No dia seguinte, Marília voltou para casa depois do trabalho, comeu algo rápido para forrar o estômago e começou a se arrumar. Deu uma olhada em todas as roupas do guarda-roupa antes de escolher um vestido branco sem mangas. Alisou o cabelo com a chapinha, fez uma maquiagem leve e pegou os brincos de franjas que Zélia lhe dera dessa vez, combinando-os com um par de pequenos brincos dourados em formato de pétalas. Ela estava realmente deslumbrante! Enquanto se olhava no espelho, ouviu batidas na porta e foi abrir imediatamente. Fernanda estava parada na entrada com Renato. Quando ele a viu abrir a porta, um brilho de surpresa passou por seus olhos: — Mimi, você está linda hoje! Aos vinte e dois anos, uma garota está no auge da juventude, com lábios avermelhados, pele clara e viçosa, sem precisar de maquiagem para realçar sua beleza natural. O vestido branco destacava ainda mais sua pureza e doçura. — Obrigada pelo elogio, estou pronta! Marília se virou, pegou sua bolsa
Ela provavelmente era a mentora de Renato. Assim que Marília entrou, percebeu que havia outra mesa ao lado. Nessa mesa, o assento principal era ocupado por um senhor de sessenta ou setenta anos, de cabelos grisalhos, que era o marido da mentora de Renato.Logo que se sentaram, alguém comentou em tom provocativo: — Renato, quem diria! Você ficou solteiro por tantos anos e ainda conseguiu encontrar uma namorada tão bonita. Achávamos que você ia ficar sozinho para sempre! No fim das contas, não era que você não conseguia achar alguém, apenas tinha um gosto exigente demais. Desde pequena, Marília sempre fora bonita e, ao longo dos anos, se acostumou aos olhares ao seu redor. Sabia exatamente que tipo de roupa usar para cada ocasião. Hoje, o vestido branco que usava realçava sua delicadeza, fazendo com que ela parecesse uma florzinha pura e encantadora. Sentada quieta ao lado de Renato, exalava um ar dócil e dependente, o que despertava a inveja das mukheres ao redor. Renato man
Renato percebeu que ela estava visivelmente abatida e não fez mais perguntas. — Maria, parece que hoje a conta vai ficar por sua conta! — Brincou o homem à mesa com um sorriso irônico. Maria respondeu friamente: — Eu e meu namorado só tivemos um pequeno desentendimento. Você nunca briga com sua namorada? — Esses dias, encontrei o Antônio. Ele estava escolhendo alianças com a nova namorada. Você ainda acha que pode reatar com ele? O rosto de Maria mudou sutilmente. O homem continuou: — Ele me disse que vocês terminaram por causa do apartamento. Que ele não conseguiu satisfazer sua vaidade, não pôde comprar um imóvel no centro da cidade, e por isso você quis terminar. Como vocês, mulheres, podem ser tão interesseiras? Anos de relacionamento jogados fora assim, sem mais nem menos! — Isso é um problema meu, não tem nada a ver com você! — Respondeu Maria, furiosa. — O Antônio veio do interior. Desde o começo, você sabia da situação da família dele. Assim que ele conseguiu
— Bonita, de bom coração e ainda jovem... Renato, você tem muita sorte! — Disse o homem, mudando rapidamente de assunto. — Maria, você sabia que a família do Renato foi indenizada por desapropriação e recebeu mais de uma dezena de apartamentos no centro da cidade? Se você não tivesse terminado com ele, agora estaria casada e vivendo como uma grande senhora de mercado imobiliário! Maria já tinha ouvido falar que a família de Renato havia ficado rica com a desapropriação. Ela, naturalmente, se arrependia. Afinal, até mesmo alguém como Antônio, que ganhava milhões por ano, precisava recorrer a um financiamento para comprar um apartamento no centro da cidade, enquanto Renato havia recebido vários de uma só vez. Uma fortuna que muitas pessoas jamais conseguiriam acumular ao longo de toda uma vida.Ela foi ao encontro de ex-alunos justamente com a intenção de reatar com Renato. Mas não esperava que ele já tivesse uma namorada. Maria, é claro, jamais admitiria para essas pessoas que e
