Miguel franziu a testa e se aproximou. Ela estava de olhos fechados, seu rosto adormecido exalando inocência, mas não escondia sua beleza, especialmente seus lábios, rosados e cheios, como pêssegos doces e tentadores. Miguel, ao ver essa cena, sentiu sua ira desaparecer subitamente. Ele se inclinou e a levantou em seus braços. Sentindo o calor, ela se aninhou instintivamente em seus braços, buscando mais calor. Miguel a observou com um olhar profundo, imerso em pensamentos. Então, ele a colocou na cama e estava prestes a sair quando a ouviu murmurar em seu sono: - Senhor, você é um canalha...Miguel hesitou, sua mão tocando seu rosto tranquilo, acariciando sua face serena. Luiza, profundamente adormecida, inconscientemente pressionou seus lábios contra os dedos dele. Miguel respirou fundo.- Luiza?Ela acordou? Luiza não respondeu, segurou sua mão firmemente, com o rosto pressionado contra ela, numa expressão de afeição. Miguel baixou a cabeça e a beijou. Sua língua ficou e
Luiza se sentia desolada, com um olhar sombrio e sem vida.- Eu não estou fazendo cena, Miguel. Estou falando sério. Dois anos em um casamento sem amor, já tive o suficiente.Por mais de 700 dias e noites, ela passou de cheia de esperança a completamente desiludida. Ela já tinha tido o suficiente daqueles dias.- Você esqueceu que, há dois anos, foi Bryan quem pessoalmente te levou para a minha cama? - Miguel, com um olhar sombrio, continuou. - Com muito esforço, ele me forçou a casar com você. Agora você diz que quer se divorciar, Luiza. Você realmente acredita nisso? Ter um surto emocional tem limites. As mulheres que exageram demais acabam cansando os homens.Dois anos atrás, de fato, foi Bryan Medeiros quem a levou para a cama de Miguel.Na época, a empresa de Bryan estava com problemas.Ele previu que seria preso e, temendo que seus inimigos se vingassem em sua filha, levou Luiza para a cama de Miguel, atraindo jornalistas e a família Souza, forçando Miguel a se casar com Luiza.
- Está arrependida agora? Seu amor é tão barato assim? Desapareceu sem deixar rastro em apenas dois anos? - Ele zombou friamente, fixando o olhar nela.Luiza estava pressionada contra o travesseiro, seu rosto pálido e sem expressão.- Sim, eu me arrependo e não vou mais gostar de ninguém no futuro. - Afirmou ela, com uma voz que mal se ouvia.Ela não merecia aquilo. Então, desistiu.O rosto de Miguel ficou cada vez mais sombrio, dizendo sinistramente:- Ótimo, você não me ama, e eu certamente não vou te deixar ir. Vou fazer você ficar ao meu lado para se redimir, por toda a vida. Isso será o seu tormento eterno.Luiza estremeceu.- Só porque meu pai te enganou, somos imperdoáveis?- Sim, odeio ser enganado mais do que tudo na vida. Então, por toda a sua vida, você terá que ficar ao meu lado para se redimir. Você não tem escolha. - Dizendo isso, ele bateu a porta e saiu.Luiza se sentou em silêncio, refletindo sobre como, por causa de um truque de seu pai, ela pagaria por toda a vida.
