trazer a comida hoje? Normalmente, ela chega antes do almoço. Será que, depois de tudo isso, ela acha que pode relaxar? Quem deu coragem pra ela fazer isso?O secretário, que estava colocando os utensílios na mesa, parou de repente e respondeu com um olhar nervoso:— Sr. Olavo, a Srta. Tereza... ela... ela ainda está na piscina, não foi solta.Olavo, que estava prestes a se sentar, congelou por um segundo, e um traço de surpresa cruzou seus olhos.Mas ele rapidamente disfarçou e falou com um tom indiferente:— Deixa pra lá, deixar ela mais uns dias, não vai mudar nada.O secretário olhou para ele com um ar hesitante, falou finalmente:— Mas... Sr. Olavo, o local onde a Srta. Tereza tá sendo mantida... já tá começando a ficar com um cheiro muito forte. Pode ser que...Ele fez uma pausa e perguntou:— Você quer ir ver?Olavo continuou a mexer na comida, sem nem olhar
Então, mesmo que fosse apenas uma alma, ainda assim fiquei sem ar, assustada com a cena à minha frente.Era como se, na próxima segunda, eu fosse voltar para aquele espaço sufocante e sem saída.Do outro lado, Olavo estava acalmando Helena:— Não fica assustada, come mais um pouco... você já tá magrinha demais.Ele falava suavemente, segurando a cintura dela num gesto de conforto:— Sei que foi difícil pra você, dá pra ver. Mas em comparação, o que ela sofreu nem chega perto. Pode ficar tranquila, se ela ousou te tratar assim, vou fazer ela pagar por isso.Eu estava ali, bem atrás dele, com o coração despedaçado.Queria chorar, mas as lágrimas não vinham.Fiquei presa na piscina, sofrendo como nunca.Mas, nos olhos dele, o sofrimento que Helena passou ao engolir algumas gotas de água parecia muito mais importante.Mas eu... eu não sabia nadar. Queria sair, tentei abrir a tampa acima da minha cabeça, mas não consegui.Nos últimos segundos da minha vida, eu ainda estava rezando. Rezando
Olavo atendeu o telefone, interrompendo a reunião imediatamente.Correu para casa e, ao encontrar Helena quase se afogando na piscina, começou a gritar desesperado:— Leninha! Não me deixe, não posso viver sem você...Eu estava lá em cima, observando a cena e só consegui achar tudo muito ridículo.Helena nem sequer sabe nadar? Por que todo esse drama? Parecia até que ela estava prestes a morrer.Mas só quando Olavo puxou meus cabelos e me empurrou na piscina, foi que percebi: eles realmente eram loucos um pelo outro.— Como você pôde ser tão cruel? Jogar a Helena na piscina! Você sabe o que poderia ter acontecido? Quase a perdi, quase morri por dentro. Quase nunca mais a veria!— Tereza, você é uma mulher maldosa. Quero que saiba: não tem nenhum direito de fazer o que quiser aqui!— O que Helena passou, você vai pagar em dobro! Se não se arrepender de uma vez, nunca mais sairá dessa piscina!As críticas dele me chegaram como uma onda.Até hoje ele ainda achava que tudo aquilo era culpa
Chegando na delegacia, eu queria muito seguir junto e entrar com eles. Mas, por mais que tentasse, não conseguia passar pela porta. Fiquei tentando várias vezes, mas todas as tentativas foram em vão.Acabei ficando por ali, flutuando na frente da delegacia, na esperança de conseguir alguma informação útil.Só que as informações eram muito fragmentadas. Eu consegui perceber que Olavo já havia se declarado culpado e que ele iria para a cadeia. Só não sabia por quanto tempo.Helena também não estava isenta, a polícia investigou os impostos dela e descobriu que ela havia sonegado uma boa quantia.Ela também ia para a prisão.Fiquei ali, flutuando em frente à delegacia, sem saber por quanto tempo fiquei. Até que, finalmente, chegou o dia do julgamento. Eu segui os carros de polícia até o tribunal.Lá, Olavo e Helena já não tinham aquele ar de poder que tinham antes. Agora, estavam sentados no carro de polícia, com o olhar abatido, observando o mundo lá fora.Quando chegamos no tribunal, pe
