O coração de Luiza deu um pulo, e instintivamente ela quis fugir.Mas Miguel segurou sua mão e, com um sorriso calmo, disse:— Fugir para onde? Acabamos de nos encontrar. Você não quer relembrar os velhos tempos comigo, Luiza?O rosto de Luiza mudou drasticamente de expressão, e então ela sentiu o cheiro de um narcótico, desmaiando.Quando acordou novamente, Luiza estava em uma suíte, seu corpo mole no sofá, sem nenhuma força.Ela tentou se levantar, mas, depois de muito esforço, ainda não conseguiu se mover.Nesse momento, a porta foi aberta, e uma figura alta entrou lentamente contra a luz, parando à sua frente.Era Miguel. Ele tinha um leve sorriso frio nos lábios, se sentando ao seu lado, olhando para ela com indiferença enquanto ela estava ali, imóvel.Luiza tentou se mover, mas sem força.Miguel riu e disse:— O efeito do narcótico ainda não passou, não adianta tentar. — Miguel assumiu uma postura elegante, se sentando em frente a ela, os lábios curvados em um sorriso enquanto ap
Pensando nisso, ele levantou a arma, sem nenhum traço de calor em seus olhos.Matá-la significaria que ele nunca mais seria atormentado por seus sonhos, nunca mais retornaria ao passado de quatro anos atrás, sofrendo uma dor insuportável.Luiza viu uma cicatriz no pescoço dele. Francisco disse que uma vez, quando estava no carro, foi emboscado por um grupo de mercenários, levou vários tiros e teve o pescoço cortado."A cicatriz no pescoço dele foi deixada naquela ocasião?"Pensando naquela cena de perigo extremo, as lágrimas de Luiza caíram descontroladamente.Miguel sorriu.— Está com medo?Ela balançou a cabeça.— Só ouvi dizer que uma vez você quase foi assassinado, levou vários tiros e teve o pescoço cortado. A cicatriz no seu pescoço é daquela época?Ouvindo isso, Miguel sorriu ainda mais friamente.— Você diz que foi usada, mas dois anos atrás isso aconteceu comigo e você nunca veio me ver.As lágrimas de Luiza escorreram mais intensamente. Naquela época, ela tinha acabado de dar
Miguel parecia surpreso, levantando uma sobrancelha enquanto a observava. — Seu último desejo é me dar um beijo?— Sim, já que você não acredita em mim, não vou mais explicar. Apenas me deixe te beijar e te abraçar neste último momento.Miguel, visivelmente surpreso, a olhou de lado, com os olhos semicerrados. — O que você está tentando fazer agora?— Estou à sua mercê, prestes a morrer. O que mais poderia fazer? De qualquer forma, você não vai acreditar no que eu digo, então… Ela olhou para os lábios dele.Na verdade, ela estava calculando, tentando descobrir quanto sentimento Miguel ainda tinha por ela.Embora não quisesse usar artimanhas, naquele momento, ela não queria morrer. Sua avó ainda precisava dela para ser resgatada, e Felipinho esperava por sua mãe para se reunir com ele.Assim, se houvesse uma pequena chance de sobrevivência, ela a aproveitaria. Mesmo que tivesse que morrer, deveria esperar até que sua avó e Felipinho estivessem a salvo.Sem esperar pela resposta dele
Ela beijou a seu pomo-de-Adão e a cicatriz profunda e clara em seu pescoço. Suas mãos delicadas foram gradualmente até a camisa dele, desabrochando os botões. A outra mão dela também desceu, e ao tocar algo, ela sorriu e disse: — Veja, você também está reagindo. Claro, você também deseja meu corpo...Sua pequena mão entrou. Miguel imediatamente ficou rígido, tentando segurar a mão dela, mas ela era ágil como uma cobra, se desviando do seu toque e abaixando a cabeça. Ela se ajoelhou ao lado de suas pernas, fazendo o possível para o servir. Miguel estava um pouco tenso. No passado, ela nunca tinha se ajoelhado para ele dessa forma. A sensação era estranha, ele a odiava e ao mesmo tempo não conseguia a empurrar para longe, sentindo uma excitação e uma loucura estranhas. Os dois se contorciam no sofá.Depois de um longo tempo, Luiza parecia cansada. Sua boca estava dolorida e as lágrimas não paravam de correr; ela achava que não conseguia fazer aquilo. No fim das contas, não era p
