Ao chegar em casa, Luiza ajudou Miguel a subir até o quarto principal no segundo andar, onde o colocou na cama e se virou para pegar um pijama no armário.Justo quando seus dedos tocaram o tecido do pijama, Miguel a abraçou por trás, seu corpo grande e quente a envolvendo enquanto ele sussurrava em seu ouvido com um riso suave:- Ficou com ciúmes esta noite?A espinha de Luiza travou, e ela quase deixou o pijama cair de volta no armário.- Como você acordou? - Perguntou ela baixinho.Miguel a envolveu com os braços, apertando ela firmemente, e disse sorrindo:- Eu não estava realmente bêbado.Ela parou por um momento, e então ele se inclinou para beijá-la.Luiza fechou os olhos, assustada.A língua dele, carregada com o aroma do álcool, invadiu sua boca, enlaçando sua pequena língua de cravo.Luiza abriu os olhos sorrateiramente para olhar para ele.Ele não estava completamente sóbrio, mas sim num estado entre bêbado e lúcido, com uma expressão levemente embriagada.Ele levantou os bra
Perdida em pensamentos, Walter instruiu:- Esta noite, durma com ele e, assim que ele adormecer, aproveite a oportunidade para copiar o conteúdo do notebook dele para mim.Luiza segurava o celular, se sentindo pesada e exausta por dentro.- Com quem está falando ao telefone? - No meio da confusão, a voz de Miguel soou de fora.Luiza estremeceu, apagou apressadamente o visor do celular e o guardou.Miguel entrou, e seus olhos se fixaram no celular dela, com um olhar investigativo.- Quem você estava chamando no meio da noite?- Não é ninguém. - Ela apertou o celular com força, temendo que ele percebesse algo, e baixou os olhos, incapaz de encará-lo.Miguel a observou por um longo tempo.No silêncio, o coração de Luiza batia forte, como um tambor. Tentando aliviar a atmosfera, ela de repente levantou os olhos e perguntou:- Você bebeu e está com dor de cabeça? Quer um pouco de leite? Vou pegar leite para você. - Assim que terminou de falar, ela correu escada abaixo até a sala de jantar.
Luiza inspirou profundamente, e, por causa do medo, suas lágrimas embaçaram seus olhos. Com um choro na voz, ela gritou:- Eu já disse, eu não quero...Sua voz chorosa carregava medo e repressão.Miguel percebeu isso e, neste momento crítico, também se conteve, falando baixinho ao seu ouvido:- Por quê?Ela não ousava dizer que o detestava, só podia chorar e dizer:- Ainda não consigo aceitar isso com você...- Ainda não pode me aceitar? - Ele perguntou.Luiza acenou com a cabeça.- Tantas coisas aconteceram entre nós, nossos sentimentos já estão destruídos. Como podemos simplesmente fazer as pazes?Miguel ficou em silêncio por um momento e então virou o rosto dela.Na escuridão, com o rosto cheio de lágrimas, Miguel sentiu uma pontada de dor e compaixão, inclinou a cabeça e a beijou.- Miguel! - Ela pensou que ele havia perdido o controle e começou a chorar.Miguel grunhiu baixinho e disse com voz rouca:- Pare de gritar, senão não conseguirei me conter.Luiza ficou surpresa.Ele a s
Miguel empurrou a porta e entrou.Ela estava deitada de lado na cama, de costas para ele. Não conseguia ver a expressão do rosto dela, então Miguel perguntou: - Ainda está dormindo? Já passou das oito, não vai se levantar para se arrumar, comer e ir trabalhar?Luiza, abafada sob o cobertor, ainda presa nas emoções da ligação anterior, respondeu cansada: - Estou um pouco cansada, quero só mais um tempinho na cama.- Está doente? - Ele se aproximou, se sentando na beira da cama para perguntar.Luiza estava prestes a negar quando ele estendeu a mão, tocou sua testa e sentiu que a temperatura estava normal, então se tranquilizou um pouco.- Não está se sentindo bem? - Ele olhou para os olhos dela, preocupado.Luiza se sentiu um pouco desconfortável com o olhar dele, sem entender o por quê, balançou a cabeça.Ela sabia que Walter estava tentando o prejudicar, mas não podia contar a ele, porque se ele soubesse, ela estaria presa novamente. Teoricamente, ela também era egoísta.- É por cau
