Ao ouvir aquilo, as veias nas mãos de Theo saltaram.Naquele dia, ele sentiu que algo estava errado; a voz de Luiza estava entrecortada e rouca.Mas ele quis acreditar nela, afastando os pensamentos ruins.No entanto, ao ouvir a verdade da boca de Miguel, não pôde evitar o desejo de matar que subiu em seu peito. Cerrando os dentes, disse palavra por palavra:— Miguel, você é um animal. Não foi capaz de fazê-la feliz, mas quis mantê-la para si, aprisionando ela. Você não a merece.— Eu a aprisionei, ou foi ela quem quis ficar? Por que você mesmo não pergunta a ela? — Disse Miguel, estendendo o celular para Luiza.— O que você quer que eu diga? — Ela olhou para o celular, sem expressão.Miguel deu uma risada fria.— Diga a ele, naquele dia eu te forcei ou foi você que quis?Luiza achava que ele estava louco. Mordeu os lábios e se recusou a falar.Como ela não quis dizer nada, Miguel se aproximou, pressionando o corpo contra o dela, suas mãos longas deslizando por debaixo da saia dela, av
Plaf!Um som seco e ambos pararam, sem mais nenhum movimento.Luiza, ofegante, ajeitou a roupa e correu para fora....Não demorou muito, Miguel desceu as escadas e saiu da Mansão Jardim em seu carro.Luiza ainda estava imóvel na varanda. Ela havia saído correndo do quarto, sem saber para onde ir, e ficou parada ali o tempo todo.O vento frio passava por entre suas roupas, trazendo uma sensação indescritível de gelidez.O celular tocou novamente.Luiza atendeu, e era a voz de Helena.— Luiza, ouvi minha irmã dizer que você voltou para Valenciana do Rio?Ao ouvir a voz dela, o olhar de Luiza se obscureceu.Aquele momento tinha finalmente chegado.Voltar para Valenciana do Rio significava que ela sabia que não poderia fugir de nenhuma das tempestades que viriam.— Tenho algumas palavras para você. — A voz de Helena soava fraca, carregada de um tom pesado e cansado. — Luiza, não tenho muito tempo de vida, então vou ser direta. Eu gostaria que você deixasse meu filho Miguel, estou te implo
Luiza ficou atônita. "Então, existe a possibilidade de que o Theo esteja envolvido com drogas?" Não era de se admirar que ele tivesse se tornado tão poderoso em poucos anos. Luiza respondeu a ele: [Francisco, é possível que o Theo esteja em conluio com esse senhor da guerra. É melhor você investigar.] Francisco entendeu imediatamente o que ela queria dizer e respondeu: [Agora faz sentido. Não importa o quanto lutemos com ele no mercado de ações, não conseguimos derrubá-lo. Então, tem um figurão por trás dele.] Era ainda mais provável que um conglomerado das Américas estivesse o ajudando, pois existe uma cadeia de relacionamentos. Os grandes conglomerados americanos eram, na maioria, famílias estabelecidas há muito tempo e difíceis de derrubar. Se Theo realmente tinha alguém poderoso por trás dele, eliminá-lo seria uma tarefa difícil. Depois de um tempo, Francisco enviou outra mensagem: [Vi uma notícia de Valenciana do Rio, que o Miguel e a Alice estão noivos. O que está
Miguel soltou uma risada fria: — Agora não quero ouvir isso.— Não, eu vou esclarecer tudo com você. Foi você quem disse para eu não mentir, então te falei a verdade. Se eu tivesse dito que não o amava, e ele, assim como você, tivesse me forçado a ficar com ele, você acha que isso seria melhor?Miguel ficou surpreso por um momento, como se nunca tivesse considerado essa possibilidade.Luiza continuou: — Além disso, quando assinei o acordo de reconciliação, você disse que me daria mais liberdade no futuro. Mas hoje, quando quis sair, o segurança me disse que eu não podia. Eu pensei que já havíamos chegado a um acordo, mas parece que você simplesmente não cumpre sua palavra.Ele não disse nada.Luiza olhou para seu rosto frio: — Por que não está falando nada? Está com raiva? Ou é porque você realmente não cumpre o que diz?— Se você não ficasse trocando olhares com aqueles homens, eu ficaria zangado?— Miguel, já te expliquei. Eu e o Simão só nos encontramos por acaso, não marcamos
