Após me deixar na frente do hotel em que estava hospedada agora, meu italiano gato vai embora pois tinha recebido uma ligação do trabalho.
Até agora não sei como o que ele trabalha, porém não perguntei, vai que ele pensa que sou intrometida demais.
Apesar, de que não sei nada sobre ele e depois daquele sonho não quero nem saber.
Me lembro do clima tenso e quieto que ficou dentro do carro, não ousei dizer sequer uma palavra. Me pergunto o que tinha ouvido durante a ligação para deixá-lo tão perturbado.
Na recepção do hotel encontro com Melissa, não ouso nem subir para o meu quarto, seria tortura demais. E também não tinha nada meu lá.
Sigo a puxa-saco de Cassandra até o carro, o caminho todo até o aeroporto continuo imersa em pensamentos no meu italiano.
Foi bom enquanto durou, não adianta ficar triste, Carolina. Com certeza ele nem vai sentir tanta falta assim de você, ele deverá arrumar
_o que você..._ não consigo terminar a pergunta, minha voz se cala, a única coisa que sobra é o nó preso na minha garganta.Começo a soluçar e o nó se desfaz em lágrimas. Fecho meus olhos tentando fazer pará-las porém é inútil.Me forço a levantar meu corpo e arrastar a minha mala para longe daquilo tudo. Não quero ouvir se ele for me ofender, não quero ouvir nada e nem ninguém.Quero chorar e chorar. E vê-lo na minha frente está piorando tudo, seria mais fácil se ele não tivesse vindo aqui.Como ele soube onde eu estava?Eu quero ir de encontro aos seus braços, me lançar neles e deixar ser confortada, mas também não quero me iludir com uma coisa que nunca daria certo. E só me machucaria ainda mais.Quero que ele me diga como me achou aqui, como sabia e se já sabia que eu iria embora.Ele estaria triste? Com raiva? Magoado talvez? Não quero saber, não posso continuar fantasiando c
_porra, tudo bem_ ele diz derrotado, as buzinas estão ficando cada vez mais altas e a fila lá trás está crescendo aos poucos.Saio do seu colo e me sento no assento ao lado, coloco o sinto e me organizo para ninguém perceber o que tinha acontecido há alguns segundos.Luigi não me imita, ele apenas espera que eu termine para abaixar o vidro e falar com o homem zangado.O olhar do homem vai de Luigi para mim e volta para Luigi, olhando que a camisa dele estava toda desabotoada.Coro apenas de pensar o que o homem estava pensando da gente, parecíamos dois adolescentes de pegação dentro do carro do pai dele. É a mesma sensação._vão para um motel! Ninguém é obrigado a esperar os dois arrombados foderem..._Luigi sobe o vidro da janela deixando o homem falar sozinho e vejo ele ficar vermelho quase como se fosse explodir.A sua voz fica abafada quando a janela se fecha completamente, meu italia
_antes disso, eu queria te dizer a verdade..._tampo a sua boca com as minhas mãos, ainda estou traumatizada com aquele sonho, digo, pesadelo._não quero ouvir_ ele me olha confuso e eu acrescento_ não mais.Antes eu faria questão de saber de tudo sobre ele, sobre sua vida, o seu trabalho, amigos e etc. Porém agora, para mim isso não é mais importante.Nunca tinha sentido uma conexão assim com alguém, e não queria complicar ou estragar isso com a verdade.Se tudo isso que estamos vivendo é mentira, então deixe-me enrolar, sonhar e me iludir nessa mentira.Não quero que a realidade me puxe de volta, estou nos braços do meu italiano gato e me sinto muito bem aqui.É muito seguro aqui, longe da megera da Cassandra e dos problemas cotidianos da minha vida.Me sinto em um sonho e Luigi estava querendo me acordar.Ele remove as minhas mãos e continua, desejo
Se faz um silêncio constrangedor e a tensão dentro do carro chega a ser palpável. O veículo parecia menor e ficava ainda mais pequeno a cada segundo agoniante que se passava._ah, que se foda!_digo e em um instante estou sentada no seu colo, meu corpo age por si só e minha mente só concorda.Só posso estar ficando louca, mas esse calor no meu corpo só cresce e está pedindo para ser completado por Luigi, apenas ele poderia me completar do jeito que eu gostava.Bem brutal e quente.Ele era de uma família mafiosa boa então tudo bem, né?_o que você..._ele diz confuso, eu não havia dito sequer uma palavra quando ele me disse que fazia parte da máfia Agostini e agora estou sentada no seu colo.Óbvio que ele ficaria confuso, Carolina.Ele não podia me culpar, eu ainda estava tentando assimilar e digerir tudo que ele havia me dito.Eu estava me envolvendo com um membro de uma máfia
