Miguel parecia surpreso, levantando uma sobrancelha enquanto a observava. — Seu último desejo é me dar um beijo?— Sim, já que você não acredita em mim, não vou mais explicar. Apenas me deixe te beijar e te abraçar neste último momento.Miguel, visivelmente surpreso, a olhou de lado, com os olhos semicerrados. — O que você está tentando fazer agora?— Estou à sua mercê, prestes a morrer. O que mais poderia fazer? De qualquer forma, você não vai acreditar no que eu digo, então… Ela olhou para os lábios dele.Na verdade, ela estava calculando, tentando descobrir quanto sentimento Miguel ainda tinha por ela.Embora não quisesse usar artimanhas, naquele momento, ela não queria morrer. Sua avó ainda precisava dela para ser resgatada, e Felipinho esperava por sua mãe para se reunir com ele.Assim, se houvesse uma pequena chance de sobrevivência, ela a aproveitaria. Mesmo que tivesse que morrer, deveria esperar até que sua avó e Felipinho estivessem a salvo.Sem esperar pela resposta dele
Ela beijou a seu pomo-de-Adão e a cicatriz profunda e clara em seu pescoço. Suas mãos delicadas foram gradualmente até a camisa dele, desabrochando os botões. A outra mão dela também desceu, e ao tocar algo, ela sorriu e disse: — Veja, você também está reagindo. Claro, você também deseja meu corpo...Sua pequena mão entrou. Miguel imediatamente ficou rígido, tentando segurar a mão dela, mas ela era ágil como uma cobra, se desviando do seu toque e abaixando a cabeça. Ela se ajoelhou ao lado de suas pernas, fazendo o possível para o servir. Miguel estava um pouco tenso. No passado, ela nunca tinha se ajoelhado para ele dessa forma. A sensação era estranha, ele a odiava e ao mesmo tempo não conseguia a empurrar para longe, sentindo uma excitação e uma loucura estranhas. Os dois se contorciam no sofá.Depois de um longo tempo, Luiza parecia cansada. Sua boca estava dolorida e as lágrimas não paravam de correr; ela achava que não conseguia fazer aquilo. No fim das contas, não era p
Ao sair do quarto, Miguel encontrou Eduardo esperando no corredor. Eduardo já estava lá havia algum tempo, mas, ao ouvir os sons sugestivos vindos do quarto, não ousou entrar.Ao ver Miguel sair, Eduardo notou as marcas de mordidas no pescoço dele, confirmando suas suspeitas. Eduardo então falou: — Sr. Miguel, na noite passada conseguimos deter o Theo e capturar a Sra. Luiza. Esta manhã, quando o Theo descobriu que a Sra. Luiza estava desaparecida, começou uma busca por toda a cidade…Miguel deu uma risada fria. — Preocupado em procurar alguém? Então, vamos preparar uma pequena surpresa para ele.Quando Miguel mencionou preparar uma surpresa para Theo, à tarde, o carro de Theo foi explodido. Naquele momento, Theo estava dentro do carro e sentiu um cheiro de queimado, conseguindo sair a tempo.No entanto, ele acabou sofrendo ferimentos em um braço e foi levado para o hospital para tratamento de emergência. A pele queimada foi removida, fazendo com que as veias em sua testa ficassem sa
Ela o olhava com um ar de pura e desesperada inocência.Miguel soltou uma risada sarcástica, com um tom quase indiferente: — Você acha que eu vou acreditar em você?Ele já não confiava mais nela.Luiza entendeu que, neste momento, ele provavelmente achava que ela estava tentando o seduzir apenas por medo da morte. Mas mesmo que fosse assim, ela precisava enfrentar a situação. Enrolou suas pernas delicadas em torno das dele e disse: — Se você não confia em mim, então me mate.Ela ainda demonstrava uma certa tristeza.Miguel olhou para ela, com a linha dos lábios ligeiramente tensa: — Quantas vezes você vai fazer a mesma coisa? Não acha isso muito baixo e entediante?Se referia à tentativa de o seduzir.Luiza perguntou: — Você realmente quer me matar?Miguel permaneceu em silêncio.Luiza sabia que ele, com certeza, estava relutante em matar ela e tentava se manter firme. Estendeu a mão e acariciou seu rosto atraente, perguntando:— Ou talvez você prefira ficar assim comigo?Depois, c