Luiza percebeu que as palavras eram destinadas a Miguel e optou por não responder.- Você se dedicou bastante nesses anos. - Disse Miguel, oferecendo consolo.- Não foi tão difícil. - Respondeu Clara, sorrindo enquanto girava até a bandeja de salada de legumes para que ficasse bem à sua frente.Ela serviu alguns vegetais no prato de Miguel.- Miguel, você não deveria evitar sempre os legumes. Esta salada, com seu molho de vinagre, está deliciosa. Experimente.Miguel lançou um olhar para Luiza, que saboreava sua canja com uma expressão neutra.- Está bem. - Concordou ele, aceitando os vegetais e começando a comer.Uma expressão de desprezo apareceu nos olhos de Luiza.Ela recordava bem a obsessão de Miguel por limpeza.Anteriormente, para incentivar Miguel a comer legumes, ela se levantava cedo para preparar bolinhos de arroz com vegetais para ele e dizia, sorrindo:“- Senhor, por favor, saboreie um delicioso bolinho de arroz com vegetais antes de se despedir. Eu dediquei muito esforço
Luiza ficou surpresa e desviou o olhar.- O quê?- Você não gosta do Miguel, não é? - Clara perguntou, lançando um olhar rápido para Miguel, como se estivesse observando a reação dele.Miguel permaneceu impassível, mastigando um pedaço de peixe.Luiza soltou um riso autodepreciativo e disse em voz alta:- Claro que não.- Não mesmo? Clara não acreditava muito, nesses últimos dias, ela ouviu muitas histórias sobre eles, ouviu dizer que Luiza estava loucamente perseguindo Miguel. Onde quer que Miguel fosse, ela o seguia, sendo até apelidada pelos amigos de Miguel como “a perseguidora do Miguel”. Ela se sentia um pouco preocupada com isso.- Eu era jovem e tola, fazia isso só por diversão. - Luiza sorriu levemente.Naquela época, ela agia impulsivamente, insatisfeita com um casamento de fachada, passeando sem rumo e depois ligando para Miguel, alegando estar perdida e pedindo que ele a levasse de volta.Às vezes Miguel aparecia, outras vezes não, mas mesmo quando ele não vinha, enviava
Na verdade, Luiza sempre teve uma personalidade um tanto rebelde. Foi por amor ao Miguel que ela se tornou dócil e gentil. Agora, porém, decidiu ser ela mesma.Miguel zombou: - Isso só se você conseguir encontrar uma casa lá fora. Sem a minha permissão, quero ver quem terá coragem de alugar um lugar para você.Luiza hesitou: - Você quer restringir minha liberdade?- Você não está em condições de sair agora. Fique em casa. - Disse Miguel, com uma expressão um pouco mais suave. - Na próxima semana, feche esse seu estúdio decadente e se apresente no departamento de secretariado do Grupo Sunland para ser minha secretária pessoal.Ao ouvir isso, Luiza sorriu friamente.- Você sabe que estudei design, e mesmo assim quer que eu seja secretária?Ele sabia muito bem que o sonho dela era ser designer. Ela abriu o estúdio sem consultar Miguel, mas isso foi porque sempre era difícil entrar em contato com ele por telefone. Marina disse que cada uma precisava investir dois milhões, e Luiza pen
- A Senhora foi ao estúdio. - Disse Eduardo.Miguel, franzindo os lábios, perguntou:- Ela não está mais com problemas de estômago?- Parece que não.Miguel respondeu indiferentemente, baixou a cabeça para trabalhar e não falou mais nada.- Presidente Miguel, a Sra. Souza me pediu para lhe entregar algo. - Recordou Eduardo, estendendo a ele o acordo de divórcio.Sem virar a cabeça, Miguel ordenou:- Leia.- Sim! - Respondeu Eduardo, abrindo o envelope. Ao ver as palavras "Acordo de Divórcio", ficou atônito e hesitou em ler.- Por que não está lendo? - Indagou Miguel.Eduardo, então, leu com relutância:- Presidente Miguel, a Sra. Souza deseja se divorciar de você. A razão para o divórcio é a disfunção erétil masculina, incapaz de satisfazer as necessidades básicas da mulher...O belo rosto de Miguel escureceu: - O que é isso?- Este é o acordo de divórcio da Sra. Souza para você. - Disse Eduardo, aterrorizado e quase sem fôlego. Ele acabou de descobrir um segredo chocante e, sem ousa
- De qualquer jeito, eu não quero mais você, seu canalha! - Exclamou Luiza, desligando o telefone.Olhando para a tela preta do celular, Miguel exibia um rosto sombrio como a morte.Momentos depois, seu celular começou a vibrar freneticamente.Ele o verificou e viu uma série de notificações de débito.Ela havia comprado vários tipos de móveis, e as mensagens de débito continuavam a aumentar.Miguel, pensando no conteúdo do acordo de divórcio e com seu belo rosto coberto por uma névoa pesada, disse ao Eduardo ao seu lado:- Eduardo, verifique se ela foi hoje ao Jardins da Serra.- Sim! - Respondeu Eduardo, indo verificar imediatamente.Pouco depois, ele retornou e relatou:- Senhor, a Sra. Souza de fato visitou o Jardins da Serra e contratou alguns faxineiros para fazerem a limpeza lá.Miguel amassou o acordo de divórcio em suas mãos.Dois anos atrás, a empresa de Bryan enfrentou uma crise, todos os bens foram vendidos, incluindo a mansão da família Medeiros em Jardins da Serra.Depois,
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que