_então, a senhorita não estará disponível durante toda a noite? Me pergunto o que de interessante você faria nesse meio-tempo_Luigi se aproxima de mim, jogando o seu charme e sou capaz de derreter na presença desse homem._o que eu vou fazer, não. O que nós vamos fazer_ me inclino e o beijo. Ele segura meu pescoço perdurando nosso beijo, o seu toque é tão possessivo que me faz ficar exitada em poucos segundos.O que diabos esse homem tem?! A mãe dele passou açúcar nele ou o quê?_Carolina, você é ninfomaníaca ou o quê? Você não se cansa, não?_em resposta para a sua pergunta, eu subo no seu colo novamente e envolvo meus braços em seu pescoço.Ele estava sem camisa e todo suado para a minha alegria, arrasto minhas mão gulosa pelo seus gominhos definidos.Céus, como ele é gostoso!E ainda existe gente que tem frescura com suor, sinceramente, tento um italiano gostoso todo suado na sua frente querendo
Não quero dar uma de paranoica ou ciumenta, mas que tipo de reunião é essa que a pessoa sai bêbada?Também não reclamo quando ele passeia com as mãos pelo meu corpo, há um desejo explícito nisso.Logo ele volta a sua brutalidade natural, me jogando em cima da cama e me obrigando a ficar de joelhos sobre a mesma.Meu italiano gato enrola o meus cabelos em sua mão e os puxa para trás, minhas costas arqueiam para trás batendo contra seu peitoral._você sabe quem eu sou?_ sussurra no meu ouvido e um arrepio percorre minha espinha._Luigi?_ele me empurra para frente, caio em cima da cama confusa com a mudança de personalidade dele._Como você pode me comparar com um simples empregado?_ele diz baixinho, mas ainda consigo ouvir.Como é?Estou prestes à exigir uma explicação quando ouço um estalo alto ecoar pelo quarto. Luigi havia subido meu roupão e dado um t
Uma semana havia passado...Eu não tinha conseguido arrancar nenhuma informação de Luigi sobre aquele dia e nem ousei mencionar o homem loiro do banheiro.Não sei por que mas não achei certo mencionar ele.Mil paranoias repassam na minha cabeça. Eu quero saber tudo sobre Luigi e ao mesmo tempo não quero.Não quero saber se ele faz os trabalhos sujos que os chefes mandam, mas também me deixaria tranquila se ele me desse a certeza de que não trabalhava fazendo essas coisas sujas.Não quero perguntar, porque tenho medo.Entretanto esses pensamentos estão me corroendo por dentro. Estou a ponto de enlouquecer!Lavo meu rosto na pia de mármore do banheiro, estávamos jantando fora no mesmo restaurante que ele tinha me trazido antes.Tenho certeza que ele percebeu que eu estava aérea durante todo o jantar, a nossa conversa foi muito rasa, apenas falamos sobre o clima, comidas e relembramo
Acordo com o som do meu celular tocando, tateio sobre a cama com os olhos fechados. Minhas mãos agarram alguma coisa dura porém quente. Forço meus olhos para ver o tanquinho do meu italiano gato.Eu tinha adormecido em cima dele, ele não era um bom travesseiro mas era muito bom para outras coisas. Olho para cima e fico envergonhada quando vejo que ele estava me observando enquanto eu babava no seu abdômen definido._quer alguma coisa aí, Carolina?_ tinha aquele sorriso sedutor de canto no rosto. Deus, ele pode parar de ser tão lindo?_estou procurando meu celular_ digo, não era mentira, eu realmente queria achá-lo e parar com esse toque infernal.Ergo meu corpo para sair de cima dele mas de repente sou jogada novamente na cama. Luigi agora está por cima de mim, me esmagando com aquele corpo escultural e gostoso._Carolina, isso era só uma desculpa para..._para nada_mesmo gostando d
Meus ouvidos sangram quando a ouço gemendo seu nome, entro novamente para dentro do quarto, verificando os gêmeos que dormem profundamente antes de voltar para a sacada e ter a brilhante ideia de pular. Não sei o que me deu, talvez fosse o ciúmes assumindo meu corpo e pulando de uma sacada para outra. Agora eu entendia, a imprudência da Carolina ficar pulando por sacadas.Arriscar a própria vida para... não sei ao certo o que faria, se mataria Matteo, se arrastaria a Carolina para longe dele, se interromperia... céus! Nem ao menos conseguia olhar para dentro do quarto, me mantive paralisado olhando a área verde que rodeava o hotel e ouvindo os gemidos suplicantes dela. Merecia aquela tortura.Entretanto, subitamente me virei, o ciúme havia tomado todo meu corpo quando entrei sorrateiramente para dentro do quarto. O punho cerrado aliviou, a tensão nas minhas sobrancelhas franzida também tinham aliviado e me encontrei perdido diante da donna della mia vita deitada nua sobre a cama, sozi
