O sol adentrou o quarto de Bella. A jovem mal havia pregado o olho aquela noite. Seus pensamentos lhe traiam constantemente. Só conseguia lembrar do olhar inicial trocado com Allan, o primeiro abraço que havia sido tão protetor. Os lábios quentes do rapaz, a voz rouca soprando em seus ouvidos. Desde o dia em que suas vidas se cruzaram foi decretado: ele seria o seu primeiro e verdadeiro amor.
- Minha ruiva. – Ouviu a voz de Malu antes de ser esmagada pelo seu corpo.
- Está me sufocando. – A voz de Bella saiu abafada.
- Senti tanto a sua falta!! – A jovem de cabelos castanho cumpridos exalava alegria ao ver a amiga novamente.
- E eu a sua. – Se senta na ponta da cama.
- Não vou perguntar nada, quando estiver pronta para dizer eu vou estar aqui para te ouvir – Malu se mostra compreensiva.
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“ Não se pode alterar as consequências do futuro. Você só pode controlar suas escolhas no presente.”O clima pesado se instalou no anexo. O silêncio que pairou era ensurdecedor. Allan esperava a resposta de Hulk. Desafiava o amigo, encorajando-o a ser homem e falar a verdade.- Tu quer saber mesmo? – Balançou o ombro. – Eu meti uma bala na cabeça do teu pai. – Sua voz soou indiferente. Allan e Repolho abriram e fecharam a boca de modo petrificado. – Ah!! Como ele implorou pra não morrer. – Complementou maldoso. Querendo esfregar na cara do chefe o mal que lhe causou.- Miserável!! – Allan vai para cima dele, fazendo com que derrubasse a arma no chão.O jovem com apelido de legume engoliu a seco. Surpreso demais para reagir.- Por quê ?? – Allan enrosca a mão no pescoço de Hulk. - Foi o Gastão que mandou
" Certas coisas não voltam mais... simplesmente se vão”.Bamm!!O som do disparo é alto...Vagarosamente, com as mãos trêmulas, Allan abre os olhos.A porta do escritório na boca balança, fazendo ruído na mesma medida em que Allan deixa a metralhadora escapar de suas mãos. Ele acompanha o amigo virado de costas, cair para trás. Com dificuldade o segura e fica de joelhos colocando-o com cuidado no chão. Engole a seco ao ver a quantidade de sangue que mancha a camisa do rapaz e escorre pelo piso.- Por quê fez isso? – Pergunta aos prantos. – Essa bala era para mim, não para você. – Seus olhos azuis enchem-se de lágrimas.- Allan... – Repolho diz com dificuldade. – Você tem sonhos bonitos. Não importa o que acontecer... não deixe de se redimir e levar uma vida normal. – Sente s
A semana passou rapidamente, Bella retornou às aulas e recebeu uma enxurrada de matérias que havia perdido. Estava em casa, mordiscando a ponta da unha, entediada naquele dia de extremo calor.- Que tal um cineminha hoje? – Cris se joga no sofá onde a irmã está.- Estou com preguiça para ver filme. – Deita a cabeça em seu ombro. – Fiquei com cãibras no olho e nas mãos de tanto estudar.- Então podemos comer algo e dar uma volta; chama a Malu. – Bagunçou os cabelos dela.- Agora está cheio de gracinha para cima dela... só observo. – Gesticula com as mãos.- Ela não me trata mais como antes. – Baixa o olhar – Eu fiz tudo errado.- Você foi um completo jumento. É injusto com ela, sabe? Só porque você descobriu que a Paty não era quem voc&ec
