- Você veio apenas para me dizer essas coisas?Luiza pensava que essas palavras não tinham nada de novo, nem para ela mesma.Clara suspirou e disse: - Luiza, não estou aqui para brigar contigo, estou aqui para pedir algo. Daqui a alguns dias, Miguel e eu faremos as fotos do casamento. Nessa ocasião, por favor, não faça nada para atrapalhar. Eu posso ignorar como você seduz o Miguel no dia a dia, mas em uma ocasião tão importante, espero que você tenha entendido.- O que devo entender?- Você deve entender que, a partir de agora, eu sou a mais importante, você é a menos importante, eu sou a legítima Sra. Souza. Depois do casamento, vou morar com a sogra, e quanto a você, se quiser ser a amante do Miguel, não vou te impedir. Mas me deixe ser clara, Luiza, se lembre da sua posição. Em público, você só pode se chamada por Sra. Luiza, enquanto eu, Clara, serei a Sra. Souza. Em feriados e festividades, Miguel naturalmente voltará para a casa dos pais para ficar conosco. Depois de lembrar di
Mas não conseguiu o afastar, ele a segurou firmemente. Luiza franziu o cenho, gritando:- O que você está fazendo? Me solte.- Olha só para você, já caiu na armadilha, não é? - Miguel olhou para ela com os olhos baixos. - Ela veio falar duas palavras com você e imediatamente você fica abalada, provando que ela te manipulou com sucesso.Luiza ficou atordoada. Era verdade. Esta manhã ela estava bem com Miguel, mas depois de ouvir algumas palavras de Clara, começou a ficar irritada com Miguel.Miguel disse: - Isso é um jogo psicológico. Se ela atacou, você deve revidar.- Como eu deveria revidar?- Concorde com o que ela diz e fique bem comigo.Luiza olhou para ele, começando a entender o que ele queria dizer, quando Clara voltou com a chaleira. Ela abriu a porta e viu os dois abraçados, seu olhar se tornou frio, dizendo:- O que vocês estão fazendo?- Estamos conversando. - Respondeu Miguel, com uma expressão indiferente.Clara olhou para Luiza. Luiza pensou nas palavras de Miguel
Clara franzia levemente o cenho. - Miguel, afinal de contas, estou grávida. Você não acha que está indo longe demais ao me dar ordens assim?- Não foi você quem sugeriu que nós três morássemos juntos? A Luiza é jovem, você deveria ceder a ela. Você é tão habilidosa, então pode ficar responsável por todas as tarefas domésticas.Por mais que Clara fosse habilidosa em fingir, seu rosto agora estava vermelho de vergonha. - Mas eu estou grávida agora.- Se você acha que não pode lidar com esse tipo de vida, por que sugeriu isso então? Ou será que só queria dizer algumas palavras para irritar a Luiza?Miguel sorriu maliciosamente, mas seus olhos não estavam sorrindo.Clara balançou a cabeça. - Claro que não, estou falando sério.- Então me diga, você consegue cuidar de nós dois?Clara não conseguiu responder, sentindo um nó na garganta e raiva fervendo dentro dela. Se ela dissesse que podia, Miguel a faria de empregada. Se dissesse que não podia, isso apenas provaria que ela estava fala
Clara ficou momentaneamente atordoada, os olhos já se embaçavam com lágrimas, murmurando:- Mas este é o desejo da Sra. Helena. Ela ainda não está completamente curada e só pode ficar de pé por pouco mais de uma hora por dia.- Você só precisa a distrair por enquanto, mas não precisa preparar tudo para o casamento, não faz sentido.- Mas eu não quero enganar ninguém. - Clara parecia estar se sentindo injustiçada, seus olhos se turvaram com lágrimas. - Eu tenho cuidado da Sra. Helena ultimamente e desenvolvi um vínculo com ela. A Sra. Helena também tem sido muito gentil comigo. Eu realmente quero a cuidar de todo o coração.- Se você quer servir e agradar, pode a visitar no hospital todos os dias. Mesmo que queira se tornar sua afilhada, não me importo. - Ele continuou. - Mas em relação ao casamento, como eu disse, não precisa se preparar. Você pode mostrar sua gratidão de outra maneira, e ela naturalmente retribuirá. Você não sairá perdendo.- Miguel, eu só quero que o bebê tenha algun
Luiza acordou quando o sol já estava se pondo. Lívia veio a acordar, dizendo: - Sra. Luiza, já são seis horas, está na hora de acordar. O Sr. Miguel disse que voltaria esta noite.- O quê? - Luiza acordou lentamente. - Por que ele está voltando?- Ele está voltando para jantar.A expressão de Luiza parecia não muito contente.Lívia perguntou: - Sra. Luiza, você não está feliz com o retorno do Sr. Miguel? Você costumava esperar por ele em casa, não é? Por que agora, quando o Sr. Miguel volta com mais frequência, você não está feliz?- A situação é um pouco diferente agora. - Disse Luiza, olhando para baixo.- Como assim diferente? Eu acho que o Sr. Miguel tem sido muito bom para você ultimamente. Ele até mandou trazer muitos suplementos caros à tarde. O Sr. Miguel disse que você está anêmica ultimamente e precisa de mais nutrição. Ele realmente se preocupa com você, talvez apenas não saiba como expressar...- Lívia, você realmente acha que ele se preocupa comigo?- Se preocupa muito.
