Chains finds his anchor

Chains finds his anchor

last updateLast Updated : 2025-02-27
By:  Kay PolkOngoing
Language: English
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Synopsis

Chains takes his position seriously as the club enforcer but when Judy walks into him life things get complicated. She is hiding in the small town but what happens when her dad finds her. Will Chains be able to save her or will he lose her forever?

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Chapter 1

Prologue

— Me desculpe, Sra. Sabrina, mas sua filha faleceu à 1h13 da madrugada do dia 15 de fevereiro.

Sabrina Costa segurava um coelhinho de pelúcia em suas mãos. Seu olhar estava vazio, fixo na porta da sala de cirurgia.

Ela estava ali para se despedir da filha pela última vez.

Na maca gelada da sala de cirurgia, Sabrina segurou as pequenas mãos da filha, agora magras e sem vida, tão frias quanto o ambiente ao seu redor. Quando Sabrina ajeitou os finos cabelos da filha, sua mente foi invadida pelas últimas palavras da menina, antes de ser levada às pressas para a UTI.

— Mamãe... O tio ainda não chegou?

O "tio" de quem Cecília Barreto falava era, na verdade, o pai biológico dela, Afonso Barreto. Ele nunca permitiu que Cecília o chamasse de pai, mas deixava que o filho de sua amada Margarida o chamasse assim sem qualquer restrição.

O maior desejo de aniversário de Cecília sempre foi passar o dia com o pai. Tudo o que ela queria era que Afonso permitisse que ela o chamasse de "papai" ao menos uma vez.

Por causa de sua frágil imunidade, no ano anterior, Cecília havia ficado doente após esperar por horas ao relento, no frio cortante, para que Afonso voltasse para casa para jantar com elas. Aquela noite resultou em uma gripe que evoluiu para uma pneumonia. Desde então, a saúde de Cecília foi apenas piorando, e ela passou boa parte do ano no hospital.

Hoje, mais uma vez, era um dia de inverno rigoroso. Mesmo assim, Cecília havia se postado diante da porta de casa, esperando novamente por Afonso, na esperança de que ele aparecesse para o jantar.

Depois de encontrar a filha desmaiada na entrada de casa, Sabrina correu com ela para o hospital. O diagnóstico foi devastador: os médicos emitiram um boletim de estado grave.

Desesperada, Sabrina implorou para que Afonso voltasse para casa e passasse o aniversário com a filha. Ele prometeu que iria. Mas quebrou a promessa.

Sabrina abraçou o pequeno corpo frágil e sem vida da filha, sussurrando baixinho:

— Minha querida... Agora você está livre.

Cecília não precisaria mais sofrer com as dores, nem com o desprezo constante de um pai que ela tanto amava e que nunca retribuiu seu amor. Ela não precisaria mais desejar, dia após dia, aquele carinho que nunca chegou.

— Mamãe... Por que o tio não deixa eu chamá-lo de papai, mas o Diego pode?

— Mamãe... É porque a tia Margarida gosta do Diego, e por isso o papai também gosta mais dele?

As perguntas inocentes de Cecília ainda ecoavam nos ouvidos de Sabrina. A menina, tão pequena, não entendia por que o pai não gostava dela. Não conseguia compreender por que não podia chamá-lo de papai. Para ela, o problema era simples: ela achava que não era tão boa quanto Diego. E, por isso, o pai não gostava dela.

Seis anos atrás, Sabrina e Afonso tiveram uma noite inesperada que mudou suas vidas. Dessa noite, Sabrina engravidou de Cecília, e os dois se casaram às pressas por causa da gravidez.

Durante o parto, Sabrina teve complicações graves e quase perdeu a vida. Afonso, no entanto, não estava ao seu lado. Ele estava no hospital com Margarida Ribeiro, sua eterna paixão, que também estava dando à luz naquela noite.

Margarida deu à luz Diego e, pouco depois, abandonou o filho e desapareceu, viajando para o exterior sem deixar rastros. Sabrina, que sempre foi apaixonada por Afonso, aceitou criar o filho de Margarida como se fosse seu, na esperança de conquistar o amor do marido.

