_ela te expulsou do quarto? Desculpa amigo mas ela está certa, se alguém que estou noiva me deixa desmaiada e vai encontrar com outra mulher e ainda tem a coragem de chegar tarde em casa e ainda por cima com uma marca de batom no pescoço, eu teria a mesma reação ou pior_ Matteo era o único em que eu podia confiar para falar sobre esses assuntos, apesar dele não ser o maior fã de relacionamentos, ele dava ótimos conselhos amorosos.
_eu sei que errei, mas não sabia que o jantar com a Bárbara causaria essa confusão toda com a Carolina, hoje mesmo no café da manhã ela mal olhou para a minha cara e quando estávamos dentro do carro ela nem sequer disse uma palavra, sinceramente a Carolina quieta me dava medo. Ela era imprevisível e muito minuciosa, me chame de louco mas preferia a Carolina barulhenta e imperativa de sempre porque aquela sim eu conhecia e conseguia controlar.
_mas me responde, como foi que em uma jantar de negócios
_para alguém que não gosta de tirar foto você parece bem animado_ na verdade ele estava se aproveitando das fotos para ficar perto de mim.Se eu soubesse que teria que tirar fotos com ele também, eu teria inventado a desculpa que eu estava gripada_é porque quando eu faço as coisas com você, tudo melhora_ eu bem que gostaria de acreditar nas mentiras que saem da sua boca mas lembrar da noite passada me faz ter raiva de Luigi.Eu sei que algum dia teremos que conversar sobre o nosso relacionamento entretanto agora eu não estava em meu juízo perfeito, se ele mencionasse o nome daquela loira aguada outra vez na minha frente, sou capaz de fazer uma loucura!Acho que além do choro involuntário, os hormônios estavam me atacando ferozmente, estou ficando mais irritada que o normal, percebi isso ontem quando joguei uma sandá
_eu não acredito que você pediu um quarto para a gente transar na casa da sua irmã, Luigi! Você me matou de vergonha!_ grito e jogo uma almofada nele, o mesmo sorri e vem até mim._tenho certeza que ela não ligou nem um pouco_ olho para ele, era óbvio que ela tinha ligado de ser expulsa da sua própria casa_ estou falando sério, a Giulia não liga para essas coisas e também ela te adora, seria impossível ela ficar chateada com você.Meu italiano afasta meus cabelos, os colocando para trás dos ombros e acariciando a minha pele com suas mãos. Seus dedos roçam nas alças finas da camisola de seda ameaçando deixar cair e me deixar completamente nua.Ele inclina a cabeça para me beijar e antes que seus lábios alcancem os meus eu recuo. Ele tenta novamente e eu permaneço recuando e me div
_Carolina, você está deslumbrante nesse vestido, tenho certeza que o meu irmão vai ter um infarto quando te ver chegando no teatro_ Giulia me garante e eu olho um pouco incerta para o espelho sobre a roupa que ela tinha me ajudado a escolher.Sempre gosto de levar em consideração as fanfics que já li sobre a máfia italiana, e na maioria delas existe um jantar ou festa organizado pelo mafioso em que a protagonista sempre aparece com um vestido super caro vermelho com uma fenda provocante, que deixa o mafioso desconcertado durante todo o evento.Mas trazendo isso para a vida real, não sei se era uma boa escolha para a festa de hoje à noite, posso até imaginar a cara de desaprovação de Luigi quando me ver entrando no salão do teatro.Olho meu reflexo no espelho novamente, as alças finas traziam delicadeza para o vestido longo, porém as
_Matteo, eu amo Luigi e vou me tornar oficialmente sua noiva quando ele me apresentar nessa festa que está rolando aqui_ o loiro do banheiro se descontrola mais uma vez e bate forte os punhos na parede atrás de mim, isso me faz encolher de medo, eu nunca o tinha visto tão agressivo e nunca imaginei que poderia vê-lo nesse estado.Matteo sempre me pareceu uma pessoa controlada, racional, uma pessoa que nunca se deixava ser manipulado pelas suas emoções, mas agora ele estava se mostrando completamente diferente do que eu o conhecia._não foi isso que eu perguntei, Carolina! Eu perguntei se você sente alguma coisa por mim, não tenho dúvidas que você possa sentir algo por Luigi também mas acho precipitado da sua parte denominar amor sendo que ele mentiu tantas vezes para você e você nem ao menos se deu a chance de me conhecer de verdade_ Matteo estava dete