Aquela mulher tinha dito que pagava dois mil e quinhentos pelo aluguel do apartamento em Jardins do Vale, e Serafina já tinha achado isso estranho. "Os homens deste mundo não são tolos. Quem daria dinheiro para você sem querer nada em troca?" — De agora em diante, a Srta. Marília pode economizar esses dois mil e quinhentos reais do aluguel. Leandro lançou um olhar frio para ela. — Pode ficar quieta? Serafina ficou paralisada. Ao ver o desgosto no rosto do homem, mordeu os lábios, mas, no fim, não disse mais nada. Apenas fechou a mão em um punho sob a mesa. Ao lado de Marília, Maria exibia uma expressão sombria. Não esperava que Renato tivesse contado à atual namorada sobre o passado deles dois. Um homem que já não se dava bem com Maria zombou: — Então foi o Renato que pagou sua faculdade? Com ajuda de custo e tudo, isso deve ter ultrapassado cem mil, né? E você nunca mencionou isso? O rosto de Maria ficou alternadamente vermelho e branco. Cerrando os dentes, respondeu:
O homem provavelmente se sentiu desconfortável e, forçando um pouco a situação, arrastou todos para cantar no karaokê e jogar alguns jogos de tabuleiro. Marília foi junto com Renato. Dessa vez, o encontro de ex-alunos só terminou por volta de uma da manhã. Durante todo o tempo, Marília permaneceu quieta ao lado dele, sem demonstrar o menor sinal de insatisfação. Renato ficou muito grato por isso. No caminho de volta para casa, ele percebeu que ela parecia um pouco abatida e tentou puxar assunto. Marília sabia que ele era realmente uma boa pessoa, então os dois conversaram sem pressa e de forma pausada. Enquanto olhava para a paisagem tranquila da noite pela janela, seu coração, antes um pouco inquieto, foi se acalmando aos poucos. Quando Renato estacionou o carro em frente ao prédio, os dois subiram juntos. Não muito longe dali, um Maybach preto estava parado no escuro. O interior do carro permanecia sem luz, apenas a brasa de um cigarro piscava intermitentemente. Leand
Marília já havia considerado essa possibilidade. Mas, conhecendo Leandro, o fato de ele ter concordado em ajudar significava que aquela Serafina tinha um certo peso para ele. Antes, diante de Renato, Leandro também dissera que era seu namorado. Mesmo sabendo que ele fizera isso para protegê-la, ela sempre achou que ele gostava um pouco dela. Agora, olhando para trás, sentia que sua alegria naquele momento fora bastante ridícula. Pensando nisso, os olhos de Marília ficaram vermelhos. — Ele pode namorar quem quiser, o problema é dele! Eu nunca mais vou pensar nele! Eu sou bem disputada, tenho vários admiradores! Não vou perder meu tempo com esse cara! Amanhã... amanhã mesmo, eu arrumo um namorado! Zélia, vendo seu estado, suspirou internamente e resolveu mudar de assunto. ... A noite ainda não havia caído completamente. No Espaço Palmeiras, a luz do camarote já estava acesa. Adalberto acendeu um cigarro, a chama escarlate tremulando como uma linha fina. Depois de largar
Adalberto ouviu aquilo e também achou que Zélia estava muito estranha hoje. Ela raramente ligava para ele a essa hora e, ainda por cima, fez questão de perguntar sobre Leandro. Ele sacudiu a cinza do cigarro, lançou um olhar preguiçoso para alguém e curvou os lábios em um sorriso cheio de malícia: — Parece que você não vai brincar com a gente por muito tempo. — Então disse a Raulino. — Liga para o seu irmão e pede para ele dar cobertura nisso! ... O que eles não esperavam era que Zélia fosse sozinha. Quando Adalberto a viu entrar sem ninguém atrás, franziu a testa: — Como assim você veio sozinha? — Se não sou eu, quem mais viria? Zélia viu que eles estavam jogando pôquer e se sentou ao lado do irmão. — E sua melhor amiga? — Melhor amiga? Zélia olhou para o irmão, pensou em algo e, imediatamente, se virou para o homem bonito e elegante do outro lado da mesa. Como se tivesse tido um súbito esclarecimento, alongou o tom de voz: — Ah... você está perguntando pela
