Ele emitiu uma ordem de expulsão direta, fazendo com que Eduardo expulsasse os dois. Geraldo riu, colocando sua mão esguia sobre o ombro de Miguel:- Não imaginei que você, sempre tão sério, também gostasse desse tipo de jogo de faz-de-conta...Miguel lançou a ele um olhar mortal:- Vá embora.Geraldo se recusou a sair, sorrindo, disse:- Não íamos discutir o término do contrato? Eu trouxe os documentos.- Amanhã discutimos. - Miguel falou friamente, o mandando embora.Eduardo, homem de poucas palavras, mas decisivo, arrastou os dois para fora.No quintal, os dois trocaram um olhar e riram.- Vamos, nós dois solteirões, vamos beber juntos. - Yago colocou seu braço sobre o ombro de Geraldo.Geraldo franziu a testa:- Vá embora, você que é o solteirão, eu sou um solteiro nobre.Geraldo tinha acabado de completar 30 anos no mês passado, alguns meses mais jovem que Miguel.Ambos cresceram juntos, amigos de infância.A família Souza trabalhava com tecnologia, a família Dias com saúde, a fa
No hospital.Laura estava dando um fortificante a Clara.- Como você não me consultou antes sobre algo tão sério?- Consultar você? Que ideia você poderia ter? - Clara respondeu com sarcasmo, seu rosto pálido e sombrio. - Foi aquela maldita Luiza que ouviu minha conversa com o Dr. Raul, senão isso não teria chegado a esse ponto.- Se eu tiver a chance, vou matá-la. - Disse Laura, com os cantos da boca pendidos, seu rosto parecendo terrível.Enquanto conversavam, Eduardo abriu a porta do quarto do hospital.Ao vê-lo, Laura rapidamente escondeu a malícia em seus olhos e perguntou com um sorriso:- Eduardo, o que te traz aqui? Foi o Presidente Miguel que te mandou trazer o fortificante para nossa Clara?Eduardo olhou para Clara, que parecia frágil, recostada na cama.Eduardo disse:- Eu realmente vim entregar algo, mas não é um fortificante.Ele entregou um documento.Clara olhou para o documento à sua frente, se sentindo nervosa, mas mesmo assim o abriu e ficou chocada.- O que é isso? -
Luiza corou.- Quem está mentindo? Não foi você que me disse que a Bruna e o Theo iriam ficar noivos? Não foi você que armou tudo isso?- E daí se fui? Quem mandou ele ficar voando ao seu redor o tempo todo como uma mosca irritante?De fato, foi ele quem fez isso. Já que Theo não percebia, melhor arranjar um noivado a ele para que se ocupasse com problemas e, assim, parasse de incomodar Luiza.- Você é tão infantil. - Luiza considerou que Miguel estava sendo injusto. Theo não havia feito nada contra ela, e ainda assim Miguel insistia em emparelhá-lo com uma mulher de quem ele não gostava. Isso era realmente demais.- O quê? Não está feliz que o Theo vá se casar com Bruna? - Miguel apertou seu queixo, com um olhar um tanto frio.Luiza franziu a testa.- Do que você está falando? Eu acho que Theo não gosta da Bruna. Forçá-lo a formar um casal infeliz é ainda pior, não é?- Um casamento arranjado é justamente para unir forças, os sentimentos são secundários. Se a Bruna fosse tão ruim ass
Dolores não queria que ela estivesse ali e se aproximou para lhe dizer:- Lulu, há alguns vasos bloqueando o caminho dos convidados ali. Você poderia levá-los para o jardim?Ela franziu a testa.Servir vinho ela podia fazer, mas mover vasos realmente estava além de sua força, e se os vasos caíssem, ela teria problemas.Derrubar um vaso que simbolizava "um casamento feliz por cem anos" em uma noite de noivado, não seria isso um mau presságio?Assim, Luiza balançou a cabeça.- Dolores, não tenho forças. Peça a outra pessoa para fazê-lo.Dolores franziu a testa.- O que está acontecendo com você? Se houvesse alguém, você acha que eu pediria a você? É justamente porque estamos com falta de mãos e muito ocupados.Dolores já estava acostumada a dar ordens a ela.Luiza se recusou a ir.Dolores até a empurrou.- Anda logo.- O que você está fazendo? - A voz de Helena soou atrás delas.Luiza se virou e viu Helena em um vestido de gala, parada atrás delas, segurando uma bandeja.- Esta é a noite
Francisco a observava sem piscar, como se a avaliasse.Luiza sorriu para ele e, em seguida, virou a cabeça.Francisco pensava que ela se parecia muito com alguém, mas não conseguia lembrar quem era.Após servirem o vinho ao Sr. Souza, iniciaram a refeição.Luiza seguiu com os outros para a sala de jantar da família Souza, caminhando atrás de todos, quando, de repente, alguém lhe tapou a boca.Antes que pudesse reagir, foi arrastada para trás da casa.Ali, descobriu que era Walter.Ele era o irmão da Bruna, que tinha passado alguns anos estudando no exterior e havia retornado recentemente após concluir os estudos.Ao vê-lo, Luiza se assustou e seus olhos se contraíram de medo.Ela tinha medo dele.Dois anos atrás, no casamento dela, Walter quase a havia desrespeitado.Naquela época, Walter havia voltado para participar do casamento e, percebendo que Miguel não gostava de Luiza, procurou uma oportunidade para tentar se aproveitar dela, e Luiza sempre evitava encontrá-lo.- Há quanto temp
