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Capítulo 1
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Amor que Mata Capítulo 2
Bem nesse momento, vi na tela gigante do shopping, em frente, a festa de aniversário dos sonhos de Milena. Ela estava diante de um enorme bolo de um metro e oitenta, de olhos fechados, fazendo um pedido. Vestia um vestido luxuoso, cravejado de cristais brilhantes. — Meu desejo é que meu pai, minha mãe e eu possamos ficar juntos para sempre, e que todas as crianças doentes do mundo possam se curar rapidamente. Abaixo do palco, uma onda de aplausos ecoou, e os presentes se empilhavam da sala até a porta. Meu pai fez um gesto grandioso com a mão. — Pela minha filha, doei dez milhões de reais para crianças doentes! Os aplausos se tornaram ainda mais entusiásticos, e todos celebravam meu pai e minha irmã. Lá estavam os três, juntos, tão felizes. Minhas lágrimas finalmente caíram. Atrás de mim, a multidão havia lotado o shopping, o tornando intransitável. — Com esse dinheiro, eu vou levar meu filho para agradecer pessoalmente à Srta. Milena. Se não fosse pela doação del
Amor que Mata Capítulo 3
Milena sorriu com desdém, ergueu o queixo e se encheu de orgulho. — Vamos entrar logo. É só uma garçonete. Depois que a festa acabar, papai e mamãe podem ensinar uma lição a ela. A água gelada da piscina entrou pelas minhas narinas, e eu já não tinha forças para lutar. Apenas deixei meu corpo exausto afundar até o fundo da piscina.Antes de fechar os olhos, ouvi a voz do meu pai.— Sejam bem-vindos à festa de aniversário da minha querida filha... Após a minha morte, minha alma permaneceu em casa.Eu observava meus pais conversando:— Faz tanto tempo que não vemos a Alzira. No próximo mês é o aniversário dela. Vamos chamá-la de volta. Nossa filha também vai fazer dezoito anos. — Essa menina realmente não tem noção. Nem atende o telefone. Que morra por aí! Mas, pais...Eu já estava morta, morri em uma noite fria de inverno.Eu nunca mais teria a chance de passar meu aniversário de dezoito anos.Lembro que, quando era pequena, as condições de casa não eram tão boas como são agora.
Amor que Mata Capítulo 4
Quando os pais chegaram ao hospital, o médico os recebeu com evidente desdém.— Essa paciente, Alzira, era realmente muito forte. Mesmo doente de forma tão grave, nunca reclamou de dor na nossa frente. Na época em que ela ainda estava no estágio inicial, eu a chamei para começar a quimioterapia, mas ela disse que não tinha dinheiro e foi embora sem dizer nada.— Quimioterapia? Que quimioterapia? Não diga besteiras! Minha filha é perfeitamente saudável! — Gritou o pai, avançando furioso, querendo agredir o médico.O médico recuou alguns passos, e o desprezo em seus olhos era evidente.— Nunca vi pais como vocês. A criança já morreu há tanto tempo, e vocês nem sequer sabiam.Os pais começaram a gritar, agarrando o jaleco do médico, como se estivessem à beira da loucura.— Alzira, onde está minha Alzira? Você está dizendo que ela morreu? Eu não acredito! Como é possível que minha filha, que estava bem, de repente tenha desaparecido? Vocês estão mentindo para mim! Eu vou processar este hos
Amor que Mata Capítulo 5
Eles entraram com a lanterna acesa e, assim que chegaram, sentiram o cheiro insuportável do local, que estava repleto de lixo por todos os lados. No interior, havia um colchão velho e sujo, que servia de cama para mim, e a única bagagem era a boneca que eu trouxera de casa. A boneca, naquele ambiente, era tão chamativa que parecia fora de lugar. Era evidente que já tinha muitos anos, mas, ainda assim, estava muito bem cuidada pela dona, com vários remendos feitos cuidadosamente. O colchão estava manchado de sangue, o que eu deixara antes de falecer. Meus pais estavam em estado de incredulidade diante da cena. Milena gritava do lado de fora, pois achava o lugar muito sujo e se recusava a entrar. — Pare de gritar! Você acha mesmo que temos tempo para os seus caprichos agora? Saia daqui! — Respondeu o pai, irritado.Milena ficou chocada ao ouvir os gritos do pai. Ela não esperava ser repreendida dessa forma e começou a chorar. No entanto, isso apenas os irritou ainda mais. — E
Amor que Mata Capítulo 6
