Lívia tratava ela como sempre, continuando a chamá-la de senhora.Luiza se sentia um pouco envergonhada, enquanto Miguel a observava, se fixando em seu elegante conjunto da Chanel.- Está bastante frio lá fora, como pode usar isso? - Ele perguntou.- Hoje vou visitar meu pai, pensei em me vestir um pouco mais elegante. - Ela respondeu, sorrindo.Miguel franziu a testa, desaprovador:- Isso não pode ser, hoje está 12 graus e você está com as pernas de fora, não pode sair assim.- Eu não estou com as pernas de fora! - Se defendeu ela. - Estou usando uma meia-calça que imita pele nua; ela é forrada por dentro, só parece uma meia de seda por fora.Miguel ainda estava contrariado:- Mesmo assim, é muito pouco, coloque um casaco longo por cima, senão não permito que saia.Luiza fez beicinho:- Você é tão chato!Ele sempre a controlava assim, o que realmente a irritava.Miguel ignorou seu protesto, trouxe um casaco longo do andar de cima e colocou sobre seus ombros:- É para o seu bem, o bebê
Luiza realmente guardava ressentimento dela.Se não fosse por ela implorar ao pai para trazer Pietro de volta para o Grupo Medeiros, o pai não teria tido uma recorrência de miocardite por causa de Pietro.Ela não conseguia dizer palavras de perdão, mas ao ver sua avó deitada na cama de hospital, com o rosto envelhecido, ela não conseguia a culpar e apenas assentiu, dizendo: - Vovó, não te culpo.Ela estava prestes a partir, Luiza não queria que ela partisse com rancor.Ouvindo suas palavras, a Sra. Medeiros assentiu, fechou os olhos e adormeceu profundamente...O monitor cardíaco ao lado se tornou uma linha reta.A Sra. Medeiros partiu deste mundo.Seu pai chorou tristemente.Luiza olhou para o pai chorando, se sentindo abafada e sombria por dentro.O próximo passo era lidar com os arranjos funerários.Seu pai não estava em condições de lidar com isso agora, e Luiza não tinha experiência. Ela ficou parada no corredor, olhando para os funcionários funerários que vinham vender serviços,
Quando terminaram as reverências, ele foi até Luiza e a ajudou a levantar.- Não posso me levantar, tenho que ficar de joelhos aqui vigiando.Como a única neta, ela só podia continuar de joelhos.- Sou genro, e eu também posso fazer isso. Você se levanta, vá descansar um pouco ao lado.Miguel insistiu para que ela fosse descansar, mas Luiza recusou. Ele continuou: - Você está grávida, ficar muito tempo de joelhos pode causar cãibras nas pernas. Vá se sentar um pouco, eu vou ficar vigiando.Ele disse isso e só então ela se levantou.Miguel também trouxe o jantar e a fez se sentar em uma cadeira para comer.Luiza abriu a marmita e deu algumas mordidas. De repente, se sentiu reconfortada. Em momentos como esse, se não fosse por ele, ela realmente não saberia como lidar. Afinal, ela tinha apenas 23 anos e muitas coisas ela ainda não entendia.Ela de repente sentiu que ter um marido amoroso era muito bom.Depois de comer um pouco, Miguel disse: - Já organizei o funeral de amanhã. Você e s
Às seis e meia, a Sra. Medeiros foi finalmente sepultada, a terra foi lançada...Uma pessoa desapareceu do mundo.Luiza ficou de pé no frio, se sentindo um pouco melancólica, ela olhou para Miguel, que estava olhando para o caixão, com o rosto cansado.De volta à Quinta do Lago, já eram onze e meia. Luiza disse: - Você deveria dormir um pouco, está com uma aparência cansada.- Você acordou cedo, vamos dormir um pouco juntos. - Miguel segurou a mão dela.Luiza também estava se sentindo um pouco cansada, então concordou com a cabeça. - Está bem.Os dois se deitaram na cama e adormeceram abraçados.Uma semana depois.Luiza estava ocupada no estúdio quando Theo apareceu.Luiza estava segurando uma lista de pedidos e ficou um pouco surpresa. - Theo, você voltou?- Sim, o projeto no País Z acabou. Ele se saiu muito bem, então seu pai passou a olhar ele com outros olhos e o transferiu de volta para o país.Luiza o convidou para se sentar no sofá e serviu uma xícara de café para ele. - Th
