Não sei como, mas agora estou dentro do carro de Luigi, olho para ele enquanto ele dirige concentrado, eu tenho a impressão de ter lapsos de memória de Luigi me carregando para dentro do carro.
Ainda devo estar bêbada porque estou enxergando as coisas um pouco embaçadas. Olho novamente para o meu italiano gato e ele parece irreal para mim, como uma miragem no deserto.
De repente me bate uma dúvida, o que esse homem gatíssimo está fazendo aqui comigo, eu sou bonita mas não ao ponto de segurar um homem como Luigi. O meu senso e a minha autoconfiança não me deixam acreditar nisso.
Bateu a insegurança, check!
Bom, ele não é nenhum assassino, porque se fosse eu já estaria morta há muito tempo. A única coisa que sei ao seu respeito era que ele é rico, mas eu ainda não sei o motivo pelo qual ele estava vestido de garçom naquele casamento.
Talvez ele fosse um informante como pensei desde a primeira vez, ou pior,
_vamos_ tomo consciência de que Luigi está falando comigo para que possamos descer do carro, entrar no hotel e concluir o que começamos dentro daquele carro.Antes que entremos, Luigi entrega a chave do carro para o funcionário que interrompeu a nossa pegação e o mesmo leva o carro para o estacionamento. Luigi segura a minha mão consciente que não consigo andar em linha reta por conta da quantidade de vinho que ingeri, mas o paro antes que ele dê mais um passo para dentro da recepção._o que foi?_ ele olha para mim, com um pouco de preocupação no seu olhar. Não quero me iludir mas acho que ele se importa um pouco comigo._espera_ solto a sua mão e posiciono em sua frente, os lábios dele também estão manchados de vermelho por causa do nosso beijo e do meu batom. Limpo com os dedões os seus lábios e a região ao redor, o batom parece se recusar a ser limpo e mancha ainda mais a região em seu queixo, deixando uma vermelhidão notável.&nb
Abro os meus olhos, minha visão embaçada e a boca seca anunciam que a ressaca estava se aproximando. O quarto está escuro e vazio, a não ser pela luz do banheiro que está acessa. O som do chuveiro e o aroma de sabão invadem o quarto.É o cheiro de Luigi.Rapidamente recobro as memórias, olho para baixo nervosa retirando o lençol que me cobre e buscando pelas minhas roupas, por sorte ainda estou vestida. Então significa que Luigi e eu...não aconteceu nada? Eu apaguei? Não me lembro de absolutamente nada após ele me jogar na cama. Será que ele me drogou? Será que ele...? Não! Absolutamente não, se ele tivesse feito isso eu saberia. Não é?Olho para a janela, ainda está de noite me pergunto que horas devem ser agora, e me estico para pegar meu celular no criado-mudo. São onze e quarenta da noite.Me levanto da cama, e ando cuidadosamente para não fazer barulho, vou até o banheiro e agradeço pela porta está entreaberta. Ser
Após alguns minutos forçando, a gravata finalmente afrouxa o nó e consigo me desvencilhar. Luigi amarrou forte mas não ao ponto de deixar marcas nos meus pulso.Ando de um lado para o outro, pensando no que vou fazer, provavelmente quando o sol nascer vou ter que resolver a minha situação com Melissa, vamos ter que voltar para o Brasil. A cerimônia foi cancelada e não obtive nenhuma informação sobre a renovação da data ou se eles não decidiram se casar. Então, Cassandra deveria nos mandar de volta ainda hoje.E pensar que não fiz nada além de ficar trancanda dentro de um quarto de hotel e correr atrás de italiano gato que nem ao menos ficou comigo. E ainda por cima me rejeitou.Não, ele não me rejeitou, ele apenas se vingou por eu ter apagado quando ele estava chegando no clímax da pegação. Se ele tivesse me rejeitado, então por que ele teria avisado que estava no quarto ao lado? O que ele pretendia fazer, ou melhor, o que ele pensa
Luigi muda a posição, me deixando com o rosto virado para o colchão, ele segura minha cintura enquanto me preenchia por dentro, colocando tudo mais e mais forte, sentia-o me rasgar por dentro cumprindo a promessa de me deixar do tamanho dele._mais devagar! Ah!_ele ignora meu pedido e seu quadril bate com mais força na minha bunda causando altos estalos, que com certeza os hóspedes dos outros quartos reclamariam.Eu amo a sua brutalidade.Me agarro com força aos lençóis da cama e mordo um travesseiro na fracassada tentativa de abafar os gemidos._isso, minha cadelinha_ ele diz entre dentes, seu quadril bate mais forte, seu membro pulsando dentro de mim, latejando em minhas paredes.É a quarta vez que estamos transando, não tenho mais força nas minhas pernas, diferente de Luigi que parece está com todo o vigor.Seu corpo desce colando ao meu e estocando mais fundo. O meio entre minhas pernas
