- Sigo não acreditando que você comprou essa fofura! - Giulia ergue o filhote de labrador de apenas um mês com suas mãos e depois o encosta contra seu peito, igual fazem com os recém-nascidos - Já pensou em um nome? - Ainda não, acabei de comprá-lo e não consigo parar de admirar essa coisinha linda! - digo fazendo uma voz doce e acariciando a cabecinha do meu novo pet. - Eu não estava falando do cachorrinho, estava falando do meu sobrinho ou sobrinha - ela estica uma mão por cima da mesa para tocar na minha barriga e já me sinto acostumada com o seu toque.Não sei que mania estranha desse povo de que sempre quando ver uma grávida, vai logo botando a mão na barriga da pessoa como se tivesse alguma intimidade, por sorte a Giulia não é uma dessas pessoas.- Ainda não pensei nisso - e realmente não havia pensado, como pude esquecer de algo tão crucial como o nome do meu bebê?Ai Carolina, você é um fiasco de mãe!Mas também com tudo o que estava acontecendo na minha vida nesse momento,
- Mas voltando para o que é importante, a rixa entre nossas famílias - ela enfatiza enquanto come outro pedaço de bolinho - antes mesmo de Luigi ser levado para morar no exterior, uma tragédia mudou a vida dos Ferraza. Um acidente de carro acabou matando os pais de Bárbara e Raquel, fazendo assim as duas ficarem na custódia dos tios que humildemente moravam na Cecília, Raquel como era muito menor que a sua irmã ficou morando com os tios enquanto a Bárbara ficou morando na Suíça com Luigi. Elas perderam quase tudo, a cada dia que se passava perdiam mais dinheiro por não saberem cuidar muito bem, seus tios não sabiam mexer e não souberam muito bem proteger os bens então alguns inimigos dos Ferraza acabaram tomando as terras, algumas propriedades enquanto elas não poderiam fazer nada. E mesmo se tentassem, seria arriscado demais colocar a vida de todos em risco. Os Ferraza po
- Não sei como ele conseguiu sobreviver depois de tudo, foi praticamente um milagre ele reagir - Giulia diz acariciando a cabeça do cachorrinho que por sinal estava adorando o carinho.- O que aconteceu com ele depois de tudo isso? - pergunto e Giulia me lança um olhar cheiro de dor. Por ela ser, dos irmãos, a mais próxima de Luigi, ela deveria ter sofrido junto com ele na mesma intensidade - me desculpa, se você não quiser falar está tudo bem... - tento dizer que não era obrigatório ela reviver lembranças tão dolorosas mas ela insiste em continuar.- Tudo bem, você merece saber a verdade - ela me entrega o cachorrinho e é a minha vez de pegá-lo no colo. O cachorrinho se encolhe e deita com a cabecinha por cima do meu ombro para começar a cochilar - depois que tudo se acalmou, Luigi foi procurar a Bárbara porém nã
- Você acha que Carol vai gostar, Matteo? - pergunto mostrando a caixa de veludo preto que continha dentro uma pulseira de ouro branco e esmeraldas - pensei em comprar algo básico, não quis arriscar comprar um colar e brincos de uma só vez, isso talvez a deixasse pensando que estou tentando comprá-la.- E não está? - meu amigo diz olhando para a pulseira e erguendo uma sobrancelha ao voltar a me olhar, sua cara estampava a pergunta: não acha que está forçando demais dando um presente tão caro como esse?- Não - digo com convicção, tenho noção do quanto Carolina ama acessórios e notei que ela não tinha usado tantas joias ultimamente, claramente deve ser por conta dos seu corpo está mudando e os anéis e o colares não estão se adequando muito bem as mudanças.As roupas que ela tinha comprado antes também não estavam dando mais no seu corpo, por isso ela saiu com a Giulia para comprar roupas novas. Pedi para Matteo que as acompanhasse e fizesse a segurança das duas, ele reclamou desde que
