- Não sei como ele conseguiu sobreviver depois de tudo, foi praticamente um milagre ele reagir - Giulia diz acariciando a cabeça do cachorrinho que por sinal estava adorando o carinho.
- O que aconteceu com ele depois de tudo isso? - pergunto e Giulia me lança um olhar cheiro de dor. Por ela ser, dos irmãos, a mais próxima de Luigi, ela deveria ter sofrido junto com ele na mesma intensidade - me desculpa, se você não quiser falar está tudo bem... - tento dizer que não era obrigatório ela reviver lembranças tão dolorosas mas ela insiste em continuar.
- Tudo bem, você merece saber a verdade - ela me entrega o cachorrinho e é a minha vez de pegá-lo no colo. O cachorrinho se encolhe e deita com a cabecinha por cima do meu ombro para começar a cochilar - depois que tudo se acalmou, Luigi foi procurar a Bárbara porém nã
- Você acha que Carol vai gostar, Matteo? - pergunto mostrando a caixa de veludo preto que continha dentro uma pulseira de ouro branco e esmeraldas - pensei em comprar algo básico, não quis arriscar comprar um colar e brincos de uma só vez, isso talvez a deixasse pensando que estou tentando comprá-la.- E não está? - meu amigo diz olhando para a pulseira e erguendo uma sobrancelha ao voltar a me olhar, sua cara estampava a pergunta: não acha que está forçando demais dando um presente tão caro como esse?- Não - digo com convicção, tenho noção do quanto Carolina ama acessórios e notei que ela não tinha usado tantas joias ultimamente, claramente deve ser por conta dos seu corpo está mudando e os anéis e o colares não estão se adequando muito bem as mudanças.As roupas que ela tinha comprado antes também não estavam dando mais no seu corpo, por isso ela saiu com a Giulia para comprar roupas novas. Pedi para Matteo que as acompanhasse e fizesse a segurança das duas, ele reclamou desde que
- Luigi! - Carol estava no meio da sala gritando e olhando para todos os lados. Atordoada, como se estivesse procurando por algo.Mas acho que a pergunta deveria ser por quem?- Carolina? - Luigi invade a sala, inspecionando cada canto que os olhos de Carolina haviam passado. Procurando por alguma ameaça que a deixasse nesse estado desesperado.Eu estava logo atrás, procurando por algo perigoso também. Não acredito que as Ferrazas tentariam um ataque tão cedo, e ainda por cima, na casa de Luigi.Como elas conseguiram passar pela segurança e pelo alarme?Pego a arma guardada cuidadosamente no bolso interno do meu terno e me preparo para qualquer que fosse o truque da vez.- Carolina, o que aconteceu? - Luigi se aproxima de Carol preocupado, mas então seus olhos baixaram para a roupa que ela vestia. Meus olhos também se prendem no vestido de tricô em cores em tons pastéis, a peça parecia se adaptar muito bem á barriga redonda de cinco meses, um sobretudo marfim cobria seus ombros e suas
- Era só o que me faltava! Luigi querendo me manter em cativeiro! - digo exagerada para o loiro do banheiro que estava dirigindo e olhando algumas vezes para mim através do espelho retrovisor.- Você sabe que ele não quis dizer aquilo, Luigi só queria te manter a salvo já que não se sabe quem pode está atrás de você e nem dos atentados - ele explica e algo vem á minha mente: o dia no salão dos Milani.Aquele cara moreno que tentou me afogar na piscina de água termal foi contratado por alguém para me dar um fim. Eu tinha feito Matteo e Giulia jurarem não dizer nada para Luigi porque eu mesma iria contar na hora certa, porém a hora certa nunca chegou.Me lembro que depois que fui levada para a mansão de Luigi, Giulia e Matteo foram embora e ele tinha me dito que descobriria quem o tinha mandado. Entretanto tantas coisas aconteceram que eu me esqueci daquele homem e daquele atentado. - Você não contou sobre o atentado no salão dos Milani, não né? - pergunto alarmada para Matteo e o loir
Passei pelas grandes portas de madeira antiga, mas elas eram tão bem cuidadas que pareciam novas. O salão era enorme e pouco iluminado, lustres no teto deixavam propositadamente o lugar mais romântico e requintado.Olho ao redor me sentindo perdida e uma mulher de roupa preta e elegante se aproxima com uma lista na mão, com certeza ela deveria trabalhar aqui.- Boa noite, posso ajudá-la? - a mulher diz com um sorriso simpático e pergunto se tinha alguma reserva no nome de Marco ou no meu nome.A mulher olha a lista e assente com a cabeça me pedindo para segui-la.Atravesso o grande salão com a mulher na minha frente, passando por várias mesas quadradas vestidas por uma toalha branca e vasos amarelados com rosas vermelhas enfeitando o centro dos móveis. O salão não parecia conter tantas pessoas, o que me deixou acreditando que se tratava de um restaurante muito caro e por conter uma lista, acho que não seria tão fácil fazer uma reserva aqui.A mulher para e se vira para mim, direciona