Mas Afonso nunca permitiu que Cecília o chamasse de pai. Por outro lado, tratava Diego como se fosse seu maior tesouro. Essa diferença de tratamento estava presente em cada detalhe.

Naquela noite, quando Sabrina quase morreu ao dar à luz, ela deveria ter percebido que o coração de Afonso era feito de pedra. Não importava o que ela fizesse, ele nunca mudaria.

Cecília havia nascido primeiro naquela manhã, mas Afonso insistiu que Diego fosse reconhecido como o primogênito da família Barreto. Ele queria que Diego carregasse o título e a posição de herdeiro, enquanto Cecília era vista por todos como uma filha ilegítima. Para o mundo, Diego era o único filho verdadeiro de Afonso, enquanto Cecília não passava de uma bastarda.

O médico, parado atrás de Sabrina, observava seu corpo trêmulo com um olhar pesado.

— O pai da criança ainda não chegou?

Desde que Cecília foi internada, o médico nunca viu o pai da criança visitá-la.

Sabrina apertou os olhos, deixando escapar uma risada amarga e sarcástica.

— O pai dela está fora do país, comemorando o aniversário do filho ilegítimo com a mãe dele.

Era sempre assim, ano após ano.

E Sabrina, tola como era, havia criado aquele menino por quatro anos, acreditando que faria diferença. Enquanto Cecília, que compartilhava o mesmo dia de aniversário com Diego, recebia apenas desprezo e indiferença.

O médico ficou paralisado por um momento. Ele olhou para aquela mulher tão sofrida e não sabia como consolá-la.

No primeiro dia após a morte de Cecília, Sabrina cuidou de todos os trâmites necessários. O processo de cremação na cidade B exigia a assinatura de ambos os pais.

Depois de assinar os documentos, Sabrina voltou para o Solar das Oliveiras para recolher as coisas da filha.

Lá embaixo, ouviu o som de um carro chegando.

— Papai! Quando você vai abandonar a mamãe e se casar com a tia Margarida? Eu quero que a tia Margarida seja minha mãe! — Gritou Diego, animado.

Afonso pendurou o casaco no braço, abaixou-se e apertou as bochechas do menino com carinho.

— Diego, você pode chamar a tia Margarida de mamãe.

Do andar de cima, Sabrina ouviu cada palavra com clareza. Seu coração deu um aperto doloroso. Ela fechou os olhos, respirou fundo e segurou as lágrimas.

— Vá pedir para sua mãe te dar um banho, trocar sua roupa e se preparar para dar as boas-vindas à tia Margarida.

— Oba! — Diego deu um salto de alegria.

No segundo seguinte, no entanto, o sorriso dele murchou.

— Mas… E se a mamãe descobrir? Será que ela vai deixar eu ir? Eu odeio a mamãe, ela nunca me deixa comer as coisas que eu quero fora de casa!

Afonso bagunçou os cabelos de Diego com um gesto despreocupado e disse, cheio de confiança:

— Comigo aqui, ela não vai se atrever.

Quando Afonso ergueu os olhos, viu Sabrina descendo as escadas. Seus olhos passaram por ela sem qualquer emoção, como se ela fosse invisível. Ele desviou o olhar, alheio.

Diego, no entanto, correu até Sabrina e segurou sua mão.

— Mamãe, me dá banho! Eu vou sair daqui a pouco.

Sabrina afastou a mão com calma e ergueu o olhar em direção a Afonso.

— Você não acha que está esquecendo de algo?

Afonso a encarou de relance, com desinteresse.

— O quê?

Ao longo dos anos, ele sempre foi assim: frio. Frio com Sabrina. Frio com Cecília.

Sabrina soltou uma risada amarga de si mesma. Ele, claro, jamais se lembraria que Cecília e Diego faziam aniversário no mesmo dia.

Todo ano, Afonso levava Diego para comemorar com Margarida, com festas grandiosas e cheias de pompa. Enquanto isso, Cecília passava o aniversário esperando pelo pai, enfrentando o vento gelado em frente à porta, sabendo que ele nunca voltaria.

— Eu preciso falar com você.

Afonso bufou, impaciente:

— Hoje eu não tenho tempo.

