Luiza ainda permanecia no quarto principal.Ela ouviu a voz de Juliana.Miguel havia ordenado que ela não subisse as escadas, e ela respondeu de maneira brincalhona, mas Miguel não ficou bravo, agiu como se sua atitude não fosse nada especial.Aparentemente, ele não sentia nada de especial por ela.Se ela fosse embora, seria apenas uma questão de tempo até Juliana o conquistar, como ela fez com ele no passado.Estava tudo bem.Com alguém ao lado dele, ele não a procuraria mais.Ela poderia finalmente encontrar a paz verdadeira em seu coração.Mesmo pensando assim, ainda havia um certo amargor, talvez... Afinal, ele era o pai do seu filho...Depois de arrumar suas coisas, Luiza desceu as escadas, mas Miguel já não estava lá.Ela sentia que ele estava muito ocupado ultimamente.Devia ser por causa da importância do projeto do Grupo Paloma, então Walter estava desesperado para conseguir aquele documento.Assim que Luiza entrou na Luminar Joias, ouviu o som do seu velho celular tocando.El
- Não! - Luiza gritou com voz chorosa. - Ele é inocente, não o envolva nisso!- Se é assim, então faça o que eu digo. Ontem à noite, o Miguel ficou até tarde no escritório, revisando o projeto. Agora você vai até lá e traz o documento para mim.- Eu não consigo!Luiza segurava o celular, com os olhos marejados de lágrimas.- Pense na vida do seu pai, e você conseguirá. Se lembre, te dei apenas uma manhã. Se não conseguir, se prepare para o funeral do seu pai. - Walter disse, encerrando a ligação de forma abrupta.Ele havia perdido a paciência.Luiza chorava, exausta emocionalmente.Dez horas da manhã.Luiza segurava uma marmita, andando de um lado para o outro em frente à entrada do Grupo Sunland.Ela entrava e saía, com a mente confusa e cheia de dúvidas.Ela não queria prejudicar Miguel, mas também queria salvar seu pai...O plano de resgate de Theo havia falhado, e a vida de seu pai agora estava nas mãos do Walter, que deu apenas uma manhã para elaLuiza avançava e recuava, avançava
Luiza observava silenciosamente enquanto ele comia, com sentimentos complexos em seu coração.Depois que ele terminou de comer, ela se inclinou para pegar a marmita, dizendo insinceramente: - Se estiver cansado, tire uma soneca.- Você vai embora? - Ele perguntou, com olhos vermelhos devido ao cansaço extremo.- Você não quer que eu vá? - Ela perguntou.Miguel balançou a cabeça e segurou a sua mão.- Fique comigo um pouco.Ela raramente estava tão obediente, o que ele adorava, pois não queria que ela fosse embora tão rapidamente, mas também tinha medo de que ela voltasse à sua atitude fria e distante.- Está bem. - Ela respondeu docilmente.Miguel se recostou no sofá e, em questão de minutos, começou a respirar pesadamente.Parecia que ele realmente estava ocupado e exausto ultimamente, mal tocou o sofá e já estava dormindo. Luiza se sentou ao lado dele, observando silenciosamente seu rosto, como se estivesse esperando por algo.Depois de cerca de dez minutos, seus olhos caíram sobre
- Por que você me contou? - Miguel olhou para ela.- Eu não quero te prejudicar. - Ela ficou ali, com o semblante abatido.De repente, Miguel se levantou e se aproximou. Luiza pensou que ele iria a repreender, então baixou os olhos e os fechou levemente. Mas a mão que caiu sobre sua cabeça apenas afagou seus cabelos e então a abraçou. Luiza ficou surpresa e ergueu o olhar para ele.Miguel, com voz calma, disse: - Eu sei.- Você sabe? - Luiza ficou atônita. - Você... Sabe disso?- Sim.Luiza ficou paralisada. - Como você ficou sabendo disso?- Eu sei que alguém foi colocado ao meu lado, sei também que alguém está tentando me prejudicar e sei que você foi ameaçada. - Ele disse, palavra por palavra. Originalmente, ele não planejava revelar este plano, mas ao ver ela tão preocupada e triste por ele, ele não teve coragem de esconder.- Mas tenho minhas limitações. Eu sei que querem me prejudicar, mas se eu agir diretamente, não conseguirei punir as pessoas por trás disso. - Ele olhou
