- Já comi. - Disse Aurora instintivamente. Depois de pensar um pouco, ela acrescentou. - Que tal se eu te acompanhar enquanto você come, e depois volto?Os olhos escuros de Bruno brilharam ao ouvir isso.- Vamos para o meu escritório. - Disse Bruno.Aurora olhou novamente para a multidão e perguntou, hesitante: - Não trabalho na sua empresa, posso entrar lá sem problemas?- Vou te levar, então não tem problema. - Respondeu Bruno, estendendo a mão para Aurora. Ela hesitou por um momento, mas acabou entregando a mão para ele.Enquanto segurava a mão dela, Bruno sorriu levemente, mas Aurora não percebeu.Ele segurava a marmita que ela havia trazido e levava Aurora consigo, atravessando a multidão surpresa e curiosa.- Presidente Bruno.- Presidente Bruno.Todos cumprimentavam Bruno com respeito.Eles também sorriam e acenavam para Aurora, como uma forma de cumprimentá-la e tentar adivinhar sua identidade.Ser levado pelo Presidente Bruno significava que ele gostava da pessoa.Por falar n
Enquanto abria a tampa da marmita térmica, Bruno explicou: - Se você trabalhasse em nossa empresa, saberia que há muitos diretores e vice-presidentes. Cada um tem uma área de responsabilidade diferente. Sou mais ou menos um meio-termo na empresa.Aurora sorriu e disse: - Ainda bem que não tenho habilidades para trabalhar na sua empresa, senão não conseguiria lembrar de tantos diretores.Bruno olhou profundamente para ela e disse: - Você está bem assim, livre e com uma renda decente. Você nem imagina quantas pessoas invejam a sua liberdade como autônoma.- Não gosto de ser controlada por outras pessoas. Por isso, assim que me formei, abri essa livraria em parceria com a Stella. A família dela nos ajudou muito, senão não teríamos conseguido a concessão para gerenciar essa livraria. - Explicou Aurora. Não era fácil abrir um negócio perto da escola.- Aquela árvore da sorte que está na mesa do Rivaldo, foi comprada na minha loja? - Perguntou Aurora, reparando num artesanato de árvore d
- Se eu ficar com ela, ela só ficará mais infeliz. Ela sempre reclama que sou desajeitado com as palavras e não sei dizer coisas bonitas. Ela gosta mais de você. – Disse BrunoAurora falou casualmente: - Então, vamos levar a avó para dar uma volta juntos.Bruno teve sucesso em seu plano malicioso e concordou: - Tudo bem.- O Sítio-Resort nos arredores é um bom lugar para relaxar. Amanhã levarei você e a avó lá.Depois de amanhã, Madalena e Daulo iriam discutir o divórcio, e como parentes próximos de Madalena, eles certamente teriam que ir apoiá-la pessoalmente durante este processoPortanto, ele só teria um dia para ter um encontro com sua esposa.O Sítio-Resort era um dos empreendimentos da família Alves, mas era comercializado e aberto ao público. Muitas pessoas costumavam passar suas férias lá.- Ouvi dizer que é muito bonito e divertido lá. – Disse Aurora.- Também nunca fui lá, não sei como é. – Disse Bruno.Aurora pegou o celular e pesquisou imagens do Sítio-Resort. Após vê-las
Mas agora não havia mais aquele acordo na penteadeira. Parecia que Aurora ainda estava desenhando na parte de trás daquele acordo...Meu deus!Aurora encarava Bruno, que estava dormindo profundamente. Ele havia destruído não apenas o desenho dela, mas também o acordo que havia entre eles. Na verdade, apenas a cópia do acordo que estava em sua mão havia sido destruída, enquanto a cópia de Bruno certamente era tratada como uma espécie de decreto sagrado por ele.Ela cutucou o rosto de Bruno com o dedo, mas ele não respondeu. Aurora cutucou-o novamente e murmurou: -Você destruiu meu acordo por acidente, mas o seu ainda está na sua mão. Isso não é justo, não tenho mais proteção.Deveria ela roubá-lo e destruí-lo também?Dessa forma, seria justo, nenhum deles teria um acordo para governá-los e ela se sentiria mais segura.Ao pensar que não tinha a oportunidade de entrar no quarto dele, Aurora começou a sentir dor de cabeça. Como poderia roubar o acordo de Bruno para destruí-lo?Talvez ela