Jogo a câmera na pia e ligo a torneira, água invade o aparelho e o danifica, ainda estou tremendo de nervoso com tudo o que tinha acabado de acontecer, não sei como consegui fazer tudo aquilo sozinha, acho que o meu bebê tinha me dado forças para prosseguir forte._Carolina, podemos conversar? Quero pedir desculpas, eu passei dos limites..._ o loiro do banheiro batia freneticamente na porta do banheiro me pedindo para ouví-lo, mas isso era a última coisa na face da terra que eu gostaria de fazer._eu estou pouco me fodendo para as suas desculpas, se você realmente se arrepende, me deixa em paz! Eu não quero olhar na sua cara por um bom tempo!_ grito e ele finalmente para de bater na maldita porta, num ataque de fúria, pego a câmera e começo à apunhalar o canivete na sua tela já desligada.Retiro o chip de memória e o
Ando pelo salão, muitos rostos desconhecidos me comprimentam, alguns até forçam o sorriso e outro nem me olham no rosto. A cada dia que se passa eu me convenço mais que a decisão do meu pai de me mandar viver no exterior me afetou nos negócios da família.Agora eu tenho que comprimentar, fazer caridades e etc para poder mostrar que sou capaz de estar na frente dos negócios. Sei que o meu pai me mandou para morar no exterior para me proteger mas isso me prejudicou, agora não adianta o que eu faça nunca vou ser suficiente para os membros antigos da máfia.Só me bastou voltar para a Itália para os problemas começarem a aparecer novamente. Bárbara estava de volta e confirmou as suspeitas de todos, ela durante o nosso jantar se declarou e disse que queria uma nova chance. Ainda não sei o que sinto com essa revelação,
_eu mesma, em carne e osso_ ela sorri e se aproxima para me dar um abraço. Não quero manter algo de ruim entre a gente, a Bárbara era a minha ex-noiva e apesar de tudo ela era uma boa pessoa, quero manter um relacionamento saudável entre amigos se possível_ você está muito bonito, elegante e cheiroso também. Onde está a sua acompanhante?_como você sabe dela? Claro, a Raquel te contou não foi?_ óbvio que ela contou, Raquel era a cão de guarda fiel dela e com certeza lhe deixou a pá de tudo sobre a Carol, menos o que ela ainda não sabia, a gravidez_ você não contou pra ela sobre a gravidez da Carolina, contou?_ não, não se preocupe, eu não disse nada sobre a gravidez da sua namorada_ ela me garante_ preciso falar com a Raquel, mas fazer o que se ela ainda tem esperança que a gente possa voltar,
_eu juro que ele disse que ia ficar esperando a gente no terceiro andar_ Giulia me diz um pouco nervosa, ela estava também ofegante porque tinha me procurado por todo o térreo do teatro sem parar._tudo bem, ele deve ter descido para o térreo novamente_ me sento em uma das poltronas macias do teatro e puxo a minha cunhada para sentar ao meu lado_ você precisa descansar um pouco, Luigi pode esperar mais alguns minutos. Agora me conta porque você está tão nervosa como se fosse você quem será apresentada como noiva do novo chefe da família Benacci?_ Giulia me olha desconfiada e suspira derrotada._como você pode me conhecer tão bem sendo que te conheço só algumas semanas, hein?_ eu sabia que tinha algo mais envolvido no nervosismo da minha cunhada_ o Frederico está aqui na festa também, Luigi o convidou._Frederico, s
- Sério que você usa Cinquenta Tons como um tipo de devocional do sexo? - brinco com o loiro que estendia a mão para me ajudar a levantar do banco. Ainda me sentia fraca pelas risadas e meu estômago suplicava para parar.- Até tu Brutus? - ele recolhe a mão e a estende novamente - sorte sua que sou cavalheiro, senão a deixaria largada aí - duvido muito que ele teria a coragem de fazer isso, Matteo não aparentava ser desse tipo e acho que ele gostava de manter a fama de insensível inabalável.Quase volto a sorrir quando penso nele implorando para me comer, não tinha nada de insensível e muito menos inabalável naquela noite.- Ainda bem que tenho meu bom cavaleiro para me ajudar - seguro sua mão e vamos de mãos dadas para o jardim principal, onde aconteceria o brunch.E era um senhor jardim, não precisava de muita decoração pois, pasmem, existiam muitas ginkgos bilobas. Mais conhecidas como nogueiras-do-japão, espalhadas no imenso jardim com folhas amarelas, quando o vento batia voavam