- Luigi! - Carol estava no meio da sala gritando e olhando para todos os lados. Atordoada, como se estivesse procurando por algo.Mas acho que a pergunta deveria ser por quem?- Carolina? - Luigi invade a sala, inspecionando cada canto que os olhos de Carolina haviam passado. Procurando por alguma ameaça que a deixasse nesse estado desesperado.Eu estava logo atrás, procurando por algo perigoso também. Não acredito que as Ferrazas tentariam um ataque tão cedo, e ainda por cima, na casa de Luigi.Como elas conseguiram passar pela segurança e pelo alarme?Pego a arma guardada cuidadosamente no bolso interno do meu terno e me preparo para qualquer que fosse o truque da vez.- Carolina, o que aconteceu? - Luigi se aproxima de Carol preocupado, mas então seus olhos baixaram para a roupa que ela vestia. Meus olhos também se prendem no vestido de tricô em cores em tons pastéis, a peça parecia se adaptar muito bem á barriga redonda de cinco meses, um sobretudo marfim cobria seus ombros e suas
- Era só o que me faltava! Luigi querendo me manter em cativeiro! - digo exagerada para o loiro do banheiro que estava dirigindo e olhando algumas vezes para mim através do espelho retrovisor.- Você sabe que ele não quis dizer aquilo, Luigi só queria te manter a salvo já que não se sabe quem pode está atrás de você e nem dos atentados - ele explica e algo vem á minha mente: o dia no salão dos Milani.Aquele cara moreno que tentou me afogar na piscina de água termal foi contratado por alguém para me dar um fim. Eu tinha feito Matteo e Giulia jurarem não dizer nada para Luigi porque eu mesma iria contar na hora certa, porém a hora certa nunca chegou.Me lembro que depois que fui levada para a mansão de Luigi, Giulia e Matteo foram embora e ele tinha me dito que descobriria quem o tinha mandado. Entretanto tantas coisas aconteceram que eu me esqueci daquele homem e daquele atentado. - Você não contou sobre o atentado no salão dos Milani, não né? - pergunto alarmada para Matteo e o loir
Passei pelas grandes portas de madeira antiga, mas elas eram tão bem cuidadas que pareciam novas. O salão era enorme e pouco iluminado, lustres no teto deixavam propositadamente o lugar mais romântico e requintado.Olho ao redor me sentindo perdida e uma mulher de roupa preta e elegante se aproxima com uma lista na mão, com certeza ela deveria trabalhar aqui.- Boa noite, posso ajudá-la? - a mulher diz com um sorriso simpático e pergunto se tinha alguma reserva no nome de Marco ou no meu nome.A mulher olha a lista e assente com a cabeça me pedindo para segui-la.Atravesso o grande salão com a mulher na minha frente, passando por várias mesas quadradas vestidas por uma toalha branca e vasos amarelados com rosas vermelhas enfeitando o centro dos móveis. O salão não parecia conter tantas pessoas, o que me deixou acreditando que se tratava de um restaurante muito caro e por conter uma lista, acho que não seria tão fácil fazer uma reserva aqui.A mulher para e se vira para mim, direciona
Nunca vi em toda a minha vida uma pessoa ser tão teimosa como a Carolina. Era impossível lidar com ela, sinceramente, não sei como Luigi consegue. Passo as mãos pelo rosto procurando por paciência, ela estava grávida, era compreensível o humor do cão. Mas mesmo assim...que mulher difícil! Pego meu celular no bolso do terno e mando uma mensagem para alguns seguranças cobrirem o perímetro em que ela estava, dentro e fora do restaurante. Não é bom deixá-la tão desprotegida, não confio naquele sujeitinho que se diz amigo dela.Não sei explicar, mas meu sexto sentido me diz para não confiar nele e manter Carolina distante dele. Uma parte pode ser por causa do pequeno incômodo, que me recuso aceitar que seja ciúmes, por ela se sentir tão á vontade com aquele cara que não via á anos. Pessoas mudam conforme a vida vai passando, quem me garantiria que o tal Marco tem não mudou?Acho muito suspeito que depois de tanto tempo ele magicamente apareça depois que Carolina engravidou de Luigi e o
Meus ouvidos sangram quando a ouço gemendo seu nome, entro novamente para dentro do quarto, verificando os gêmeos que dormem profundamente antes de voltar para a sacada e ter a brilhante ideia de pular. Não sei o que me deu, talvez fosse o ciúmes assumindo meu corpo e pulando de uma sacada para outra. Agora eu entendia, a imprudência da Carolina ficar pulando por sacadas.Arriscar a própria vida para... não sei ao certo o que faria, se mataria Matteo, se arrastaria a Carolina para longe dele, se interromperia... céus! Nem ao menos conseguia olhar para dentro do quarto, me mantive paralisado olhando a área verde que rodeava o hotel e ouvindo os gemidos suplicantes dela. Merecia aquela tortura.Entretanto, subitamente me virei, o ciúme havia tomado todo meu corpo quando entrei sorrateiramente para dentro do quarto. O punho cerrado aliviou, a tensão nas minhas sobrancelhas franzida também tinham aliviado e me encontrei perdido diante da donna della mia vita deitada nua sobre a cama, sozi
