Não sei quanto tempo passou, mas ele ouviu sons de estalidos vindos de fora, como se algo tivesse caído ao chão.Seu olhar se alterou, e ele caminhou até a porta para abri-la.Luiza estava com a mão ensanguentada, ergueu os olhos para ele, enquanto o homem, vestido com um traje casual de casa e de estatura esguia, não mostrava sinais de ter acabado de acordar.Ela hesitou:- Você não estava dormindo?Miguel, com uma expressão fria, desviou o olhar do rosto dela para a mão dela.Os dedos delicados de Luiza estavam cortados pelos cacos de um prato. Ele, franzindo a testa, pegou ela nos braços e a levou para o quarto.- Como você pode ser tão descuidada? - Ele disse enquanto pegava o kit de primeiros socorros e começava a cuidar dela com delicadeza.Luiza fixava o olhar no rosto bonito dele e, enquanto o observava, seus olhos se encheram de lágrimas.- Miguel, por que você está me ignorando?- Como assim, te ignorando? - Ele perguntou, mas seus movimentos ao enfaixar a mão dela desaceler
Na verdade, quando Miguel estava bem, ele era extremamente agradável.Ele cuidava dela como se fosse uma pequena garota.Luiza, ao dormir à noite, insistia em se aconchegar contra ele, e Miguel, franzindo a testa, dizia:- Desça.Ele não estava com vontade essa noite.- O que houve? - Ela o abraçava, passando as mãos pelos seus firmes abdominais.Na verdade, ela estava tentando agradá-lo.Sentia que ele estava triste naquela noite e queria animá-lo um pouco com aquilo.Miguel deu um grunhido abafado ao ser tocado por ela, se virou para olhá-la, os olhos levemente sombrios.- É isso que você quer?Luiza, envergonhada, respondeu em voz baixa:- Sim...Ao ouvir isso, os olhos de Miguel transbordavam perigo. Ele se virou, abraçou ela e a pressionou contra o cobertor, beijando ela.Luiza ofegou, um pouco sobrecarregada por aquele beijo apaixonado.Miguel, porém, não permitiu que ela recuasse, levantou suas mãos e deslizou por dentro de seu camisolão, o tirando completamente.Luiza imediata
Ele estava preocupado que ela sofresse lá fora, vivendo com dificuldades, mas o que mais temia era que Luiza o esquecesse e partisse com outro homem para ter filhos...Ao pensar nisso, todas as sombras em seu coração pareciam se dissipar.Já que não podia aceitar que ela o deixasse, então deveria separá-la de Bryan, independentemente do que Bryan tivesse feito, pois isso não tinha relação com ela.Com esse pensamento, todas as nuvens escuras em sua mente se dissiparam, e seus olhos se tornaram gentis e suaves enquanto caminhava em direção a ela.Ao chegar perto, abraçou ela e deu a ela um beijo suave nos lábios macios.Luiza ficou envergonhada.- A Lívia está aqui.- Eu não estou vendo nada, meus olhos estão fracos. - Disse Lívia rapidamente, saindo da cozinha. - Quase esqueci, preciso regar as flores no jardim.No entanto, ao dizer isso, o rosto de Luiza ficou ainda mais vermelho.Felizmente, Miguel não tinha intenções de ir mais longe, e após o beijo, soltou ela para que fossem janta
Mas Mari disse:- Não há motivo para se envergonhar, eu vi as fotos quando estava escolhendo; é exatamente assim.Luiza corou e, no final, acabou abrindo a caixa.Quando a caixa foi aberta, o rosto de Luiza ficou ainda mais vermelho, especialmente ao ver um rabo felpudo.- Não vai ficar muito estranho usar isso? - Perguntou Luiza a Mari, embora não fosse tão revelador, era claramente um estilo divertido.Mari respondeu:- Fique tranquila, os homens gostam disso.Mari, apesar de não ter experiência prática, tinha lido os comentários na hora da compra, e a maioria dizia que os namorados e maridos adoravam.- Bem... Ok. - Luiza aceitou....Ao entardecer.Geraldo e Yago chegaram ao Grupo Sunland.Miguel estava se preparando para ir embora.Geraldo estava surpreso:- O que está acontecendo? Estou vendo coisas ou o workaholic de antes, agora, está pronto para sair antes das seis?Yago começou a rir:- Quando se tem uma jovem esposa em casa, você sabe como é.- Ouvi dizer que, outro dia, a e