Não era possível vencer a dor que o silêncio causava. A comunidade inteira permanecia de luto. Allan sentia muita falta do seu fiel amigo. O dono do morro segurava nas mãos a parte do dinheiro de repolho; exatamente no mesmo lugar em que seu parça estava antes de partir. Vasculhou a casa de Hulk e não encontrou um mísero real.Fontes haviam revelado que o traidor estava no morro rival. Allan ordenou dois de seus parceiros para ficarem vigiando Bella; sabia o quanto Hulk era vingativo. Com certeza planejava tocar em seu ponto fraco, e naquele caso era a ruivinha.Engoliu a seco enquanto cerrava os punhos.Gostaria de ver o sorriso dela, os olhos esmeraldas, e acariciar aqueles cabelos tão cheirosos. Desejava abraçá-la e não soltar mais. No entanto, não poderia realizar esse desejo. Não naquele momento.Na comunidade haviam muitas pessoas honestas, trabalhadoras. Allan
Malu havia crescido com Bella e Ryan. Cris era o mais velho, no entanto sempre esteve próximo deles. A jovem de feição doce cresceu admirando o irmão de sua melhor amiga. Não conseguia vê-lo com outros olhos.Ela observava Cris, que com destreza movia o volante. Seus pensamentos davam voltas e mais voltas.Talvez todo o amor que sentiu há tantos anos, fosse algo platônico. Uma espécie de desejo inalcançável. Cris sempre foi rodeado de meninas, e ela sabia que dificilmente teria a atenção dele para ela. É chato e doloroso quando a pessoa amada não lhe vê do mesmo jeito… quando não existe reciprocidade.Seu coração partiu em vários pedacinhos e seu mundo pareceu desabar quando descobriu que ele estava namorando. Parecia um relacionamento sério: Cris radiante de felicidade. E Malu, se sent
Bella permanecia com os olhos arregalados. Fez menção em fechar a janela, no entanto a voz do rapaz fez com que ela parasse.- Não fuja, por favor! – Diz em tom baixinho, mas audível.- O que você quer? – Engole a seco, sentindo um aperto no peito.- Desce aí, a parada é séria. – Encarou ao redor.- Não, eu...- O Allan não está legal. – Tentou dar alguma justificativa que a fizesse descer. – Aconteceu uma treta lá no morro e ele se feriu, o chefe só chama pelo seu nome.- Eu já estou indo. – Sem pensar duas vezes, Bella puxa a calça e o casaco de moletom. Não faz ruídos ao descer até o primeiro andar.O rapaz que a esperava esteve no dia do resgate, foi um dos parceiros de Allan que ajudou naq
Era bem cedo quando Joana sacudiu de modo insistente o filho.Allan bufou, apertando forte o travesseiro. Vencido pelo incomodo de ser balançado, virou-se e sonolento abriu os olhos.- Qual foi mãe? – Sua voz é carregada de rouquidão.Joana o encarava com a expressão séria.- Tem visita. – Disse baixo.Allan suspirou. Após revirar os olhos demonstrando impaciência, encarou a mãe.- Quem é tão importante para me acordar tão cedo?- Malu e Ryan, disseram que são amigos da Isabella.No exato momento em que ouviu o nome de Bella, deu um salto da cama. Assim que ele entrou na sala, a amiga de Bella se levantou com os braços cruzados e olhos furiosos.- Cadê ela? – Perguntou alterada.- Bom dia, tudo bem? – Allan foi sarcástico. – O que foi?- Não seja cínico. C
Allan saiu da boca mais cedo. Foi para casa esfriar a cabeça. Sentado no sofá da sala, recorda os doces momentos que viveu ao lado de Bella. A saudade desmedida invade seu peito.O toque estridente do celular faz com que o rapaz desperte de seus devaneios.- Allan? – Ouve a voz de Malu do outro lado da linha.- Sim. Diga!- Conversamos com o Cris. No começo ele chiou um pouco, queria comunicar a polícia. Mas explicamos a situação a ele: que acabou concordando. Já falamos com o Hector e ele topou se passar por usuário.- Beleza. – Allan sentiu alívio. Quanto mais ajuda tivesse seria melhor.- Vou botar no viva voz e você passa os comandos a ele. – Malu pousou o celular na mesa de centro para que os outros ouvissem.- Pode falar. – Allan ouve a voz que deveria ser de Hector.- Então mano... primeiro valeu aí! A parada &eacut