_mamãe? Mamãe acorda!_uma voz doce me chama, meu coração aquece quando sinto suas maõszinhas segurando meu rosto.Finjo estar dormindo para ver a sua reação, ele continua balançando as pequenas mãos nas minhas bochechas na tentativa de me acordar._mamãe, o João tocou fogo na cozinha_ abro os meus olhos e me levanto em um pulo, indo na direção da cozinha. Meus olhos se arregalam quando vejo fogo dentro de uma panela em cima do fogão. O que está acontecendo aqui?_mamãe, eu engravidei uma colega da minha sala_ Louis entra na cozinha segurando a mochila em uma das mãos e dizendo com naturalidade. Ele não tem nem mais de quinze anos!O que se passa na sua cabeça?Um filho?Um filho!Me desespero, giro minha cabeça em torno da cozinha tentando resolver um problema por vez, porém não consigo. Algo alcança as minhas pernas. Uma garotinha chorosa se agarrava em volta de mim, seus cabelos escur
Após me deixar na frente do hotel em que estava hospedada agora, meu italiano gato vai embora pois tinha recebido uma ligação do trabalho.Até agora não sei como o que ele trabalha, porém não perguntei, vai que ele pensa que sou intrometida demais.Apesar, de que não sei nada sobre ele e depois daquele sonho não quero nem saber.Me lembro do clima tenso e quieto que ficou dentro do carro, não ousei dizer sequer uma palavra. Me pergunto o que tinha ouvido durante a ligação para deixá-lo tão perturbado.Na recepção do hotel encontro com Melissa, não ouso nem subir para o meu quarto, seria tortura demais. E também não tinha nada meu lá.Sigo a puxa-saco de Cassandra até o carro, o caminho todo até o aeroporto continuo imersa em pensamentos no meu italiano.Foi bom enquanto durou, não adianta ficar triste, Carolina. Com certeza ele nem vai sentir tanta falta assim de você, ele deverá arrumar
_o que você..._ não consigo terminar a pergunta, minha voz se cala, a única coisa que sobra é o nó preso na minha garganta.Começo a soluçar e o nó se desfaz em lágrimas. Fecho meus olhos tentando fazer pará-las porém é inútil.Me forço a levantar meu corpo e arrastar a minha mala para longe daquilo tudo. Não quero ouvir se ele for me ofender, não quero ouvir nada e nem ninguém.Quero chorar e chorar. E vê-lo na minha frente está piorando tudo, seria mais fácil se ele não tivesse vindo aqui.Como ele soube onde eu estava?Eu quero ir de encontro aos seus braços, me lançar neles e deixar ser confortada, mas também não quero me iludir com uma coisa que nunca daria certo. E só me machucaria ainda mais.Quero que ele me diga como me achou aqui, como sabia e se já sabia que eu iria embora.Ele estaria triste? Com raiva? Magoado talvez? Não quero saber, não posso continuar fantasiando c
_porra, tudo bem_ ele diz derrotado, as buzinas estão ficando cada vez mais altas e a fila lá trás está crescendo aos poucos.Saio do seu colo e me sento no assento ao lado, coloco o sinto e me organizo para ninguém perceber o que tinha acontecido há alguns segundos.Luigi não me imita, ele apenas espera que eu termine para abaixar o vidro e falar com o homem zangado.O olhar do homem vai de Luigi para mim e volta para Luigi, olhando que a camisa dele estava toda desabotoada.Coro apenas de pensar o que o homem estava pensando da gente, parecíamos dois adolescentes de pegação dentro do carro do pai dele. É a mesma sensação._vão para um motel! Ninguém é obrigado a esperar os dois arrombados foderem..._Luigi sobe o vidro da janela deixando o homem falar sozinho e vejo ele ficar vermelho quase como se fosse explodir.A sua voz fica abafada quando a janela se fecha completamente, meu italia