Ela rapidamente se levantou dos braços de Olavo e pegou a roupa que estava ao lado, se enrolando nela.Só então, Olavo pareceu perceber o que estava acontecendo. Levantou-se rapidamente, tentando ajeitar a própria roupa, mas logo percebeu que o policial ignorava para ele, indo direto em direção à escada que levava para o subsolo e a piscina.Deve ter se lembrado de mim, e ficou meio nervoso. Foi até o policial e o parou, dizendo:— Mesmo sendo policial, invadir propriedade privada é crime. De qual delegacia você é? Vou registrar uma queixa contra você.No entanto, o policial, olhou para ele com desprezo e, finalmente, o chefe da operação entrou.Ele olhou para Olavo com uma expressão fria e disse:— Você é Olavo Lima, né? Sou o policial Davi Ferreira, pode me chamar de Davi. Recebemos uma denúncia dizendo que você matou sua esposa, Tereza Pereira, de forma brutal, e que o corpo dela ainda tá na piscina do subsolo da sua casa. Viemos conferir.Quando Olavo ouviu isso, parecia que ia des
Os fogos caíram, caíram nas arquibancadas, mas nenhum deles caiu sobre mim.Lá embaixo, observava Olavo no palco, com o rosto todo cheio de ternura, abraçando Helena e a acompanhando com cuidado até o carro.O carro ligou, ainda abraçando ela, ele disse com um sorriso emocionado:— Leninha, obrigado por sempre estar ao meu lado.Helena sorriu orgulhosa, retribuiu o abraço e deu um beijo na orelha dele.Quando percebeu as orelhas de Olavo ficarem vermelhas, ela sussurrou suavemente no ouvido dele:— Você não sabe, maninho... quero ficar ao seu lado, sempre.Depois do show, foi só muito tempo depois que Olavo lembrou de procurar por mim.Ele colocou um grande dinheiro nisso, dizendo para todos na empresa que, quem encontrasse alguma pista sobre mim, seria recompensado com dinheiro.E quem me trouxesse de volta, ganharia um apartamento no centro da cidade.Vendo aquela cena, não pude deixar de rir. Será que ele acha que vou aparecer assim, atrás dele?No final, com um suspiro de frustraçã
Apenas me disse:— Você morreu, mas o que vai mudar? Mesmo morrendo, não vai chegar nem perto da Leninha. E seus pais já morreram. Se você morrer também, vai se juntar a eles, deveria me agradecer!Eu lutei, tentei resistir, mas ele foi ficando cada vez mais agressivo, e o ódio em seus olhos só aumentava.— Você empurrou a Leninha, então é melhor se desculpar com ela.Como eu não estava colaborando, ele apertou meu pulso com força e o quebrou. Depois, deu um chute na minha barriga e me jogou na piscina.— Vai morrer, sua v*dia!Nos momentos antes da minha morte, o que eu pensava?Na verdade, não lembro direito, mas deve ter sido algo como...Arrependida de ter escolhido Olavo, arrependida de achar que eu poderia aquecer o coração dele.Mas ele estava certo em uma coisa: eu realmente morri e deveria estar com meus pais agora.Mas... onde eles estavam?Nos dias seguintes, Olavo não fez nenhuma tentativa de procurar por informações sobre mim.Pelo contrário, ele estava todo ocupado com o
No entanto, Olavo ainda estava convencido de que eu estava fingindo a morte para fugir.Para confirmar sua suspeita, ele procurou pelas gravações da câmera de segurança da piscina.No vídeo, era possível ver claramente eu sendo jogada na água, começando a me debater até que tudo ficasse silencioso.Mas Olavo ainda não acreditava. Ele socou a tela do computador, quase quebrando-a.Com raiva, ele apontou para a imagem na tela e falou:— Impossível, impossível! Esse vídeo tá cortado, é tudo manipulado! A Tereza fez isso pra escapar, foi ela! Aquela v*dia!Dizendo isso, Olavo pegou o computador e o jogou com tudo no chão, quebrando-o em pedaços. Mas, ainda não satisfeito, pegou um travesseiro e o atirou com força contra o chão.Quando finalmente se acalmou, olhou para Helena, que parecia assustada, e começou imediatamente a consolá-la com um tom mais suave:— Leninha,não fica com medo, eu não tô bravo com você, só tô irritado com ela... Ela não tem responsabilidade nenhuma, me enganou e ai