Trinta anos foi a sentença do juiz... quando Allan ouviu suas palavras e o soar do martelo sentiu como se o mundo desabasse em sua cabeça. Seriam três décadas prisioneiro. Como poderia ter esperança no mundo lá fora? Quando chegou na penitenciária, foi difícil se acostumar. Até que depois de uns meses foi para uma cela onde haviam dois homens. Um era o senhor José que roubou o banco para conseguir dinheiro para a operação de sua filha e o outro se chamava Marcos, usuário de drogas que surtou e tirou a vida da esposa e dois filhos. Durante os meses, fizera amizade com o carcereiro. Um homem evangélico que sempre que conseguia falava um pouco sobre Deus. Allan teve alguns atenuantes ao ajudar a polícia com alguns casos de tráfico, além de seu bom comportamento. Estudou dentro da prisão, completou o ensino médio e iniciou a faculdade de Direito. Seu desempenho a cada ano fazia com que sua pena diminuísse consideravelmente. O conhecimento
Algumas coisas não podiam ser desfeitas.Allan passou o trajeto reflexivo. Assim que o carro parou em frente a sua casa, virou-se revezando seu olhar entre João e Erick.- Na minha ausência vocês serão os caras de minha confiança que irão ficar no comando da comunidade.- Como assim mano? - João encara o chefe com a confusão estampada em seu semblante.- Vai ficar fora? - Erick também não entende.Allan toca o ombro de ambos.- Obrigado por tudo! – Abre a porta do veículo. – Não sei quanto tempo ficarei longe, mas sei que todos aqui estarão em boas mãos.O dono do morro se despede dos amigos e se encaminha para dentro de casa. É recebido com um caloroso abraço. Joana finalmente podia respirar aliviada.- Eu tive tanto medo de que não voltasse!! – Beija o rosto do filho.Ele esbo&cc
Allan estufou o peito. Cerrou os punhos e trincou os dentes.- Deixa a Bella fora disso e vamos resolver as coisas de homem pra homem.- E perder o melhor? – Hulk reveza seu olhar de Allan para Bella. - Quer levar sua mina daqui? Então vai ter que me matar! – Desafiou.Allan retira a arma da cintura e aponta para Hulk. – Eu não me importo em atirar em um verme como você!O traidor abre os braços. Um sorriso divertido pairava em seus lábios.- Machão. – Desdenhou. - Então mata, não vai ser a primeira vez que tira a vida de um amigo.- Tu nunca foi meu amigo!! – Allan aumenta o tom de voz.- E o Repolho? Ele era?- Não dê ouvidos a ele Allan. - Bella diz pede. A intensão de Hulk era apenas deixar ele desestabilizado.- Qual foi? Só estou faland
Allan chega em casa e rapidamente troca de roupa. Coloca um boné de aba reta e óculos escuros.Minutos depois, seus dois comparsas chegam até ele.- Trouxe as armas chefe. – João abre a mochila mostrando.- Hector falou que hoje vai ter uma festa de arromba no morro rival, festa do chefe de lá. Isso vai facilitar demais nossa chegada. – Allan comenta enquanto pega uma arma e coloca em sua cintura.Erick como sempre está com um palito entre os dentes. Vestido com uma blusa cinza desgastada e uma calça jeans levemente amarrotada.- Já marquei com Ryan e o Cris em uma rua deserta daqui; vamos nos encontrar lá e trocamos de carro. – Erick avisa – Não pode dar nada errado.- Eu sei mano, um erro e vai tudo por água a baixo. – Allan se vira notando a presença de sua mãe.A expressão de Joana é nitidamente s&
