O rosto do Miguel estava extremamente frio.- Chame ela para entrar.Sua perna estava ferida, e ele não conseguia andar muito.- Certo, Miguel, vou te ajudar a voltar para a cama primeiro. Fique sentado, eu vou chamá-la. - Fabiano ajudou Miguel a voltar para a cama.Miguel se sentou com frieza.Fabiano saiu e parou atrás de Luiza,- Miguel está chamando você.Ao se virar e vê-lo, Luiza exibiu um semblante fechado.De repente, ele deu um passo à frente, seu olhar vagando, e sussurrou suavemente ao ouvido dela:- O acordo entre você e Helena, não revelei ao Miguel.Luiza o encarou friamente:- E daí?- Em troca, você precisa me prometer uma coisa.- Por que deveria prometer algo a você?- Se não prometer, revelarei ao Miguel o seu acordo com a Helena. Considerando que seu pai conspirou contra Miguel no passado, Miguel certamente odeia seu pai. Se isso chegar aos ouvidos do Miguel e ele se irritar, pode acrescentar mais duas acusações contra seu pai, que terá que passar seus últimos anos
- Fabiano gosta da Clara, você não vai conseguir seduzi-lo. - Disse Miguel com um tom sombrio. - E Theo também não vai casar com você, então pare de sonhar.- E se, com a minha beleza, eu conseguisse? - Luiza inclinou a cabeça, soltando de repente uma risada intensa.- Você está rindo do quê?- Estou rindo da sua ingenuidade. Como pode o presidente do Group Sunland ser tão ingênuo? Assim como eu e Theo trabalhamos juntos, o que eu perderia? No máximo, ele vai querer se aproveitar de mim, certo? Então, só preciso agir como uma coelhinha inocente. Se tudo correr bem, em breve serei uma designer internacional, uma celebridade. E, na pior das hipóteses, ainda vou receber bastante carinho e dinheiro. Para mim, não há perda.- Você enlouqueceu? - Miguel se acalmou, incapaz de compreender o comportamento dela. - Eu já te disse, em dois anos, vou te fazer uma designer internacional.- Eu não quero esperar dois anos. - Luiza o interrompeu. - Eu quero agora. Se você não pode me dar, outros podem
Luiza se surpreendeu, mas prontamente recuperou sua serenidade.Então, era isso que Fabiano queria dizer ao afirmar que a ajudaria a se divorciar.Fazer com que Miguel acreditasse que ela era uma mulher inquieta, se envolvendo secretamente com seu irmão, assim, Miguel não a desejaria mais.O momento finalmente chegou.Luiza sentiu tristeza no coração, mas sabia que tinha de cooperar, pois esta era a última barreira.Ela sorriu e disse:- Desculpe, Sr. Miguel, sou diferente de você. Após o divórcio, preciso de alguém em quem confiar. Como sabe, o grupo da minha família agora está sob a liderança do meu tio, e nossa família está em declínio. Precisamos de apoio, senão ninguém desejará fazer negócios conosco.Ao ouvir isso, o olhar de Miguel se fixou nela, pesado e penetrante.O coração de Luiza batia forte, um tanto assustada, mas ela prosseguiu.- E há também meus sonhos. Se você não deseja ajudar a realizá-los, naturalmente devo procurar quem queira.- Então, todo o amor que demonstrou
Ao abrir a porta, ele se encontrava calmamente sentado no sofá, seu corpo esguio envolto em um robe de dormir.- O que você veio fazer aqui? - Indagou Miguel, ao vê-la tão bem arrumada, supondo que ela estivesse ali para pedir reconciliação.O olhar de Luiza pousou sobre a faixa de fixação em sua perna.- Não combinamos que iríamos nos divorciar hoje?A expressão de Miguel esfriou.- Realmente não pode esperar, não é?Luiza não respondeu, aguardando em silêncio.Miguel soltou uma risada de autodepreciação e chamou:- Eduardo.- Senhor, me chamou? - Eduardo apareceu pela porta que dava para o exterior.Miguel se virou.- Vá até o closet e me traga uma peça de roupa.- Claro, senhor. Não seria normalmente a senhora a fazer isso? - Eduardo, ainda alheio ao que havia ocorrido entre eles, coçou a cabeça, confuso.Luiza ofereceu:- Posso pegar para você?Ela pensou que seria a última vez, mas Miguel recusou.- Não é necessário, Eduardo, vá você.Eduardo foi, relutante, buscar a roupa para Mi
- Isso não tem nada a ver com você. - Miguel olhou para ela, com um tom de voz abafado.Luiza parou por um momento, pegou a gravata e cuidadosamente a enrolou ao redor do seu pescoço, fazendo o nó com habilidade.Era verdade.Ele agora tinha Clara, não precisaria mais dela para se preocupar, e com o jeito de moça bem-educada que Clara tinha, era impossível que ela não soubesse dar nó em gravata.Após ajustar a gravata, ela pegou um alfinete de gravata, o fixou no colarinho dele, e o homem vestido de terno ficou extraordinariamente bonito, emanando uma sensação de frieza e distância que impedia as pessoas de se aproximarem.- Pronto. - Após terminar, Luiza sorriu, estava prestes a se afastar quando foi puxada pela cintura por Miguel, trazendo ela para perto.Ela levantou os olhos e viu os traços profundos e tridimensionais de seu rosto.Os dois ficaram quase com os narizes se tocando.Ele perguntou com voz profunda:- Há mais alguma coisa que você quer dizer?O hálito dele se espalhou p