- Sério que você usa Cinquenta Tons como um tipo de devocional do sexo? - brinco com o loiro que estendia a mão para me ajudar a levantar do banco. Ainda me sentia fraca pelas risadas e meu estômago suplicava para parar.- Até tu Brutus? - ele recolhe a mão e a estende novamente - sorte sua que sou cavalheiro, senão a deixaria largada aí - duvido muito que ele teria a coragem de fazer isso, Matteo não aparentava ser desse tipo e acho que ele gostava de manter a fama de insensível inabalável.Quase volto a sorrir quando penso nele implorando para me comer, não tinha nada de insensível e muito menos inabalável naquela noite.- Ainda bem que tenho meu bom cavaleiro para me ajudar - seguro sua mão e vamos de mãos dadas para o jardim principal, onde aconteceria o brunch.E era um senhor jardim, não precisava de muita decoração pois, pasmem, existiam muitas ginkgos bilobas. Mais conhecidas como nogueiras-do-japão, espalhadas no imenso jardim com folhas amarelas, quando o vento batia voavam
- Vamos Luigi - digo enlaçando meu braço no dele, levando meu italiano gato para longe de qualquer discussão que poderia acontecer naquele meio. Os gêmeos eram meus preciosos tesouros, bastava ficar alguns segundos olhando aquelas fofuras que toda raiva se dissiparia. Tenho total certeza que eles farão um ótimo trabalho, decretando a paz entre os avós paternos.- Você fica tão sexy quando é mandona - ele elogia e não consigo não ficar convencida disso. Lanço meu melhor olhar sedutor, mordendo levemente o lábio para atrair seu olhos.- Só não vale reclamar quando eu te arrancar do brunch e te arrastar para o... - ele me interrompe com um pigarreio, penso que seja pelos convidados terem chegado mas não era por esse motivo. Até porque os convidados eram os familiares de Luigi.- O engraçado é que se eu dizer isso, sou chamado de pervertido e ninfomaníaco, mas a senhorita pode dizer qualquer imoralidade, não é?- Exatamente, posso tudo e você nada - brinco, sorrindo e quando ele sorri exi
Não tenho um motivo plausível para ficar obcecada nessa história de ter um fantasma ou alguém vestindo branco e passeando pelo castelo, visto que Luigi não tinha encontrado nenhum registro que não seja os nossos ontem á noite. Apesar de nenhuma evidência concreta, a minha intuição de repórter enxerida me alerta para não descartar uma possível manipulação de evidências. Qualquer funcionário poderia muito bem mexer nas câmeras e apagar as últimas filmagens, mas o meu questionamento gira em torno de: quem seria a pessoa por trás? - O que está te incomodando? - tento não parecer surpresa, mas acho que minha expressão me entrega, porque Cassandra solta uma risada. E pelo que presumo ser a primeira vez que a vejo usando um vestido rodado, normalmente seu guarda-roupa se divide em terninhos chiques, conjuntos caros e tubinhos famosos pela sexta do massacre. Chamávamos assim após uma sexta-feira em que aconteceu uma demissão em massa, lembro-me como se fosse hoje, Cassandra passeando pelos c
- Eu juro! - bato meu pé no chão como um tique nervoso e devoro mais uma unha, o que deixa meu italiano preocupado. Ele estica o braço e relutante seguro sua mão, deixando que me leve para seu colo. Afasto um pensamento impuro quando sento-me na sua coxa torneada e acumulo minha mente novamente com teorias.Resultou que passei o dia com os gêmeos e cuidando de Luigi, desisti imediatamente do tuor com Mari quando encostei na testa do meu italiano gato e percebi que ardia em febre. E mesmo contrariado, chamou um médico para me tranquilizar e comprovar que se tratava de uma simples exaustão. Tenho uma parcela de culpa no seu diagnóstico, talvez a brincadeira com a camisa da união tenha lhe causado desgaste e somando a péssima viagem que tivemos com o loiro do banheiro me provocando, piorou seu estado. Admito que se tivesse fechado minha boca, não teria entrado numa discussão de horas com Matteo. Acabei vencendo-o pelo cansaço, é aquela coisa: entre a paz e a razão, talvez sua paz esteja
A surpresa que Luigi tinha prometido a Carolina, na realidade era um convite para um brunch na casa da Nonna. Organizado pela sua irmã, Giulia. Tinha me perguntado mentalmente como conseguira conciliar o trabalho e a organização do brunch tendo um bebê em casa. Mas Luigi logo me tirou a dúvida quando comentou sobre a babá que a irmã contratou. Não sei o porquê presumir que ela fosse ciumenta, acho que Luigi deixa essa impressão sobre todos os Benacci.Pondo meu pé direito para fora do jatinho, agradeço primeiramente aos meus fones de ouvido que me proporcionaram uma viagem tranquila, as ombreiras por me darem o conforto necessário para aguentar a viagem longa e principalmente as pílulas milagrosas que me apagaram por tempo suficiente para não vivenciar o puro caos que foi dentro do jatinho.- Como foi a viagem? - pergunto enquanto seguro a pequenina adormecida nos braços, Luigi me lança um olhar cansado, balançava o pequenino nos braços para fazê-lo adormecer também.- Eles estavam nu