Atravessando o restaurante, observo o grande movimento de pessoas assumindo suas mesas, a maioria casais. Todo o lugar possuía uma baixa iluminação, com pontos estratégicos de luzes e luminárias amarelas que deixavam um ar romântico e aconchegante.Gostaria de convidar Carolina para jantar comigo uma noite, porém tendo Matteo a tiracolo, seria difícil de concretizar-se.O bar se encontrava no final do restaurante, andando em sua direção, noto a bela vista para a piscina do hotel e parte da fachada. Matteo estava sentado sozinho com uma garrafa de Johnnie Walker em cima do balcão. Puxo uma banqueta e peço um copo ao barman, não refiro nenhuma palavra ao loiro meio bêbado do meu lado.Não tinha muito o que dizer, era questão de tempo para Matteo se dar por vencido e começar a enxergar a realidade posta diante dos seus olhos. Carolina me ama e mesmo que tente esquecer, mesmo que use Matteo para tapar minha ausência, não irá conseguir fingir por muito mais tempo. Durante essas semanas que
Espreitando, observei-os durante todo o dia na empresa. Ouvi as fofocas dos funcionários, mesmo que não estivesse escutando atrás da porta ou passando casualmente pelo corredor, elas sempre me encontravam e esgotavam minha paciência.Alguns funcionários diziam que Carolina tinha um ótimo gosto para italianos, ignorei a parte que nos compararam á sapatos. Outros diziam que Matteo era um homem incrível por não sentir ciúmes do ex da sua noiva e por tratar tão bem os filhos dela. Na minha opinião, Matteo está se esforçando demais para gostar dos meus filhos, para quem nunca tinha a palavra "família" no vocabulário pessoal e que até chegava a sentir crise alérgica caso fosse mencionado "relacionamento" junto ao seu nome na mesma frase, ele estava sendo um padrasto quase perfeito. Pura enganação.E quando achei que os burburinhos não poderiam piorar... eles me pintaram como um ex escroto que queria arruinar a vida da Carolina e roubar seus filhos, que tambem são meus. Se eles ao mínimo sou
Eu estava mancando, MANCANDO! Quando sair de dentro da sala de reunião, no período da tarde de ontem. Minha real intenção quando voltei á empresa, era me desculpar com Cassandra e implorar para que ela não me demitisse após o barraco que a minha mãe fez. Porém apareceu Luigi e me fodeu. Literalmente.- Bom dia, Ita - saúdo Ítalo quando o vejo passando perto da minha mesa, ele olha para mim entortando a boca e passando direto.- Ele ficou mesmo chateado - digo, chamando a atenção de Melissa, que trabalhava em sua mesa do meu lado esquerdo. Por termos o mesmo cargo na empresa, teríamos que nos dar bem de um jeito ou de outro, praticamente ficaríamos juntas todos os dias em que trabalhar na Montero. Mas para minha sorte, a conversa que a ex-megera deve ter tido com sua puxa-saco fez efeito e Melissa estava sendo legal, da maneira dela.- Óbvio que Ita ficou chateado, você escondeu uma fofoca dele - girando a cadeira, Melissa vem até mim segurando minhas bochechas com as duas mãos - aceit
-Luigi, não posso... - gemo manhosa com sua boca em meu pescoço, suas mãos me pressionaram mais firmes contra a porta, não sei se resistiria a ele - não posso fazer isso com Matteo, vamos nos casar em...- Em onze malditos dias, eu sei bem disso, Carolina - mordiscou minha orelha, sussurrando - estou contando os dias para te comer em sua despedida de solteira - sua mão sobe mais o tecido do vestido, os dedos enroscando na calcinha e abaixando-a devagar. Deslizando a peça, se ajoelhando para retirá-la do domínios das minhas pernas e guardando dentro do terno, voltando a beijar minha boca - e te roubar no altar e do Matteo no dia do casamento.- Não pode - empurro-o um pouco para mostrar a aliança em minha mão. E o italiano simplesmente segurou-a, chupando meu dedo anelar, retirando a aliança com os dentes e cuspindo-a no chão. Meu corpo se incendiou todo quando me puxou com urgência para seu colo, me erguendo do chão e me levando para cima da mesa retangular no centro da sala - Luigi,
