Luiza estava em silêncio.Depois de falar com o diretor, Miguel se aproximou sorrindo e perguntou ao Bryan se ele estava com frio.Bryan perguntou:- Miguel, como você conseguiu vir hoje?- Eu pensei que o tio poderia precisar de mim, então vim. - Respondeu Miguel, lançando um olhar para Luiza.Ela permaneceu quieta.Bryan também olhou para ela e perguntou a Miguel:- Você precisa voltar para resolver alguma coisa?- Assim que resolver as coisas por aqui, eu volto.Isso mostrou que ele tinha vindo de propósito.Bryan acenou com a cabeça, pedindo que Luiza o acompanhasse até a saída.Luiza não reagiu imediatamente.Bryan disse:- Miguel veio especialmente aqui, vá rápido, o acompanhe até a saída.- Tudo bem. - Ela olhou para Miguel e se virou para sair com ele.No corredor, caminhando lado a lado, Luiza falou:- Você não estava internado? Como veio de repente? Já tirou os curativos?- Ainda não. - Respondeu Miguel.Surpresa, Luiza se virou e abriu o paletó dele, revelando uma camisa pre
- Estou bem. - Luiza vomitou um pouco de ácido e limpou a boca.Ela ainda sofria de náuseas matinais ocasionalmente.Se levantou para enxaguar a boca com água.Miguel perguntou:- Por que você vomitou de repente? Sua gastrite atacou novamente?Luiza estava prestes a pegar água para escovar os dentes, mas ao ouvir sua voz, ficou quieta por um momento antes de responder:- Não é nada.- Você parece estar bastante sonolenta ultimamente; geralmente, você acorda às sete ou oito horas, mas recentemente tem dormido até depois das nove ou dez, e também tem tirado sonecas à tarde...Ao ouvir suas palavras, Luiza franzia a testa, quase revelando acidentalmente que estava grávida.No entanto, ela conseguiu se conter.Contar a ele agora seria o mesmo que concordar em se reconciliar, e Luiza ainda não queria isso; ela queria ser livre por mais um tempo.Portanto, no final, ela apenas disse:- Só um pouco de desconforto no estômago, nada sério, não precisa se preocupar. você vai tirar o curativo est
Minutos depois, Eduardo voltou com o rosto pálido e falou em voz baixa:- Senhor, a senhora foi sequestrada...Ao ouvir isso, os olhos de Miguel escureceram como se tivessem sido manchados de tinta, e ele olhou ameaçadoramente para Eduardo:- O que você disse?Eduardo mostrou a Miguel as gravações de vigilância:- Esta é a gravação desta manhã. A senhora saiu do Jardins da Serra, pegou um táxi e depois desapareceu.- E as outras câmeras de vigilância?- Foram sabotadas intencionalmente. - Respondeu Eduardo.Um brilho frio cruzou os olhos de Miguel:- Você está dizendo que depois que ela entrou nesse carro, ela simplesmente desapareceu?- Sim.Então era um sequestro planejado.Miguel, com o rosto inexpressivo, disse:- Esse motorista pode ser encontrado?- Não... - Começou Eduardo, mas ao ver a expressão sombria de Miguel, se corrigiu rapidamente. - Não por enquanto. Nossas pessoas precisam de um pouco mais de tempo. O sequestro foi planejado.- Pode ter sido o Walter. - A única possibi
No momento em que ela tentou parecer miserável, Miguel já tinha perdido a paciência, apertando os dedos com mais força, fazendo com que a cor do rosto dela empalidecesse.- Eu falo! Eu falo... - Juliana mal conseguia respirar, seu rosto ficando roxo de tanto segurar a respiração.Quando ela estava prestes a sufocar, Miguel finalmente soltou sua mão.Juliana caiu no chão, coberta de suor, completamente desgrenhada.Miguel a observava de cima, com o rosto inexpressivo.- Onde está o Walter?Juliana segurou o pescoço e respirou profundamente duas vezes antes de responder, com voz fraca:- Eu não sei, ele só me mandou um e-mail.Ao ouvir isso, Miguel deu um passo em sua direção.Juliana recuou assustada, tremendo enquanto explicava:- Embora eu não saiba onde ele está, posso mostrar o e-mail, você pode rastreá-lo pelo e-mail...Miguel finalmente parou, chamando Eduardo.Juliana escapou por pouco, seu coração batendo descontroladamente. Assim que Eduardo trouxe o computador, ela rapidament