Não esperava ver ele voltar, como uma mosca que não podia ser espantada!- Vou subir para te ver.Miguel não esperou Luiza falar e encerrou a ligação.Luiza ficou um pouco sem jeito e olhou para Theo.Ele entendeu imediatamente a expressão dela e sorriu, com um tom frio na voz. - É o Miguel?- Sim.- Você se mudou de volta para Quinta do Lago para morar com ele?- Sim, como eu te disse antes, uma pessoa me ajudou a me livrar do Walter, e essa pessoa foi o Miguel. Mais tarde descobri que o que aconteceu com o Pietro também foi uma trama do Walter. O Miguel estava ocupado naquela época e não sabia o que estava acontecendo com o Grupo Medeiros, então não tem culpa nisso.O mal-entendido foi esclarecido e não havia ressentimentos entre eles.Theo assentiu com a cabeça e estava prestes a dizer algo quando Miguel já estava subindo as escadas, uma após a outra, parando do lado de fora do escritório, com olhos profundos como o mar.Quando Luiza não sabia o que dizer, ele entrou elegantemente
Luiza gritava atrás dele: - Como assim está subindo? Não vai jantar?Miguel não respondeu, apenas subiu as escadas. Luiza fez um bico, o xingando em seu coração: "Que temperamento de cachorro!"Após ser ignorada duas vezes, Luiza não ia implorar uma terceira vez. Ela entrou sozinha na sala de jantar e começou a comer sua sopa avidamente.Um tempo depois, ele apareceu na porta da sala de jantar, vestindo um roupão.Luiza, comendo cerejas, se assustou com a aparição repentina dele. - Aparecer assim do nada na porta, quer me matar de susto?- Você ainda consegue comer? - Miguel se aproximou, resmungando friamente.Luiza fez beicinho: - Por que eu não conseguiria? Estou grávida, e quando estou com fome, tenho que comer.- Você realmente vai com ele ao desfile amanhã?- Não tenho escolha. Agora que a Luminar Joias e o Grupo NAS estão cooperando, vou ter que o encontrar frequentemente. Ele é o líder do projeto.Luiza não escondeu nada dele.Ela finalmente teve essa oportunidade e não des
Assim que pousou o copo na mesa, ele apagou a luz do abajur, se dirigiu para a cama e a abraçou. Antes que ela pudesse reagir, ele virou o rosto dela e a beijou com ardor.O beijo era caloroso, mas também trazia um sabor de punição.Luiza se debateu um pouco, franzindo a testa. - Ei, estou grávida.- E daí? Se não se comportar, terá que ser punida. - Ele mordeu os lábios dela, sentindo sua resistência, rouco. - Não se pode recusar ao marido.Luiza se esquivou duas vezes, mas não conseguiu escapar. Ele a segurou pela cintura e a sentou em cima dele.Ela estava um pouco assustada e logo pediu misericórdia. - Eu só vou encontrar com ele para discutir sobre o projeto, não vai acontecer nada, você está pensando demais.- Você pode não ter nada com ele, mas ele pode ter algo com você.A raiva de Miguel ainda não havia passado. Ele segurou o rosto dela e a beijou.Sem ter opção, Luiza disse: - Vá com cuidado...Depois que ela falou, ele diminuiu a intensidade. Luiza sentiu que ele estava m
- Está bem.Os dois seguiram juntos.Duas horas depois, a exposição de moda terminou.Luiza arrumou suas coisas e saiu com Theo.- Luiza. - Caminhando pelo corredor longo, Theo de repente falou, se virando para ela.- O que foi? - Luiza olhou para ele.- Você... Você e o Miguel estão completamente reconciliados agora? - Theo olhou para ela, parecendo ter algo a dizer.Luiza percebeu sensivelmente e sussurrou: - Theo, o que você quer me dizer?- Você tem medo da Nanda voltar?Luiza ficou perplexa. - Ela não deveria voltar, certo?Miguel prometeu que não a deixaria voltar.Mas Theo disse: - Ouvi dizer que ela não se adaptou muito bem às Américas, ficou bastante doente. Miguel provavelmente foi ver ela.O coração de Luiza afundou. Miguel saiu às pressas esta manhã para ver a Nanda?Já era tarde quando voltaram para a Quinta do Lago.Miguel ainda não tinha voltado.Quando Lívia a viu e disse: - Sra. Luiza, o Sr. Miguel mandou o Eduardo voltar para pegar suas malas ao meio-dia. Eduardo