Nunca vi em toda a minha vida uma pessoa ser tão teimosa como a Carolina. Era impossível lidar com ela, sinceramente, não sei como Luigi consegue. Passo as mãos pelo rosto procurando por paciência, ela estava grávida, era compreensível o humor do cão. Mas mesmo assim...que mulher difícil! Pego meu celular no bolso do terno e mando uma mensagem para alguns seguranças cobrirem o perímetro em que ela estava, dentro e fora do restaurante. Não é bom deixá-la tão desprotegida, não confio naquele sujeitinho que se diz amigo dela.Não sei explicar, mas meu sexto sentido me diz para não confiar nele e manter Carolina distante dele. Uma parte pode ser por causa do pequeno incômodo, que me recuso aceitar que seja ciúmes, por ela se sentir tão á vontade com aquele cara que não via á anos. Pessoas mudam conforme a vida vai passando, quem me garantiria que o tal Marco tem não mudou?Acho muito suspeito que depois de tanto tempo ele magicamente apareça depois que Carolina engravidou de Luigi e o
- Eu não preciso da sua ajuda! - bato a porta do carro e entro dentro da mansão com os sapatos altos nas mãos, jogando os mesmos na primeira oportunidade quando passo pisando duro pela sala.- Carolina não dê as costas para mim! - Luigi entra na mansão e fecha batendo com força a porta - quando você ia me contar que o seu tal amigo na verdade é o seu ex-namorado, hein? Quando começou a mentir pra mim?!- Não sou obrigada a contar nada pra você! Está me ouvindo? Não sou sua propriedade e não sou um dos seus empregados que você dá uma ordem e eles obedecem! - grito subindo as escadas e dando as costas para Luigi.Depois daquela ceninha ridícula que ele me fez passar no restaurante, seria ótimo se eu não visse a sua cara pelos próximos dias. A cena dele segurando o meu braço e me ordenando, dizendo: temos que ir agora. Ainda estava fresca na minha memória, assim como a vergonha que passei na frente do Marco.Meu Deus como eu queria ser um avestruz naquele momento e ter enfiado minha cara
- Como podemos ver nas imagens, a noiva do primogênito da família Benacci se encontrou ontem á noite com um suposto amigo e parece que o seu noivo não gostou muito disso. Temos imagens dele levando sua noiva á força para dentro do carro e voltando para a sua mansão no condomínio de luxo na parte mais requisitada de Roma. E pergunto a vocês, meus telespectadores maravilhosos, será que existe algo nessa história? Uma traição talvez? Ou um jogo de interesses por debaixo dos panos? E por que Luigi Benacci escondeu que a sua noiva estava grávida? - a câmera da um zoom no rosto maquiado da mulher morena que aparentava quarenta anos - voltamos após os comerciais.Luigi desliga a TV e volta a me encarar sentado no outro sofá da sala. Iniciando o mesmo discurso de que aquilo jamais poderia voltar á acontecer, que aquilo poderia interferir nos seus negócios, e sei que ele está falando sobre os negócios na máfia, não era como se ele tivesse negócios e problemas de hotelaria como fez a minha mãe
- Não me lembro de ter aceitado sair com você - digo me sentando na espreguiçadeira.Tudo o que eu queria era paz e sossego, não ir em jantares de negócios que nem sabia do que se tratavam. Se Luigi pensa que pode me usar como sua noiva de fachada como bem entende ele está completamente enganado! - É, e eu também não me lembro de você me pedir permissão para sair com seu amante - ele diz entredentes e a sua acusação me faz ferver de raiva.Me ponho de pé e fico na frente dele, colocando as mãos nos quadris pronta para começar uma briga com o meu suposto noivo.- Assim como eu não me lembro de você me pedindo para trazer sua amante para debaixo do mesmo teto que eu! - ficamos nos encarando por alguns segundos, como se o primeiro que quebrasse o contato visual teria mais culpa no cartório.- Pela última vez, Carolina, ela não é a minha amante! - ele grita passando as mãos pelo cabelo molhado e o jogando para trás - e vamos sim nesse jantar, para tentar cobrir a burrada que você fez ind
