Ao avistar a figura solitária dele, Miguel sorriu triunfante, sentindo o alívio de sua mágoa se dissipar por completo. Se virou e regressou ao quarto.Ao entrar, um travesseiro voou em sua direção.Miguel o interceptou no ar e disse com um sorriso: - Tão irritada logo de manhã cedo?- O que você estava dizendo para ele? - Luiza perguntou furiosa. - Quem disse que você é meu homem? Está inventando coisas!- Eu disse aquelas coisas só porque não quero mais ele te incomodando.Miguel se aproximou, a vendo ainda estava furiosa, e segurou seu queixo, dizendo: - Você quer que ele continue te importunando?Luiza resmungou, sem dizer uma palavra.Miguel pensou que ela queria que o Simão continuasse a incomodar ela e, com uma expressão sombria, disse: - Não ouse nem pensar nisso.Luiza franziu a testa.O que ele estava falando?Antes que ela pudesse pensar em uma resposta, ele segurou seu queixo e disse friamente: - Entendeu? Não quero você se envolvendo com ele.- Por que eu deveria ouvir
- Aqui está.Miguel entregou o tubo de pomada para ela.Ela deu uma olhada no tubo de pomada e perguntou: - O que é isso?- Para usar ali.Luiza sentiu seu rosto esquentar e, com a expressão fria, disse: - Eu não preciso disso.- Não seja teimosa, ontem à noite eu vi que estava inchado.Luiza sentiu o nervo em sua testa pulsar, estendeu a mão para o segurar. - Não fale mais.Vendo que ela não queria ouvir, Miguel não insistiu e mudou de assunto: - A situação do seu pai foi resolvida, os funcionários de Thomas se mudarão para a clínica em breve.- Entendi.- Vamos comer. - Miguel falou uma coisa após a outra, demonstrando preocupação por ela.Uma hora se passou, finalmente Miguel saiu.Luiza massageou a testa dolorida, arrumou suas coisas e foi visitar Marina.Marina já estava em casa cuidando do bebê.Quando Luiza entrou no quarto, Marina estava comendo cerejas e sorriu ao ver ela: - Lulu, venha comer cerejas.- Você está se sentindo melhor agora? Por que está tão animada?Luiza f
Luiza estava lá fora esperando por ele.Na estrada fria da montanha, um Mercedes-Benz se aproximava. Luiza achou que parecia familiar e olhou mais de perto.Antes que ela pudesse ver claramente quem estava dentro do carro, o carro parou por conta própria e abaixou o vidro, revelando uma dama elegantemente vestida com um conjunto claro.Era Helena.Seus cabelos longos estavam presos atrás da cabeça, muito elegante.Ao lado dela estava uma jovem e bela mulher, segurando a mão de Helena, parecendo ter um relacionamento próximo com ela.Luiza a reconheceu. Essa pessoa era Alice, uma aluna de Thomas.Alice também viu Luiza.Os olhares das duas se encontraram.Houve um lampejo nos olhos de Alice enquanto ela acenava para Luiza.Luiza também acenou de volta.Helena perguntou: - Vocês duas se conhecem?- O pai da Sra. Luiza é paciente do professor Thomas, nós nos conhecemos. - Respondeu Alice docilmente.Helena ficou com uma expressão complexa e perguntou a Luiza: - Luiza, o que você está fa
A Sra. Nunes, ao ouvir isso, achou que fazia sentido. Se Miguel se casasse com Alice, os laços entre as duas famílias ficariam mais firmes.Então, a Sra. Nunes chamou Helena de volta para casa para discutir o assunto.Inicialmente, Helena também achou uma boa ideia. Ela pensou que Alice não só era bonita, mas também uma excelente aluna. Além disso, ela era filha da irmã dela, então se as duas famílias se aproximarem mais, não haveria conflitos entre sogra e nora no futuro.Mas agora, vendo Luiza com Emerson, Helena parecia hesitante. Ela se virou para Alice e disse: - Alice, preciso voltar para casa e perguntar ao Miguel sobre isso.Ao ouvir isso, Alice pareceu um pouco decepcionada e perguntou suavemente: - Tia, é por causa da ex-mulher do Miguel?Helena disse: - Agora mesmo não sei qual é a situação entre os dois, preciso voltar e perguntar.Então, Alice foi temporariamente rejeitada por Helena.Chegaram à Baía da Valenciana, nº 12.Quando Helena entrou na casa, o rosto de Alice s
