Share

CAPÍTULO 0005

Author: Saudade
Catarina ainda nem teve tempo de dizer o seu assunto.

Ao seu lado, chegaram dois empresários, também querendo agendar uma reunião com Sr. Cortez.

“……”

Realmente, ele é ocupado.

A recepcionista, claramente experiente, manteve um sorriso profissional, respondeu:

— O Sr. Cortez está muito ocupado no momento e não é possível aceitar novos agendamentos. Por favor, deixe suas informações, e eu entrarei em contato quando houver disponibilidade.

Os outros estavam registrando suas credenciais de maneira formal.

Catarina espiou de relance e percebeu que, como simples trabalhadora, ela não tinha qualquer vantagem ali.

"Sr. Cortez, sou a autora do design da peça “Menina dos Desejos” que foi leiloada pela família Cortez há quatro anos. Gostaria de exibi-la em uma exposição. Por favor, entre em contato comigo."

O prazo para a organização da exposição era curto, e Catarina estava ficando ansiosa.

Sempre que tinha um intervalo entre o trabalho, fosse de manhã, tarde ou noite, ela passava na empresa da família Cortez para tentar falar com ele.

A recepcionista já até a reconhecia.

— Srta. Catarina, o Sr. Cortez realmente não tem disponibilidade.

— Tudo bem, eu continuo esperando.

Catarina estava ficando desanimada. Esse herdeiro era realmente difícil de encontrar!

— Querida, a família do seu ex-marido, por acaso, não tem boas relações com a família Cortez? Será que não rola uma ajudinha pra me apresentar?

— Sua família pode até ter contato com eles, mas eu não posso falar com meu ex-marido.

Beatriz Oliveira espalhou sobre a mesa mais de dez plantas de imóveis comerciais.

— Querida, escolha um lugar que goste! O estúdio vai precisar de tempo para reforma, não podemos demorar muito mais.

Catarina olhou para as opções e gostou de todas.

— Estão ótimas, confio no seu gosto. Você decide.

— Adivinho, que você diria isso. Bom, já que estou cansada de escolher, escolho essa mais cara.

A decisão de Beatriz fez o corretor à beira de quase se ajoelhar de gratidão.

Nesse momento, o celular de Catarina tocou.

Era uma ligação de Thiago Ribeiro.

— Catarina, não esqueceu que hoje é meu aniversário, né? Reservei uma sala VIP, vou te mandar o endereço. Só falta você chegar.

Eles eram colegas da universidade.

— Ok, até logo.

Quando Catarina abriu a porta do camarote, não se surpreendeu ao ver Ricardo sentado ao lado de Thiago.

Naquele instante, Ricardo segurava um cigarro entre os dedos, um copo de bebida na outra mão. Seu olhar passou por ela sem sequer uma pausa.

— Catarina, que bom que veio! Senta aqui.

Thiago levantou-se imediatamente, tentando agir como pacificador. A intenção era óbvia.

Todos ali eram amigos em comum, e sabiam que Catarina e Ricardo haviam terminado pouco antes do casamento.

— Feliz aniversário, Thiago.

Catarina tinha se atrasado porque estava preparando o presente.

Ao retirá-lo da bolsa, sem querer, deixou cair no chão alguns projetos imobiliários dados pelo corretor.

— Obrigado.

Thiago aceitou o presente, mas, ao notar os papéis no chão, não perdeu a chance de brincar:

— Catarina, agora entendi por que anda tão ocupada para desaparecer dos encontros. Está organizando seu casamento, né?

Ao ouvir isso, Ricardo lançou um olhar de soslaio para ela, sem dizer nada.

A curva em seus lábios exalava um sarcasmo despreocupado.

— Catarina, senta aqui.

A sala estava tomada pela fumaça do cigarro. Catarina escolheu um assento próximo à porta para aproveitar o ar fresco.

Thiago olhou para os dois, que ainda fingiam ser estranhos um para o outro, e continuou a persuadir:

— Ricardo, não é fácil para a Catarina organizar o casamento sozinha. Vocês têm mais de dez anos de história juntos, não podem brigar por uma coisa tão pequena.

Os amigos estavam todos tentando convencer Ricardo a ser mais magnânimo como homem.

Ele colocou o copo na mesa, soltou a fumaça do cigarro e olhou diretamente para Catarina.

