- Bruno, não se desespere, a vovó está indo agora mesmo. Onde vocês estão agora? - A avó tentou acalmar as emoções de Bruno.O fato de o jovem casal ter chegado a esse ponto, ela também tinha uma parcela de responsabilidade que não podia negar.Depois de gritar, Bruno ficou um pouco mais calmo e disse:- Vovó, mesmo que você venha, não vai adiantar nada. Todos nós estamos enganando a Aurora, e toda vez que ela nos vê, ela se lembra dos meses em que a enganamos.A avó suspirou e disse:- Eu te avisei antes... Então, encontre uma maneira por conta própria. Acalme a Aurora, se não conseguir acalmá-la, deixe que ela se acalme por alguns dias. Não a pressione demais...- Ela não vai sair de perto de mim nem por um passo! - A atitude dominadora de Bruno estava em pleno vigor neste momento.A avó ficou sem palavras e, por fim, desligou silenciosamente o telefone. Ao mesmo tempo, mentalmente, ela rezou pelo neto. Se ele não mudar esse seu temperamento arrogante, não irá se reconciliar com Auro
- Aurora? - Bruno chamou preocupado quando a viu olhando para ele em silêncio. - Você está bem?Será que ele exagerou um pouco?Será que ele a deixou com sequelas mentais quando deu o golpe na nuca?- Bruno!!!Aurora recuperou a consciência e gritou o nome de Bruno entredentes, se erguendo como uma leoa enfurecida e agarrando sua gola com uma mão, enquanto a outra se dirigia para a parte de trás do pescoço dele.Ela o xingava com raiva:- Bruno, seu idiota, grande idiota! Você realmente me deixou inconsciente com um golpe na nuca!A nuca dela estava doendo muito, oras!Esse idiota, ele dizia que a amava, mas a deu um golpe na nuca para fazê-la desmaiar? Amá-la era aumentar a dor que ela sentia?Ela queria que ele fosse catar coquinhos! Aurora não queria acreditar em mais nenhuma palavra dele. Nos últimos quatro meses, ela viveu em uma teia de mentiras que ele tecia. A confiança que ela tinha nele agora estava em zero!- Aurora, Aurora.Bruno não deixou Aurora acertar a nuca dele com fo
Aurora continuou:- Essa é a sua verdadeira personalidade, sempre colocando a si mesmo no centro, acostumado a dominar tudo, sendo autoritário, arrogante, egoísta e até um pouco obsessivo!As palavras de Aurora estavam cheias de ironia.Esse era o verdadeiro Bruno.Desde o início do casamento relâmpago, ele se comportava da mesma maneira. Mesmo que ele fingisse ser uma pessoa comum, sua personalidade já estava formada e não poderia ser mudada.Embora seu relacionamento tivesse se aquecido ao longo do tempo, eles tiveram algumas discussões e até mesmo guerras frias. Depois desses conflitos, a atitude autoritária e egocêntrica de Bruno diminuiu um pouco.Mas agora, ele mostrou seu verdadeiro eu novamente.Conviver com alguém como Bruno era muito difícil.Especialmente para uma mulher independente como Aurora. Quando ela entrava em conflito com um homem como Bruno, a briga só piorava e os conflitos se tornavam ainda maiores.Ele claramente queria acalmar Aurora, mas sempre acabava dizendo
Aurora saiu do quarto.Bruno seguiu atrás dela, em silêncio, sem ousar dizer uma palavra, apenas a acompanhando de perto.Ela desceu as escadas, ele desceu logo atrás.Ela saiu, ele também saiu.Afinal, agora ele era como a sombra dela.Aurora chegou à entrada da mansão e tentou abrir a porta, mas percebeu que estava trancada.Ela se virou, estendeu a mão na frente de Bruno e ordenou friamente:- Me dê as chaves!O mordomo tio Camilo, os guarda-costas e os empregados estavam observando de longe, ninguém se atrevia a se aproximar para aconselhar.Sra. Alves parecia furiosa.As palavras também foram geladas.E o jovem mestre deles agora era apenas uma sombra da Sra. Alves.Bruno tirou as chaves do bolso, mas em vez de entregá-las a Aurora, ele as jogou com força para fora, bem longe.Então, ele abriu as mãos e disse:- Eu não tenho mais as chaves.Aurora ficou ainda mais furiosa!Ela realmente queria agarrar a gola da roupa dele e bater nele com força.Aurora olhou para o tio Camilo e os
