No passado, quando Aurora ainda morava em sua casa, ela praticamente cuidava de todas as tarefas domésticas...Daulo pegou a colher descartável caída no chão e a jogou na lixeira embaixo da mesa.- Juliana, eu... Eu só vim aqui tomar café da manhã. - Ele se levantou e explicou a Juliana que ele havia vindo apenas para tomar café da manhã.Juliana olhou para Michel.Michel também olhou para ela, seu rostinho parecido com o de Madalena, seus olhos escuros e brilhantes. Ele era uma criança muito fofa.Juliana rapidamente desviou o olhar de Michel.Daulo explicou apressadamente:- Madalena estava ocupada agora há pouco e não havia ninguém cuidando de Michel. Então, quando estava tomando café da manhã, eu o coloquei ao meu lado para cuidar dele. Afinal, Michel também é meu filho.Ele sabia que Juliana não gostava quando a família mencionava Michel, muito menos que ele viesse visitar Michel.Juliana respirou fundo, reprimindo a raiva que surgia dentro dela. Ela realmente não gostava que o ma
Depois de dar uma olhada rápida em Juliana, Daulo sorriu brincando e disse:- Juliana, o sol nasceu do lado oeste hoje? Eu saí cedo para tomar café da manhã na cantina da Madalena e passei um tempo com o Michel. Quando te vi, fiquei com medo de que você brigasse comigo e me fizesse passar vergonha na frente da Madalena, mas surpreendentemente você até concordou em deixar eu levar o Michel para nossa casa. Pensei que você não gostasse de crianças, considerando como você trata o Bernardo.Desde que Bernardo arrebentou os cosméticos de Juliana da última vez, ela o detestava profundamente. Mas ele era filho da Carolina, e enquanto Carolina e Daulo não cortassem seu relacionamento de irmãos, eles ainda viriam aqui.Juliana estava com muita raiva deles, então sempre trancava a porta do quarto onde ela e Daulo dormiam quando Bernardo chegava, para que ele não pudesse entrar.Bernardo acabava deixando a casa alugada toda bagunçada, mas os sogros não se importavam e até achavam divertido, deixa
Juliana continuou:- Isso é benéfico para a felicidade de nossa família. Eu não sou uma pessoa mesquinha. Afinal, você é o pai de Michel e ainda paga pensão alimentícia para ele todos os meses. É importante manter um relacionamento pai-filho, caso contrário, seria um desperdício se você estivesse gastando dinheiro para criá-lo e ele não tivesse nenhum afeto por você. Além disso, já estamos juntos há tanto tempo e ainda não engravidei. Se trouxermos Michel para morar conosco por um tempo, talvez eu possa engravidar. Em nossa cidade natal, muitos casais passam vários anos sem ter filhos biológicos, mas depois de adotar uma criança, conseguem engravidar dentro de um ou dois anos.Daulo ficou radiante ao ouvir isso e elogiou Juliana:- Juliana, eu sabia que não estava enganado sobre você. Você é uma esposa sábia e uma mãe exemplar.- Qual mulher não quer ter uma vida tranquila e feliz ao se casar? Se não fosse pela maneira como sua família nos tratou, eu não teria me tornado uma mulher bri
Juliana foi inteligente o suficiente para não continuar com esse assunto.Não importava o quão problemática Carolina fosse, ela ainda era a irmã mais velha de Daulo.Daulo não podia simplesmente cortar os laços com sua irmã.De qualquer forma, ela já havia expressado sua intenção de se aproximar mais de Michel junto com Daulo, o que faria Madalena baixar a guarda. Com o tempo, o casal poderia sair com Michel e Madalena não iria se opor.Só assim, ela poderia concluir a tarefa que aquela senhorita desconhecida lhe deu.Juliana se confortava mentalmente: “Não me culpe por ser cruel, toda a minha família está sendo vigiada. Só preciso ajudar a levar Michel para lugares lotados, para que aquelas pessoas tenham a oportunidade de agir. Contanto que Michel seja obediente e se comporte, provavelmente nada acontecerá com ele.”Se alguém deveria ser culpado, que culpassem Aurora!Foi Aurora quem ofendeu alguém e eles estavam descontando em Michel.Além disso, aquela mulher também disse a ela qu
