- Você também é digna! - Helena olhava furiosa.Luiza não respondeu.Ela estava arrependida.Se ela soubesse naquela época sobre esse rancor, de jeito nenhum teria dito que gostava do Miguel.Talvez depois, tantas coisas não teriam acontecido...- Seu pai matou o pai dele, com que direito você gosta dele! - Os olhos de Helena estavam assustadoramente vermelhos. Vendo que Luiza não respondia, ela, ainda mais irritada, levantou a mão para bater nela.- Mãe! - A voz de Miguel veio de longe.Eduardo o empurrava para dentro.Ele estava em uma cadeira de rodas. Ao ver Luiza caída no chão, seu rosto mudou, ele se levantou abruptamente da cadeira e foi até ela.A expressão de Helena mudou, e ela gritou:- Miguel, sua perna não estava machucada? Como você pode andar? Volte para a cadeira agora!Miguel ignorou e foi até Luiza, ficando na frente dela, dizendo em voz baixa:- Não a culpe. Ela sempre quis sair, mas fui eu quem não permitiu.Os olhos de Helena ficaram subitamente vermelhos de raiva.
- O pai dela já virou um vegetal, mesmo que ele tenha culpa, já chega. - Miguel não concordou em se separar da Luiza.Helena franziu a testa:- O que ele ser um vegetal tem a ver conosco? Foi o próprio corpo dele que não aguentou, ele fez coisas ruins e foi punido por Deus!- Foi a Nanda quem fez isso. - Miguel começou. - Ela calculou o tempo de propósito, foi ao hospital provocar o Bryan quando a miocardite dele voltou, foi isso que o fez cair da escada.- A Luiza te disse isso? - Helena achava que Luiza estava mentindo.- Não, foi a Nanda quem confessou, ela disse que não suportava a Luiza e fez isso de propósito para irritar o pai dela e enlouquecer a Luiza.Helena ficou um pouco surpresa.Miguel continuou:- E mais, não fomos nós que a colocamos na prisão, ela mesma matou alguém, e não foi só uma pessoa, ela tem muitos pecados, não vale a pena acreditar no que ela diz.- Mas... - Helena hesitou. - A Nanda fez isso por você, ela tinha medo que a Luiza te machucasse, então foi ao hos
- Acredito que ele não fez de propósito. - Neste ponto, Miguel nunca duvidou, porque na época, Bryan lhe deu algo.Quando Bryan foi libertado da prisão, Miguel foi encontrá-lo no Jardins da Serra.Eles conversaram por um tempo no escritório.Naquela época, além de pedir que Miguel mantivesse o segredo, Bryan prometeu se entregar e ainda deu a Miguel um pen drive, dizendo que este pen drive foi entregue a ele por Zeca nas Américas.No pen drive estava outro chip que estava quase concluído.Era o trabalho árduo de Zeca.Três anos atrás, Bryan usou essa coisa para chantagear Miguel a se casar com Luiza, pedindo a Miguel para cuidar de sua filha, dizendo que entregaria o pen drive quando fosse libertado.Naquele momento, Miguel não sabia o que havia no pen drive, ele só pensava que, se pudesse obter mais evidências, seria uma coisa boa, então ele se casou com Luiza.Depois, Bryan deu a ela o pen drive.Miguel ficou um pouco chocado com o que havia dentro e perguntou a ele por que não entre
Helena respirou fundo e disse: - Quantos "se" podemos considerar? Todas as provas apontam para ele, e o Igor também disse que foi ele quem matou. Não importa se foi intencional ou não, ele fez isso. Miguel respondeu: - Se ele realmente quisesse matar o papai, não teria devolvido aquele pen drive para mim. E o papai entregou o pen drive para ele, provando que confiava nele. Se no coração do papai, Bryan era um bom amigo, então os dois foram incriminados. E se nós, por causa dessas provas insuficientes, buscarmos vingança, será que não estaremos injustamente acusando um inocente? Na verdade, Miguel sempre esteve investigando o caso. Mesmo depois de ter visto o vídeo de Bryan empurrando seu pai do prédio com as próprias mãos, ele continuou investigando, depois de se acalmar. Helena ficou sem palavras. Miguel disse: - Eu vou investigar isso. Não importa o resultado, eu vou te dar uma resposta. Mas Helena ainda não podia aceitar Luiza. - Você só está considerando hipóteses