Ao sair do quarto, Miguel encontrou Eduardo esperando no corredor. Eduardo já estava lá havia algum tempo, mas, ao ouvir os sons sugestivos vindos do quarto, não ousou entrar.Ao ver Miguel sair, Eduardo notou as marcas de mordidas no pescoço dele, confirmando suas suspeitas. Eduardo então falou: — Sr. Miguel, na noite passada conseguimos deter o Theo e capturar a Sra. Luiza. Esta manhã, quando o Theo descobriu que a Sra. Luiza estava desaparecida, começou uma busca por toda a cidade…Miguel deu uma risada fria. — Preocupado em procurar alguém? Então, vamos preparar uma pequena surpresa para ele.Quando Miguel mencionou preparar uma surpresa para Theo, à tarde, o carro de Theo foi explodido. Naquele momento, Theo estava dentro do carro e sentiu um cheiro de queimado, conseguindo sair a tempo.No entanto, ele acabou sofrendo ferimentos em um braço e foi levado para o hospital para tratamento de emergência. A pele queimada foi removida, fazendo com que as veias em sua testa ficassem sa
Ela o olhava com um ar de pura e desesperada inocência.Miguel soltou uma risada sarcástica, com um tom quase indiferente: — Você acha que eu vou acreditar em você?Ele já não confiava mais nela.Luiza entendeu que, neste momento, ele provavelmente achava que ela estava tentando o seduzir apenas por medo da morte. Mas mesmo que fosse assim, ela precisava enfrentar a situação. Enrolou suas pernas delicadas em torno das dele e disse: — Se você não confia em mim, então me mate.Ela ainda demonstrava uma certa tristeza.Miguel olhou para ela, com a linha dos lábios ligeiramente tensa: — Quantas vezes você vai fazer a mesma coisa? Não acha isso muito baixo e entediante?Se referia à tentativa de o seduzir.Luiza perguntou: — Você realmente quer me matar?Miguel permaneceu em silêncio.Luiza sabia que ele, com certeza, estava relutante em matar ela e tentava se manter firme. Estendeu a mão e acariciou seu rosto atraente, perguntando:— Ou talvez você prefira ficar assim comigo?Depois, c
Luiza, claro, não iria aceitar. Ela era uma pessoa independente e não aceitaria ser mantida trancada e não ver ninguém pelo resto da vida.Quando estava prestes a recusar, Miguel apertou seu queixo, a impedindo de terminar a frase, e riu friamente: — Está decidido. Foi você quem me seduziu primeiro, então, pelo resto da sua vida, você terá que arcar com as consequências dessa decisão.Ele mordeu seu pescoço branco, deixando marcas de mordidas.Luiza franziu a testa de dor. Miguel estava agindo como um louco. Durante o ato, seus comportamentos eram quase cruéis, como se quisesse causar dor e, ao mesmo tempo, experimentar um prazer indescritível...No meio dessa satisfação sem fim, parecia que ele havia aceitado essa configuração, a envolvendo com força e dominando seus lábios, tomando sua respiração de maneira possessiva.Luiza estava quase sem conseguir respirar devido ao beijo intenso. Seus grandes olhos estavam cheios de desamparo, e ela o espancava com força no ombro, dizendo: —
Luiza não pôde evitar um leve rubor no rosto.Depois de olhar, Miguel a encarou, sua voz agora um pouco mais suave. — Vou mandar alguém trazer um medicamento para você mais tarde.Luiza fez um biquinho, se sentindo um pouco injustiçada. — Agora você sabe como estou sofrendo, não é?Ele não a via tão desamparada havia muito tempo e, sem perceber, ficou um pouco distraído. Depois de um tempo, ele comentou: — Inexperiente e gosta de brincar, sabendo que é frágil, ainda assim tenta me seduzir assim.Luiza não queria corar, mas ao ouvir isso, seu rosto ficou corado de repente. Seus cabelos ligeiramente longos caíam sobre os ombros, dando a ele um ar doce e sedutor.Era uma cena bastante tentadora. Miguel a beijou novamente, com a voz rouca. — Seja mais comportada daqui para frente.Na manhã seguinte, ele realmente mandou alguém entregar o medicamento.Luiza estava com um pouco de vergonha, pegou o tubo de pomada e perguntou ao segurança que trouxe a comida: — Pode devolver meu celular
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som