Walter era quatro anos mais jovem que Miguel e tinha acabado de concluir seu doutorado.- Não tente confundir as coisas, foi você quem tentou abusar da Lulu; eu só vim para salvá-la. - Theo certamente não cairia em sua retórica.Walter sorriu.- Qual dos seus olhos viu eu abusando da minha priminha? Eu só queria conversar com ela.- Se queria conversar ou fazer outra coisa? Você sabe muito bem.- Claro que sei. - Walter lançou um olhar ambíguo para Luiza e disse, sorrindo. - Tudo bem, minha hora chegou, vou jantar.Dito isso, ele se levantou e saiu.De volta ao salão de banquetes, Miguel já tinha chegado e estava conversando com o herdeiro da família Pires, Francisco.Walter pegou uma taça de vinho, se aproximou e disse maliciosamente:- Primo, quando cheguei, vi a Luiza e o Theo juntos no jardim, não sei o que estavam fazendo; sugiro que você dê uma olhada.Miguel lançou a ela um olhar frio.Walter riu e se virou para Francisco:- Falando do seu irmão, ele também é um talento, hein? N
Luiza recobrou a consciência e se apressou em sair do abraço de Theo.Miguel observava ela friamente e disse com voz grave:- O que você ainda está fazendo aí? Venha aqui!Luiza se assustou, se virou para o Theo e disse:- Theozinho, preciso ir agora.Ao ouvir isso, a expressão de Miguel se tornou ainda mais fria, e seu olhar penetrante parecia querer queimar Luiza.Ela, de cabeça baixa, se aproximou dele e murmurou:- Miguel.Miguel lançou a ela um olhar severo e partiu com passos largos.Luiza se apressou em segui-lo.Durante todo o caminho, ele parecia muito contrariado.Luiza acelerou o passo e, observando o perfil perfeito do homem, perguntou:- Você veio especialmente me procurar?- Eu vim para flagrar uma traição. - Respondeu ele, friamente.Luiza ficou sem palavras.- Agora há pouco nós realmente só estávamos conversando. - Explicou Luiza.- Conversando até se abraçarem. Se eu chegasse um pouco mais tarde, o que mais teria acontecido naquela? - Ironizou ele.Luiza franziu a tes
Luiza achava que ele era realmente uma pessoa muito estranha.Theo cumprimentou a todos um por um e, quando chegou a vez de Walter, Walter foi o primeiro a erguer a taça, o chamando com um tom significativo:- Theo.Theo, com um olhar gélido, bebeu todo o vinho de uma só vez.Após o jantar, Miguel foi chamado pelo Sr. Souza ao quarto no segundo andar.Luiza esperava por Miguel no térreo.Bruna, de repente, a abordou de forma muito arrogante e disse:- Walter disse que você encontrou o Theo no jardim dos fundos mais cedo. O que vocês realmente disseram?Os irmãos da família Pires já haviam ido embora.Walter, depois de despedir das visitas com Bruna, voltou para incomodar Luiza.Luiza olhou para Walter, que era alto e tinha pernas longas, com um rosto muito bonito, mas o coração era negro. Parecia que ele não ficava satisfeito sem causar alguma discórdia!Walter olhou sorrindo para ela, com uma expressão de quem assistia a um bom espetáculo, totalmente despreocupado.Claro que Luiza nã
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som
A camisa preta foi tirada e, de fato, havia algumas marcas vermelhas nas costas dele. Luiza ficou um pouco aborrecida: — Você não devia ter me puxado antes. — Quem mandou você não me ouvir? — Acho que já conversamos o suficiente sobre isso. — Luiza suspirou. Miguel a olhou profundamente: — Como assim, já conversamos o suficiente? Sobre o assunto do nosso filho, ainda não terminamos. Luiza ficou surpresa e olhou para Miguel: — O assunto do nosso filho? O que mais tem para falar? Vai querer disputar a guarda do Felipinho comigo? A atitude dela se agitou imediatamente. Miguel, receoso de que ela perdesse o controle novamente, segurou sua mão e disse: — Não é isso o que eu quero dizer. Só quero conversar sobre o Felipinho. — O que você quer conversar? — Ela desviou o olhar, mantendo a cabeça baixa. Miguel continuou: — Você ouviu o que o Felipinho disse antes? Ele quer que a gente fique junto. Na verdade, ele tem medo de não ter pai e mãe. Luiza sabia disso e a
Felipinho ficou surpreso e virou a cabeça para olhar para ela enquanto estava na água.— Mamãe, o papai não disse agora há pouco que vocês não vão se divorciar mais?— Eu não concordei com nada disso. — Luiza respondeu seriamente.Felipinho fez uma cara triste.— Então quer dizer que você ainda vai se casar com outro tio e não vai mais querer o Felipinho?Luiza ficou surpresa, acariciou a cabeça dele e respondeu:— Que besteira é essa que você está pensando? Você é meu filho, eu sempre vou amar você e querer você. Como eu não iria querer você?— As pessoas dizem que, quando a gente ganha uma madrasta, também ganha um padrasto. Então, ao contrário, é a mesma coisa: quando a gente ganha um padrasto, também ganha uma madrasta. Casal bom é o casal original.Luiza sentiu que Felipinho tinha um monte de ideias erradas.Felipinho se aproximou dela e acrescentou mais uma coisa, como se quisesse que ela concordasse com ele.— Então, mamãe, casal bom é o casal original.Luiza ficou sem palavras.
