Alice abriu os olhos e, ao ver a preocupação no rosto de Helena, teve uma ideia. Após a oração, todos seguiram um pastor até uma sala interna para ouvir a Bíblia. O pastor se sentou sobre um tapete e começou a recitar as escrituras. As três se sentaram.De repente, o pastor abriu os olhos, encarando Helena com severidade, e disse com voz grave: - Recentemente, uma entidade maligna tem estado ao redor de seu filho. Você deve avisar ele para ter cuidado. Helena ficou alarmada. - Por favor, mestre, me diga mais.Mas o pastor não disse mais nada, apenas balançou a cabeça e continuou recitando as escrituras. Ao sair da igreja, Helena estava distraída. Alice, que caminhava ao seu lado, disse nervosa: - Tia, o pastor falou sobre uma entidade maligna ao redor de Miguel. Ele estava falando da Luiza?Helena ficou surpresa e olhou para ela. Alice continuou cautelosamente: - Tenho medo de que ela possa machucar o Miguel...- É verdade, Helena. A família dela tem uma rixa com a sua. Como
- Sra. Luiza, que bom que você atendeu a ligação. Não conseguimos falar com o Sr. Miguel, e a Sra. Helena está fazendo um escândalo no hospital. Ela quer parar com a medicação do seu pai. Por favor, venha o mais rápido possível…Ao ouvir isso, o rosto de Luiza mudou. - Não interrompam a medicação do meu pai de jeito nenhum.Luiza estava preocupada que, se a medicação fosse interrompida, seu pai não conseguiria resistir. Ela ficou nervosa, pegou sua bolsa e disse ao Theo: - Theo, eu preciso ir ao hospital agora. Conversamos depois.Ela saiu apressada.Theo sentiu que algo estava errado e a seguiu, segurando seu braço. - Vou te levar até lá.Luiza, com a cabeça cheia de preocupações, concordou, pois não estava em condições de dirigir.Theo a levou ao hospital.No caminho, ela tentou ligar para Miguel várias vezes, mas não conseguiu. Miguel estava em algum lugar onde não tinha sinal, pois ele não atendeu as chamadas.Luiza mordeu o lábio e, em um piscar de olhos, chegaram ao hospital
Luiza manteve a cabeça baixa em silêncio, sem saber o que dizer. Sabia que Helena a odiava profundamente naquele momento. Apertando os dedos, ela resistiu ao desconforto e disse: - Sra. Helena, vou contatar outro hospital agora. Por favor, me dê um pouco de tempo.- Contate imediatamente e tire seu pai daqui hoje. Não quero ver nenhum membro da sua família!O olhar feroz de Helena fez Luiza se sentir mal.Ela pegou o celular e começou a ligar para o antigo sanatório.Ao seu lado, Alice tentava acalmar Helena: - Tia, não fique tão nervosa. Sua pressão arterial tem estado instável nos últimos dias, você precisa cuidar da sua saúde.Helena exclamou: - Se aquela mulher simplesmente fosse embora, eu poderia viver até os cem anos. É só porque ela não tem vergonha na cara e fica grudada no meu filho que meu corpo está assim.- Está bem, está bem. Ela já disse que vai levar o pai dela embora. Tia, não fique tão irritada. Alice entregou um copo de água para Helena.Helena tomou alguns gole
Luiza piscou os cílios ao ver o pai deitado na sala de isolamento, um tremor percorreu seus dedos e lágrimas escorreram pelo canto dos olhos.Até seu pai estava sofrendo por causa dela? Sim, ele havia dito para ela não ficar com Miguel, para fugir e nunca mais voltar... Foi ela quem não ouviu o conselho dele, quem não conseguiu controlar seu coração, e acabou dando aos outros a oportunidade de humilhar ela novamente.Com os olhos baixos e o coração cheio de amargura, Luiza seguiu a maca de emergência.Nesse momento, a porta do elevador se abriu e Miguel saiu, com o rosto sombrio. O homem que ela estava tentando contatar o tempo todo finalmente apareceu.Ele viu Bryan deitado na sala de isolamento, sendo empurrado pelos enfermeiros, e seu rosto ficou ainda mais sério. - O que está acontecendo?Ele foi segurar a mão de Luiza.Helena e os outros estavam logo atrás e, ao verem essa cena, se levantaram.- Sr. Miguel, por favor, me solte. - Disse Luiza com uma voz fria, sem um pingo de c