Demorou um pouco até ele parecer ter lembrado de algo.Ele deu um chute forte no tampo que estava ao lado e, com raiva, gritou para o secretário que estava quase vomitando em um balde.— Foi você, não?! Foi você quem colocou essa falsa aqui, querendo ajudar a Tereza a fugir, né?!O secretário, já quase morrendo de tanto vomitar, não teve escolha a não ser responder:— Não, Sr. Olavo, eu juro que não tem nada a ver comigo... isso, ugh... deve ser a Sra. Tereza.Até sua fala tinha um tom de incredulidade:— Mentira! Deve ser que a Tereza não quer assumir os erros dela e colocou essa falsa aqui.— Eu sabia! Sabia que essa mulher não ia admitir o que fez! Esperem... vou encontrar ela. Vou fazer com que ela se desculpe pessoalmente com a Leninha.Eu só dei uma risada interna e girei ao redor dele, deixando minha voz ecoar e disse:— Olavo, tô aqui na sua frente, não tá vendo? Não viu? O corpo tá podre, inchado, virando um monstro... E você ainda quer que eu peça desculpas pra Helena? Tá de
Embora meu casamento com Olavo tenha sido por interesse comercial, me apaixonei por ele à primeira vista.Não foi por nada além do fato de que nós já tínhamos nos encontrado uma vez no colégio.Naquela época, acabei de me transferir para uma escola pública de prestígio na cidade, e logo me tornei vítima de bullying.Mesmo lutando com todas as minhas forças, eu não consegui resistir, era como se estivesse lutando contra todo mundo.Mas, quando eu já estava praticamente sem esperanças, ele apareceu.Foi ele que me salvou.Por isso, quando soube que ele seria meu futuro marido, fiquei tão feliz que passei a noite toda sem conseguir dormir.Mas o que eu não sabia era que ele se casou comigo apenas porque a empresa da família dele estava quebrando, e ele precisava do apoio financeiro da minha família.E, no fundo, ele me ajudou devido à Helena, a verdadeira causadora do bullying. Ele tinha medo de que ela fosse denunciada.Durante todos esses anos de casamento, me dediquei de corpo e alma.
Olavo atendeu o telefone, interrompendo a reunião imediatamente.Correu para casa e, ao encontrar Helena quase se afogando na piscina, começou a gritar desesperado:— Leninha! Não me deixe, não posso viver sem você...Eu estava lá em cima, observando a cena e só consegui achar tudo muito ridículo.Helena nem sequer sabe nadar? Por que todo esse drama? Parecia até que ela estava prestes a morrer.Mas só quando Olavo puxou meus cabelos e me empurrou na piscina, foi que percebi: eles realmente eram loucos um pelo outro.— Como você pôde ser tão cruel? Jogar a Helena na piscina! Você sabe o que poderia ter acontecido? Quase a perdi, quase morri por dentro. Quase nunca mais a veria!— Tereza, você é uma mulher maldosa. Quero que saiba: não tem nenhum direito de fazer o que quiser aqui!— O que Helena passou, você vai pagar em dobro! Se não se arrepender de uma vez, nunca mais sairá dessa piscina!As críticas dele me chegaram como uma onda.Até hoje ele ainda achava que tudo aquilo era culpa
Então, mesmo que fosse apenas uma alma, ainda assim fiquei sem ar, assustada com a cena à minha frente.Era como se, na próxima segunda, eu fosse voltar para aquele espaço sufocante e sem saída.Do outro lado, Olavo estava acalmando Helena:— Não fica assustada, come mais um pouco... você já tá magrinha demais.Ele falava suavemente, segurando a cintura dela num gesto de conforto:— Sei que foi difícil pra você, dá pra ver. Mas em comparação, o que ela sofreu nem chega perto. Pode ficar tranquila, se ela ousou te tratar assim, vou fazer ela pagar por isso.Eu estava ali, bem atrás dele, com o coração despedaçado.Queria chorar, mas as lágrimas não vinham.Fiquei presa na piscina, sofrendo como nunca.Mas, nos olhos dele, o sofrimento que Helena passou ao engolir algumas gotas de água parecia muito mais importante.Mas eu... eu não sabia nadar. Queria sair, tentei abrir a tampa acima da minha cabeça, mas não consegui.Nos últimos segundos da minha vida, eu ainda estava rezando. Rezando