Ele olhou de cima para eles, franzindo as sobrancelhas.— Tem muita gente aqui. Vou pegar o Felipinho no colo.Naquela situação, o menino não devia ficar no chão, pois poderia ser pisoteado pelas pessoas que continuavam a se empurrar para frente.Luiza também entendeu isso, assentiu e tentou sair dos braços de Miguel, mas ele a segurou firme e disse em voz baixa:— Fique aqui também, não vá para longe.— Não. — Luiza se sentia um pouco desconfortável. O braço dele era firme, envolvendo sua cintura de forma estranhamente calorosa.Além disso, o peito dele estava bem à sua frente, e estar ali, nos braços dele, fazia com que ela se sentisse meio estranha.Ela tentou se afastar, mas nesse momento a multidão empurrou de novo, e Luiza quase caiu. Miguel a segurou outra vez, e seu rosto se encostou no peito dele, deixando ela constrangida.— Eu já disse para você não se afastar. Você está de salto alto e é fácil ser empurrada e cair. — Miguel falou, e seu hálito quente escapou de seus lábios,
Não importava se ele gostava ou não, ela estava decidida a dedicar toda a sua paixão a ele. Mesmo que todos comentassem que ele tinha um primeiro amor e que era profundamente apaixonado por essa pessoa, Luiza não se importava. Ela se animava, acreditando que isso era apenas coisa do passado e que ela era a mulher capaz de conquistar tudo dele.E foi assim que Miguel finalmente cedeu a ela.No início, ele não queria saber de sentimentos. Mesmo que houvesse um breve momento de atração, ele escolhia afastar qualquer possibilidade, pois o amor não fazia parte das opções em sua vida. Além disso, entre eles existiam mágoas e rancores.Para ele, o rosto de Luiza era algo banal, e ela só queria conquistá-lo porque não conseguia tê-lo. Muitas mulheres eram assim.Mas outras mulheres, após um ou dois meses sem resposta, desistiam aos poucos.Luiza era diferente. Durante seis meses, sem nem falhar um dia sequer, ela sempre se dirigia a ele para cumprimentá-lo, ligava de vez em quando para fazer
Nesse momento constrangedor, Miguel abriu a porta e ficou parado do lado de fora, olhando de cima para ela, caída no chão, com o pijama preso pela metade.Ela se sentia extremamente envergonhada e frustrada, querendo encontrar um buraco para se esconder.Mas Miguel não a repreendeu. Ele se aproximou, pegou ela nos braços e, ignorando completamente o pijama sensual que estava preso nela, levou ela para a cama e passou uma pomada em seu pé machucado.Naquele momento, Luiza abaixou a cabeça, tão embaraçada que parecia carregar o peso de mil quilos, incapaz de levantá-la.Mais tarde, Miguel ainda a dominou, puxando o pijama sensual que ela vestia enquanto dizia, com a voz rouca: "Até que foi criativo."Luiza, em seus braços, ficou vermelha como um tomate.O pior era que esse homem irritante não tirou o pijama dela completamente; o deixou enrolado na cintura, sorrindo e dizendo: "Assim também tem seu charme."Ela ficou ali, usando aquele pijama todo bagunçado, sendo acariciada por ele até o
Felipinho ficou surpreso e disse: — Sério? Havia um desejo profundo em suas palavras. Luiza sentiu o coração apertar ao perceber isso. Até mesmo Miguel, que raramente demonstrava seu lado paternal, exibiu um toque de ternura. — Sim, nós realmente nos amamos. — Papai, como você e a mamãe se conheceram? — Perguntou Felipinho. Ouvindo a pergunta do filho, Miguel pareceu recordar o passado, e um leve sorriso surgiu em seus lábios. — A primeira vez que nos encontramos foi em uma festa. Sua mãe se apaixonou por mim à primeira vista e, depois disso, começou a me perseguir sem parar. — O quê? — Felipinho ficou surpreso. Quem diria que sua mãe havia perseguido o pai? Ele ficou imediatamente animado, olhou para Luiza e perguntou. — É verdade? A mamãe realmente perseguiu o papai? Diante do olhar curioso do filho, Luiza ficou extremamente desconfortável. Miguel disse: — É verdade. Depois que se casou comigo, ela perguntava a todos onde eu estava, chamava o motorista e ia at
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então