- Posso perguntar, aonde vocês se conheceram? - Tia Maria pergunta, fazendo que vários olhares se aculmulassem divididos entre Matteo e eu. A história continha dois lados, o que a fazia um pouco longa. Ganhando uma autorização para ser o primeiro, inicio contando de relance sobre a minha vida noturna agitada. Oculto partes que envolvem a minha amizade e o início do meu relacionamento com Bárbara, não seria relevante.- Na noite em que conheci Matteo, estava numa boate em Tokyo para me divertir. Eu tinha costume de ignorar as regras feitas pelo meu pai sobre festas e minha segurança. Em minha mentalidade juvenil, ser uma figura pública auxiliaria minha segurança. Quanto mais famoso menos chances de sofrer algum atentado, simplesmente não era um pensamento coerente - não entro em muitos detalhes para não assustar minha sogra e nem menciono que encontrei Matteo após ficar com Bárbara - então, chegado o ponto alto da festa, me afastei para o terraço do prédio em busca de solitude. Não ti
Retiro o que disse sobre esse almoço ser longo e divertido. Agora tinha virado letárgico e torturante. Me sinto como um dos convidados do filme "O menu", onde a tia Maria era o chef maluco que torturava os convidados, no caso Luigi e eu. O almoço estava as mil maravilhas, Luigi agarrado à Carolina como adolescentes apaixonados e eu com minha mão se deliciando da pele macia e arrepiada da minha... ainda não tinha dado um rótulo para Mariana. Tenho que resolver isso o quanto antes.Mas o quero dizer é que eu estava feliz no meu lugar, estava satisfeito onde minha mão pousava e agora não estava mais nada disso. De um momento para outro minha calmaria tinha sido escanteada e morta pela cruel tia Maria. Conseguia até imaginá-la apontando o revólver para o meu conforto e atirando sem pestanejar, dizendo: não sou sua tia.E não estou exagerando, porque sinto o quão tenso e desconfortável está o italiano ao meu lado, ou pior dizendo, dentro da mesma camisa que eu. Sim. Uma maldita camisa imen
- O mesmo que você, pelo visto - respondo para Luigi, que mantinha a cara amarrada.Me atento às pistas praticamente esfregadas em minha cara. Deveria ter suspeitado desde o início do convite da mãe da Carolina. Tia Maria nunca tinha posto confiança em mim e no meu plano, sempre mantivera uma opinião escancarada e um pé atrás. Aceitou a contragosto quando eu a chamava de tia Maria. A senhora não tinha mesmo ido com a minha cara.- Que maravilha, finalmente chegaram! - tia Maria adentra a sala com um avental pendurado no ombro e um sorriso largo de recepção. Desde que chegamos, fomos avisados que a cozinha estava restrita por tempo indeterminado. Roberto havia dito algo sobre sua companheira ser possessiva com sua cozinha em dias especiais. Ela era a chefe da noite e pelo aroma delicioso que invadia a sala de visitas, não quero correr o risco de ser expulso do almoço sem antes provar uma colherada do que estava assando no forno.- Demoramos um pouco porque alguém... - o tom de Luigi to
- Um bom filho a casa retorna - ofereço o dedo do meio como resposta para Will sentado na calçada da rua. Tinha as mãos e parte da roupa de mendigo sujas de terra. Seria muito errado da minha parte perguntar se alguém jogou algumas moedas enquanto cuidava das plantas? Aliás, nunca tinha notado antes os vasos com plantas na frente da casa de Mari e nunca iria notar, porque estavam quase mortas e camufladas na fachada com tinta descascando.- Ótimo que chegou - Mari abre a porta e percebendo minha mala do meu lado, ela entra rapidamente e sai com um rolo de pintura na mão para me entregar.- Você quer que eu pinte a casa?- Não a casa, a fachada - responde com um sorriso.- Agora?- Agora - ela continua sorrindo e retira de trás das costas um balde com tinta branca, pousando do lado oposto da minha mala. E como se não fosse trabalho suficiente, aponta para o candelabro de parede acima da porta, era um daqueles antigos estilo pescoço de ganso americano - e pode trocar a lâmpada?- Esse