Atravessando o restaurante, observo o grande movimento de pessoas assumindo suas mesas, a maioria casais. Todo o lugar possuía uma baixa iluminação, com pontos estratégicos de luzes e luminárias amarelas que deixavam um ar romântico e aconchegante.Gostaria de convidar Carolina para jantar comigo uma noite, porém tendo Matteo a tiracolo, seria difícil de concretizar-se.O bar se encontrava no final do restaurante, andando em sua direção, noto a bela vista para a piscina do hotel e parte da fachada. Matteo estava sentado sozinho com uma garrafa de Johnnie Walker em cima do balcão. Puxo uma banqueta e peço um copo ao barman, não refiro nenhuma palavra ao loiro meio bêbado do meu lado.Não tinha muito o que dizer, era questão de tempo para Matteo se dar por vencido e começar a enxergar a realidade posta diante dos seus olhos. Carolina me ama e mesmo que tente esquecer, mesmo que use Matteo para tapar minha ausência, não irá conseguir fingir por muito mais tempo. Durante essas semanas que
Espreitando, observei-os durante todo o dia na empresa. Ouvi as fofocas dos funcionários, mesmo que não estivesse escutando atrás da porta ou passando casualmente pelo corredor, elas sempre me encontravam e esgotavam minha paciência.Alguns funcionários diziam que Carolina tinha um ótimo gosto para italianos, ignorei a parte que nos compararam á sapatos. Outros diziam que Matteo era um homem incrível por não sentir ciúmes do ex da sua noiva e por tratar tão bem os filhos dela. Na minha opinião, Matteo está se esforçando demais para gostar dos meus filhos, para quem nunca tinha a palavra "família" no vocabulário pessoal e que até chegava a sentir crise alérgica caso fosse mencionado "relacionamento" junto ao seu nome na mesma frase, ele estava sendo um padrasto quase perfeito. Pura enganação.E quando achei que os burburinhos não poderiam piorar... eles me pintaram como um ex escroto que queria arruinar a vida da Carolina e roubar seus filhos, que tambem são meus. Se eles ao mínimo sou
Eu estava mancando, MANCANDO! Quando sair de dentro da sala de reunião, no período da tarde de ontem. Minha real intenção quando voltei á empresa, era me desculpar com Cassandra e implorar para que ela não me demitisse após o barraco que a minha mãe fez. Porém apareceu Luigi e me fodeu. Literalmente.- Bom dia, Ita - saúdo Ítalo quando o vejo passando perto da minha mesa, ele olha para mim entortando a boca e passando direto.- Ele ficou mesmo chateado - digo, chamando a atenção de Melissa, que trabalhava em sua mesa do meu lado esquerdo. Por termos o mesmo cargo na empresa, teríamos que nos dar bem de um jeito ou de outro, praticamente ficaríamos juntas todos os dias em que trabalhar na Montero. Mas para minha sorte, a conversa que a ex-megera deve ter tido com sua puxa-saco fez efeito e Melissa estava sendo legal, da maneira dela.- Óbvio que Ita ficou chateado, você escondeu uma fofoca dele - girando a cadeira, Melissa vem até mim segurando minhas bochechas com as duas mãos - aceit
-Luigi, não posso... - gemo manhosa com sua boca em meu pescoço, suas mãos me pressionaram mais firmes contra a porta, não sei se resistiria a ele - não posso fazer isso com Matteo, vamos nos casar em...- Em onze malditos dias, eu sei bem disso, Carolina - mordiscou minha orelha, sussurrando - estou contando os dias para te comer em sua despedida de solteira - sua mão sobe mais o tecido do vestido, os dedos enroscando na calcinha e abaixando-a devagar. Deslizando a peça, se ajoelhando para retirá-la do domínios das minhas pernas e guardando dentro do terno, voltando a beijar minha boca - e te roubar no altar e do Matteo no dia do casamento.- Não pode - empurro-o um pouco para mostrar a aliança em minha mão. E o italiano simplesmente segurou-a, chupando meu dedo anelar, retirando a aliança com os dentes e cuspindo-a no chão. Meu corpo se incendiou todo quando me puxou com urgência para seu colo, me erguendo do chão e me levando para cima da mesa retangular no centro da sala - Luigi,