Marília não queria voltar para a família Cardoso. Depois de pesquisar sobre o processo de casamento na internet, foi diretamente ao cartório para emitir sua certidão de nascimento. Com o documento em mãos, junto com sua identidade, seguiu com Leandro até o cartório de registro civil. Como era um dia útil, às três da tarde não havia muitas pessoas no local, e em pouco mais de dez minutos tudo estava resolvido. Quando os certificados de casamento foram entregues, Marília ainda sentia que tudo aquilo era um tanto irreal. Ela realmente havia se casado e, além disso, com Leandro! A pessoa que ela mais odiava no passado! Era inacreditável! Marília seguiu Leandro para fora. Assim que desceram os degraus, o homem à sua frente parou de repente, se virou para ela e disse: — Vou com você arrumar suas coisas. Marília demorou alguns instantes para reagir. — Arrumar o quê? Leandro franziu a testa e a encarou, enfatizando: — Agora somos marido e mulher. Marido e mulher... Só en
Leandro manteve uma expressão impassível: — Você veio falar comigo só por causa disso? — N-não... Não é só isso. Eu tenho outra coisa importante para falar, mas antes disso, preciso esclarecer essa questão. Isso é muito importante para mim! Marília olhou para ele com seriedade e firmeza. Leandro a encarou por alguns segundos antes de responder com indiferença: — Não. O coração de Marília se aliviou por um instante, mas logo ela prosseguiu: — Mas naquela noite, você foi com ela ao encontro de ex-alunos... "Você ainda deixou que ela segurasse seu braço." Ela engoliu em seco essa última frase, sem dizê-la em voz alta. — Você não foi? — Os lábios finos de Leandro se curvaram em um sorriso frio. — Seu namorado sabe que você me chamou aqui para falar disso? — Renato não é meu namorado. — Explicou Marília. — A prima dele me pediu um favor, queria que eu o acompanhasse ao encontro para que ele não precisasse pagar tudo sozinho! Leandro soltou um riso frio: — Que gener
— Por que você ainda está defendendo ele? Marília não estava defendendo Leandro, apenas afirmando os fatos. Naquela época, tudo o que queria era se vingar de Esperança, e por isso fez o que fez. Mais tarde, movida pelo mesmo sentimento, se aproximou de Leandro, determinada a conquistá-lo. No fim, acabou envolvendo Diógenes e o prejudicando, o deixando hospitalizado... "Isso é o que chamam de karma?" — Mesmo que tenha sido você quem o seduziu, você não estava bêbada? Ele estava sóbrio, não estava? Suas famílias se conhecem, e, pela questão da geração, você deveria chamá-lo de tio. Ele ter se aproveitado de você dessa forma não faz dele um canalha? — Ele também tinha bebido. Zélia quis argumentar que um homem bêbado não conseguiria fazer nada, mas, ao ver Marília naquele estado, decidiu não continuar a discussão. Apenas suspirou e perguntou: — E agora, o que você pretende fazer? O que fazer? A mente de Marília estava uma bagunça, e sua mão permaneceu pousada sobre o abd
Marília levou comida para Diógenes e, no caminho de volta para casa, passou na farmácia para comprar um remédio para o estômago. Ultimamente, tudo o que comia acabava voltando, e sua digestão estava péssima. Enquanto esperava o farmacêutico trazer o remédio, ouviu a conversa de duas garotas atrás de uma prateleira: — Minha menstruação não veio este mês. Acho que estou grávida. O que eu faço? O rosto de Marília ficou levemente tenso. Algo lhe passou pela mente, e seus olhos se arregalaram de susto. Instintivamente, levou a mão ao próprio ventre. — Eu lhe falei aquele dia para usar camisinha! Mas não, você veio com essa história de período seguro, dizendo que não precisava se preocupar. Acabei de pesquisar na internet e descobri que, mesmo no período seguro, dá para engravidar! Agora estou passando mal e vomitando tudo. Com certeza estou grávida! Eu não quero ser mãe solteira, então trate de falar com seus pais agora mesmo e os mande ir à minha casa pedir minha mão! Antes que minha
Adalberto ouviu aquilo e também achou que Zélia estava muito estranha hoje. Ela raramente ligava para ele a essa hora e, ainda por cima, fez questão de perguntar sobre Leandro. Ele sacudiu a cinza do cigarro, lançou um olhar preguiçoso para alguém e curvou os lábios em um sorriso cheio de malícia: — Parece que você não vai brincar com a gente por muito tempo. — Então disse a Raulino. — Liga para o seu irmão e pede para ele dar cobertura nisso! ... O que eles não esperavam era que Zélia fosse sozinha. Quando Adalberto a viu entrar sem ninguém atrás, franziu a testa: — Como assim você veio sozinha? — Se não sou eu, quem mais viria? Zélia viu que eles estavam jogando pôquer e se sentou ao lado do irmão. — E sua melhor amiga? — Melhor amiga? Zélia olhou para o irmão, pensou em algo e, imediatamente, se virou para o homem bonito e elegante do outro lado da mesa. Como se tivesse tido um súbito esclarecimento, alongou o tom de voz: — Ah... você está perguntando pela