Sem mencionar os oito primos mais novos de Bruno, apenas ele já a deixava preocupada.Antes de morrer, seu marido havia analisado seus nove netos e dizia que Bruno era o mais amoroso, mas também o que mais o preocupava. Ele havia dito que com a personalidade de Bruno, se ela não se intrometesse em seus assuntos amorosos, ele seria um solteirão para o resto da vida. Agora, parecia que seu marido estava certo.- Senhora, as questões do amor não podem ser apressadas. É um grande evento na vida de alguém, um compromisso para a vida toda. Se alguém escolher mal, como Madalena fez, mesmo que o divórcio não seja um problema atualmente, pode ser um desperdício de anos preciosos da juventude. O preço é muito alto. - Disse Dona Izete.O som da porta se abrindo foi ouvido do lado de fora.- O Sr. Alves e a Sra. Alves voltaram. – Disse Izete.- Lembre-se de como deve se referir a mim. - Alertou a velha senhora.Dona Izete assentiu vigorosamente.Quando Bruno e Aurora entraram pela porta, eles vir
No quarto de Aurora, ela estava ajudando a velha senhora a tirar as coisas da mala e a velha senhora até trouxe seu próprio copo de casa.- Vovó, o que aconteceu? Você vai se mudar? – Perguntou Aurora.- Aaai, não fale nisso, é tudo culpa dos filhos ingratos. Eles me fazem ficar preocupada todos os dias e ainda assim não consigo agradá-los. Então decidi deixá-los em paz e vim morar aqui por um tempo, assim eles não vão me incomodar tanto.Depois de ajudar a velha senhora a organizar suas coisas, Aurora foi para o banheiro preparar a água do banho e chamou:- Vovó, a água está pronta, a senhora pode tomar um banho quente primeiro.A velha senhora concordou e voltou rapidamente com seu pijama. - Por que eu sempre quis ter uma filha ou neta? As meninas são mais carinhosas. Olhe para Bruno, ele nem se importa comigo desde que vim aqui, mas você é muito atenciosa. – Disse a avó.Aurora sorriu e disse:- Vovó, quando me apresentou a Bruno, a senhora também disse que ele era muito atencioso.
Ela deu alguns passos e, de repente, a porta se abriu. Não era o seu quarto, era o quarto de Bruno.Ele estava vestindo um roupão quente e segurando um copo de água, como se estivesse prestes a beber.O casal se encontrou, olhando um para o outro. Bruno acendeu a luz casualmente e perguntou a Aurora: - Ainda não dormiu?Aurora disse timidamente: - Bruno, sua avó está roncando muito alto enquanto dorme. Não consigo dormir com todo esse barulho.Bruno caminhou até a porta do quarto dela, abriu-a e deu uma olhada. Ele realmente ouviu o alto ronco da avó, que claramente estava fingindo. Em seguida, ele fechou a porta silenciosamente e perguntou a Aurora:- Então, como você vai dormir?- Queria dormir com Dona Izete, mas ela já está dormindo e não consigo acordá-la. Ela trancou a porta por dentro, então não tenho escolha a não ser dormir no sofá. - Disse Aurora.Bruno foi pegar água para si mesmo e viu um travesseiro e um casaco no sofá. - Está muito frio e chovendo esta noite, meus pé
Bruno sabia que essa garota não era do tipo que gritava quando um homem tirava a roupa na frente dela. Ela apenas olharia com interesse e até tentaria tocar. Ele se endireitou e abandonou a atitude ambígua. Não era útil para ela.- Você consegue dormir se colocar algodão nos ouvidos? - Perguntou Bruno.Aurora balançou a cabeça e respondeu:- Não, isso não é confortável.Ela não tinha cobertor nem mesmo para dormir no sofá, e Bruno não podia pedir que ela dormisse no quarto de hóspedes sem uma cama. E estava um pouco frio esta noite.Depois de um momento de silêncio, ele pegou o copo de água e voltou para o seu quarto.- Venha dormir no meu quarto. - Disse Bruno com voz baixinha.Aurora ficou surpresa e hesitou por um momento.Foi engraçado como xingá-lo tinha funcionado.Bruno chegou à porta do quarto e se virou para ela. Vendo que Aurora ainda não se movia, ele ficou com uma expressão sombria e disse friamente: - Se você não gostar, durma no sofá.Ele se preparava para fechar a por
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do