Não sou nenhum Chico Moedas, mas eu tentei... Tentei o máximo esconder minha preocupação da minha mãe durante o jantar, ri das piadas sem graça de Roberto para disfarçar e nem o chamava mais de encostado. Porém mãe é mãe, elas sabem quando você está escondendo algo. Se algo não lhe é revelado em sonho, elas te olham no fundo dos olhos e identificam o problema em questão de segundos. O tipo de habilidade que almejo ter quando os gêmeos crescerem.Filhos de quem são, não devem permanecer na fase de anjinhos calminhos por muito tempo. Espero estar munida por Luigi quando a fase trelosa iniciar ou senão enlouquecerei.E pela primeira vez na vida, algo inédito acontece, minha mãe não faz perguntas e nem presume nada quando aviso que os gêmeos dormiriam com ela essa noite. Agradeço por ela me dar folga, eu estava muito ansiosa para ouvir a resposta de Giulia e não gostaria de me preocupar em medir palavras ao avisá-la do possível vício de Luigi.Entro dentro do carro, que o loiro do banheir
- Vou ser sincero, não sei. Eu estava apaixonado...- Corrigindo - Mari me interrompe - você estava obcecado por ela, não apaixonado. Eu te entendo, a Carolina e o Luigi nos fazem sonhar em ter a sorte de um amor a primeira vista. Um sentimento avassalador, que nos fazem impulsivos e principalmente que nos fazem aceitar qualquer erro do outro sem ao menos um por cento de rejeição. Ser amado por alguém que te aceita por completo é muito atraente e tentador, lembra? - ela recita algumas palavras de quando conversamos anteriormente na Itália.- Lembro bem - sorrimos. Lembro também de como ela defendeu que existe amizade entre homens e mulheres sem interesses secundários. Gostaria de perguntar se ainda mantém a opinião depois de pagar com a própria língua. Tínhamos uma parceria de trabalho, que virou amizade e engatou em algo não rotulado. Só sei que não consigo olhar para Mariana sem ser tentado pelos seus belos lábios carnudos, e pouco tenho vontade de ser apenas seu amigo - enfim, qual
Não sei o que estou procurando ao entrar investigando cada canto da sala, talvez vestígios de que os dois tenham algo além da parceria de trabalho. Não encontro nada de estranho. Will devia estar dormindo no sofá, pelo travesseiro e cobertor jogados para escanteio e principalmente pelo equipamento em cima da mesinha de centro e fios bagunçados na poltrona. Os dois laptops se espremiam no pequeno espaço e antes que eu entrasse, o traste deveria estar tentando desatar o nó de fios em cima da poltrona. - Encontrou o que procurava? - viro-me para olhar Mariana que me observava de braços cruzados atrás da porta. Ainda com aquela bendita jaqueta.Seria propício perguntar se a jaqueta a fazia igual Beth Cooper ao amarrar o cabelo? Se seria seu truque para solucionar algum mistério? Não, acarretaria uma discussão pior, então me sobressaio.- Não - ainda não. Mas quando ela passa por mim, não me contenho ao seguir o rastro do seu perfume. Senti falta dele, o perfume de Carolina era doce de ca
A resposta veio como beijo. Sabia que ele não seria capaz de viver se me deixasse escapar outra vez, se renunciasse ao que tanto buscou a vida inteira, um lar pelo qual voltar todas as noites e uma família pela qual proteger com unhas e dentes. Um motivo e um recomeço.Seu beijo é lento e respeitoso, um beijo contendo amor calmo e sincero. Seus lábios desgrudam dos meus quando ouvimos uma risada de criança. Sou surpreendida quando Luigi sai correndo na direção da risada, não perco tempo em segui-lo.- Luigi, espera! - agradeço pela Sra. Lafaiete ter feito a parte da frente do vestido de noiva curto o suficiente para não atrapalhar enquanto corro atrás de Luigi. Entramos no corredor com vários provadores e paramos no final dele, na frente de uma porta entreaberta. Fito o que Luigi olhava lá dentro, uma mulher repreendia um menino loirinho pequeno que sorria alegremente, o repreendia por correr e fazer barulho no local.A mulher e muito menos o menino viu quando Luigi se virou, ofegava
Tive uma noite péssima, revirei na cama a madrugada toda e nem mesmo o trabalho acumulado do dia me mantiveram longe dos pensamentos em Luigi e seu possível vício. O que resultaram nas olheiras horrendas desta manhã.Agora à tarde, tinha uma camada grossa de corretivo abaixo dos olhos e um copo enorme de vitamina nas mãos. Desistir do almoço para ganhar tempo para a prova do vestido, levei em consideração os quilos que ganharia se aceitasse almoçar com os colegas de trabalho e usei o compromisso como desculpa. Mesmo o casamento sendo falso todos os preparativos eram verdadeiros, ou seja, se eu engordasse uma grama sequer... levaria uma bronca daquelas da Sra. Lafaiete. Mais uma vez. Digamos que enfiei os dois pés na jaca e as mãos também nessa última semana.Muito disputada entre noivas, Lafaiete Leblanc era uma estilista prestigiadíssima, seu trabalho era único e exclusivo. Poucas mulheres realizavam o sonho de ter um vestido exclusivo feito pelas mãos talentosas da francesa fresca.