Miguel ouviu essas palavras e o ímpeto assassino em seus olhos lentamente se dissipou. Com um chute, ele afastou Juliana e disse friamente:- Volte ao que era antes, arrume seu rosto para que fique como era originalmente e, se eu a vir imitando cada palavra e gesto dela novamente, destruirei sua beleza.A cabeça de Juliana bateu na mesa; ela tremia de medo e não ousou contrariá-lo novamente.Miguel saiu.Eduardo o seguiu.Lá fora, o céu estava sombrio. Miguel olhou uma vez e, sem expressão, desviou o olhar e se abaixou para entrar no carro.Na estrada, quanto mais pensava, mais se arrependia.Ele não deveria ter tentado fazer uma surpresa para ela. Se naquele momento tivesse ido pessoalmente buscá-la no Jardins da Serra e depois a levado para o Grupo NAS, ela não teria sido sequestrada.Miguel pensou nisso e seus olhos escureceram.De repente, o celular começou a tocar.Era uma ligação de Bruna, e Miguel atendeu.- Primo, por que mandou pessoas nos vigiar e não nos deixar sair? Você
- Eu não fiz isso. - Negou Luiza, agora totalmente derrotada. Aquela pessoa diante dela estava completamente louca, e Luiza não queria provocá-la para evitar problemas.- Você não fez? Então por que trouxe um documento falso para mim?- Eu nunca toquei no documento. Vi que estava escrito FH221 nele, tirei uma foto, não pensei muito naquela hora...- Você está mentindo para mim. - Afirmou ele, com os dedos frios apertando o queixo dela e os olhos sombrios. - Se você realmente o tivesse enganado, como ele poderia te perdoar? Depois que você desapareceu, ele até emitiu um mandado de busca por toda a cidade. Mesmo assim, você ainda afirma que está do meu lado?- Ele está me procurando? - Luiza estava visivelmente surpresa.- Sim, agora todos os postos de controle e o aeroporto estão sendo vigiados pelos homens dele. Está difícil até para sair de Valenciana do Rio.Luiza ficou atônita; não esperava que Miguel tivesse mobilizado uma busca tão ampla para encontrá-la.- Você me colocou nesta s
Por causa do filho, Luiza só podia dizer isso.Caso contrário, assim que esses homens chegassem, o filho certamente enfrentaria problemas.Luiza já não conseguia esconder a questão do filho e disse:- Você me humilhar não importa, mas se algo acontecer ao filho do Miguel, sua família inteira sofrerá as consequências. Você realmente quer que sua família pague por sua causa? Se o que busca é uma vida tranquila, basta ir para o exterior; com dinheiro, pode viver muito bem, não há necessidade de procurar a morte, não é?Luiza estava apostando agora, esperando que Walter ainda desejasse viver, e pela vida de sua família também.Ao ouvir isso, Walter olhou com os olhos semicerrados para ela e, após um momento, riu:- Luiza, você realmente sempre surpreende.Ele se levantou e caminhou até ela, afastando um guarda-costas com um gesto, e se agachou diante dela:- O bebê tem quantos meses?- Quase quatro meses. - Respondeu Luiza rapidamente, e ao mesmo tempo, um suspiro de alívio escapou de seu
Ainda era uma questão de ganhar tempo. Estaria ela enganando Walter de propósito para ganhar tempo?Miguel não conseguia entender o que estava acontecendo, mas de repente, se lembrou dos momentos recentes que passaram juntos.Ela sempre teve um bom apetite.Ocasionalmente, sentia náuseas.Quando saíam, ela se preocupava muito com sua barriga.Num certo momento, ele notou que sua cintura estava definitivamente mais larga do que antes.De repente, se recordou daquela vez que a viu no departamento de ginecologia do hospital, apressada e nervosa...Ele estreitou os olhos. Então, naquela época, ela já estava grávida?Mas por que ela não lhe tinha contado?Enquanto ponderava, o celular ao seu lado tocou.Miguel atendeu, com voz fria e profunda:- Alô.- Miguel, sou eu. - Do outro lado da linha estava a voz de Walter. - Sua esposa e seu filho estão comigo. Aconselho você a não fazer nenhum movimento precipitado.Walter enfatizou novamente a palavra "filho".Os olhos de Miguel se estreitaram,
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?