Stella revirou os olhos, dizendo:- Eu entendo a Aurora melhor do que você, posso garantir que ela não faria isso. Deixe ela voltar.- Você não é ela, não posso confiar na sua garantia.Stella sentiu um espasmo em seus nervos.Bruno era como uma pedra, não importava o que ela dissesse, ele não conseguia ouvir uma palavra.Paulo pegou o celular de volta rapidamente e confortou Stella:- Não se importe com Bruno, ele está quase enlouquecendo agora. Ele nunca passou por algo assim, é normal que ele não saiba lidar com isso. Se você discutir com ele, quem vai ficar irritada é você.Stella abriu a boca, sem saber o que dizer.Normalmente, Bruno parecia maduro e estável. Embora sua expressão fosse séria, ele era bom em lidar com as coisas.Mas agora, ele estava mantendo Aurora presa ao seu lado, não permitindo que ela voltasse.- Bruno, como está Aurora agora? - Paulo perguntou com preocupação. - O que você fez com ela?- Eu... Eu não fiz nada com ela. Ela queria sair, eu tranquei a porta e
- Bruno, deixe eu me acalmar primeiro, quando eu pensar em uma boa solução, vou entrar em contato com você. Mas por favor, não faça mais nada que machuque a Aurora, caso contrário, vocês realmente não vão mais conseguir recuperar o seu coração nunca mais.Paulo ficou tão irritado com Bruno que só queria desligar o telefone rapidamente, para se acalmar e não soltar palavrões na frente da Stella. Ele tinha que se esforçar para manter sua boa imagem na frente dela.Com o exemplo de Bruno em mente, Paulo decidiu tratar Stella com sinceridade total, nunca mentindo ou enganando como Bruno costumava fazer com Aurora.Paulo não esperou pela resposta de Bruno e simplesmente encerrou a ligação.- Por que você desligou o telefone? Eu ainda queria tentar convencer o Sr. Alves. Se ele continuar fazendo daquele jeito, a Aurora só vai ficar cada vez mais irritada, e talvez até desenvolva ódio por ele.Paulo disse:- Você não ouviu direito o que ele disse, estou totalmente sem palavras e muito irritad
- E não é que ele não tem mais medo de perder, ele só decidiu enfrentar todas as consequências da mentira e encarar a realidade. E agora, ele só teve um momento de medo e agiu de forma impulsiva, cometendo alguns erros.Stella suspirou:- Podemos entender, porque isso não está acontecendo conosco, não conseguimos sentir a angústia e raiva que a Aurora está passando. De qualquer forma, eu não vou aconselhar a Aurora. Mesmo que eu queira aconselhar, será mais tarde. Agora ela está extremamente magoada, então por que eu ajudaria o Bruno? Isso só faria a Aurora se sentir pior. Ela foi enganada por alguém tão próximo, e se não nos solidarizarmos com ela, e ainda tentarmos convencê-la a perdoar o Bruno... Eu simplesmente não consigo fazer isso. Se eu tivesse a capacidade, eu mesma daria uma surra no Bruno em nome da Aurora. Eu me pergunto se o Sr. Pedro está ciente disso. Deixar o primo de Aurora dar uma surra em Bruno seria satisfatório.Paulo ficou em silêncio.Realmente, após muito esforç
O que Aurora, trancada sozinha no quarto, estava fazendo naquele momento?Dentro do quarto, ela encontrou uma caneta e papel, se sentou no sofá e colocou o papel na mesa de centro. Em seguida, ela se deitou de bruços e começou a escrever o acordo de divórcio.Após o casamento, o casal não comprou outra propriedade, não havia muitos bens para dividir. Ele havia dito que, após o divórcio, deixaria o apartamento do Condomínio Rosa e o Toyota para ela.Aurora não queria. Aquela era a casa que ele usou para enganá-la, ela não queria!E o carro, ela também não queria.O carro que ela estava dirigindo agora foi comprado por Bruno. No divórcio, ela pagaria a ele todo o dinheiro gasto na compra do carro, sem dever nada.Sem divisão de bens, sem compensação por perda de juventude ou algo do tipo. Qualquer propriedade que estivesse em nome de cada um deles ficaria com o respectivo dono, sem dívidas nem enrolações, apenas pedindo a ele que assinasse o divórcio.Se ele viesse exigir compensação por