- Obrigado por me defender - sou o primeiro a dizer alguma coisa depois de Cassandra expulsar todos da sala e fechar a porta. Fiquei surpreso dela revelar o segredo que sou seu filho, achei que preferia me esconder assim como escondeu sua real identidade, pintando dourado por cima como fez com seu cabelo. - Sempre vou te defender, mesmo que de longe - Cassandra sorri com uma tristeza contida no olhar quando passou por mim e apertou meu ombro - seria capaz de tudo por você - sua mão acaria meu cabelo uma vez e vai embora. Sinto que não deveria ser tão duro, que tem algo nublado minha visão para a verdade, mas não posso ignorar tudo o que passei com seu abandono. Era cruel e injusto comigo mesmo inocentá-la.Quando estou prestes a sair da sala de reunião, passa um grupo de pessoas fofocando sobre a Amélia e não consigo resistir ao ficar quieto para ouvir atras da porta. As pessoas que trabalham com ela, deveriam ter uma visão diferente da mulher que havia se tornado após anos, mas pe
Entro apressada na sala de reunião, pedindo desculpas pelo atraso e recebendo um olhar reprovador de Cassandra. Melissa pelo contrário, arrasta uma cadeira do seu lado para eu me sentar, entregando um breve resumo escrito do que tinham sido discutido na reunião marcada pela equipe de relações públicas.O que pude entender pelo decorrer da situação, a equipe que acionou essa reunião de emergência queria avisar que teríamos de fazer uma entrevista para o esclarecimento de um "mal entendido".Era de se esperar que isso acontecesse novamente. Ano passado, quando trabalhava de assistente geral (escrava), o Sr. Russo fez a mesma coisa, se envolveu em um escândalo e a Montero teve que apaziguar. Não somos a agência que cuida da sua imagem, mas fizemos um trabalho árduo para limpar sua reputação depois que ele agrediu um funcionário de um hotel. Deus que nos perdoe, esculpimos uma imagem terrível da vítima que sofreu o abuso, fizemos parecer que o pobre garçom havia incitado a agressão com pa
- Finalmente sexta à noite - desabo no sofá como um saco de batata amassado e acabado, que caiu do caminhão e foi jogado na primeira caçamba de lixo que encontraram. Mas graças ao meu bom Deus, os gêmeos dormiam como anjinhos. Puro milagre, mas acho que a presença de Luigi deve ter ajudado. Não fiquei chateada de saber que ele subornou a minha babá para passar um tempo com os próprios filhos, isso era bom para ele e para o meu sono.Era incrível como ele colocava os gêmeos pra dormir facilmente, como se tivesse dramim nas mãos.De início fiquei preocupada pois não o tinha visto na empresa e até pensei que tinha desistido de tudo após as boladas que a minha mãe deu nele. Ao menos fizeram Luigi refletir e me deixar em paz no trabalho por um dia e finalmente passar um dia com os gêmeos.Me levanto, arrastando-me pelo escuro até a bancada da cozinha onde se encontravam mais fatias de bolo de casamento pra degustar e me preparo, pegando meus airpods e dando o play em The Bakery da Melanie
Deixo o carro no estacionamento, na frente da confeitaria e checo o look uma última vez no retrovisor, grata por ter passado no hotel e vestindo uma roupa limpa e apresentável. Adentrando o estabelecimento, Camille me aguardava, ela acertava algo com uma funcionária atrás da vitrine de doces finos, antes de deixá-la e ir ao meu encontro.Meus olhos brilharam e a boca salivou apenas de verificar alguns docinhos do balcão, quase não prestei muita atenção na sua explicação. Camille me levou a fundo da confeitaria, mas precisamente uma área específica para degustação. O local, nada mais era do que um jardim mediterrâneo com mesas, cadeiras e sofás. As tonalidades diferentes de rosas ornavam com todos móveis brancos e com o jardim, deixando tudo aconchegante. Sem mencionar o cheirinho de bolo assando no ar, sem dúvidas valeu a pena dirigir por uma hora.Acabo preferindo me sentar numa mesa retangular, onde cabia todas as fatias enormes de bolos que teria de provar. Eu estaria sendo desele