Luiza ainda permanecia no quarto principal.Ela ouviu a voz de Juliana.Miguel havia ordenado que ela não subisse as escadas, e ela respondeu de maneira brincalhona, mas Miguel não ficou bravo, agiu como se sua atitude não fosse nada especial.Aparentemente, ele não sentia nada de especial por ela.Se ela fosse embora, seria apenas uma questão de tempo até Juliana o conquistar, como ela fez com ele no passado.Estava tudo bem.Com alguém ao lado dele, ele não a procuraria mais.Ela poderia finalmente encontrar a paz verdadeira em seu coração.Mesmo pensando assim, ainda havia um certo amargor, talvez... Afinal, ele era o pai do seu filho...Depois de arrumar suas coisas, Luiza desceu as escadas, mas Miguel já não estava lá.Ela sentia que ele estava muito ocupado ultimamente.Devia ser por causa da importância do projeto do Grupo Paloma, então Walter estava desesperado para conseguir aquele documento.Assim que Luiza entrou na Luminar Joias, ouviu o som do seu velho celular tocando.El
- Não! - Luiza gritou com voz chorosa. - Ele é inocente, não o envolva nisso!- Se é assim, então faça o que eu digo. Ontem à noite, o Miguel ficou até tarde no escritório, revisando o projeto. Agora você vai até lá e traz o documento para mim.- Eu não consigo!Luiza segurava o celular, com os olhos marejados de lágrimas.- Pense na vida do seu pai, e você conseguirá. Se lembre, te dei apenas uma manhã. Se não conseguir, se prepare para o funeral do seu pai. - Walter disse, encerrando a ligação de forma abrupta.Ele havia perdido a paciência.Luiza chorava, exausta emocionalmente.Dez horas da manhã.Luiza segurava uma marmita, andando de um lado para o outro em frente à entrada do Grupo Sunland.Ela entrava e saía, com a mente confusa e cheia de dúvidas.Ela não queria prejudicar Miguel, mas também queria salvar seu pai...O plano de resgate de Theo havia falhado, e a vida de seu pai agora estava nas mãos do Walter, que deu apenas uma manhã para elaLuiza avançava e recuava, avançava
Luiza observava silenciosamente enquanto ele comia, com sentimentos complexos em seu coração.Depois que ele terminou de comer, ela se inclinou para pegar a marmita, dizendo insinceramente: - Se estiver cansado, tire uma soneca.- Você vai embora? - Ele perguntou, com olhos vermelhos devido ao cansaço extremo.- Você não quer que eu vá? - Ela perguntou.Miguel balançou a cabeça e segurou a sua mão.- Fique comigo um pouco.Ela raramente estava tão obediente, o que ele adorava, pois não queria que ela fosse embora tão rapidamente, mas também tinha medo de que ela voltasse à sua atitude fria e distante.- Está bem. - Ela respondeu docilmente.Miguel se recostou no sofá e, em questão de minutos, começou a respirar pesadamente.Parecia que ele realmente estava ocupado e exausto ultimamente, mal tocou o sofá e já estava dormindo. Luiza se sentou ao lado dele, observando silenciosamente seu rosto, como se estivesse esperando por algo.Depois de cerca de dez minutos, seus olhos caíram sobre
- Por que você me contou? - Miguel olhou para ela.- Eu não quero te prejudicar. - Ela ficou ali, com o semblante abatido.De repente, Miguel se levantou e se aproximou. Luiza pensou que ele iria a repreender, então baixou os olhos e os fechou levemente. Mas a mão que caiu sobre sua cabeça apenas afagou seus cabelos e então a abraçou. Luiza ficou surpresa e ergueu o olhar para ele.Miguel, com voz calma, disse: - Eu sei.- Você sabe? - Luiza ficou atônita. - Você... Sabe disso?- Sim.Luiza ficou paralisada. - Como você ficou sabendo disso?- Eu sei que alguém foi colocado ao meu lado, sei também que alguém está tentando me prejudicar e sei que você foi ameaçada. - Ele disse, palavra por palavra. Originalmente, ele não planejava revelar este plano, mas ao ver ela tão preocupada e triste por ele, ele não teve coragem de esconder.- Mas tenho minhas limitações. Eu sei que querem me prejudicar, mas se eu agir diretamente, não conseguirei punir as pessoas por trás disso. - Ele olhou
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?