Ela assentiu.Ela entendia.Só que ela estava muito triste.Estava triste e impotente.Desde que o conheceu havia dois anos, parecia que sua vida estava destinada a ser cheia de desgraças.Mas ela sabia, não podia culpar ele. Se dois anos atrás ela não tivesse se casado com ele, ou se ele não tivesse se apaixonado por ela, então talvez seu pai já estivesse morto na prisão, e ela, como uma socialite falida, estaria enfrentando o mesmo destino de hoje.Mas ficando ao lado de Miguel, ela também atrairia os seus inimigos.Então, a vida tem suas próprias regras. Não importa o que ela escolheu naquela época ou hoje, ela enfrentaria dificuldades.Ela murmurou: - Só acho que sou muito estúpida, não consigo fazer nada, e entre vocês dois, também sou impotente, eu...Enquanto falava, lágrimas escorreram por seu rosto.Seu coração estava pesado, sufocante, ela se sentia tão mal...Miguel viu ela chorar, sentiu um aperto no coração, levantou a mão e acariciou gentilmente o rosto dela. - Não se p
Eduardo colocou uma foto na frente de Miguel.Na foto, Juliana estava sentada com alguém tomando café. Ela estava com sua aparência antiga, parecendo uma adolescente, com o cabelo tingido de rosa e roupas muito reveladoras.Essa era a verdadeira natureza dela.Um olhar frio passou pelos olhos de Miguel.Ela achava que ao se transformar na Luiza conseguiria ganhar sua paixão? Esse tipo de estratégia era muito básico.Assim que a Luiza saiu do Grupo Sunland, o carro de Walter se aproximou silenciosamente e parou na sua frente.A janela do carro desceu, aparecendo o rosto de Walter. - Conseguiu as coisas?Luiza apertou o celular com força.Walter percebeu o estado emocional dela e disse indiferentemente: - O médico disse hoje de manhã que seu pai está começando a se sentir um pouco mal novamente...Luiza ficou atordoada. - O que aconteceu com meu pai?- Conseguiu os documentos? - Ele estava mais preocupado com isso.- Sim.Um brilho de alegria passou pelos olhos de Walter. - Então me
Provavelmente o resgate não foi bem-sucedido, então ele ligou para ela para informar.- Alô. - Luiza atendeu o telefone enquanto estava em pé perto da janela.- Luiza, sou eu. - Theo tinha um tom de voz cheio de culpa. - Desculpe, ontem à noite enviei pessoas para resgatar seu pai, mas o Walter apareceu na casa de campo, as duas partes se encontraram e não conseguimos resgatar seu pai.Theo, no País R, estava igualmente ansioso. Esta foi a melhor oportunidade para ele se destacar, mas ele não podia voltar para casa e liderar a operação diretamente. Estar no País R significava que ele não podia ajudar quando era mais necessário.- Tudo bem. - Luiza não culpava ele.- Desculpe. Depois que as coisas se complicaram, Walter te causou algum problema? - Theo perguntou.- Causou sim, ele quer que eu machuque o Miguel, mas consegui contornar. - Luiza explicou brevemente. Afinal, era uma disputa comercial entre Miguel e Walter, com interesses complicados, então Luiza não queria revelar demais.
- Ele te enganou, seu pai está bem.- Que bom.Luiza relaxou completamente, mas também ficou um pouco preocupada. Ela olhou para ele e, depois de pensar um pouco, disse: - E você? Estará em perigo?- Provavelmente um pouco. Conflitos familiares sempre têm um preço alto. Ele não esperava dizer isso a ela.Luiza mordeu os lábios, não sabia como o consolar, mas queria. Ela puxou sua manga e disse: - Se cuide.Ela também não queria que ele se machucasse.Quando Miguel viu sua mãozinha puxando sua manga, sentiu um calor no coração e sorriu. - Está preocupada comigo?Ela não respondeu.Como se não quisesse admitir.Mas Miguel sabia que ela estava preocupada com ele e segurou a mãozinha dela.Luiza ficou surpresa e olhou para ele. Miguel olhou para ela seriamente e disse:- Na verdade, a guerra comercial é bastante perigosa. Quando alguém perde, pode ficar desesperado e até matar o outro.Ele compartilhou isso com ela, intencionalmente tornando a situação mais séria do que era.Luiza fico
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?