Ele foi vê-la muitas vezes, mas ela nunca quis vê-lo. Ouviu dizer que ela estava sendo intimidada lá dentro, então ele enviou pessoas para lidar com aqueles que a estavam perturbando e colocou alguém ao lado dela, apenas para protegê-la de longe, sem que ela soubesse. Ouviu dizer que ela cresceu muito, que comia bem todos os dias e enfrentava aqueles que a intimidavam com muita força. Ouviu dizer que os homens de Theo trouxeram desenhos e materiais para ela, e ela frequentemente desenhava lá dentro.Depois, Miguel conseguiu para ela um trabalho leve na lavanderia da prisão, para que ela pudesse ficar lá todos os dias desenhando em paz. Ao ouvir que ela estava vivendo bem, ele ficou aliviado, pelo menos ela não estava sem esperança.- O que isso tem a ver com você? - O rosto sereno de Luiza mostrava um leve sorriso, mas seus olhos estavam frios.- Eu só estou preocupado com você... - Sua garganta parecia estar entupida com algodão, como se tivesse muito a dizer, mas não soubesse por
- O que você vai fazer?- Ela não tem o Simão que a ama? Então eu vou seduzir o Simão. Quero que ela sinta a mesma dor que eu senti antes. Naquele tempo, ela estava com o Miguel, e a Nanda constantemente os provocava. Hoje, ela iria provar do mesmo veneno. Só não sabia se, quando chegasse a hora, Nanda ainda conseguiria manter aquela aparência de coitadinha.- Quanto ao Miguel, depois do que aconteceu quando fui presa, acho que ele não vai mais ajudar a Nanda. - Luiza conhecia bem o Miguel. Se seis meses atrás ela não o tivesse recusado e ele a tivesse resgatado, hoje ela poderia estar ainda sob o controle de Miguel.Mas agora era diferente. Para se livrar dele, ela preferiu ir para a prisão. Depois disso, Miguel não ousaria pressioná-la novamente, porque sabia que, se fosse necessário, ela faria algo ainda mais drástico para se libertar dele. Agora, Miguel sentia uma profunda culpa em relação a ela, e essa culpa era maior que seus sentimentos por Nanda. Por isso, Luiza sabia mui
Theo abriu a boca, prestes a dizer algo, mas Luiza o interrompeu:- Você pode ir embora. De agora em diante, a Luminar Joias pertence ao Grupo NAS, e eu trabalharei bem.O que ela quis dizer era que Theo era apenas seu chefe.Theo ficou parado por dois segundos. No fim, não conseguiu dizer nada.Ele ficou ali, observando Luiza se afastar. Por um momento, quase deixou seu ódio transparecer para ela.Ele quase disse a ela que também não era uma pessoa simples, que tinha chegado até ali para vingar a morte de sua mãe.Ele e Luiza eram exatamente iguais.No início, ele também era tão inocente quanto ela. Depois que sua mãe se suicidou pulando de um prédio, ele foi levado para a família Pires. Todos na família Pires giravam em torno de Francisco, e só o tratavam com insultos e desprezo.Ele nunca teve um dia de paz na família Pires. Seu pai era indiferente, seu irmão mais velho e sua madrasta o viam como uma ameaça.Um dia, um dos empregados o maltratou novamente, e o ódio em seu coração
- Olá a todos! - Luiza acenou para todos e, após um breve cumprimento, ajudou Marina a subir para o escritório no segundo andar. Marina, com os olhos vermelhos, olhou para ela e disse:- Lulu, você acabou de sair de lá, não vai descansar por alguns dias?- Não, não precisa, de qualquer forma não há muito o que fazer. - Luiza olhou para a barriga proeminente de Marina. - Quem está sofrendo mais é você. Quantas semanas já? E você ainda está trabalhando?Marina olhou para sua própria barriga e fez uma careta.- Geraldo também disse isso, mas eu não consigo deixar o estúdio de lado, então venho todos os dias. Quando a barriga incomoda, deito no sofá.- Geraldo? - Luiza notou a informalidade no nome e sorriu. - Eu pensei que todos o chamavam de Sr. Geraldo, agora virou só Geraldo?O rosto de Marina ficou um pouco embaraçado, mas era evidente a felicidade.- Depois de passarmos mais tempo juntos, percebi que ele é uma boa pessoa, então estamos planejando...- Ficar juntos? - Luiza a interro