A noite passou assim.No dia seguinte, Miguel acordou, mas Luiza não estava mais lá, embora o perfume dela ainda parecesse impregnado nos lençóis.Ele deu uma leve cheirada e se sentiu um pouco melhor. Então, percebeu que havia um terno cuidadosamente dobrado sobre o sofá ao lado da cama.Era uma roupa que ela havia preparado para ele.Miguel sorriu de canto e se levantou para lavar o rosto. Vestiu o terno e desceu.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu a voz de Ângela vinda da cozinha:— Senhora, os cogumelos devem ser fritos primeiro pelo lado de fora, depois pelo lado côncavo, assim o suco não escapa.— Entendi. — Respondeu Luiza, aprendendo com atenção.Ângela perguntou:— A senhora está aprendendo a cozinhar para o senhor?— Você não sabe? Ele não gosta de comer verduras, então tenho que pensar em todos os jeitos possíveis para fazê-lo comer. — Enquanto falava, Luiza colocou alguns aspargos na frigideira. — Vou fazer ele comer isso mais tarde.Ângela riu:— A senhora se preocu
— Quero dizer, viver juntos alegremente, conviver felizes. — Certo. — Ela respondeu suavemente. Miguel ficou satisfeito. Depois de comerem, Luiza o acompanhou até a porta, olhou para o céu azul lá fora e sorriu: — O tempo está ótimo hoje. — Nenhuma nuvem no céu. — Quer sair? — Miguel perguntou. Luiza virou a cabeça: — Posso? — Claro. Ela estava livre novamente. Sabia que precisava fazê-lo feliz. Luiza fez uma expressão de gratidão, seus olhos brilhavam ao dizer: — Você é o melhor marido do mundo! Miguel sorriu: — Não volte muito tarde. — Certo. Ela sorriu, o observando entrar no carro. ... À tarde, enquanto Luiza mexia no celular, de repente apareceu uma mensagem no WhatsApp, enviada por Marina. Marina dizia: [Lulu, dá uma olhada nesse vídeo. Será que estão falando do seu pai e do Zeca? Eu vi agora há pouco numa plataforma.] Marina continuou: [Estão comprando espaço nos trending topics. Acho essa história muito estranha, parece que tem alguém por
Ela queria ir e mandar aquelas pessoas embora, mas sabia que não podia aparecer; se aparecesse, seria como revelar que Bryan ainda estava vivo.Ela pegou o celular e, escondida na curva do corredor, ligou para Miguel com a voz um pouco rouca:— Miguel.— O que foi? — Ao ouvir sua respiração, Miguel percebeu que algo estava errado. — Você está chorando? O que aconteceu?Luiza respondeu, aflita:— É sobre o hospital. Não sei quem vazou a localização do meu pai, mas agora tem uma porção de gente fazendo lives em frente ao quarto dele. Estão todos aglomerados na porta. Mande alguém vir resolver isso.— Você está no hospital agora?— Sim.— Tem muita gente aí agora, então não apareça. Encontre um lugar seguro para esperar. Estou indo agora mesmo. — Miguel temia que, com a multidão, sua presença pudesse prejudicá-la.— Eu sei. — Ela sabia que, se sua localização fosse descoberta, todos perceberiam que estava no hospital. Ela falou calmamente. — Vem logo.— Vou agora.Miguel desligou o telefo
Luiza estremeceu, percebendo que realmente não havia nenhum problema, e imediatamente assumiu uma expressão fria, dizendo:— Então, você está fingindo estar louca.Miguel lhe havia dito que Alice desenvolveu uma reação de estresse após o incidente de violência, e que agora ela tinha surtos frequentes."Embora ela pareça pálida, não há nada de errado com seu estado mental. Pelo contrário, seu sorriso é assustador, como se estivesse tramando algo..."Justo quando Luiza teve esse pensamento, a porta do corredor foi subitamente aberta com um estrondo.Isabelly e a Sra. Nunes estavam do lado de fora, parecendo estar à procura de Alice, com expressões ansiosas.Assim que a porta se abriu, elas viram Luiza segurando Alice contra o corrimão da escada, com a cabeça de Alice pendendo para baixo, enquanto esta, com uma voz fraca, implorava:— Por favor, me solte...O rosto da Sra. Nunes escureceu imediatamente, e ela gritou em tom severo:— Luiza, o que você está fazendo?— Alice! — Isabelly corr
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que