Luiza percebeu que ele permanecia imóvel por um bom tempo e, reunindo coragem, inclinou a cabeça para beijá-lo nos lábios.Os lábios se encontraram.Miguel estremeceu, seus olhos se aprofundaram e ele envolveu a cintura delicada dela, intensificando o beijo.Luiza teve dificuldade para respirar.Se sentindo um pouco temerosa, mas sem coragem para afastá-lo de imediato, colocou as mãos sobre ele, agarrando seu robe.Ela estava nervosa.Miguel notou seu gesto e, com uma mão firme, segurou a nuca dela, beijando ela com mais intensidade.Luiza não conseguiu resistir.O beijo era intenso demais, ela simplesmente não conseguia suportar, tentou afastá-lo sem sucesso.Gradualmente, ele diminuiu a intensidade.Luiza, sentada sobre ele, com o rosto corado, murmurou:- Miguel, já chega...Tudo parecia se desenrolar como deveria.Luiza se acalmou.Mas Miguel não a soltou, seu olhar oscilando entre a lucidez e a obscuridade, libertou suas mãos travessas e beijou seus lábios novamente, mordiscando-o
Luiza estremeceu, falando em voz baixa:- Não, nós não fizemos nada.Helena, claramente incrédula e com uma expressão fria, disse:- Clara estava apenas presente agora, eu não te culpei por nada. Mas e se por acaso ela te visse flertando, se assustasse e algo de ruim acontecesse com a criança, você estaria pronto para assumir a responsabilidade?O coração de Helena estava inteiramente voltado para o filho.Luiza permaneceu em silêncio.Helena prosseguiu:- Soube pela Clara que o Miguel se machucou porque você o empurrou?Luiza sentiu um aperto no coração e olhou para Clara ao longe, que segurava uma bolsa e usava um vestido branco, acenando e sorrindo para ela.Luiza verdadeiramente admirava essa mulher por sua astúcia.Não importava a situação, ela sempre mantinha uma postura tranquila e elegante.- Sim. - Em relação ao acidente de Miguel, Luiza não podia negar, de fato foi por sua causa.- Não quero te culpar por isso, mas espero que se lembre, já que as coisas chegaram a este ponto,
Fabiano refletiu por um momento e, sem dizer nada, se virou e partiu.Ele não foi procurar Miguel no andar de cima, mas sim entrou em seu próprio Pagani e dirigiu para longe.Luiza ficou com uma expressão de completa incompreensão.As pessoas eram estranhas, pensou ela.Já que o mundo todo parecia desaprovar sua relação com Miguel, então que fosse assim, se resignou.Ela voltou para o andar de cima, acabava de tomar um banho e estava secando os cabelos quando o telefone dela tocou, era Miguel.- Alô? - Atendeu, sua voz soando fria.Miguel percebeu que algo estava errado e perguntou:- Por que você ainda não subiu?- Subir para quê?Miguel hesitou por um momento.- Minha perna está um pouco dolorida.- Espere um pouco. - Ela colocou a toalha de lado e caminhou de chinelos até o quarto principal.Miguel estava sentado na cama e sorriu ao vê-la, curvando levemente os lábios.- Venha aqui.Luiza parou diante dele, olhando friamente para sua perna.- Onde dói? Precisa que chame o Dr. Yago?