Ele emitiu uma ordem de expulsão direta, fazendo com que Eduardo expulsasse os dois. Geraldo riu, colocando sua mão esguia sobre o ombro de Miguel:- Não imaginei que você, sempre tão sério, também gostasse desse tipo de jogo de faz-de-conta...Miguel lançou a ele um olhar mortal:- Vá embora.Geraldo se recusou a sair, sorrindo, disse:- Não íamos discutir o término do contrato? Eu trouxe os documentos.- Amanhã discutimos. - Miguel falou friamente, o mandando embora.Eduardo, homem de poucas palavras, mas decisivo, arrastou os dois para fora.No quintal, os dois trocaram um olhar e riram.- Vamos, nós dois solteirões, vamos beber juntos. - Yago colocou seu braço sobre o ombro de Geraldo.Geraldo franziu a testa:- Vá embora, você que é o solteirão, eu sou um solteiro nobre.Geraldo tinha acabado de completar 30 anos no mês passado, alguns meses mais jovem que Miguel.Ambos cresceram juntos, amigos de infância.A família Souza trabalhava com tecnologia, a família Dias com saúde, a fa
No hospital.Laura estava dando um fortificante a Clara.- Como você não me consultou antes sobre algo tão sério?- Consultar você? Que ideia você poderia ter? - Clara respondeu com sarcasmo, seu rosto pálido e sombrio. - Foi aquela maldita Luiza que ouviu minha conversa com o Dr. Raul, senão isso não teria chegado a esse ponto.- Se eu tiver a chance, vou matá-la. - Disse Laura, com os cantos da boca pendidos, seu rosto parecendo terrível.Enquanto conversavam, Eduardo abriu a porta do quarto do hospital.Ao vê-lo, Laura rapidamente escondeu a malícia em seus olhos e perguntou com um sorriso:- Eduardo, o que te traz aqui? Foi o Presidente Miguel que te mandou trazer o fortificante para nossa Clara?Eduardo olhou para Clara, que parecia frágil, recostada na cama.Eduardo disse:- Eu realmente vim entregar algo, mas não é um fortificante.Ele entregou um documento.Clara olhou para o documento à sua frente, se sentindo nervosa, mas mesmo assim o abriu e ficou chocada.- O que é isso? -
Luiza corou.- Quem está mentindo? Não foi você que me disse que a Bruna e o Theo iriam ficar noivos? Não foi você que armou tudo isso?- E daí se fui? Quem mandou ele ficar voando ao seu redor o tempo todo como uma mosca irritante?De fato, foi ele quem fez isso. Já que Theo não percebia, melhor arranjar um noivado a ele para que se ocupasse com problemas e, assim, parasse de incomodar Luiza.- Você é tão infantil. - Luiza considerou que Miguel estava sendo injusto. Theo não havia feito nada contra ela, e ainda assim Miguel insistia em emparelhá-lo com uma mulher de quem ele não gostava. Isso era realmente demais.- O quê? Não está feliz que o Theo vá se casar com Bruna? - Miguel apertou seu queixo, com um olhar um tanto frio.Luiza franziu a testa.- Do que você está falando? Eu acho que Theo não gosta da Bruna. Forçá-lo a formar um casal infeliz é ainda pior, não é?- Um casamento arranjado é justamente para unir forças, os sentimentos são secundários. Se a Bruna fosse tão ruim ass
Dolores não queria que ela estivesse ali e se aproximou para lhe dizer:- Lulu, há alguns vasos bloqueando o caminho dos convidados ali. Você poderia levá-los para o jardim?Ela franziu a testa.Servir vinho ela podia fazer, mas mover vasos realmente estava além de sua força, e se os vasos caíssem, ela teria problemas.Derrubar um vaso que simbolizava "um casamento feliz por cem anos" em uma noite de noivado, não seria isso um mau presságio?Assim, Luiza balançou a cabeça.- Dolores, não tenho forças. Peça a outra pessoa para fazê-lo.Dolores franziu a testa.- O que está acontecendo com você? Se houvesse alguém, você acha que eu pediria a você? É justamente porque estamos com falta de mãos e muito ocupados.Dolores já estava acostumada a dar ordens a ela.Luiza se recusou a ir.Dolores até a empurrou.- Anda logo.- O que você está fazendo? - A voz de Helena soou atrás delas.Luiza se virou e viu Helena em um vestido de gala, parada atrás delas, segurando uma bandeja.- Esta é a noite
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que