Ao ver ele adormecido, ela não disse nada, apenas se agachou suavemente, observando o rosto bonito dele. Era somente nesses momentos que ela se atrevia a olhar para ele sem reservas.- O que está olhando? Ele repentinamente abriu os olhos, os vasos sanguíneos avermelhados eram evidentes, mas ele sorriu, claramente tentando se mostrar forte.Luiza ficou atônita por um momento, antes de dizer: - Eu estava pensando se devia ou não te acordar.- Eu não estava dormindo, só estava descansando com os olhos fechados. Ele olhou para o delicado rosto dela, suavizando sua expressão.- Você está muito cansado ultimamente?- Estou bem. - Sua voz soou calorosa e profunda, ele estendeu a mão para tocar sua testa. - A ferida aqui ainda está doendo?Ainda havia um curativo em sua cabeça, precisando ser trocado diariamente, e ela tinha uma consulta de retorno no hospital em dois dias.- Agora não dói mais. - Respondeu Luiza suavemente.- Ainda está sentindo tonturas?- Não mais. Ela se recuperara m
- Agora por que não faz mais aquelas coisas como antes?Os olhos de Miguel deslizaram pelo robe que ela usava, o pijama dela agora era muito mais conservador.Luiza corou, murmurando: - Não fique sempre me lembrando do meu passado. Eu cresci agora, não farei mais essas bobagens.- Quem disse que aquilo era bobagem? - Miguel perguntou. - Por acaso não é natural se apaixonar à primeira vista?Ele realmente gostava de provocar, não era?Luiza ficou vermelha de vergonha. - Foi porque eu era jovem, certo? E você nunca fez algo assim antes? Nunca teve uma paixonite?A paixão secreta era realmente agridoce. Ficar acordado até tarde da noite, pensando incessantemente em alguém, tão cheio de saudades que era difícil dormir, e o coração e os olhos cheios apenas daquela pessoa. E frequentemente imaginando se a outra pessoa também sentia o mesmo? Se eles se encontrassem, ela não se atreveria a expressar seus sentimentos abertamente, nem mesmo teria coragem de espiar discretamente, o que tornav
Miguel segurou a mão dela e disse com voz grave: - A ferida acabou de cicatrizar, está vermelha ao redor. Não coce, para evitar cicatrizes.- Está coçando um pouco.- É normal durante o processo de cicatrização.- Entendi.Ela tentou puxar sua mão de volta, mas ele a segurou firmemente, e ela teve que dizer: - Vá descansar, eu também preciso dormir.- Tudo bem. - Ele respondeu, mas ainda não tinha soltado sua mão.O espaço estreito tornou o ambiente um pouco estranho, e o coração de Luiza começou a bater mais rápido. Ela murmurou suavemente: - Por favor, me solte.Ele a soltou depois de um momento. Enquanto tomava banho, Luiza ainda estava pensando naquela cena. Ele segurando sua mão, olhando com tanto afeto para ela, deixando seu coração confuso por um longo tempo. Depois de tomar banho, ela saiu para secar o cabelo. Lá fora, a chuva recomeçou. As gotas de chuva batiam na janela, fazendo um som ritmado. Ultimamente, estava chovendo todos os dias em Valenciana do Rio, já fazia q
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que