O rosto do Miguel estava extremamente frio.- Chame ela para entrar.Sua perna estava ferida, e ele não conseguia andar muito.- Certo, Miguel, vou te ajudar a voltar para a cama primeiro. Fique sentado, eu vou chamá-la. - Fabiano ajudou Miguel a voltar para a cama.Miguel se sentou com frieza.Fabiano saiu e parou atrás de Luiza,- Miguel está chamando você.Ao se virar e vê-lo, Luiza exibiu um semblante fechado.De repente, ele deu um passo à frente, seu olhar vagando, e sussurrou suavemente ao ouvido dela:- O acordo entre você e Helena, não revelei ao Miguel.Luiza o encarou friamente:- E daí?- Em troca, você precisa me prometer uma coisa.- Por que deveria prometer algo a você?- Se não prometer, revelarei ao Miguel o seu acordo com a Helena. Considerando que seu pai conspirou contra Miguel no passado, Miguel certamente odeia seu pai. Se isso chegar aos ouvidos do Miguel e ele se irritar, pode acrescentar mais duas acusações contra seu pai, que terá que passar seus últimos anos
- Fabiano gosta da Clara, você não vai conseguir seduzi-lo. - Disse Miguel com um tom sombrio. - E Theo também não vai casar com você, então pare de sonhar.- E se, com a minha beleza, eu conseguisse? - Luiza inclinou a cabeça, soltando de repente uma risada intensa.- Você está rindo do quê?- Estou rindo da sua ingenuidade. Como pode o presidente do Group Sunland ser tão ingênuo? Assim como eu e Theo trabalhamos juntos, o que eu perderia? No máximo, ele vai querer se aproveitar de mim, certo? Então, só preciso agir como uma coelhinha inocente. Se tudo correr bem, em breve serei uma designer internacional, uma celebridade. E, na pior das hipóteses, ainda vou receber bastante carinho e dinheiro. Para mim, não há perda.- Você enlouqueceu? - Miguel se acalmou, incapaz de compreender o comportamento dela. - Eu já te disse, em dois anos, vou te fazer uma designer internacional.- Eu não quero esperar dois anos. - Luiza o interrompeu. - Eu quero agora. Se você não pode me dar, outros podem
Luiza se surpreendeu, mas prontamente recuperou sua serenidade.Então, era isso que Fabiano queria dizer ao afirmar que a ajudaria a se divorciar.Fazer com que Miguel acreditasse que ela era uma mulher inquieta, se envolvendo secretamente com seu irmão, assim, Miguel não a desejaria mais.O momento finalmente chegou.Luiza sentiu tristeza no coração, mas sabia que tinha de cooperar, pois esta era a última barreira.Ela sorriu e disse:- Desculpe, Sr. Miguel, sou diferente de você. Após o divórcio, preciso de alguém em quem confiar. Como sabe, o grupo da minha família agora está sob a liderança do meu tio, e nossa família está em declínio. Precisamos de apoio, senão ninguém desejará fazer negócios conosco.Ao ouvir isso, o olhar de Miguel se fixou nela, pesado e penetrante.O coração de Luiza batia forte, um tanto assustada, mas ela prosseguiu.- E há também meus sonhos. Se você não deseja ajudar a realizá-los, naturalmente devo procurar quem queira.- Então, todo o amor que demonstrou
Ao abrir a porta, ele se encontrava calmamente sentado no sofá, seu corpo esguio envolto em um robe de dormir.- O que você veio fazer aqui? - Indagou Miguel, ao vê-la tão bem arrumada, supondo que ela estivesse ali para pedir reconciliação.O olhar de Luiza pousou sobre a faixa de fixação em sua perna.- Não combinamos que iríamos nos divorciar hoje?A expressão de Miguel esfriou.- Realmente não pode esperar, não é?Luiza não respondeu, aguardando em silêncio.Miguel soltou uma risada de autodepreciação e chamou:- Eduardo.- Senhor, me chamou? - Eduardo apareceu pela porta que dava para o exterior.Miguel se virou.- Vá até o closet e me traga uma peça de roupa.- Claro, senhor. Não seria normalmente a senhora a fazer isso? - Eduardo, ainda alheio ao que havia ocorrido entre eles, coçou a cabeça, confuso.Luiza ofereceu:- Posso pegar para você?Ela pensou que seria a última vez, mas Miguel recusou.- Não é necessário, Eduardo, vá você.Eduardo foi, relutante, buscar a roupa para Mi
- Isso não tem nada a ver com você. - Miguel olhou para ela, com um tom de voz abafado.Luiza parou por um momento, pegou a gravata e cuidadosamente a enrolou ao redor do seu pescoço, fazendo o nó com habilidade.Era verdade.Ele agora tinha Clara, não precisaria mais dela para se preocupar, e com o jeito de moça bem-educada que Clara tinha, era impossível que ela não soubesse dar nó em gravata.Após ajustar a gravata, ela pegou um alfinete de gravata, o fixou no colarinho dele, e o homem vestido de terno ficou extraordinariamente bonito, emanando uma sensação de frieza e distância que impedia as pessoas de se aproximarem.- Pronto. - Após terminar, Luiza sorriu, estava prestes a se afastar quando foi puxada pela cintura por Miguel, trazendo ela para perto.Ela levantou os olhos e viu os traços profundos e tridimensionais de seu rosto.Os dois ficaram quase com os narizes se tocando.Ele perguntou com voz profunda:- Há mais alguma coisa que você quer dizer?O hálito dele se espalhou p