— Não vai tomar muito do seu tempo. — Sabrina respondeu, segurando um fichário. — São só duas assinaturas.

Ela abriu o fichário e apontou os locais onde ele precisava assinar.

Afonso, visivelmente irritado, pegou a caneta. Ele rabiscou sua assinatura com pressa, quase como se a presença de Sabrina fosse insuportável para ele. Em seguida, ele devolveu os papéis a ela sem sequer olhar.

— Hoje à noite, eu e Diego vamos sair. Não voltaremos. Amanhã de manhã, mande Cecília à escola e peça à professora para justificar a ausência de Diego por meio período.

Sabrina apertou os dentes com força. Seus dedos seguraram o fichário com tanta intensidade que as juntas ficaram brancas.

Se Afonso ao menos tivesse olhado para os documentos com atenção, teria percebido que havia assinado dois papéis importantes: um era o pedido de cremação de Cecília; o outro, o acordo de divórcio.

Ele assinava tudo com tanta indiferença que até isso parecia um gesto automático.

— E mais uma coisa. — Continuou Afonso. — Diga à Cecília para não me ligar.

Sabrina deixou escapar uma risada gelada.

Cecília não ligaria mais. Ela nunca mais faria isso.

Afonso notou a atitude incomum de Sabrina, mas não se importou.

Quando percebeu que estava atrasado, ele pegou o celular. Margarida havia acabado de ligar, perguntando quando ele e Diego chegariam.

Diego, sem tomar banho e sem trocar de roupa, seguiu o pai animado.

— Hoje à noite, minha nova mamãe vai me dar banho!

Afonso, com um sorriso indulgente, respondeu:

— Claro que sim.

Sabrina permaneceu parada no mesmo lugar, observando os dois saírem de casa. Seus olhos fixaram-se nas costas deles até que desapareceram. Ela ficou assim por um longo tempo, imóvel, como se estivesse petrificada.

Mais tarde, ela reuniu todos os pertences de Cecília e tudo o que tinha relação com ela mesma naquela casa. Colocou tudo em um saco e queimou.

Depois, ela foi até o crematório para acompanhar a cremação do corpo de Cecília.

Quando finalmente chegou ao crematório, Sabrina não conseguiu conter as lágrimas. Elas escorreram silenciosamente por seu rosto, quentes e incessantes.

— Cecília... Espera a mamãe… A mamãe vai te encontrar em breve...

Enquanto isso, do outro lado da cidade, Afonso e Diego participaram de um jantar luxuoso de boas-vindas para Margarida, que havia retornado ao País H.

Os três pareciam realmente uma família, tão próximos e em sintonia que despertavam a admiração de todos ao redor. Muitos comentavam como formavam um trio harmonioso e feliz. Ao mesmo tempo, não faltava quem criticasse Sabrina, dizendo que ela insistia em ocupar o lugar de Margarida na família Barreto, destruindo a união que eles tinham.

No meio da festa, um funcionário atravessou a multidão, claramente aflito, e parou diante de Afonso.

— Sr. Afonso, sua esposa e sua filha foram cremadas hoje. O senhor precisa ir ao crematório para buscar as cinzas.

Afonso ergueu uma sobrancelha, mas não pareceu surpreso. Sua voz foi fria e indiferente:

— Sabrina já é adulta. Até quando ela vai continuar com esses jogos infantis de ciúmes?

O funcionário hesitou, mas continuou:

— Senhor… Foi o senhor mesmo quem assinou os papéis de cremação. E também assinou o acordo de divórcio.

Afonso congelou. Seu coração falhou uma batida.

— O que você disse?

Sem esperar resposta, ele saiu apressado. Em minutos, pegou o carro e dirigiu em alta velocidade até o crematório.

Quando ele chegou, viu de longe os corpos de Sabrina e Cecília sendo levados para o forno de cremação.

Foi só um instante, mas aquela imagem o despedaçou por dentro. Ele sentiu como se algo tivesse rasgado seu peito.

Antes de ele conseguir dizer ou fazer qualquer coisa, as pernas fraquejaram. O impacto foi forte, e o som de seu corpo caindo no chão ecoou pelo crematório.
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