Aurora, irritada, frustrada e incapaz de sair da mansão, finalmente voltou para dentro da casa e se trancou em um dos quartos de hóspedes. Ela pensou em pedir ajuda à irmã ou a um amigo, pegou o celular e percebeu que ele já havia desligado automaticamente devido à falta de bateria.Aurora suspirou mentalmente: “Até o céu conspira contra mim!”Depois que Aurora se trancou no quarto, Bruno não a perturbou mais.Ele também estava procurando por ajuda.Como de costume, recorrendo a Paulo.Paulo tinha acabado de levar Stella de volta à livraria.Stella trouxe um carregador para carregar sua bicicleta elétrica.- Sr. Paulo, pergunte ao Bruno como ele está lidando com Aurora. - Disse Stella, preocupada com Aurora, que havia sido levada à força por Bruno.Paulo assentiu, dizendo:- Vou ligar agora mesmo para perguntar como eles estão.Embora ele tivesse dito isso, Paulo tinha um pressentimento ruim.Ele conhecia Bruno muito bem.Nesse assunto, Bruno provavelmente não conseguiria lidar bem.Is
Stella revirou os olhos, dizendo:- Eu entendo a Aurora melhor do que você, posso garantir que ela não faria isso. Deixe ela voltar.- Você não é ela, não posso confiar na sua garantia.Stella sentiu um espasmo em seus nervos.Bruno era como uma pedra, não importava o que ela dissesse, ele não conseguia ouvir uma palavra.Paulo pegou o celular de volta rapidamente e confortou Stella:- Não se importe com Bruno, ele está quase enlouquecendo agora. Ele nunca passou por algo assim, é normal que ele não saiba lidar com isso. Se você discutir com ele, quem vai ficar irritada é você.Stella abriu a boca, sem saber o que dizer.Normalmente, Bruno parecia maduro e estável. Embora sua expressão fosse séria, ele era bom em lidar com as coisas.Mas agora, ele estava mantendo Aurora presa ao seu lado, não permitindo que ela voltasse.- Bruno, como está Aurora agora? - Paulo perguntou com preocupação. - O que você fez com ela?- Eu... Eu não fiz nada com ela. Ela queria sair, eu tranquei a porta e
- Bruno, deixe eu me acalmar primeiro, quando eu pensar em uma boa solução, vou entrar em contato com você. Mas por favor, não faça mais nada que machuque a Aurora, caso contrário, vocês realmente não vão mais conseguir recuperar o seu coração nunca mais.Paulo ficou tão irritado com Bruno que só queria desligar o telefone rapidamente, para se acalmar e não soltar palavrões na frente da Stella. Ele tinha que se esforçar para manter sua boa imagem na frente dela.Com o exemplo de Bruno em mente, Paulo decidiu tratar Stella com sinceridade total, nunca mentindo ou enganando como Bruno costumava fazer com Aurora.Paulo não esperou pela resposta de Bruno e simplesmente encerrou a ligação.- Por que você desligou o telefone? Eu ainda queria tentar convencer o Sr. Alves. Se ele continuar fazendo daquele jeito, a Aurora só vai ficar cada vez mais irritada, e talvez até desenvolva ódio por ele.Paulo disse:- Você não ouviu direito o que ele disse, estou totalmente sem palavras e muito irritad
- E não é que ele não tem mais medo de perder, ele só decidiu enfrentar todas as consequências da mentira e encarar a realidade. E agora, ele só teve um momento de medo e agiu de forma impulsiva, cometendo alguns erros.Stella suspirou:- Podemos entender, porque isso não está acontecendo conosco, não conseguimos sentir a angústia e raiva que a Aurora está passando. De qualquer forma, eu não vou aconselhar a Aurora. Mesmo que eu queira aconselhar, será mais tarde. Agora ela está extremamente magoada, então por que eu ajudaria o Bruno? Isso só faria a Aurora se sentir pior. Ela foi enganada por alguém tão próximo, e se não nos solidarizarmos com ela, e ainda tentarmos convencê-la a perdoar o Bruno... Eu simplesmente não consigo fazer isso. Se eu tivesse a capacidade, eu mesma daria uma surra no Bruno em nome da Aurora. Eu me pergunto se o Sr. Pedro está ciente disso. Deixar o primo de Aurora dar uma surra em Bruno seria satisfatório.Paulo ficou em silêncio.Realmente, após muito esforç
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do