Allan saiu da boca mais cedo. Foi para casa esfriar a cabeça. Sentado no sofá da sala, recorda os doces momentos que viveu ao lado de Bella. A saudade desmedida invade seu peito.O toque estridente do celular faz com que o rapaz desperte de seus devaneios.- Allan? – Ouve a voz de Malu do outro lado da linha.- Sim. Diga!- Conversamos com o Cris. No começo ele chiou um pouco, queria comunicar a polícia. Mas explicamos a situação a ele: que acabou concordando. Já falamos com o Hector e ele topou se passar por usuário.- Beleza. – Allan sentiu alívio. Quanto mais ajuda tivesse seria melhor.- Vou botar no viva voz e você passa os comandos a ele. – Malu pousou o celular na mesa de centro para que os outros ouvissem.- Pode falar. – Allan ouve a voz que deveria ser de Hector.- Então mano... primeiro valeu aí! A parada &eacut
Era bem cedo quando Joana sacudiu de modo insistente o filho.Allan bufou, apertando forte o travesseiro. Vencido pelo incomodo de ser balançado, virou-se e sonolento abriu os olhos.- Qual foi mãe? – Sua voz é carregada de rouquidão.Joana o encarava com a expressão séria.- Tem visita. – Disse baixo.Allan suspirou. Após revirar os olhos demonstrando impaciência, encarou a mãe.- Quem é tão importante para me acordar tão cedo?- Malu e Ryan, disseram que são amigos da Isabella.No exato momento em que ouviu o nome de Bella, deu um salto da cama. Assim que ele entrou na sala, a amiga de Bella se levantou com os braços cruzados e olhos furiosos.- Cadê ela? – Perguntou alterada.- Bom dia, tudo bem? – Allan foi sarcástico. – O que foi?- Não seja cínico. C
Bella permanecia com os olhos arregalados. Fez menção em fechar a janela, no entanto a voz do rapaz fez com que ela parasse.- Não fuja, por favor! – Diz em tom baixinho, mas audível.- O que você quer? – Engole a seco, sentindo um aperto no peito.- Desce aí, a parada é séria. – Encarou ao redor.- Não, eu...- O Allan não está legal. – Tentou dar alguma justificativa que a fizesse descer. – Aconteceu uma treta lá no morro e ele se feriu, o chefe só chama pelo seu nome.- Eu já estou indo. – Sem pensar duas vezes, Bella puxa a calça e o casaco de moletom. Não faz ruídos ao descer até o primeiro andar.O rapaz que a esperava esteve no dia do resgate, foi um dos parceiros de Allan que ajudou naq
Malu havia crescido com Bella e Ryan. Cris era o mais velho, no entanto sempre esteve próximo deles. A jovem de feição doce cresceu admirando o irmão de sua melhor amiga. Não conseguia vê-lo com outros olhos.Ela observava Cris, que com destreza movia o volante. Seus pensamentos davam voltas e mais voltas.Talvez todo o amor que sentiu há tantos anos, fosse algo platônico. Uma espécie de desejo inalcançável. Cris sempre foi rodeado de meninas, e ela sabia que dificilmente teria a atenção dele para ela. É chato e doloroso quando a pessoa amada não lhe vê do mesmo jeito… quando não existe reciprocidade.Seu coração partiu em vários pedacinhos e seu mundo pareceu desabar quando descobriu que ele estava namorando. Parecia um relacionamento sério: Cris radiante de felicidade. E Malu, se sent
Não era possível vencer a dor que o silêncio causava. A comunidade inteira permanecia de luto. Allan sentia muita falta do seu fiel amigo. O dono do morro segurava nas mãos a parte do dinheiro de repolho; exatamente no mesmo lugar em que seu parça estava antes de partir. Vasculhou a casa de Hulk e não encontrou um mísero real.Fontes haviam revelado que o traidor estava no morro rival. Allan ordenou dois de seus parceiros para ficarem vigiando Bella; sabia o quanto Hulk era vingativo. Com certeza planejava tocar em seu ponto fraco, e naquele caso era a ruivinha.Engoliu a seco enquanto cerrava os punhos.Gostaria de ver o sorriso dela, os olhos esmeraldas, e acariciar aqueles cabelos tão cheirosos. Desejava abraçá-la e não soltar mais. No entanto, não poderia realizar esse desejo. Não naquele momento.Na comunidade haviam muitas pessoas honestas, trabalhadoras. Allan