Luiza e Miguel também permaneceram em silêncio, de pé juntos, um casal de aparência harmoniosa, mas com uma atmosfera terrivelmente pesada. Após esperarem na fila por algum tempo, chegou a vez deles. Avançaram e se sentaram nas cadeiras disponíveis. O funcionário responsável pelo processo de divórcio perguntou:- Vocês estão aqui para solicitar o divórcio?- Sim. - Respondeu Luiza, apresentando seus documentos.O funcionário olhou para eles de um lado para o outro e comentou:- Vocês formam um casal tão bonito, tão bem-aparecidos, por que querem se divorciar?Eles eram, sem dúvida, o casal mais atraente entre todos os que estavam se divorciando. Além disso, o homem parecia estranhamente familiar, como se o funcionário o tivesse visto em algum lugar antes. Luiza respondeu simplesmente:- Incompatibilidade de sentimentos.- Vocês trouxeram o acordo de divórcio?- Trouxemos. - Luiza pegou o acordo de divórcio que havia preparado anteriormente, assinou seu nome e passou para Miguel, d
Ao ouvir sua resposta, todos ficaram surpresos.Clara olhou para Miguel, que mantinha uma expressão indiferente e um ar frio.- Fabiano, desde quando você e a Lulu se tornaram tão próximos? - Indagou Clara a Fabiano.- Nos últimos tempos, nos aproximamos mais. - Fabiano, deixando a surpresa de lado, sorriu para Clara e confessou não esperar que Luiza cooperasse tanto. Foi, de fato, uma surpresa.No instante seguinte, se aproximou de Luiza, ergueu a mão e a pousou sobre os ombros dela.- Então, vamos. Eu te levo para casa.Luiza lançou a ela um olhar frio.O olhar de Miguel era gélido, capaz de matar.- Vocês já se divorciaram, tentem colaborar um pouco mais. - Fabiano se inclinou para sussurrar em seu ouvido. - Miguel está observando; não provoque mais imprevistos.Luiza voltou seu olhar para Miguel.Seu olhar se fixou na mão de Fabiano, que repousava sobre os ombros de Luiza.Ela estendeu a mão, envolveu a cintura de Fabiano e, acenando com a cabeça para Miguel, disse:- Então, nós va
O que ele fez se revelou uma espada de dois gumes.No início, era possível ameaçá-la, mas agora, com as coisas já feitas, isso significava que Fabiano tinha calculado os passos de Miguel.Uma vez que ele podia ameaçá-la, ela também podia fazer o mesmo.- Todo esse esforço foi para ajudar Miguel a se livrar de você, essa mulher insidiosa. - Encarou ela, Fabiano.Luiza respondeu:- No fim das contas, é por ele ou por você mesmo? Você sabe no seu coração. Claramente quer ajudar a Clara a conquistar o Miguel para si, falando tão nobremente, dizendo que é para ajudá-lo. Você perguntou se ele precisava disso? Ele concordou, ele aprovou?Fabiano ficou sem palavras.- Você não teme que eu conte ao Miguel sobre seu acordo com Helena?- Conte, então. No pior dos casos, ambos perdemos. Se eu não estiver bem, não pense que você estará. - Bufou Luiza. Vendo que ele não tinha mais o que falar, ela lentamente retirou sua mão e disse com um tom melancólico. - Você me armou uma vez, e eu te devolvi um
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para
Conversando, o carro entrou na mansão da família Amorim.No vasto gramado verde, havia um carro desconhecido estacionado. Priscila estava parada sob a luz do sol, sorrindo para a pessoa dentro do carro.— Elias, você veio.O homem dentro do carro acenou com a cabeça.Em seguida, a porta do carro se abriu, e desceu um homem de feições refinadas, vestindo um terno casual, com um ar gentil e educado.— Por que você não me avisou? Se tivesse me avisado, com certeza eu teria ido ao aeroporto te buscar. — Priscila olhou para ele, com um brilho alegre nos olhos.Luiza raramente via Priscila tão bem-humorada.Já Francisco exibia um sorriso sarcástico evidente.Então era um rival amoroso.Luiza finalmente entendeu.— Hoje é o aniversário da Maria, vim especialmente para isso, queria fazer uma surpresa para ela. — Elias tirou um presente de dentro do carro. — Isso é para a Maria.— Não me entregue, daqui a pouco você mesmo pode dar a ela. Tenho certeza de que vai ficar muito feliz. — Priscila re
A situação de Bryan era algo que Miguel precisava resolver; Luiza não sentia qualquer constrangimento, pois considerava que isso era uma compensação que ele devia à família dela.Com isso resolvido, não havia mais nada para dizer entre eles.Miguel quis perguntar sobre Francisco, mas Luiza pegou uma bebida, fingindo tomar um gole enquanto olhava para o celular, mantendo a cabeça baixa para evitar conversar com ele.Tudo o que ele dizia era a mesma coisa de sempre, sem graça. Ela não queria se envolver mais com ele e, por isso, também não estava interessada em ouvir.O tempo passava, segundo a segundo.O telefone de Luiza tocou novamente.Ela estava distraída antes, aparentando ler notícias, mas, na verdade, sem absorver uma única palavra.Quando o telefone tocou, ela se recompôs, atendeu e respondeu com um tom de voz calmo:— Alô.— Estou na entrada, venha para fora. — Francisco já havia chegado.— Certo.Luiza respondeu, encerrou a ligação e colocou o celular de volta na bolsa, já se