- Tentei persuadi-la muitas vezes, mas ela não escuta. - Geraldo só pôde deixá-la fazer o que queria.A partir dessa frase, já era possível perceber que Geraldo era um homem que respeitava muito Mari.Ela sorriu e disse:- Vou tentar, afinal, já estou aqui fora. Depois eu cuido do estúdio.- Obrigado. - Geraldo sorriu suavemente.Quando Marina terminou a ligação, Luiza mencionou o assunto para ela.Assim que ouviu, ela virou a cabeça e lançou um olhar severo para Geraldo.- Foi você que contou para a Lulu, não foi?- Eu só não quero que você se canse demais. - Geraldo explicou.Marina franziu a testa.Luiza, temendo que os dois começassem a brigar, segurou a mão dela.- Mari, escute o Geraldo, eu já estou aqui fora. Eu cuido do estúdio, você vai para casa descansar.Seu olhar pousou na barriga dela, ligeiramente triste.- Descanse bem, se proteja.Ao ver o olhar triste de Luiza, ela pensou no bebê novamente.Marina suavizou, acenou com a cabeça- Certo, deixo a empresa com você. Se não
Luiza continuava mexendo o café, sorrindo de forma tranquila e bela.- De repente percebi, o Simão é muito charmoso, é bom e dedicado à namorada. Eu também quero um namorado assim... O problema é que ele é o homem da Nanda.Miguel franziu a testa e disse de forma concisa:- Ele ficou noivo da Nanda ontem à noite, ele agora está comprometido.- E daí? - Luiza respondeu com um sorriso. - Eles ainda não se casaram, então eu tenho uma chance. Afinal, quem não gosta de um homem bom assim?- Interferir no relacionamento dos outros é ser amante.- Não foi assim que a Nanda fez? - Luiza riu, aparentemente despreocupada.- Ela não tem nada a ver comigo. - Miguel corrigiu, vestindo um terno preto solene, sentado em frente a ela, tão elegante e bonito que parecia irreal.Luiza levantou os lábios.- Ah, é assim? Então eu também vou ser a irmã do Simão. Afinal, basta ter o título de irmã, que não há responsabilidade alguma...- Luiza, eu sei que você não é esse tipo de pessoa. - Os olhos de Miguel
Ele também não sabia por que tinha vindo dessa vez.Talvez fosse porque suas vidas eram tão parecidas que ele queria que todos os pensamentos e desejos dela se realizassem.Ao descer as escadas, Theo virou a cabeça e viu Emerson, o assistente de Miguel. Miguel ainda estava mandando pessoas seguirem Luiza. Theo franziu a testa instintivamente. Antes, ele gostava de ver essa cena; esperava que Miguel se importasse cada vez mais com Luiza, assim ele poderia usar Luiza para enfrentar Miguel. Mas, um dia, de repente, ele se sentiu desconfortável com isso. Provavelmente foi no momento em que ele percebeu que ele e Luiza tinham destinos semelhantes.Quando Emerson viu Theo, ele saiu do carro, foi diretamente até ele e perguntou:- Presidente Theo, posso fazer uma pergunta? - Theo não disse nada, então Emerson perguntou por conta própria. - Qual é o seu relacionamento atual com a nossa senhora?Theo sorriu levemente:- Miguel pediu para você perguntar isso?- Não, eu mesmo queria pergunta
Luiza sorriu e disse:- Foi o Presidente Theo quem me enviou. Agora sou uma subordinada dele.- Você não tinha seu próprio estúdio? - O olhar de Simão caiu sobre seu rosto branco como neve. Ele não sabia por quê, mas achava que ela estava muito mais bonita do que antes.Ela se arrumou especialmente para vê-lo?- Sim, eu tenho meu estúdio, mas agora nosso estúdio está sob o comando do Grupo NAS, então também faço parte do Grupo NAS. - Luiza respondeu com confiança.A expressão de Simão era um pouco complexa, ele parecia relutante em se aproximar dela, olhando para Miguel à distância.Miguel mantinha uma expressão fria, mas apenas ficou parado à distância, sem se aproximar.Instintivamente, Simão não queria se aproximar de Luiza. Ele pegou o taco de golfe e se afastou, não querendo lidar com ela.Além disso, seis meses atrás, ele tinha visto pessoalmente Luiza empurrar Nanda para o mar. Ele se lembrava claramente daquela aparência cruel.Ela era uma mulher malvada.Luiza não se desanimou
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?