Na Quinta do Lago.Depois de estacionarem o carro, Luiza avistou um carro estacionado no quintal.Ela perguntou a Emerson: - O Miguel está aqui?- Sim.Luiza parecia pensativa, questionou: - A que horas ele chegou?- Às seis e meia.Luiza olhou para o relógio, agora eram sete horas.Miguel tinha estado com a Jéssica por meia hora, provavelmente ela já contou a ele o que ele queria saber.Jéssica já disse tudo o que podia lá em cima.Ela era uma garota branca, sentada em frente ao Miguel, contando tudo sobre a estadia de Nanda nas Américas. Naquele ano, Nanda tinha 16 anos e estava estudando em um colégio de elite na América.Assim que ela chegou ao dormitório, se tornou amiga íntima de Jéssica e de suas duas melhores amigas. As quatros eram inseparáveis, passavam todos os dias juntas, até que um dia, Nanda viu o namorado de Jéssica.Ele era o capitão do time de basquete, loiro de olhos azuis, alto e bonito, e tinha um relacionamento muito bom com a Jéssica.Nanda não suportava ver
- Conversamos um pouco. - Disse Miguel. Ele já sabia como Nanda estava na América naquela época, mas ele apenas ficou em silêncio, sem dizer nada.Luiza observou isso e perguntou a ele: - Você não está com raiva agora que sabe que tipo de pessoa Nanda costumava ser?- Não há nada para ficar com raiva. Fui bom com ela apenas porque o pai dela salvou o meu pai.Sem conhecer a verdade, ele apenas sentiu um pouco de culpa por ela naquela época.Agora que sabia a verdade, era apenas a dissipação dessa culpa.Miguel disse em um tom suave: - Eu já não me importo com o que ela era.Luiza ficou um pouco surpresa.Ela sempre pensou que Miguel favorecia Nanda, então ela pensou que, depois que Miguel soubesse a verdade, ele ficaria muito zangado.Mas na verdade, ele simplesmente não se importava com o tipo de pessoa que a Nanda era.Ele a salvou apenas para cumprir a promessa feita ao Sr. Igor.Claro, depois que Luiza foi presa, Miguel se arrependeu de ter salvado a Nanda.Mas uma vez que as co
Jéssica foi levada de volta pelos policiais.Os policiais queriam a levar para fazer o teste de drogas.Nanda não saiu, se virou para Miguel: - Irmão, posso conversar um pouco com você?- Fale aqui mesmo.Miguel nem sequer queria que ela entrasse no escritório.O rosto de Nanda estava pálido, ela olhou para Luiza: - Sra. Luiza, você poderia se retirar?- O que importa para você onde eu estou? - Luiza respondeu sarcasticamente.O rosto de Nanda ficou sombrio, ela apertou as mãos e teve que falar: - Irmão, eu admito que cometi alguns erros na América, mas naquela época eu não tinha escolha. Quando fiz amizade com a Jéssica e as outras, elas sempre me intimidavam, tanto aberta quanto secretamente. Os brasileiros na América são frequentemente discriminados...Ela parecia tão inocente, usando a questão racial para justificar suas ações, se retratando totalmente como uma vítima.Luiza riu.- Se você estava tão sem escolha, por que não se afastou delas? Por que flertar com o namorado dela?