Naquela época, ela ainda não estava apaixonada por ele, então não se importava.Agora que estava apaixonada e descobriu a verdade, ela estava se importando, e seu coração doía muito.Especialmente ao pensar nos últimos tempos, em sua companhia, em seu carinho... Doía ainda mais, ficava ainda mais irritada.Será que o carinho dele também era falso, também era para enganá-la?O pescoço ainda doía um pouco.Aquele idiota!Bruno era um grande idiota!Dona Olinda e os outros não souberam como responder.O Sr. Alves enganou a Sra. Alves desde o início, eles todos sabiam disso.- Quem de vocês tem um carregador de iPhone? Meu celular está descarregado, emprestem o carregador para eu usar um pouco.Dona Olinda estava prestes a responder quando seu colega ao lado a cutucou de leve, ela entendeu o recado e rapidamente disse:- O Sr. Alves também tem um iPhone, a Sra. Alves pode pedir emprestado o carregador dele.Aurora não deixou passar o gesto discreto entre elas.Ela sabia que, sem a permissã
Aurora lutou com todas as suas forças e finalmente conseguiu empurrá-lo para longe. Ele ainda queria continuar, e isso deixou Aurora tão irritada que ela lhe deu um tapa na cara.O som alto do tapa assustou o tio Camilo e os empregados.Bruno também ficou paralisado.Ele olhava para o rosto vermelho de Aurora, inflamado de raiva, enquanto ela o encarava, com os olhos ficando gradualmente vermelhos e lágrimas brilhando neles.Ele... Havia feito algo que a deixou zangada e magoada novamente.Bruno sentiu culpa.Ele achava que seu gesto de afeto poderia acalmar Aurora...O tio Camilo recuperou a compostura e rapidamente enviou uma mensagem para Nuno, pois Nuno era o verdadeiro mordomo dessa mansão, e tio Camilo estava apenas substituindo-o em sua ausência. Ele sentia que não conseguia mais lidar com a situação e precisava que Nuno voltasse.Que susto, a Sra. Alves realmente bateu no Sr. Alves!Era uma cena que eles, que trabalhavam na Mansão dos Alves havia muitos anos, nunca tinham prese
Tio Camilo e os empregados mal ousavam respirar.Após um momento, Bruno elevou a voz e ordenou a tio Camilo:- Vá pegar meu carregador para que a Sra. Alves possa usar!- Sim, senhor.Tio Camilo correu para ajudar Aurora a pegar o carregador.Ele não sabia se permitir que a Sra. Alves carregasse o celular indicava que o Sr. Alves a deixaria partir.Na verdade, tio Camilo também achava que o Sr. Alves não deveria manter a Sra. Alves em prisão domiciliar, deveria deixá-la ir embora e acalmar os ânimos entre eles.No entanto, tio Camilo não se atrevia a dizer tais palavras.O Sr. Alves valorizava demais a Sra. Alves e tinha medo de que, se ela fosse embora, não voltasse mais.Por isso, ele insistia em mantê-la ao seu lado, mas isso só aprofundava os conflitos do casal.Logo, tio Camilo trouxe o carregador.Ele entregou o carregador para Bruno.Bruno, por sua vez, passou o carregador para Aurora e, ao entregá-lo, segurou a mão dela, suplicando:- Aurora, por favor, não mencione mais o divó
Bruno também suspirou aliviado.Depois de um momento de silêncio, ele decidiu se aproximar e sentou em frente a Aurora.Ele pegou o garfo e tentou pegar comida para Aurora, mas ela levantou o prato e evitou receber a comida que ele oferecia.Bruno recuou, frustrado, e a comida que ele pegou com o garfo caiu em seu próprio prato.- Aurora, são todos pratos que você gosta, coma um pouco mais. - Disse Bruno gentilmente.Aurora não disse nada nem olhou para ele, apenas continuou a comer.- Eu vou descascar os camarões que você mais gosta. - Disse Bruno, colocando luvas descartáveis e começando a descascar os camarões para ela. No entanto, Aurora pegou um camarão com casca e começou a comê-lo, com casca e tudo.Bruno ficou amuado.Sua esposa nem lhe dava a chance de agradá-la.Nessa hora, a campainha tocou.Já estava escuro lá fora, e o tempo estava frio, quem viria visitar a essa hora?- Vou atender a porta. - Disse tio Camilo, saindo para abrir pessoalmente.Havia um carro estacionado em
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do