No sanatório.Bryan foi transferido para a UTI. Não havia os equipamentos avançados do Hospital Aliança, apenas o básico para manter seus sinais vitais. A esperança que começava a surgir agora parecia se desvanecer.Luiza observava em silêncio o rosto de Bryan através da janela de vidro, se recordando das lágrimas do pai momentos antes. Seu coração estava corroído, uma sensação desconfortável como se formigas o estivessem devorando.Theo estava ao seu lado e perguntou: - Seu pai e o Zeca...As palavras recentes de Helena fizeram Theo perceber algo. Luiza olhou para ele sem esconder nada, contando toda a história. Afinal, Theo já tinha ouvido parte e, com sua perspicácia, provavelmente já entendia.Após ouvir, Theo suspirou: - Não imaginava que vocês tivessem passado por algo assim antes.Luiza permaneceu em silêncio.Mesmo que no fundo soubesse que seu pai não era culpado, as evidências estavam lá. Se fosse levado a julgamento, ela nem teria chance de se defender. Isso se tornou u
Ela recusou gentilmente sua companhia distante. Theo assentiu com cortesia e, lançando um olhar para Miguel, partiu.Depois que ele saiu, Luiza permaneceu parada à porta da UTI. Seu pai havia sido transferido para lá hoje e ela precisava ficar para garantir que tudo corresse bem.Miguel ficou ao seu lado, tirou seu próprio paletó e o colocou sobre os ombros dela. - Já jantou?Luiza olhou para ele, seus olhos encontrando os dele, frios e solitários. Percebendo que ela estava prestes a dizer algo, Miguel mudou rapidamente de assunto: - Eu pedi ao Eduardo para trazer comida.Luiza não disse nada.Ela queria conversar com ele.Miguel escolheu alguns pratos que ela gostava, abriu algumas marmitas térmicas e colocou-as na frente dela, até descascou alguns camarões para ela. Luiza comeu em silêncio.Após a refeição, Miguel olhou para o parto dela. Alguns camarões que ele descascou ainda estavam lá. Seu olhar ficou um pouco sombrio e complexo.- Por que você não atendeu meu telefonema hoj
Ela não queria mais ser aquela mulher sem-vergonha, como Helena a descreveu.Desde o início, sabia que esse relacionamento não iria para frente. Agora, apenas estava chegando ao fim, e ela precisava aceitar isso.- Eu disse antes, a investigação está em andamento. Mesmo que a Nanda tenha morrido, talvez possamos descobrir algo na América. - Miguel se lembrou do policial que conheceu lá. Se conseguisse o encontrar, talvez houvesse alguma pista.Luiza balançou a cabeça. - Eu sei que você está investigando, mas não quero continuar vivendo com essa humilhação. Hoje, minha sogra... Quero dizer, a Sra. Helena, eu vi que ela não está bem. Talvez esteja sofrendo muito com tudo o que está acontecendo com você. Você deveria ouvir ela.Helena já teve câncer antes e, embora não tivesse tido uma recorrência, não se curou completamente. Ela não tinha estômago, então qualquer agitação emocional poderia causar problemas novamente.Luiza temia que eles agissem por conta própria e acabassem deixando He
Ela também percebeu que Alice e Isabelly tinham suas próprias intenções, mas em comparação com a filha de Bryan, Helena preferia aceitar Alice. Mesmo que as tensões entre ela e Luiza pudessem ser resolvidas, sempre haveria uma distância. Com Alice era diferente, sendo filha adotiva da família dela, sempre foi mais próxima. Se as duas famílias se unissem, evitariam conflitos entre sogra e nora, criando ainda mais laços.- Está bem, esta noite farei o Miguel voltar. Alice, você tem uma boa oportunidade agora. Os olhos de Alice brilharam enquanto ela assentia.Naquela noite, Helena, com o pretexto de problemas de saúde, fez Miguel voltar para Baía da Valenciana. Ele entrou no quarto e viu Alice ao lado de Helena, separando gentilmente algumas pílulas e lembrando Helena de tomar todos os dias.- Alice, você é uma filha tão cuidadosa. - Elogiou Helena com um sorriso.Ela tinha conhecido muitas mulheres, mas Luiza nunca se voluntariava para cuidar dela em Baía da Valenciana. Luiza sempre
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.