Tinha certeza que minha discussão com Matteo aconteceria em breve, mas assim que sentamos á mesa previ que seria inadiável. Pela sua maneira de me olhar, parecia ter algo entalado na garganta, o que não me deixou desviar a atenção por mais que estivesse na presença de Carolina e Will na mesma mesa. Respondi com meu melhor olhar desafiador, normalmente não pagaria para ver, entretanto o julgamento explícito no rosto do loiro faz despertar uma Mariana implicante. Seria questões de segundos para alguma coisa depreciativa sobre as minhas escolhas sair da sua boca...- O seu cabelo... - começou ele.- O que tem o meu cabelo?- Está bonito.- Obrigada.- E a moto lá fora... - olha de relance para a saída, onde podia-se ver a bela Suzuki setecentos e cinquenta preta estacionada.- É minha - digo com orgulho, jamais deixaria Matteo ou qualquer outra pessoa saber que chorei duas horas no banho depois de me arrepender de comprá-la.- Tem carteira? - Tenho.- Você não sabia dirigir - o loiro c
- Oi sumido - brinco e tenho certeza que está fazendo aquela cara de surpresa engraçada, seus neurônios maquinandos respostas apropriadas para minha ligação inesperada. Matteo sempre me confundia com suas antigas aventuras, ele nunca conseguiu prever um passo meu em relação ao nosso... relacionamento? Não sei nem se chegamos nesse status. Apenas sei que gosto de ser imprevisível, de ser algo incerto na vida do meticuloso Matteo Donato - não precisa paralisar de medo, faz um mês desde quando nos "falamos".Brigamos, quero dizer. Não me conformei com sua ideia brilhante até ela dar resultados. Luigi tinha me procurado como Matteo preveu, Luigi foi para o Brasil atrás da Carolina, Luigi estava reagindo, mais pontos para ele. Mas não importava quantas vezes dissesse que esse plano não continha um interesse secundário por trás, no fundo Matteo sabia que eu estava certa. Ele poderia mentir para Carolina, para Luigi e para mim, entretanto não conseguiria mentir para si próprio.E esse tinha
- Mentira! - Matteo arregala os olhos e quase lhe repreendo pela expressão, a máscara facial em seu rosto se enruga levemente enquanto a minha permanece impassível.- Juro, ele estava tão preocupado que nem notou quando a chamou de mãe. Cassandra também não se pronunciou quanto a isso, talvez com medo de uma reação negativa de Luigi - digo, enfiando uma colher de brigadeiro na boca em seguida.- Tenho certeza que em alguns milésimos de segundos Luigi percebeu e fingiu que não, ou talvez tenha percebido somente depois quando chegou no hotel - o loiro do banheiro continua com seus achismos, tentando me enrolar e me fazer esquecer nosso trato inicial que constava em, eu dizer para onde e o que fizemos Luigi e eu após sair do evento para ele explicar o que havia acontecido dentro do salão nas horas em que Melissa, Italo e eu ficamos ausentes.- Agora, desenbucha - sou impaciente o suficiente para elevar a voz sem medo dos gêmeos acordarem. Lembrando dos meus anjinhos, olho rapidamente par
Estava errada e continuaria errando ao transar com Luigi como dois coelhos no cio. Porém o que me conforta é saber que estou fazendo bom uso do pecado. Aparentemente estamos usando o status de amante e devo admitir que estou gostando da coisa. Mesmo meu relacionamento com o loiro do banheiro sendo falso e mesmo odiando outrora quando Luigi me chamava de amante, tenho que dar o braço a torcer que no mínimo é excitante. Preciso ser cautelosa com essa coisa de fantasias, primeiro foi com Luigi no carro como meu chofer, agora está sendo Luigi como meu amante e quem sabe o que minha mente desparafusada possa inventar nos próximos dias. Já bastava toda a empresa saber minha vida pessoal depois que minha mãe gritou aos quatros ventos, estaria destruída se alguém descobrisse que virei amante. Principalmente do italiano abotoando o terno ao meu lado.- Seu noivo estará presente no hotel ainda esta noite? - Luigi me lança um olhar presunçoso e um sorriso descarado quando fecho a porta do carr