Ao ampliar a imagem, percebeu que ela estava ligando para ela, perguntando se poderia lhe dar cem reais.— A culpa foi nossa por não acreditar em você na época... Foi a mamãe que te prejudicou! — Disse ela, antes de desabar em lágrimas e perder os sentidos. Meu pai perguntou se era possível recuperar as imagens das câmeras de segurança perto do depósito da escola. No vídeo, eu apareço arrastando meu corpo frágil, caminhando de forma trêmula de volta. Quando estava prestes a chegar à porta, caí violentamente no chão, com o sangue jorrando. Enquanto isso, ele estava na rua, não muito longe de mim, segurando a mão de Milena, sorrindo feliz enquanto a acompanhava até a escola.Se ele tivesse prestado mais atenção naquela hora, será que teria me visto?O vídeo avançou para o dia da minha morte. Vi Milena abrir minha porta e jogar meu corpo ao lado da lixeira.Nesse momento, meu pai não aguentou mais, se levantou e socou Milena, deixando seu rosto ensanguentado. A polícia correu para imped
Amor que Mata Capítulo 7
— Alzira, papai te decepcionou! Durante tantos anos, confiei na pessoa errada e, com minhas próprias mãos, te enviei para o túmulo. Céline, Alzira deixou alguma coisa para nós? — A Srta. Alzira deixou um diário. Ela me pediu para entregá-lo a vocês depois que ela partisse. ... [Hoje é meu aniversário. Papai me deu uma boneca. Eu a adorei! Vou carregá-la comigo para sempre, porque ela representa o amor de papai e mamãe por mim!] [Ultimamente, uma irmã chegou em casa. Papai pediu que eu fosse boa com ela, e mamãe disse o mesmo. Eu fui gentil com ela, mas ela me odeia. Não sei por quê. Mesmo assim, vou continuar ouvindo papai e mamãe e tratá-la como uma irmã de verdade.] [Hoje, minha irmã derrubou a antiguidade preciosa do papai, mas ela disse que fui eu quem quebrou. Papai me bateu tanto que meu corpo inteiro está dolorido. Não importa como eu tente explicar, eles não acreditam em mim. Estou muito triste.] Cada página era uma demonstração intensa de amor pelos pais. Ao lere
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Amor que Mata Capítulo 7
— Alzira, papai te decepcionou! Durante tantos anos, confiei na pessoa errada e, com minhas próprias mãos, te enviei para o túmulo. Céline, Alzira deixou alguma coisa para nós? — A Srta. Alzira deixou um diário. Ela me pediu para entregá-lo a vocês depois que ela partisse. ... [Hoje é meu aniversário. Papai me deu uma boneca. Eu a adorei! Vou carregá-la comigo para sempre, porque ela representa o amor de papai e mamãe por mim!] [Ultimamente, uma irmã chegou em casa. Papai pediu que eu fosse boa com ela, e mamãe disse o mesmo. Eu fui gentil com ela, mas ela me odeia. Não sei por quê. Mesmo assim, vou continuar ouvindo papai e mamãe e tratá-la como uma irmã de verdade.] [Hoje, minha irmã derrubou a antiguidade preciosa do papai, mas ela disse que fui eu quem quebrou. Papai me bateu tanto que meu corpo inteiro está dolorido. Não importa como eu tente explicar, eles não acreditam em mim. Estou muito triste.] Cada página era uma demonstração intensa de amor pelos pais. Ao lere
Amor que Mata Capítulo 6
Ao ampliar a imagem, percebeu que ela estava ligando para ela, perguntando se poderia lhe dar cem reais.— A culpa foi nossa por não acreditar em você na época... Foi a mamãe que te prejudicou! — Disse ela, antes de desabar em lágrimas e perder os sentidos. Meu pai perguntou se era possível recuperar as imagens das câmeras de segurança perto do depósito da escola. No vídeo, eu apareço arrastando meu corpo frágil, caminhando de forma trêmula de volta. Quando estava prestes a chegar à porta, caí violentamente no chão, com o sangue jorrando. Enquanto isso, ele estava na rua, não muito longe de mim, segurando a mão de Milena, sorrindo feliz enquanto a acompanhava até a escola.Se ele tivesse prestado mais atenção naquela hora, será que teria me visto?O vídeo avançou para o dia da minha morte. Vi Milena abrir minha porta e jogar meu corpo ao lado da lixeira.Nesse momento, meu pai não aguentou mais, se levantou e socou Milena, deixando seu rosto ensanguentado. A polícia correu para imped
Amor que Mata Capítulo 5
Eles entraram com a lanterna acesa e, assim que chegaram, sentiram o cheiro insuportável do local, que estava repleto de lixo por todos os lados. No interior, havia um colchão velho e sujo, que servia de cama para mim, e a única bagagem era a boneca que eu trouxera de casa. A boneca, naquele ambiente, era tão chamativa que parecia fora de lugar. Era evidente que já tinha muitos anos, mas, ainda assim, estava muito bem cuidada pela dona, com vários remendos feitos cuidadosamente. O colchão estava manchado de sangue, o que eu deixara antes de falecer. Meus pais estavam em estado de incredulidade diante da cena. Milena gritava do lado de fora, pois achava o lugar muito sujo e se recusava a entrar. — Pare de gritar! Você acha mesmo que temos tempo para os seus caprichos agora? Saia daqui! — Respondeu o pai, irritado.Milena ficou chocada ao ouvir os gritos do pai. Ela não esperava ser repreendida dessa forma e começou a chorar. No entanto, isso apenas os irritou ainda mais. — E