Natália manteve um sorriso e respondeu:- Além disso, posso vender vasos de flores, adubo para plantas, substrato nutritivo para o cultivo de flores e muito mais. Tenho todos esses itens em minha loja. O senhor precisa de algo em particular?Rivaldo apertou os lábios. Essa mulher na sua frente sempre falava com um sorriso, mas transmitia uma sensação de despreocupação, embora fosse afiada com as palavras.- Vou dar uma olhada primeiro. - Rivaldo falou e passou ao lado de Natália, entrando na loja e explorando a floricultura.Depois de dar uma volta, ele se virou e percebeu que Natália sempre o seguia de perto.Ela fingia ser cega, mas conseguia segui-lo, não era óbvio?- Senhor? - Natália não ouviu os passos leves de Rivaldo e o chamou na direção em que estava virada.Ao ver a expressão dela, Rivaldo ficou um pouco incerto se ela era realmente cega ou apenas fingia.Rivaldo decidiu testar Natália.Ele olhou ao redor da loja e, finalmente, fixou o olhar em um vaso de cacto. Ele pegou o
Rivaldo pegou o celular e verificou que não havia um código QR de Pix para pagamento no balcão. Ele perguntou a Natália:- Sua loja não aceita pagamento via Pix?Natália respondeu honestamente:- Eu não posso ver, então não tenho essas opções.Ela pegou o celular e mostrou a Rivaldo um modelo antigo com teclas, que só podia ser usado para fazer chamadas e enviar mensagens.Natália não podia ver, então só podia usar esse tipo de celular antigo, digitando os números no teclado com as mãos para fazer ligações. Ela não conseguia usar um smartphone.- Também coloquei um aviso na porta da loja, informando a todos que só aceitamos pagamento em dinheiro. Se alguém realmente não tiver dinheiro em espécie, e se minhas duas funcionárias estiverem presentes, os clientes podem escanear o Pix da minha funcionária primeiro, e depois ela me paga em dinheiro.Rivaldo assentiu e pegou a carteira, tirando uma nota de cem e entregando para Natália. Ele não informou a ela que era uma nota de cem.Em seguid
Bruno murmurou uma resposta afirmativa enquanto olhava para Rivaldo segurando um vaso de cactos. Perguntou curioso: - Você comprou isso?- Sim, antes de vir para o trabalho, dei uma passada na Primavera.- Primavera? - Bruno achou o nome familiar, como se já o tivesse ouvido de sua esposa.Rivaldo, sem esconder nada, respondeu sinceramente: - É a floricultura da Srta. Natália. Esse nome não é muito atraente.Bruno comentou de maneira indiferente: - Faz sentido, na primavera as flores desabrocham.Rivaldo ficou sem palavras por um momento.- Já que foi até lá, por que não comprou mais algumas flores? - Perguntou Bruno de novo.Rivaldo apertou os lábios e respondeu: - Minha intenção não era comprar flores. Esse cacto foi uma compra forçada.Ele não podia simplesmente sair da loja sem comprar nada depois de ela se machucar com os espinhos do cacto, não é?- Colocar um cacto na mesa do computador não fica tão bonito quanto um cacto ornamental. Os espinhos são longos, tome cuidado para
Ao ouvir isso, Natália ficou surpresa. Era alguém do Grupo Alves. Seria um funcionário ou alguém da família Alves? Natália não conseguia distinguir naquele momento. Ela pensou que, da próxima vez que Aurora fosse à sua loja comprar flores, poderia perguntar a ela quem estava usando aquele número de telefone.Aurora, sem saber que Rivaldo já havia começado a se aproximar de Natália, foi levada por Bruno de volta à livraria. Lá, conversou um pouco com Stella e recebeu a ajuda de colegas para tecer artesanatos. Primeiro, Aurora pediu que eles seguissem suas instruções para criar uma pequena peça artesanal. Depois de confirmar que as habilidades delas não estavam enferrujadas, Aurora distribuiu muitos materiais do pequeno depósito de sua loja para que elas pudessem levar para casa e continuar tecendo.Depois de se despedir das colegas, Aurora se virou para entrar na loja novamente, quando viu Letícia chegando de carro. Ela parou para esperar e observar Letícia estacionar e sair do carro.