Na Quinta do Lago.Depois de estacionarem o carro, Luiza avistou um carro estacionado no quintal.Ela perguntou a Emerson: - O Miguel está aqui?- Sim.Luiza parecia pensativa, questionou: - A que horas ele chegou?- Às seis e meia.Luiza olhou para o relógio, agora eram sete horas.Miguel tinha estado com a Jéssica por meia hora, provavelmente ela já contou a ele o que ele queria saber.Jéssica já disse tudo o que podia lá em cima.Ela era uma garota branca, sentada em frente ao Miguel, contando tudo sobre a estadia de Nanda nas Américas. Naquele ano, Nanda tinha 16 anos e estava estudando em um colégio de elite na América.Assim que ela chegou ao dormitório, se tornou amiga íntima de Jéssica e de suas duas melhores amigas. As quatros eram inseparáveis, passavam todos os dias juntas, até que um dia, Nanda viu o namorado de Jéssica.Ele era o capitão do time de basquete, loiro de olhos azuis, alto e bonito, e tinha um relacionamento muito bom com a Jéssica.Nanda não suportava ver
- Conversamos um pouco. - Disse Miguel. Ele já sabia como Nanda estava na América naquela época, mas ele apenas ficou em silêncio, sem dizer nada.Luiza observou isso e perguntou a ele: - Você não está com raiva agora que sabe que tipo de pessoa Nanda costumava ser?- Não há nada para ficar com raiva. Fui bom com ela apenas porque o pai dela salvou o meu pai.Sem conhecer a verdade, ele apenas sentiu um pouco de culpa por ela naquela época.Agora que sabia a verdade, era apenas a dissipação dessa culpa.Miguel disse em um tom suave: - Eu já não me importo com o que ela era.Luiza ficou um pouco surpresa.Ela sempre pensou que Miguel favorecia Nanda, então ela pensou que, depois que Miguel soubesse a verdade, ele ficaria muito zangado.Mas na verdade, ele simplesmente não se importava com o tipo de pessoa que a Nanda era.Ele a salvou apenas para cumprir a promessa feita ao Sr. Igor.Claro, depois que Luiza foi presa, Miguel se arrependeu de ter salvado a Nanda.Mas uma vez que as co
Jéssica foi levada de volta pelos policiais.Os policiais queriam a levar para fazer o teste de drogas.Nanda não saiu, se virou para Miguel: - Irmão, posso conversar um pouco com você?- Fale aqui mesmo.Miguel nem sequer queria que ela entrasse no escritório.O rosto de Nanda estava pálido, ela olhou para Luiza: - Sra. Luiza, você poderia se retirar?- O que importa para você onde eu estou? - Luiza respondeu sarcasticamente.O rosto de Nanda ficou sombrio, ela apertou as mãos e teve que falar: - Irmão, eu admito que cometi alguns erros na América, mas naquela época eu não tinha escolha. Quando fiz amizade com a Jéssica e as outras, elas sempre me intimidavam, tanto aberta quanto secretamente. Os brasileiros na América são frequentemente discriminados...Ela parecia tão inocente, usando a questão racial para justificar suas ações, se retratando totalmente como uma vítima.Luiza riu.- Se você estava tão sem escolha, por que não se afastou delas? Por que flertar com o namorado dela?
- Como você sabe de tudo isso? - Luiza perguntou com um sorriso malicioso. - Até mesmo sobre alguém ter colocado algo na bebida dela no bar?Nanda ficou sem palavras. Ela acabou de deixar escapar aquilo em um momento de desespero, e agora se arrependia profundamente.Luiza continuou sorrindo. - Também ouvi dizer que uma das três garotas, que você se vingou, acabou morta.A mão de Nanda tremia violentamente. O que mais temia que descobrissem era esse assunto! Embora ela pensasse em todos os ângulos, Luiza achava impossível que Jéssica tivesse provas daquele incidente. No entanto, ela se sentia culpada e temia ser exposta.Se os outros segredos viessem à tona, ela não teria grandes consequências, mas envolver a vida de alguém poderia levar ela à prisão por sua vida toda.Estava aterrorizada, mas não podia mostrar isso, então olhou para Luiza com os olhos arregalados e controlou suas emoções ao dizer: - Você tem alguma evidência?- Evidências, logo vou ter. - Afirmou Luiza com confia
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.