Miguel, em relação aos comportamentos de Luiza, ela já tinha ouvido falar, achava que as atitudes dele eram duras demais, e Melissa não estava satisfeita com isso. Miguel disse com franqueza: — Eu só não quero me separar dela. Pelas palavras dele, era possível perceber que era um homem apaixonado, mas Melissa não queria ser simpática com ele tão rápido. Ela tomou um gole de café e subiu para descansar. Claro, ela ainda não havia aceitado o presente de Miguel. Eduardo perguntou: — Sr. Miguel, este presente... — Guarde por enquanto. — Melissa estava resistindo a eles, e Miguel não queria que as coisas saíssem pela culatra, então se virou e perguntou. — Onde está o Felipinho agora? Tendo conquistado a chance de passar um tempo com Luiza e Felipinho, Miguel estava ansioso para vê-los novamente. Eduardo respondeu: — Vou perguntar ao mordomo. Eduardo foi falar com o mordomo, que informou que Felipinho estava brincando com a Srta. Maria no jardim dos fundos. No jardim d
Se ela tivesse contado para ele, daquela época nas Américas, ele com certeza não teria sido assim com ela...— E o que mudaria se eu tivesse contado? — Luiza respondeu com outra pergunta.Miguel ficou surpreso por um momento.— Se eu soubesse da existência do Felipinho, eu nunca teria sido daquele jeito com você.Luiza sorriu.— E depois? Depois você nos levaria de volta para Valenciana do Rio, para sofrer junto com você todos os ataques dos seus parentes? Eu não concordaria e não poderia partir, porque você nos manteria presos. E se eu resistisse, você me impediria de sair de casa. Antes, você ameaçou meu pai; se soubesse da existência do Felipinho, não teria me ameaçado com ele também, o usando para me pressionar?O corpo de Miguel enrijeceu subitamente, e com o rosto pálido, ele disse:— Lulu, me desculpa.— Você sabe por que eu não quero ficar com você? — Luiza, inicialmente, não queria se alongar na conversa, mas sentiu que precisava desabafar.Os dias que ela passou em Valenciana
Luiza estava servindo a sopa e, ao ouvir isso, parou por um momento e disse: — Ele não mora com a gente, é claro que na hora das refeições ele precisa voltar. — Não dá para ele ficar e comer com a gente? — Felipinho disse, desanimado. — Eu queria comer junto com ele. Foi Maria quem o ensinou isso; ela disse que, se ele mencionasse o pai várias vezes, no dia seguinte ele quase sempre apareceria. E, de fato, Luiza mostrou um olhar de compaixão: — Você quer tanto assim comer com ele? — Hoje ele me disse que não me abandonou, que só não sabia da minha existência. Agora que ele sabe, ele disse que eu sempre serei o filho dele. O coração de Luiza apertou sem motivo. Antes, Felipinho quase não falava sobre o pai, e ela achava que ele não ligava muito para isso. Mas, na verdade, ele também queria muito um pai. À noite, ao tentar dormir, Luiza se revirava na cama, sem conseguir pegar no sono. Talvez fosse por causa das palavras de Felipinho, que a fizeram sentir uma certa culp
Esse fedelho, como ele pôde ter contado tudo o que ela disse para ele? Que situação embaraçosa. Os dois conversaram por alguns minutos antes de desligar o telefone, e Luiza ainda estava sentada em silêncio. Felipinho virou seu pequeno corpo e deitou no colo dela. Luiza aproveitou a situação e abraçou o corpinho dele. Felipinho perguntou: — Mamãe, você vai ficar brava se eu for próximo do papai? A pergunta de Felipinho foi tão triste que Luiza não teve como não se sentir comovida. Ela sorriu levemente e respondeu: — Não vou, ele é seu pai. Se você quiser se aproximar dele, pode se aproximar. Contanto que ele não levasse Felipinho embora, Luiza estava disposta a deixá-los se aproximarem, pois sabia que Felipinho também ansiava pelo amor de um pai. — Obrigado, mamãe. — Felipinho beijou a mão dela. Luiza também sorriu e beijou a testa dele. — Durma bem. No dia seguinte. Uma figura alta entrou no quarto de Luiza e se agachou no chão, observando ela em silêncio. Lui