- Vamos Luigi - digo enlaçando meu braço no dele, levando meu italiano gato para longe de qualquer discussão que poderia acontecer naquele meio. Os gêmeos eram meus preciosos tesouros, bastava ficar alguns segundos olhando aquelas fofuras que toda raiva se dissiparia. Tenho total certeza que eles farão um ótimo trabalho, decretando a paz entre os avós paternos.- Você fica tão sexy quando é mandona - ele elogia e não consigo não ficar convencida disso. Lanço meu melhor olhar sedutor, mordendo levemente o lábio para atrair seu olhos.- Só não vale reclamar quando eu te arrancar do brunch e te arrastar para o... - ele me interrompe com um pigarreio, penso que seja pelos convidados terem chegado mas não era por esse motivo. Até porque os convidados eram os familiares de Luigi.- O engraçado é que se eu dizer isso, sou chamado de pervertido e ninfomaníaco, mas a senhorita pode dizer qualquer imoralidade, não é?- Exatamente, posso tudo e você nada - brinco, sorrindo e quando ele sorri exi
Não tenho um motivo plausível para ficar obcecada nessa história de ter um fantasma ou alguém vestindo branco e passeando pelo castelo, visto que Luigi não tinha encontrado nenhum registro que não seja os nossos ontem á noite. Apesar de nenhuma evidência concreta, a minha intuição de repórter enxerida me alerta para não descartar uma possível manipulação de evidências. Qualquer funcionário poderia muito bem mexer nas câmeras e apagar as últimas filmagens, mas o meu questionamento gira em torno de: quem seria a pessoa por trás? - O que está te incomodando? - tento não parecer surpresa, mas acho que minha expressão me entrega, porque Cassandra solta uma risada. E pelo que presumo ser a primeira vez que a vejo usando um vestido rodado, normalmente seu guarda-roupa se divide em terninhos chiques, conjuntos caros e tubinhos famosos pela sexta do massacre. Chamávamos assim após uma sexta-feira em que aconteceu uma demissão em massa, lembro-me como se fosse hoje, Cassandra passeando pelos c
- Eu juro! - bato meu pé no chão como um tique nervoso e devoro mais uma unha, o que deixa meu italiano preocupado. Ele estica o braço e relutante seguro sua mão, deixando que me leve para seu colo. Afasto um pensamento impuro quando sento-me na sua coxa torneada e acumulo minha mente novamente com teorias.Resultou que passei o dia com os gêmeos e cuidando de Luigi, desisti imediatamente do tuor com Mari quando encostei na testa do meu italiano gato e percebi que ardia em febre. E mesmo contrariado, chamou um médico para me tranquilizar e comprovar que se tratava de uma simples exaustão. Tenho uma parcela de culpa no seu diagnóstico, talvez a brincadeira com a camisa da união tenha lhe causado desgaste e somando a péssima viagem que tivemos com o loiro do banheiro me provocando, piorou seu estado. Admito que se tivesse fechado minha boca, não teria entrado numa discussão de horas com Matteo. Acabei vencendo-o pelo cansaço, é aquela coisa: entre a paz e a razão, talvez sua paz esteja
A surpresa que Luigi tinha prometido a Carolina, na realidade era um convite para um brunch na casa da Nonna. Organizado pela sua irmã, Giulia. Tinha me perguntado mentalmente como conseguira conciliar o trabalho e a organização do brunch tendo um bebê em casa. Mas Luigi logo me tirou a dúvida quando comentou sobre a babá que a irmã contratou. Não sei o porquê presumir que ela fosse ciumenta, acho que Luigi deixa essa impressão sobre todos os Benacci.Pondo meu pé direito para fora do jatinho, agradeço primeiramente aos meus fones de ouvido que me proporcionaram uma viagem tranquila, as ombreiras por me darem o conforto necessário para aguentar a viagem longa e principalmente as pílulas milagrosas que me apagaram por tempo suficiente para não vivenciar o puro caos que foi dentro do jatinho.- Como foi a viagem? - pergunto enquanto seguro a pequenina adormecida nos braços, Luigi me lança um olhar cansado, balançava o pequenino nos braços para fazê-lo adormecer também.- Eles estavam nu