Luiza franziu a testa, achando que Miguel estava confundindo o filho, e lançou a ele um olhar repreensivo antes de dizer para Felipinho: — Não é nada disso. O papai e a mamãe só estavam conversando sobre algumas coisas.— Conversando sobre o quê? É sobre voltar a casar? — Voltar a casar? — Miguel captou a palavra e perguntou. — Como você sabe essa palavra? Quem te ensinou? — Foi a Maria que me falou. Ela disse que, quando marido e mulher brigam, eles se divorciam, e quando fazem as pazes, eles voltam a casar.Luiza estava prestes a explicar o que significava divórcio, mas Miguel foi mais rápido e perguntou ao Felipinho: — Você quer muito que o papai e a mamãe voltem a casar? — Claro que sim. — Felipinho assentiu com a cabecinha e respondeu seriamente. — Senão, se o papai casar com outra pessoa e a mamãe se casar com outro, vocês vão me abandonar. Ao ouvir isso, os dois ficaram surpresos. Luiza finalmente entendeu por que Felipinho sempre queria que eles fizessem as pazes;
— O Elias veio ao aniversário da Maria, é uma coisa boa, todo mundo está feliz. Por que você está tão explosivo, parecendo um barril de pólvora? — Miguel retrucou sem rodeios.O rosto de Francisco se fechou:— Isso é problema seu?— E eu sentir ciúmes é problema seu? — Miguel rebateu, com seu rosto bonito e calmo.Bem nesse momento, o bolo chegou até eles. Maria estendeu um pedaço para Francisco:— Papai, coma o bolo.O bolo tinha sido trazido pelo próprio Elias, que o colocou diretamente nas mãos de Francisco.Miguel riu de novo:— Viu? Até o papel de pai está sendo assumido por outro homem.Francisco respondeu:— É porque eu desprezo fazer esse tipo de coisa.— Despreza fazer? Ou é porque nem tem chance de fazer? — Miguel o provocou, com um sorriso cheio de intenções.O rosto de Francisco ficou sombrio.Miguel disse:— Não diga que eu não avisei: como homem, esperar que a mulher venha rastejando para te agradar é impossível.Francisco ironizou:— Você se orgulha de se rebaixar assim?
Miguel entrou a passos largos e, com os braços fortes, levantou o filho, dizendo com um tom gentil:— Desculpe, Felipinho, eu me atrasei.— Hmph! Aachei que você nem viria. — Felipinho resmungou, mas seu humor claramente melhorou, e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto.Luiza olhou para ele, percebendo que Felipinho estava feliz.Ela não pôde evitar olhar para Miguel. "Com ele por perto, será que tudo realmente ficaria tão melhor?"Miguel explicou:— O que eu prometo, eu cumpro. Foi só o trânsito que me atrasou um pouco.Ele explicou pacientemente ao menino.Felipinho ficou ainda mais contente e olhou para Maria, dizendo:— Maria, meu pai também veio.Maria fez um gesto de "V" com os dedos e respondeu:— Então vamos soprar as velas juntos!— Claro.Então, os dois homens, cada um segurando seu filho, se juntaram ao redor de um lindo bolo e sopraram as velas com força.Todos os adultos na sala aplaudiram.Especialmente Elias, que deu um assobio exagerado e soltou um grito de animaçã
Luiza olhou para ele: — Já está pensando no aniversário tão cedo? — Claro, esse ano é diferente. — Por que é diferente? — Nos anos anteriores, o papai nunca estava presente no meu aniversário. Este ano ele está, então é claro que será diferente! — Os olhos de Felipinho brilhavam de expectativa. Luiza o observou com uma expressão um pouco complexa. Desde que Miguel veio ao País R para ver Felipinho, o menino vinha falando muito sobre ele. Dava para ver o quanto a presença do pai era importante para ele... Mas aceitar Miguel assim... Ela simplesmente não conseguia superar essa barreira em seu coração... Nesse momento, o bolo foi trazido. Lucas entrou e perguntou a Francisco: — Presidente Francisco, o bolo já chegou, é para cortar agora? Francisco olhou para Maria, quase como se estivesse competindo por sua atenção, e pegou a filha que estava entre Priscila e Elias. — Maria, o papai preparou um bolo para você, quer cortar agora? — Francisco perguntou, olhando para