Isabelly disse: — O Bryan não é o assassino do Zeca. — O que você disse? — Alice levantou a cabeça de repente. Isabelly suspirou e disse: — A polícia já anunciou nas notícias, o Bryan não é o assassino do Zeca, é o Igor, ele é o verdadeiro assassino. — Como isso é possível? — Alice não acreditava. Isabelly estava com o rosto pálido: — Quando vi a notícia de manhã, eu também não acreditei, mas o Miguel enviou as provas de vigilância para a Sra. Nunes, e o assassino é realmente o Igor. — Isso é verdade? — Alice estava pálida, ainda relutante em acreditar. A única carta que tinha na manga era a inimizade entre Miguel e Luiza; enquanto essa rivalidade existisse, eles jamais poderiam ficar juntos. "Agora dizem que o Bryan não é o assassino?" Isabelly assentiu: — É verdade, eu vi a gravação de vigilância com meus próprios olhos. O Bryan não empurrou o Zeca da escada, ele tentou salvá-lo, mas o Zeca caiu sozinho. O rosto de Alice estava pálido. Isabelly disse: —
Alice ficou sem palavras ao ser confrontada, um pouco nervosa, e retrucou: — Ela que me provocou primeiro. Ela me disse que reatou com o Miguel. Eu não podia ficar calma, né? — Eles reataram? — Sim. — Então, sem nem sequer falar comigo, você decidiu lidar com a Luiza por conta própria? — Theo perguntou com frieza. O coração de Alice deu um salto, e ela disse com ódio no rosto: — Eu só queria assustá-la. — Alice, você queria só assustá-la, ou realmente queria agir contra ela? Preciso adivinhar? — A voz dele ficava cada vez mais fria. Alice sentiu que ele estava irritado e respondeu, rouca: — Agora não é hora de discutir isso. O problema é que eles estão juntos. O que você acha que devemos fazer? — O que fazer? — Theo repetiu a pergunta, a voz tão fria que parecia penetrar os ossos. — Por que eu deveria dizer a você, que não serve para nada? Não consegue fazer nada direito e ainda espera que eu te ajude? Alice, você mereceu isso. Além disso, você ainda teve a ousadia
A partir de então, ninguém mais se opôs a elas.— Minha avó disse que queria encontrar uma oportunidade para te pedir desculpas. — Miguel se aproximou um pouco mais e explicou. — Mas minha mãe, isso é impossível. Ela está doente, fora de si, não consegue nem levantar da cama.Luiza ficou surpresa ao ouvir isso.Nunca pensou que a Sra. Nunes diria que queria pedir desculpas a ela.Ela virou a cabeça e viu o rosto dele tão próximo, recuou instintivamente e, com os olhos baixos, perguntou:— E a Alice? Ela sabe disso?— Sabe, agora ela deve estar no hospital, teve uma perna quebrada.— Foi você quem mandou fazer isso?— Sim, naquela vez em que ela foi violentada, foi tudo armado entre ela e o Theo, eles planejaram tudo juntos. — Miguel explicou essa parte para ela.Luiza ouviu e ficou em silêncio.Miguel acariciou seu rosto e disse:— Luiza, agora a verdade veio à tona, e nós dois chegamos a esse ponto por causa das intrigas do Theo. Quanto à Alice, eu e ela não teremos mais nenhum víncul
— É mesmo? — Os grandes olhos de Felipinho brilharam de dúvida; ele não estava muito convencido. Maria riu alegremente e disse: — Foi a tia governanta que me contou. Se você não acredita, faça sua mamãe passar mais tempo com seu papai para você ver. A tia governanta estava ali ao lado, colocando a comida na mesa. Felipinho então perguntou a ela: — Tia governanta, é verdade isso? A tia governanta já estava tentando segurar o riso. Ela achava as duas crianças muito espertas, ali discutindo como fazer com que seus pais se dessem bem novamente. A tia governanta entendia bem o sentimento deles; afinal, toda criança queria ver seus pais juntos e felizes. Ela sorriu e disse: — É verdade, sentimentos como esses ficam mais fortes com o tempo que passam juntos. Felipinho assentiu, aprendendo algo novo. Então era assim... Ele precisava fazer com que seus pais passassem mais tempo juntos, para que seu pai pudesse "importunar" sua mãe ainda mais! Luiza se aproximou e, vendo
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que