- Posso perguntar, aonde vocês se conheceram? - Tia Maria pergunta, fazendo que vários olhares se aculmulassem divididos entre Matteo e eu. A história continha dois lados, o que a fazia um pouco longa. Ganhando uma autorização para ser o primeiro, inicio contando de relance sobre a minha vida noturna agitada. Oculto partes que envolvem a minha amizade e o início do meu relacionamento com Bárbara, não seria relevante.- Na noite em que conheci Matteo, estava numa boate em Tokyo para me divertir. Eu tinha costume de ignorar as regras feitas pelo meu pai sobre festas e minha segurança. Em minha mentalidade juvenil, ser uma figura pública auxiliaria minha segurança. Quanto mais famoso menos chances de sofrer algum atentado, simplesmente não era um pensamento coerente - não entro em muitos detalhes para não assustar minha sogra e nem menciono que encontrei Matteo após ficar com Bárbara - então, chegado o ponto alto da festa, me afastei para o terraço do prédio em busca de solitude. Não ti
Retiro o que disse sobre esse almoço ser longo e divertido. Agora tinha virado letárgico e torturante. Me sinto como um dos convidados do filme "O menu", onde a tia Maria era o chef maluco que torturava os convidados, no caso Luigi e eu. O almoço estava as mil maravilhas, Luigi agarrado à Carolina como adolescentes apaixonados e eu com minha mão se deliciando da pele macia e arrepiada da minha... ainda não tinha dado um rótulo para Mariana. Tenho que resolver isso o quanto antes.Mas o quero dizer é que eu estava feliz no meu lugar, estava satisfeito onde minha mão pousava e agora não estava mais nada disso. De um momento para outro minha calmaria tinha sido escanteada e morta pela cruel tia Maria. Conseguia até imaginá-la apontando o revólver para o meu conforto e atirando sem pestanejar, dizendo: não sou sua tia.E não estou exagerando, porque sinto o quão tenso e desconfortável está o italiano ao meu lado, ou pior dizendo, dentro da mesma camisa que eu. Sim. Uma maldita camisa imen
- O mesmo que você, pelo visto - respondo para Luigi, que mantinha a cara amarrada.Me atento às pistas praticamente esfregadas em minha cara. Deveria ter suspeitado desde o início do convite da mãe da Carolina. Tia Maria nunca tinha posto confiança em mim e no meu plano, sempre mantivera uma opinião escancarada e um pé atrás. Aceitou a contragosto quando eu a chamava de tia Maria. A senhora não tinha mesmo ido com a minha cara.- Que maravilha, finalmente chegaram! - tia Maria adentra a sala com um avental pendurado no ombro e um sorriso largo de recepção. Desde que chegamos, fomos avisados que a cozinha estava restrita por tempo indeterminado. Roberto havia dito algo sobre sua companheira ser possessiva com sua cozinha em dias especiais. Ela era a chefe da noite e pelo aroma delicioso que invadia a sala de visitas, não quero correr o risco de ser expulso do almoço sem antes provar uma colherada do que estava assando no forno.- Demoramos um pouco porque alguém... - o tom de Luigi to
- Um bom filho a casa retorna - ofereço o dedo do meio como resposta para Will sentado na calçada da rua. Tinha as mãos e parte da roupa de mendigo sujas de terra. Seria muito errado da minha parte perguntar se alguém jogou algumas moedas enquanto cuidava das plantas? Aliás, nunca tinha notado antes os vasos com plantas na frente da casa de Mari e nunca iria notar, porque estavam quase mortas e camufladas na fachada com tinta descascando.- Ótimo que chegou - Mari abre a porta e percebendo minha mala do meu lado, ela entra rapidamente e sai com um rolo de pintura na mão para me entregar.- Você quer que eu pinte a casa?- Não a casa, a fachada - responde com um sorriso.- Agora?- Agora - ela continua sorrindo e retira de trás das costas um balde com tinta branca, pousando do lado oposto da minha mala. E como se não fosse trabalho suficiente, aponta para o candelabro de parede acima da porta, era um daqueles antigos estilo pescoço de ganso americano - e pode trocar a lâmpada?- Esse