Luiza, claro, não iria aceitar. Ela era uma pessoa independente e não aceitaria ser mantida trancada e não ver ninguém pelo resto da vida.Quando estava prestes a recusar, Miguel apertou seu queixo, a impedindo de terminar a frase, e riu friamente: — Está decidido. Foi você quem me seduziu primeiro, então, pelo resto da sua vida, você terá que arcar com as consequências dessa decisão.Ele mordeu seu pescoço branco, deixando marcas de mordidas.Luiza franziu a testa de dor. Miguel estava agindo como um louco. Durante o ato, seus comportamentos eram quase cruéis, como se quisesse causar dor e, ao mesmo tempo, experimentar um prazer indescritível...No meio dessa satisfação sem fim, parecia que ele havia aceitado essa configuração, a envolvendo com força e dominando seus lábios, tomando sua respiração de maneira possessiva.Luiza estava quase sem conseguir respirar devido ao beijo intenso. Seus grandes olhos estavam cheios de desamparo, e ela o espancava com força no ombro, dizendo: —
Luiza não pôde evitar um leve rubor no rosto.Depois de olhar, Miguel a encarou, sua voz agora um pouco mais suave. — Vou mandar alguém trazer um medicamento para você mais tarde.Luiza fez um biquinho, se sentindo um pouco injustiçada. — Agora você sabe como estou sofrendo, não é?Ele não a via tão desamparada havia muito tempo e, sem perceber, ficou um pouco distraído. Depois de um tempo, ele comentou: — Inexperiente e gosta de brincar, sabendo que é frágil, ainda assim tenta me seduzir assim.Luiza não queria corar, mas ao ouvir isso, seu rosto ficou corado de repente. Seus cabelos ligeiramente longos caíam sobre os ombros, dando a ele um ar doce e sedutor.Era uma cena bastante tentadora. Miguel a beijou novamente, com a voz rouca. — Seja mais comportada daqui para frente.Na manhã seguinte, ele realmente mandou alguém entregar o medicamento.Luiza estava com um pouco de vergonha, pegou o tubo de pomada e perguntou ao segurança que trouxe a comida: — Pode devolver meu celular
Na verdade, ele estava apenas dando a ela mais dois dias.Luiza se sentiu um pouco frustrada e perguntou: — Eu estou desaparecida há tanto tempo, ninguém está me procurando lá fora?Ela já estava na situação de sequestro por quase cinco ou seis dias.Miguel respondeu: — Está sim. O Theo está procurando você por toda parte, mas, infelizmente, ele está tão sobrecarregado que não tem tempo para te buscar.— E o que você fez para segurar ele?— Causei problemas para ele. Não só a empresa dele enfrenta dificuldades, como ele também corre o risco de ser alvo de bombas ou tentativas de assassinato enquanto caminha pela rua...Miguel tinha um olhar sombrio, refletindo o que Theo já havia feito a ele no passado. Agora, ele estava apenas devolvendo a moeda.— Você veio à América para matar ele?— É isso que te preocupa? Tem medo de que eu mate seu noivo?Miguel apertou o queixo dela, com um olhar que parecia um sorriso, mas não havia alegria em seus olhos.Luiza sentiu um leve pânico e tentou
O que ele disse, na verdade, refletia sua falta de confiança nela, achando que ela estava mentindo. Luiza entendia, pois ele já havia sido enganado por ela antes e, após tanto tempo, estava especialmente cauteloso.Luiza respirou fundo e disse: — Minha avó ainda está sob o controle dele. Naquele dia, eu passei um tempo no hospital observando, e ele mandou muitas pessoas para vigiar minha avó.— E então? O que você quer fazer? Que eu resgate sua avó? — Miguel a olhou.Luiza tomou um gole de água antes de responder: — Não quero te incomodar. Só peço um pouco de tempo para que eu mesma possa resolver a situação da minha avó.Ela queria levar consigo os segredos do Grupo Santos Internacional e sair com o pai e a avó. No entanto, ainda não sabia quais eram esses segredos e precisava voltar para descobrir.Ela não ousava pedir ajuda ao Miguel, se ele descobrisse tudo, poderia tentar tomar os segredos do Grupo Santos Internacional para a controlar. Neste momento, Luiza sentia que ninguém
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que