Stella esfregou a testa, refletindo com um suspiro: - Eu sei que você nunca amou o Helder. Só fiquei com medo de que você se sentisse culpada. Mas ele está bem agora, sendo o herdeiro da família. Precisa enfrentar desafios para crescer e se tornar mais maduro. - Isso foi algo que sua mãe fez pelo bem dele, mandando-o para ser testado. Não tenho motivo para me sentir culpada. - Aurora respondeu com firmeza.Aurora voltou para o caixa, pegou o celular e comentou com um leve sorriso: - Vou avisar meu namorado antes que ele tenha alguma ideia errada. Ela sabia que Bruno tinha um temperamento possessivo e ciumento. Era melhor contar para ele sobre o encontro com Helder do que deixá-lo descobrir pelos seguranças. Aurora digitou uma mensagem rápida para Bruno, seus dedos movendo-se ágeis pelo teclado.Stella foi para a cozinha, seus pensamentos ainda no encontro inesperado. Pouco tempo depois, voltou com uma bandeja de uvas e colocou no balcão do caixa. - Helder trouxe estas, são aquelas
Aurora voltou à livraria com o coração leve, satisfeita por ter resolvido os problemas com a casa da família. O sol brilhava, refletindo seu bom humor. Ao abrir a porta da loja, foi surpreendida por uma visão inesperada.Helder, alguém que não via há muito tempo, estava ali. Ele havia tirado dois dias de folga, que junto com o fim de semana, somavam quatro dias para visitar seus pais. Sabendo que Aurora não estava na loja, ele decidiu passar por lá para ver sua prima. Stella, que estava atendendo um cliente, sorriu ao vê-la entrar, mas não teve tempo de dizer nada antes de Helder se virar para sair.- Aurora! - Helder exclamou, com um sorriso caloroso, chamando-a com o mesmo carinho de sempre. Havia uma emoção sincera em sua voz.- Helder? - Aurora piscou, surpresa. Ela o observou de cima a baixo, notando as mudanças em sua postura. - Quando você chegou? Faz tanto tempo. Você parece mais maduro e confiante.- Cheguei hoje. Minha mãe não está se sentindo bem. A fábrica está mais tranq
A Sra. Ferreira estava ansiosa para descobrir se Madalena e seu filho tinham contato frequente com João. Dalila, ao ouvir a Sra. Ferreira pedir para investigar Madalena, franziu a testa e perguntou: - Sra. Ferreira, você acha que João está interessado em Madalena?A Sra. Ferreira soltou um suspiro profundo, tentando manter a calma. - Madalena é uma mulher divorciada e gorda. João não tem um gosto tão ruim. Mas, devemos tomar cuidado. Quem sabe Madalena não está de olho em João? Dalila, a esposa ideal para meu filho é uma garota como você.Mesmo que Madalena não fosse divorciada, ela nunca teria a aprovação da Sra. Ferreira. Ela queria o melhor para seu filho, e Dalila parecia ser a escolha perfeita em todos os aspectos.Dalila refletiu por um momento antes de responder, seus olhos estreitando-se enquanto pensava. - É verdade, não pensei nisso. Eu achava que João nunca se interessaria por uma mulher divorciada, e que você nunca permitiria. Por isso, não considerei Madalena uma ameaç
No mesmo círculo social, era inevitável que se encontrasse de vez em quando. Madalena era uma mulher divorciada, e Sra. Ferreira apenas a mencionou de passagem. Dalila só tinha uma vaga lembrança de Madalena porque ela era irmã de Aurora.- Sim, Madalena se divorciou no ano passado. O marido traiu ela, e também havia relatos de violência doméstica. - Comentou a Sra. Ferreira, a voz tingida de desprezo pelo ex-marido de Madalena. - Além disso, ele exigiu que dividissem as despesas igualmente, mesmo sabendo que Madalena era dona de casa e não tinha renda própria. Ele claramente desprezava ela, e ela não percebeu isso a tempo.- Ouvi dizer que ela só descobriu a traição quando encontrou provas. Enquanto obrigava a dividir as contas, ele gastava dinheiro comprando presentes de luxo para a amante. - A Sra. Ferreira continuou, com desprezo. - Mulheres, especialmente as casadas, precisam ser espertas. Ame a si mesma antes de amar os outros. Se você não se valoriza, como pode esperar que seu
