Capítulo 7

No hospital, por um tempo, ela saiu triste e machucada.

- Esther! - Quando Diana Camargo encontrou Esther, viu que ela estava pálida e tinha um machucado na cabeça. Diana rapidamente a segurou. - Meu Deus! Aonde você se machucou assim?

Esther não respondeu.

- Nessa hora, você estava no trabalho, né? Foi acidente de trabalho, né? - Diana disse. - E o Marcelo?

- Não sei. - Esther respondeu.

Diana viu que ela não estava bem, não era só pelo machucado, e riu friamente:

- Você trabalha duro para ele, machuca a cabeça desse jeito, e ele, seu marido, some. Esse marido aí é a mesma coisa que morrer.

- Logo não vai ser mais.

- O quê? Ele quer se divorciar de você? - Diana ficou surpresa e a expressão dela mudou.

- Sou eu que quero me divorciar dele.

Diana mudou de atitude:

- Divorcie logo, então! - E também não esqueceu de avisar ela. - E se lembre de pegar metade dos bens, mulher esperta faz isso. Se não dá para ficar com o homem, fique com o dinheiro. Com grana no bolso, acha que não vai conseguir encontrar um homem bom? Dá até para arrumar mais de um, bem comportados, que te tratem bem e te mimem todo dia!

Desde o começo, o casamento deles era um acordo. Se ela se divorciasse, não receberia nada.

- Esther. - Diana a chamou de novo, franzindo a testa. - Por que você quer se divorciar de repente? Você gostou dele por tantos anos, não desistiria tão facilmente, a não ser que ele tenha te traído.

Esther ficou com uma expressão amarga e forçou um sorriso:

- Você não viu as notícias? A Sofia voltou.

- A Sofia acabou de voltar, e eles já estão juntos? - Diana estava um pouco agitada e continuou reclamando. - Traição durante o casamento é pior ainda, você tem que pegar mais da metade dos bens, Esther, eu te aviso, não pode amolecer, não importa se é justo ou não, enquanto vocês estiverem casados, metade dos bens é seu, se não metade, pelo menos um terço. E ele ainda traiu! Se ele não concordar, vamos fazer um escândalo para todo mundo saber, quero ver se Marcelo vai ter coragem de mostrar a cara!

- Eu já tomei minha decisão. - Esther respondeu calmamente.

Ela nunca tomava uma decisão sem ter certeza. Se ela falou, era porque realmente estava cansada e não queria continuar naquele casamento sem futuro.

- Hoje à noite eu vou para sua casa, não quero ver ele.

Só de pensar que Marcelo tinha passado a noite com Sofia, ela se sentia desconfortável, se visse ele de novo, com certeza ia se sentir mal e até brigar.

Às vésperas do divórcio, não precisava de mais problemas.

Ela achou que não valia a pena voltar para aquela casa que não era dela.

- Claro, venha para minha casa, vou fazer uma canja para você, a família Mendes é um inferno na terra, te deixou assim tão magrinha, que falta de vergonha, que falta de vergonha! - Diana resmungava enquanto ajudava Esther a andar, quase xingando até a décima oitava geração da família Mendes.

Quando Marcelo voltou, já era na manhã seguinte.

Entrou no quarto e viu que não tinha ninguém, a cama estava arrumada.

Normalmente, a essa hora, ela ainda estava dormindo.

Marcelo perguntou:

- Cadê ela?

O empregado hesitou um pouco:

- A senhora não voltou ontem à noite.

Marcelo lembrava claramente que ela tinha ligado para ele ontem, e parecia que estava tudo bem, então por que ela não voltou para casa de repente?

Ele não queria se concentrar inteiramente em Esther, então não perguntou mais nada, tomou um banho e foi trabalhar.

Quando chegou na empresa, soube que tinha ocorrido um acidente no canteiro de obras no dia anterior.

Ele não estava lá, então a responsabilidade era de Esther, que ainda por cima tinha sumido como se nada tivesse acontecido.

Nos últimos dias, ela parecia não estar muito focada no trabalho.

Marcelo imediatamente ligou para Esther.

Esther tinha acabado de sair do banho. Quando ouviu o celular tocar, pegou e viu o nome de Marcelo. Sua expressão ficou complexa, mas atendeu:

- O que foi?

- Onde você estava ontem à noite? - Marcelo perguntou friamente.

- Na casa de uma amiga.

Marcelo perguntou seriamente:

- Teve um acidente grave no canteiro de obras, por que você não me contou?