- Michel está bem?Depois do que tinha feito, Arabela havia voltado para casa com um pouco de preocupação pelo neto.Bernardo estava resfriado, o que causou muito desconforto à família, e a febre recorrente por si só já era suficiente para preocupar os adultos.Michel era um ano mais novo que Bernardo, e não havia como saber o que aconteceria com ele se realmente fosse infectado.- Eu não voltei para casa, então não vi Michel, mas acho que ele está bem, porque vi Madalena pela vizinhança indo para o trabalho como sempre.Depois de uma noite de reviravoltas, batendo nele e em Juliana, Madalena conseguiu ir para o trabalho como se nada tivesse acontecido.Ele estava bem, mas Juliana ainda estava no hotel, com medo de sair e ver pessoas, e os cinco dedos marcados em seu rosto ainda estavam intactos.Depois que as irmãs Garcia foram embora na noite anterior, Juliana o abraçou e chorou por um longo tempo, dizendo que ele era o culpado pela humilhação que ela havia sofrido, fazendo ele ficar
Cornélio e Arabela viram que o filho estava insistindo no divórcio. E como ele já tinha transado com Juliana, e Madalena os havia flagrado, dado o temperamento de Madalena, era impossível para ela suportar isso.Arabela se manifestou primeiro:- Daulo, depois que você e Madalena se casaram, você é quem esteve trabalhando e ganhando dinheiro, ela não tem renda nenhuma. Se vocês se divorciarem, vocês dois vão ao cartório e se divorciem, apenas diga a ela para arrumar as bagagens e ir embora. Ela não tem permissão para levar mais nada com ela.O divórcio era algo que já estava definido, então eles tentariam diminuir ao máximo as perdas que viriam com ele. Daulo disse:- Mãe, é impossível ela não levar nada com ela e sair sem um centavo desse casamento, a menos que ela não queira nada. Depois do casamento, ela não trabalhou, mas meu salário também faz parte da propriedade conjunta do casal e, quando ela pedir o divórcio, terei de dividir metade dele com ela. Embora o dinheiro para pagar a
- Diga a ela que cancelarão a divisão de despesas, dê a ela um pouco mais de dinheiro para despesas no futuro, nada de divórcio. Quanto a você e Juliana, tentem não deixar que ela veja quando vocês estiverem juntos.- Mãe, eu quero o divórcio! - Daulo foi muito insistente. - Juliana, uma garota que nunca se casou, já está comigo, eu tenho que ser responsável por ela, não quero que Juliana sofra mais.Arabela disse a ele:- Madalena não era uma moça que nunca se casou antes de se casar com você? Por que você não se responsabilizou por ela até o fim? E agora está fazendo-a sofrer por causa de outra mulher?- De que lado você está, mãe? – Reclamou Daulo.Arabela sentiu espasmos nos cantos da boca.Juliana era muito boa em agradá-los e eles não podiam deixar de gostar dela, mas Arabela sempre achou que Madalena era a melhor pessoa com quem Daulo podia levar uma vida. Madalena era alguém que havia sofrido e tinha uma mente dura, enquanto Juliana era a filha mais nova da família, mimada pelo
Cornélio continuou:- Não importa se você der um pouco de dinheiro para Madalena, não vá muito longe, você tem que deixar uma saída para que vocês possam se ver no futuro, mas Michel deve ser deixado para nossa família!Michel era o legado de sua família, seu sobrenome era Francisco!- Pai, eu prometo que vou lutar pela custódia do Michel.- Até que vocês dois se divorciem, não posso confiar em nenhuma de suas promessas. É melhor trazer o Michel para cá e deixar que sua mãe e eu fiquemos com ele. – Disse Cornélio.Daulo disse desamparado:- Pai, nem você nem minha mãe nunca cuidaram do Michel, e se eu o trouxer e ele acabar não se adaptando e começar a chorar?Arabela tomou a palavra:- É por isso que temos que trazê-lo, para nutrir o relacionamento. Além disso, se você se casar novamente mais tarde, é improvável que Juliana queira cuidar de Michel. Quantas madrastas são boas? Além disso, você e Juliana são jovens, logo terão seus próprios filhos, Michel não nasceu de Juliana, ela não
