- Isso é com você. - Respondeu Miguel com frieza.Clara mal podia acreditar. Ela havia contado tudo para Miguel, por que ele estava sendo tão insensível?Ela balançou a cabeça, com lágrimas nos olhos. - Miguel, eu te imploro, me ajuda...Ela tentou se aproximar de joelhos, mas Miguel já estava chamando alguém. - Venham.A porta do quarto foi aberta, Eduardo entrou com dois seguranças e eles levaram Clara para fora.Luiza ainda estava parada na porta, atordoada.Miguel se aproximou, levantou a mão para a abraçar, a fazendo encostar a cabeça em seu ombro, sussurrando suavemente: - Agora você sabe o que está acontecendo, não é?Luiza assentiu. - Desculpe.Aparentemente, tudo foi manipulado pelo Walter.- Está tudo bem.Miguel a abraçou firme pela cintura.- Mas naquela época eu também te prejudiquei, eu roubei seus documentos.Ela ficou parada em seus braços, se sentindo um pouco culpada ao mencionar isso.- Não é a mesma coisa. Você foi uma presa nos planos do Walter, foi uma vítima.
Naquela noite, Luiza optou por ficar em casa em vez de ir ao hospital, desfrutando de um jantar tranquilo com seu pai.Atualmente, seu pai estava enfrentando lapsos de memória, mas curiosamente, parecia mais contente do que antes. Luiza achava isso reconfortante, pois significava menos preocupações para ela.Após o jantar, Miguel ligou via vídeo.Luiza estava no quintal quando atendeu à chamada. - Oi.O rosto bonito de Miguel apareceu na tela.Miguel a encarou profundamente. - Por que você não veio hoje à noite?Luiza sorriu. - Você não está prestes a sair do hospital? Não precisa de companhia o tempo todo, né?- Eu só quero ter você por perto o tempo todo.O coração de Luiza deu um salto. Ela olhou para o homem na tela do vídeo e disse: - Se precisar de algo, é só me ligar.- É diferente te ver pessoalmente.Luiza estava prestes a perguntar como era diferente quando ouviu Bryan chamando atrás dela. - Lulu.Bryan saiu da casa, vestindo um suéter comprido.Ao ver ele, Luiza olhou i
- Quem ousaria me repreender? - Miguel respondeu indiferentemente.Luiza olhou para o rosto frio dele e pensou consigo mesma: "É verdade, o hospital inteiro é dele, que médico teria coragem de repreender ele?"Ela levou Miguel para o seu quarto, abrindo a porta suavemente e disse: - Fale em voz baixa.Miguel ignorou, entrando com passos largos.- Ei! - Luiza o chamou baixinho. - Você poderia falar mais baixo?- Você está com medo que seu pai me descubra?Ele pareceu um pouco descontente, se virando para a olhar.Luiza ficou momentaneamente surpresa, sussurrando: - Se ele estivesse bem, eu poderia explicar tudo o que aconteceu recentemente, e talvez ele pudesse entender você, mas quando ele teve o problema, foi durante o nosso divórcio. Tenho medo de que, se não deixar ele lembrar, acabe o estimulando.A situação de Ivan foi orquestrada por Walter, mas ela sabia que seu pai não sabia disso. Além disso, com o pai não reconhecendo ninguém, Luiza não conseguia explicar toda a situação pa
Luiza sentiu um calor percorrer seu rosto quando seus lábios foram tocados pela ponta dos seus dedos.Luiza ficou um pouco aturdida e disse: - Eu vi a notícia do suicídio da Clara esta manhã.- Foi o Gabriel quem fez isso.- Você se sente triste com isso? - Ela olhou nos olhos dele, tentando discernir suas emoções.- Não, não me sinto triste. - A voz de Miguel era calma. - O destino dela foi causado pela ganância e pela arrogância dela, colhendo o que plantou.Luiza não sabia o que dizer e apenas assentiu com a cabeça.Ela tentou virar a cabeça para assistir TV, mas Miguel segurou seu rosto, a impedindo de se mover. - Você disse ao seu pai hoje que eu sou seu amigo?Luiza ficou envergonhada. - Mas nós não somos amigos?Ela ainda não tinha aceitado as investidas dele, então é claro que eles eram apenas amigos.- Amigos? - Miguel repetiu a pergunta e mordeu o lábio dela. - Os amigos mordem seus lábios assim?Luiza sentiu seu rosto ficar quente e empurrou ele. - Eu ainda não aceitei s