- Obrigado por me defender - sou o primeiro a dizer alguma coisa depois de Cassandra expulsar todos da sala e fechar a porta. Fiquei surpreso dela revelar o segredo que sou seu filho, achei que preferia me esconder assim como escondeu sua real identidade, pintando dourado por cima como fez com seu cabelo. - Sempre vou te defender, mesmo que de longe - Cassandra sorri com uma tristeza contida no olhar quando passou por mim e apertou meu ombro - seria capaz de tudo por você - sua mão acaria meu cabelo uma vez e vai embora. Sinto que não deveria ser tão duro, que tem algo nublado minha visão para a verdade, mas não posso ignorar tudo o que passei com seu abandono. Era cruel e injusto comigo mesmo inocentá-la.Quando estou prestes a sair da sala de reunião, passa um grupo de pessoas fofocando sobre a Amélia e não consigo resistir ao ficar quieto para ouvir atras da porta. As pessoas que trabalham com ela, deveriam ter uma visão diferente da mulher que havia se tornado após anos, mas pe
Entro apressada na sala de reunião, pedindo desculpas pelo atraso e recebendo um olhar reprovador de Cassandra. Melissa pelo contrário, arrasta uma cadeira do seu lado para eu me sentar, entregando um breve resumo escrito do que tinham sido discutido na reunião marcada pela equipe de relações públicas.O que pude entender pelo decorrer da situação, a equipe que acionou essa reunião de emergência queria avisar que teríamos de fazer uma entrevista para o esclarecimento de um "mal entendido".Era de se esperar que isso acontecesse novamente. Ano passado, quando trabalhava de assistente geral (escrava), o Sr. Russo fez a mesma coisa, se envolveu em um escândalo e a Montero teve que apaziguar. Não somos a agência que cuida da sua imagem, mas fizemos um trabalho árduo para limpar sua reputação depois que ele agrediu um funcionário de um hotel. Deus que nos perdoe, esculpimos uma imagem terrível da vítima que sofreu o abuso, fizemos parecer que o pobre garçom havia incitado a agressão com pa
- Finalmente sexta à noite - desabo no sofá como um saco de batata amassado e acabado, que caiu do caminhão e foi jogado na primeira caçamba de lixo que encontraram. Mas graças ao meu bom Deus, os gêmeos dormiam como anjinhos. Puro milagre, mas acho que a presença de Luigi deve ter ajudado. Não fiquei chateada de saber que ele subornou a minha babá para passar um tempo com os próprios filhos, isso era bom para ele e para o meu sono.Era incrível como ele colocava os gêmeos pra dormir facilmente, como se tivesse dramim nas mãos.De início fiquei preocupada pois não o tinha visto na empresa e até pensei que tinha desistido de tudo após as boladas que a minha mãe deu nele. Ao menos fizeram Luigi refletir e me deixar em paz no trabalho por um dia e finalmente passar um dia com os gêmeos.Me levanto, arrastando-me pelo escuro até a bancada da cozinha onde se encontravam mais fatias de bolo de casamento pra degustar e me preparo, pegando meus airpods e dando o play em The Bakery da Melanie
Deixo o carro no estacionamento, na frente da confeitaria e checo o look uma última vez no retrovisor, grata por ter passado no hotel e vestindo uma roupa limpa e apresentável. Adentrando o estabelecimento, Camille me aguardava, ela acertava algo com uma funcionária atrás da vitrine de doces finos, antes de deixá-la e ir ao meu encontro.Meus olhos brilharam e a boca salivou apenas de verificar alguns docinhos do balcão, quase não prestei muita atenção na sua explicação. Camille me levou a fundo da confeitaria, mas precisamente uma área específica para degustação. O local, nada mais era do que um jardim mediterrâneo com mesas, cadeiras e sofás. As tonalidades diferentes de rosas ornavam com todos móveis brancos e com o jardim, deixando tudo aconchegante. Sem mencionar o cheirinho de bolo assando no ar, sem dúvidas valeu a pena dirigir por uma hora.Acabo preferindo me sentar numa mesa retangular, onde cabia todas as fatias enormes de bolos que teria de provar. Eu estaria sendo desele