Bruno atendeu rapidamente à chamada.- Sr. Bruno, você está bem esta manhã? Está aguentando firme? Se não estiver, tire meio dia de folga após a reunião e volte para descansar.Ao ouvir a preocupação dela, Bruno se sentiu feliz. Ele se inclinou para trás na cadeira giratória preta e a girou para frente e para trás, enquanto dizia:- Eu tomei mais uma xícara de café quando voltei para a empresa, o que me ajudou a aguentar até agora. Já está quase no horário de almoço, então logo poderei tirar uma soneca.- Você não vai comer? – Perguntou ela.- Estou com tanto sono que nem tenho apetite, não quero comer.- Como você pode não comer? Você teve uma manhã agitada e, se não almoçar, vai ficar com gastrite e será difícil cuidar do estômago depois disso.O tom de Bruno era suave:- Eu só não quero comer.- Você pode dormir assim que terminar o trabalho aí. Eu vou levar a comida até a porta da sua empresa daqui a pouco e ligar para você quando chegar lá.Ele havia ficado acordado à noite toda p
A velhinha arrastou sua mala até o sofá e sentou-se com um baque, dizendo:- Bruno, vou me mudar para a casa onde você e Aurora moram.Bruno fez uma cara feia e respondeu:- Vovó, você me prometeu...- Não vou causar problemas, por que você está tão nervoso? Preocupado com o quê? - Disse a velhinha.Contradizendo Bruno, a velhinha continuou com convicção:- Fui expulsa de casa pelo seu pai e seu tio, não tenho para onde ir e vim pedir abrigo ao meu neto. Não posso? Você também vai me expulsar como eles fizeram?- Ah, ser velho é ser rejeitado. Para onde vou, sou expulsa. Qual é o sentido de ter filhos e netos? Melhor ter uma neta que seja mais amorosa.Bruno ficou com uma expressão sombria e disse:- Vovó, meu pai e meu tio nunca fariam isso com você. – Disse Bruno.A velhinha sorriu e disse: - Não posso dizer que foram minhas noras que me expulsaram, né? Meus filhos são meus, não importa o quanto eu os difame, eles não podem me culpar. Minhas noras não são minhas filhas, como posso d
- Eu ouvi alguém dizer “Nunca sinto ciúmes! Não persigo mulheres!” Você sabe quem disse isso? – Disse a avó.Bruno ficou com o rosto tenso, com a expressão fechada e os lábios firmes, sem dizer nada. Quando a avó finalmente parou de rir, mudou de assunto: - Letícia não está mais lá esperando por você?- Ela não vai mais me incomodar. – Respondeu Bruno.Nos últimos dois dias, Letícia não havia aparecido mais para esperá-lo.Ela também havia dito a Aurora que, assim que Sr. Alves arrumasse uma namorada ou se casasse, ela não iria mais incomodá-lo de jeito nenhum.Nesse aspeto, Bruno passou a ter uma boa opinião de Letícia. Ela não se disfarçava de alguém que procurava amor verdadeiro para separar casamentos, como muitas outras.- Ela sabe sobre você e Aurora? – Perguntou a avó.- Não, eu apenas mostrei minha mão esquerda e ela desistiu. – Respondeu Bruno.A avó riu e disse:- Você pensa que sua mão esquerda é o quê? Mostrou a mão e ela desistiu? Por que você não fez isso antes?Bruno s
Rivaldo levou sua avó para fora e os dois estavam se preparando para ir ao hotel para almoçar.Assim que saíram do edifício de escritórios, Rivaldo avistou Aurora com seus olhos atentos.- Vovó, agora entendi por que meu primo me pediu para levar você para almoçar. - Disse ele, apontando para a entrada da empresa e dizendo. - Minha cunhada chegou e trouxe uma marmita para o meu primo.Não era de admirar que seu primo estivesse tão ansioso para que ele levasse sua avó embora, achando que ela era um estorvo.A velha senhora parou e olhou por um longo tempo para a entrada da empresa com os olhos semicerrados, dizendo:- Realmente é a Aurora. Ligue para o seu primo imediatamente e peça para ele mudar de escritório. Vá para o seu escritório, não deixe a Aurora descobrir.Rivaldo fez um som de concordância e ligou para seu primo.Sem precisar de aviso, Bruno já sabia que Aurora havia chegado.Ele tinha um binóculo em sua gaveta, e depois de se despedir de sua avó, foi até a janela para olhar
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do