Luiza pareceu reagir, olhando para o rosto bonito dele.- Ela está bem?Ela se referia a Helena.Já não tinha coragem de chamá-la de sogra.Hoje, o olhar de Helena para ela, além de desprezo, havia ódio. Ela a mandou embora, proibindo ela de continuar perseguindo seu filho. Cada palavra estava gravada em sua mente, ressoando dolorosamente.Ela já sabia que eles não a aceitariam.Se ela fosse Helena, também não aceitaria uma nora assim.- Ela está bem, tomou remédio e dormiu. - Miguel olhou para ela de baixo para cima, seus olhos estavam escuros, parecendo apáticos e entorpecidos.Miguel sentiu um pouco de pena, pegou ela nos braços.- Vou te levar para casa.- Não. - Luiza balançou a cabeça, pensando em algo. - Sua perna ainda está machucada, não me carregue, pode abrir o ferimento.- Não tem problema. - Na verdade, seu ferimento estava doendo um pouco, ele havia andado muito hoje, mas, em uma situação especial como essa, ele não se importava.Luiza não queria ser carregada, resistiu p
Miguel balançou a cabeça.- Não, mas eu sempre senti que há muitas dúvidas sobre isso.Eles não tinham falado sobre isso antes, principalmente porque os dois tinham medo de mencionar o assunto.- O que você acha? Pode me contar? - Luiza se levantou e perguntou a ele, sempre querendo saber o que ele pensava.Mas ela tinha medo de que ele odiasse seu pai, então nunca ousava tocar no assunto na frente dele.Miguel olhou para o rosto dela e disse:- Seu pai me deu algo que me fez perceber que talvez meu pai confiasse no seu pai...Ele contou a ela sobre o chip.Luiza disse:- Meu pai também disse que naquela noite ele foi o último a chegar ao hotel, e antes de entrar, ouviu sons de luta. Depois que ele entrou, não viu o Zeca e perguntou onde ele estava. O companheiro respondeu que Zeca estava em outro quarto, bêbado. Depois, eles chamaram meu pai para beber, e ele desmaiou. Quando ele acordou, estava coberto de sangue, e o Zeca... Já tinha caído do prédio...Miguel sabia de tudo isso; Brya
Nanda não ousou desafiar mais e se sentou obedientemente de volta à cadeira, olhando para ele com expectativa. Miguel tinha uma expressão indiferente. - Hoje eu vim aqui para te fazer algumas perguntas. - Pode falar. - Quando você estava nas Américas, como você descobriu as provas do Bryan contra meu pai? - Miguel perguntou, olhando diretamente para ela. Nanda tremeu um pouco e respondeu com a voz fraca: - Eu não já te contei? Eu pedi para aquele policial das Américas me ajudar a investigar isso, e depois encontramos a gravação de segurança no hotel... - Foi fácil assim de descobrir? - Miguel perguntou. Por que ele não conseguiu encontrar nada mesmo depois de tanto tempo de investigação, mas Nanda conseguiu tão rapidamente? Sempre pareceu haver algo estranho nisso. Nanda disse com tristeza: - Eu não tenho motivo para te enganar, irmão. Embora eu tenha feito muitas coisas ruins, nunca te machuquei... Nesse ponto, ela não estava mentindo. Ela nunca tinha machucad
Seis meses atrás, Nanda estava nas Américas. Depois de resolver suas pendências com uma inimiga, uma ideia surgiu de repente, investigar o que realmente aconteceu com Zeca anos atrás. Mal esperava que, ao iniciar sua investigação, encontraria uma pista crucial.Um policial a conduziu ao hotel onde Zeca havia perdido a vida e descobriu uma gravação de segurança. Naquele momento, ela estava tão animada que mal percebeu que as coisas estavam indo muito bem, como se alguém estivesse esperando por ela naquele lugar. Assim que chegaram, encontraram a gravação. Olhando agora, a situação parecia estranhamente conveniente.Mas ela não tinha escolha a não ser confrontar Bryan. Desde sempre soube que não foi ele quem matou Zeca, mas sim seu pai, Igor.Naquela noite, todos estavam embriagados. Igor foi o último a entrar naquela sala pequena. Lá dentro, um homem o aguardava. Igor já tinha um acordo com ele, juntos, eles haviam embriagado Zeca e o levado até ali. O plano era que Zeca assinasse
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.