Marília já havia considerado essa possibilidade. Mas, conhecendo Leandro, o fato de ele ter concordado em ajudar significava que aquela Serafina tinha um certo peso para ele. Antes, diante de Renato, Leandro também dissera que era seu namorado. Mesmo sabendo que ele fizera isso para protegê-la, ela sempre achou que ele gostava um pouco dela. Agora, olhando para trás, sentia que sua alegria naquele momento fora bastante ridícula. Pensando nisso, os olhos de Marília ficaram vermelhos. — Ele pode namorar quem quiser, o problema é dele! Eu nunca mais vou pensar nele! Eu sou bem disputada, tenho vários admiradores! Não vou perder meu tempo com esse cara! Amanhã... amanhã mesmo, eu arrumo um namorado! Zélia, vendo seu estado, suspirou internamente e resolveu mudar de assunto. ... A noite ainda não havia caído completamente. No Espaço Palmeiras, a luz do camarote já estava acesa. Adalberto acendeu um cigarro, a chama escarlate tremulando como uma linha fina. Depois de largar
O homem provavelmente se sentiu desconfortável e, forçando um pouco a situação, arrastou todos para cantar no karaokê e jogar alguns jogos de tabuleiro. Marília foi junto com Renato. Dessa vez, o encontro de ex-alunos só terminou por volta de uma da manhã. Durante todo o tempo, Marília permaneceu quieta ao lado dele, sem demonstrar o menor sinal de insatisfação. Renato ficou muito grato por isso. No caminho de volta para casa, ele percebeu que ela parecia um pouco abatida e tentou puxar assunto. Marília sabia que ele era realmente uma boa pessoa, então os dois conversaram sem pressa e de forma pausada. Enquanto olhava para a paisagem tranquila da noite pela janela, seu coração, antes um pouco inquieto, foi se acalmando aos poucos. Quando Renato estacionou o carro em frente ao prédio, os dois subiram juntos. Não muito longe dali, um Maybach preto estava parado no escuro. O interior do carro permanecia sem luz, apenas a brasa de um cigarro piscava intermitentemente. Leand
Aquela mulher tinha dito que pagava dois mil e quinhentos pelo aluguel do apartamento em Jardins do Vale, e Serafina já tinha achado isso estranho. "Os homens deste mundo não são tolos. Quem daria dinheiro para você sem querer nada em troca?" — De agora em diante, a Srta. Marília pode economizar esses dois mil e quinhentos reais do aluguel. Leandro lançou um olhar frio para ela. — Pode ficar quieta? Serafina ficou paralisada. Ao ver o desgosto no rosto do homem, mordeu os lábios, mas, no fim, não disse mais nada. Apenas fechou a mão em um punho sob a mesa. Ao lado de Marília, Maria exibia uma expressão sombria. Não esperava que Renato tivesse contado à atual namorada sobre o passado deles dois. Um homem que já não se dava bem com Maria zombou: — Então foi o Renato que pagou sua faculdade? Com ajuda de custo e tudo, isso deve ter ultrapassado cem mil, né? E você nunca mencionou isso? O rosto de Maria ficou alternadamente vermelho e branco. Cerrando os dentes, respondeu:
— Bonita, de bom coração e ainda jovem... Renato, você tem muita sorte! — Disse o homem, mudando rapidamente de assunto. — Maria, você sabia que a família do Renato foi indenizada por desapropriação e recebeu mais de uma dezena de apartamentos no centro da cidade? Se você não tivesse terminado com ele, agora estaria casada e vivendo como uma grande senhora de mercado imobiliário! Maria já tinha ouvido falar que a família de Renato havia ficado rica com a desapropriação. Ela, naturalmente, se arrependia. Afinal, até mesmo alguém como Antônio, que ganhava milhões por ano, precisava recorrer a um financiamento para comprar um apartamento no centro da cidade, enquanto Renato havia recebido vários de uma só vez. Uma fortuna que muitas pessoas jamais conseguiriam acumular ao longo de toda uma vida.Ela foi ao encontro de ex-alunos justamente com a intenção de reatar com Renato. Mas não esperava que ele já tivesse uma namorada. Maria, é claro, jamais admitiria para essas pessoas que e