Amor que Mata Capítulo 4
Quando os pais chegaram ao hospital, o médico os recebeu com evidente desdém.— Essa paciente, Alzira, era realmente muito forte. Mesmo doente de forma tão grave, nunca reclamou de dor na nossa frente. Na época em que ela ainda estava no estágio inicial, eu a chamei para começar a quimioterapia, mas ela disse que não tinha dinheiro e foi embora sem dizer nada.— Quimioterapia? Que quimioterapia? Não diga besteiras! Minha filha é perfeitamente saudável! — Gritou o pai, avançando furioso, querendo agredir o médico.O médico recuou alguns passos, e o desprezo em seus olhos era evidente.— Nunca vi pais como vocês. A criança já morreu há tanto tempo, e vocês nem sequer sabiam.Os pais começaram a gritar, agarrando o jaleco do médico, como se estivessem à beira da loucura.— Alzira, onde está minha Alzira? Você está dizendo que ela morreu? Eu não acredito! Como é possível que minha filha, que estava bem, de repente tenha desaparecido? Vocês estão mentindo para mim! Eu vou processar este hos
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Milena sorriu com desdém, ergueu o queixo e se encheu de orgulho. — Vamos entrar logo. É só uma garçonete. Depois que a festa acabar, papai e mamãe podem ensinar uma lição a ela. A água gelada da piscina entrou pelas minhas narinas, e eu já não tinha forças para lutar. Apenas deixei meu corpo exausto afundar até o fundo da piscina.Antes de fechar os olhos, ouvi a voz do meu pai.— Sejam bem-vindos à festa de aniversário da minha querida filha... Após a minha morte, minha alma permaneceu em casa.Eu observava meus pais conversando:— Faz tanto tempo que não vemos a Alzira. No próximo mês é o aniversário dela. Vamos chamá-la de volta. Nossa filha também vai fazer dezoito anos. — Essa menina realmente não tem noção. Nem atende o telefone. Que morra por aí! Mas, pais...Eu já estava morta, morri em uma noite fria de inverno.Eu nunca mais teria a chance de passar meu aniversário de dezoito anos.Lembro que, quando era pequena, as condições de casa não eram tão boas como são agora.
Amor que Mata Capítulo 2
Bem nesse momento, vi na tela gigante do shopping, em frente, a festa de aniversário dos sonhos de Milena. Ela estava diante de um enorme bolo de um metro e oitenta, de olhos fechados, fazendo um pedido. Vestia um vestido luxuoso, cravejado de cristais brilhantes. — Meu desejo é que meu pai, minha mãe e eu possamos ficar juntos para sempre, e que todas as crianças doentes do mundo possam se curar rapidamente. Abaixo do palco, uma onda de aplausos ecoou, e os presentes se empilhavam da sala até a porta. Meu pai fez um gesto grandioso com a mão. — Pela minha filha, doei dez milhões de reais para crianças doentes! Os aplausos se tornaram ainda mais entusiásticos, e todos celebravam meu pai e minha irmã. Lá estavam os três, juntos, tão felizes. Minhas lágrimas finalmente caíram. Atrás de mim, a multidão havia lotado o shopping, o tornando intransitável. — Com esse dinheiro, eu vou levar meu filho para agradecer pessoalmente à Srta. Milena. Se não fosse pela doação del
Amor que Mata Capítulo 1
Fui diagnosticada com câncer em estágio terminal e queria pedir cem reais aos meus pais bilionários para comprar roupas fúnebres, mas eles me xingaram por três horas seguidas. — Você tem ideia de quanto tempo cem reais podem sustentar uma criança numa região pobre? Como eu pude gerar uma filha tão perdulária como você? Mimada desde pequena e agora vem me dizer que tem câncer? Se você tem coragem, morra de verdade pra eu ver! — Gritou o pai.Sentada, desesperada, na porta do hospital, toquei o bolso e senti as únicas duas moedas que me restavam, o suficiente para pegar o ônibus de volta para casa. Já fazia dias que eu não comia até me saciar, enquanto meus pais biológicos gastavam fortunas para reservar a Disneylândia inteira para minha irmã adotiva. Eles me expulsaram para um porão remoto sob o pretexto de que "meninas devem ser criadas na pobreza". Ao voltar para o porão, abracei a única boneca que me pertencia e não quis mais voltar para casa. Já estava quase adormecendo qu