Neste estágio, ele já não conseguia mais se conter. Ele puxou um pouco bruscamente a mão dela e a conduziu a desabotoar seu cinto, a retirar, e então a dominou...O dia começava a clarear.Luiza acordou, com marcas ambíguas por todo o corpo, o braço de Miguel envolvido em sua cintura, dormindo profundamente.Ela olhou para o rosto bonito dele, se sentindo um tanto complicada.Não tinha ideia de como as coisas estavam esquentando tanto na noite anterior. Parecia que quando homens e mulheres estavam juntos sozinhos, a situação podia se tornar realmente perigosa. Era fácil serem atraídos um pelo outro hormonalmente e, em seguida, se deixarem levar pelas emoções...No ar, parecia ainda pairar o sabor do prazer.Luiza ficou um pouco corada, pensou em se levantar, e então ele acordou.- Tão cedo? - Miguel sorriu e se aproximou para beijar o seu rosto.Luiza mudou de expressão e levantou a mão para o impedir. - Não me beije. Você deveria ir embora logo, antes que meu pai acorde e te encontre
- O que vocês estão conversando? - Bryan se aproximou com o molho. - Lulu, geleia de mirtilo, você adora.Ele colocou a geleia de mirtilo na frente dela.Luiza sorriu rapidamente. - Obrigada, pai.- Dê um pouco de pão com geleia para o Miguel. - Piscou Bryan para ela.Luiza achou estranho, então ouviu Bryan perguntar a ele: - Miguel, em que você trabalha?O rosto bonito de Miguel mudou de expressão e respondeu: - Sou executivo em uma empresa.- Executivo, então o salário deve ser bom. - Assentiu Bryan. - Combina bem com a nossa Lulu.Luiza ficou um pouco atordoada.Seu pai estava elogiando ele... Isso significava que tinha uma boa impressão dele...- Miguel, você tem planos de se casar com nossa Lulu? - Bryan começou a perguntar novamente.Essa pergunta fez os dois ficarem paralisados.Eles se olharam por um momento, e Miguel disse: - Pensei nisso, mas tudo depende do que a Lulu quer.Ele também começou a chamar de Lulu como o pai.Luiza franziu a testa e disse: - É cedo demais pa
Luiza estava em silêncio.Depois de falar com o diretor, Miguel se aproximou sorrindo e perguntou ao Bryan se ele estava com frio.Bryan perguntou:- Miguel, como você conseguiu vir hoje?- Eu pensei que o tio poderia precisar de mim, então vim. - Respondeu Miguel, lançando um olhar para Luiza.Ela permaneceu quieta.Bryan também olhou para ela e perguntou a Miguel:- Você precisa voltar para resolver alguma coisa?- Assim que resolver as coisas por aqui, eu volto.Isso mostrou que ele tinha vindo de propósito.Bryan acenou com a cabeça, pedindo que Luiza o acompanhasse até a saída.Luiza não reagiu imediatamente.Bryan disse:- Miguel veio especialmente aqui, vá rápido, o acompanhe até a saída.- Tudo bem. - Ela olhou para Miguel e se virou para sair com ele.No corredor, caminhando lado a lado, Luiza falou:- Você não estava internado? Como veio de repente? Já tirou os curativos?- Ainda não. - Respondeu Miguel.Surpresa, Luiza se virou e abriu o paletó dele, revelando uma camisa pre
- Estou bem. - Luiza vomitou um pouco de ácido e limpou a boca.Ela ainda sofria de náuseas matinais ocasionalmente.Se levantou para enxaguar a boca com água.Miguel perguntou:- Por que você vomitou de repente? Sua gastrite atacou novamente?Luiza estava prestes a pegar água para escovar os dentes, mas ao ouvir sua voz, ficou quieta por um momento antes de responder:- Não é nada.- Você parece estar bastante sonolenta ultimamente; geralmente, você acorda às sete ou oito horas, mas recentemente tem dormido até depois das nove ou dez, e também tem tirado sonecas à tarde...Ao ouvir suas palavras, Luiza franzia a testa, quase revelando acidentalmente que estava grávida.No entanto, ela conseguiu se conter.Contar a ele agora seria o mesmo que concordar em se reconciliar, e Luiza ainda não queria isso; ela queria ser livre por mais um tempo.Portanto, no final, ela apenas disse:- Só um pouco de desconforto no estômago, nada sério, não precisa se preocupar. você vai tirar o curativo est
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que