- Como você sabe de tudo isso? - Luiza perguntou com um sorriso malicioso. - Até mesmo sobre alguém ter colocado algo na bebida dela no bar?Nanda ficou sem palavras. Ela acabou de deixar escapar aquilo em um momento de desespero, e agora se arrependia profundamente.Luiza continuou sorrindo. - Também ouvi dizer que uma das três garotas, que você se vingou, acabou morta.A mão de Nanda tremia violentamente. O que mais temia que descobrissem era esse assunto! Embora ela pensasse em todos os ângulos, Luiza achava impossível que Jéssica tivesse provas daquele incidente. No entanto, ela se sentia culpada e temia ser exposta.Se os outros segredos viessem à tona, ela não teria grandes consequências, mas envolver a vida de alguém poderia levar ela à prisão por sua vida toda.Estava aterrorizada, mas não podia mostrar isso, então olhou para Luiza com os olhos arregalados e controlou suas emoções ao dizer: - Você tem alguma evidência?- Evidências, logo vou ter. - Afirmou Luiza com confia
Quanto à questão das drogas, Luiza realmente não havia considerado as diferenças nas leis entre os dois países.- Esta questão, você poderia ter falado diretamente comigo. Por que incomodar outras pessoas? - Miguel olhou para ela.Luiza ergueu os olhos para ele e disse suavemente: - A Nanda já disse, não foi? Se você continuar confiando em mim, mais cedo ou mais tarde, eu vou acabar te prejudicando. Então, é melhor você não se aproximar mais de mim.Ele ficou um pouco mais sério e se aproximou para a abraçar. - Mas o que podemos fazer? Eu só gosto de você.Os cílios de Luiza tremeram levemente enquanto ela disse: - É melhor você não gostar.Luiza acabou decidindo ligar para Luana, mas o celular de Luana estava fora de serviço. Talvez ela estivesse ocupada, então Luiza decidiu esperar pelo retorno da ligação.Miguel não disse nada, um pouco desapontado, mas não a pressionou, apenas disse: - Vamos jantar aqui esta noite. Fique aqui por um momento, eu vou preparar a comida.Após dizer
Então, ele provavelmente saiu em viagem a negócios. Ela se sentou, com um olhar um pouco vazio... De repente, a porta se abriu.Miguel entrou vestindo uma camisa. Ao ver ela sentada na cama, com cílios longos e espessos, disse: - Acordou tão cedo?Ainda eram apenas sete horas.Ela olhou para ele, com o olhar um pouco confuso.- Você não tinha ido embora?- Você está me sentindo falta e decidiu acordar cedo para me acompanhar?Não era de se estranhar que Miguel pensasse assim, afinal, ela costumava dormir até tarde, por volta das oito ou nove horas.De repente, Miguel se sentiu caloroso por dentro, se aproximou e, estendendo a mão, a abraçou.Luiza olhou para o braço dele, que envolvia seu corpo, com as sobrancelhas ligeiramente franzidas, - Não foi isso.Ela nunca admitia, mas ele não se importava muito, sorrindo, disse: - Estou indo agora, só passei aqui para te ver antes de sair.Luiza não disse nada.Miguel comentou: - A Jéssica já está bem, logo ela será liberada.- Ok. - Luiz
Luiza apertou os dedos, imóvel.Ela conhecia bem as artimanhas de Nanda, ela estava provocando, esperando uma reação de Luiza. Se ela revidasse, Nanda usaria sua condição para a culpar. Nanda sempre foi hábil em manipular as emoções das pessoas.Luiza respirou fundo, a ignorando, e foi até a rua verificar os ferimentos de Jéssica.Já havia muitas pessoas ali.Luiza abriu caminho entre a multidão e avistou Jéssica deitada no chão, com a cabeça sangrando.Alguém já havia chamado uma ambulância.Quando Luiza tentou se aproximar, os espectadores gritaram: - Ela sofreu um acidente de carro, não a toque, pode causar uma hemorragia interna se houver algum órgão perfurado.Assim, Luiza não se atreveu a tocar ela, apenas se ajoelhou ao lado dela para examinar seus ferimentos.Jéssica estava com órgãos internos perfurados, tossindo sangue, tremendo de frio. Ela viu Luiza se aproximar e estendeu a mão, pedindo para se aproximar.Luiza se inclinou, se aproximando de seu ouvido.- Você quer dizer
Era a secretária da Nanda. Luiza olhou friamente, elas já tinham deixado Jéssica entrar no hospital, mas agora estavam enviando alguém para vigiar aqui. Será que tinham medo de que Jéssica acordasse e tentassem a matar?Luiza sussurrou: - Coloque algumas pessoas para vigiar a UTI secretamente. Se algo acontecer com a Jéssica, prendam o culpado imediatamente e me avisem.- Entendido.Emerson concordou e enviou algumas pessoas discretamente para observar a UTI, mantendo uma distância segura.Enquanto isso, Luiza foi descansar em outro quarto.No corredor.Lavínia viu Luiza sair e imediatamente ligou para Nanda. - Srta. Nanda, Luiza finalmente saiu.Lavínia passou o dia e a noite escondida no hospital, esperando que Luiza relaxasse sua vigilância. Anteriormente, quando Jéssica estava na delegacia, Nanda não conseguiu fazer nada contra ela, então só podia mandar um carro a atropelar.Mas Jéssica sobreviveu, e mesmo com essa chance, Nanda ainda estava inquieta. Ela enviou Lavínia para m
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que