Capítulo 1216- Obrigada, Sr. João. - Agradeceu Madalena cortesmente e acrescentou. - Sr. João, vamos indo. Até logo.João, sempre preocupado com a segurança de Madalena e Michel, aconselhou: - Ande devagar. Michel, até logo.Michel acenou para João com a mãozinha, um sorriso inocente iluminando seu rosto. - Até logo, Sr. João.Madalena montou na moto e saiu com o filho, o motor roncando suavemente. João ficou parado, observando os dois se afastarem, seu olhar fixo na figura pequena e determinada de Madalena. Ele permaneceu olhando até que eles se tornaram pequenos pontos no horizonte. Só então ele voltou ao carro, um suspiro profundo escapando de seus lábios antes de seguir para a empresa.Assim que o carro de João começou a se mover, um carro de luxo estacionado cinquenta metros atrás também ligou o motor, o som do motor ecoando na rua tranquila.- Dalila, acelere um pouco. Vamos ultrapassar o carro do João e descobrir quem é aquela mulher. - Disse Sra. Ferreira, com uma ponta de u
Dalila estava dirigindo com confiança e um leve sorriso no rosto. O carro que ela estava usando pertencia à Sra. Ferreira, que o emprestou a Dalila para usar enquanto estava na Cidade G. Era uma demonstração de confiança e afeto, algo que Dalila apreciava muito.A Sra. Ferreira gostava muito de Dalila e queria muito que ela ficasse com João. Dalila, por outro lado, não estava com pressa para conquistar João. Em vez disso, ela passava seu tempo livre acompanhando a Sra. Ferreira em passeios e atividades, o que fazia com que a Sra. Ferreira gostasse ainda mais dela. Ela estava seguindo a estratégia de conquistar a sogra primeiro.Ouvindo o que Dalila disse, a Sra. Ferreira olhou rapidamente para fora da janela do carro. Dalila estava dirigindo e havia muitos carros atrás dela, então ela não podia parar de repente ou reduzir a velocidade. Quando a Sra. Ferreira olhou, já estavam muito distantes, mas uma mãe pode facilmente reconhecer seu filho.- É o João. - Disse a Sra. Ferreira com ce
- Cinco a seis mil reais por metro quadrado, mais ou menos. - Sandro respondeu, com um tom de voz que sugeria resignação.Aurora olhou para os dois tios e os dois primos, sua expressão severa. - Vocês têm alguma objeção? Se não, faremos como o avô sugeriu. Vou pedir a alguém para redigir o contrato e levar um notário para formalizar o acordo. Depois disso, a propriedade dos meus pais não incluirá mais os avós. - Ela respirou fundo, mantendo a postura firme. - Eles podem continuar morando lá, mas vocês precisam pagar o aluguel e as contas de água e luz. Não vamos tirar vantagem de vocês, mas também não aceitamos ser prejudicadas.Bruno se aproximou e sussurrou no ouvido de Aurora: - Primeiro, transfira a propriedade. Embora o nome na escritura ainda seja o de seu pai, precisamos que seus avós assinem um documento renunciando à herança para que você e Madalena possam herdar completamente.Aurora assentiu, entendendo a necessidade de resolver tudo legalmente. Havia uma determinação em s
Após trocarem olhares, Sandro perguntou com um tom de preocupação: - Aurora, vocês duas podem discutir e nos dar um preço pela casa e o terreno? - Se vendermos, quem vai pagar? Vocês ou os avós? - Aurora olhou para Sandro. Sandro suspirou, consciente da complicação. - Seria para os avós morarem, então eles pagariam. Mas depois da doença da vovó, as economias deles acabaram. Nós ajudamos a pagar as despesas médicas, mas eles não têm dinheiro suficiente. - Ele hesitou antes de continuar, sabendo que a resposta não seria bem recebida. - Podemos fazer com que os avós escrevam uma nota promissória, e eles pagam o que puderem agora e o resto fica pendente...Aurora levantou uma sobrancelha, incrédula. - Pendentes para vocês pagarem depois? - Ela sentia a irritação crescer, sabendo que essa era mais uma tentativa de passar a responsabilidade para elas.Madalena, tentando conter a indignação, perguntou: - Os avós estão idosos, sem renda. Como eles vão comprar uma casa? Sandro ficou em s
Sandro convenceu o velho Sr. Garcia a negociar com Aurora e Madalena sobre a questão da casa de Joaquim.- Está bem. - Aurora concordou. Ela preferia resolver isso por meio de negociações do que gastar tempo e energia com um processo judicial. Uma hora depois.Bruno arranjou uma sala privada no Hotel Internacional da Cidade G para a reunião entre eles. Madalena chegou acompanhada de Michel. Ela segurava a mão do filho com firmeza, buscando força no pequeno, que olhava curioso para todos ao redor. O velho Sr. Garcia também chamou Diego de volta. Ele sempre planejava deixar a casa de Joaquim para Diego, considerando-o seu neto favorito e confiando-lhe todas as decisões importantes. Diego, apesar de suas falhas, era visto pelo o velho Sr. Garcia como uma extensão de si mesmo.Quando Diego soube que Aurora usou Ronaldo para fazer um teste de DNA com seu avô, ele percebeu que continuar com a disputa seria inútil. Sentiu uma mistura de raiva e resignação. Aurora tinha sido mais astuta do