— Já que todos estão aqui, vou aproveitar para deixar tudo claro.

Seu tom era firme.

— Todo esse drama é porque você está sendo irracional. Você precisa admitir seus erros.

Catarina estreitou os olhos.

— A Inês veio de uma família humilde e teve que lutar muito para conseguir estudar. Você, por outro lado, sempre foi uma patricinha mimada, que nunca soube o que é esforço de verdade. Mas agora que sua família faliu, já passou da hora de deixar essa arrogância de lado.

Ao ouvir o nome da família Vasconcelos, o olhar de Catarina ficou instantaneamente frio.

— Nasci na família Vasconcelos, não tenho motivo para me sentir inferior.

Para ela, a família Vasconcelos e seu pai eram as lembranças mais calorosas do seu coração. Aquilo nunca foi sua fraqueza.

Mas Ricardo transformava sua intimidade em uma lâmina afiada.

— Ricardo, a Catarina também foi mimada por você. Isso é como um troféu seu.

Pedro também tentou ajudar Thiago a aliviar a tensão.

Nesse momento, o celular de Ricardo tocou.

— Inês, ainda está com febre? Ouça o médico e descanse. Fique quietinha, não saia por aí. Eu já estou indo te ver.

Ele pegou o paletó e se levantou.

— Preciso ir. Na próxima, eu pago a rodada.

Ao passar por Catarina, viu que ela estava de cabeça baixa.

Achou que finalmente estava refletindo sobre seus erros.

— Catarina, pense bem no que fez de errado. Se não admitir, não vou continuar com os preparativos do casamento. Pense direito.

Catarina ignorou sua saída.

Ela estava ali para jantar.

— Por que todos estão me olhando?

Pedro Castro tossiu duas vezes antes de dizer:

— Catarina, não precisa ser tão sensível. Afinal, a Inês foi uma estudante que o Ricardo patrocinou, é natural que ele se importe. Homem tem compromissos sociais lá fora, às vezes faz parte do jogo. O importante é que ele sempre volta para casa.

Thiago, com medo de que Catarina ficasse chateada, apontou para o plano de decoração em sua bolsa e perguntou:

— Tem algo em que possamos ajudar?

— Não precisa.

Catarina apenas sorriu.

Para eles, dado o relacionamento de infância entre Catarina e Ricardo, sabiam que ela era fácil de convencer. Agora, era só uma questão de definir a data do casamento e esperar para serem convidados para a festa.

---

Catarina trabalhava enquanto fazia uma chamada de vídeo com a mãe.

— Filha, como foi o encontro com David? Ele entrou em contato com você depois?

— Não, deve estar ocupado.

— O Roberto disse que ele nunca namorou, então deve ser tímido e não sabe como puxar assunto.

Tânia Vasconcelos olhou hesitante para o fundo da chamada, onde via o novo apartamento da filha.

— Filha, quando você era pequena, eu já percebia que você e o Ricardo eram muito próximos. Esses anos todos, você ficou sozinha em Cidade J e ainda trabalhou na empresa dele… Você e o Ricardo estão…?

— Mãe, eu pedi demissão.

O sorriso de Catarina foi firme.

— Quero um trabalho que eu goste. Já tenho idade para casar, ter filhos e realizar os sonhos que tive quando era criança.

Ela havia esperado pela pessoa errada.

Então muda um novo.

Ela não ficaria mais presa ao passado. Seu olhar agora estava voltado para o presente e o futuro.

Após desligar a chamada, continuou a preparar os materiais para o evento.

O celular vibrou.

Era uma mensagem de David Costa.

"Senhorita Vasconcelos, desculpe, estive muito ocupado com o trabalho nos últimos dias. Você tem tempo na noite de sexta-feira? Quero te convidar para jantar."

Ela riu discretamente e, enquanto digitava, comentou:

— Com certeza foi minha mãe conversando com o Tio Roberto. Os pais pressionaram, então ele teve que tomar a iniciativa de me procurar.

Ela sempre levava a sério todo o processo de um encontro arranjado.

"Tenho, me avise o restaurante."

"Combinado."

Do outro lado, o Ricardo sentiu fome no meio da noite, a ponto de seu estômago começar a doer.

O sanduíche que os empregados haviam preparado continuava intocado sobre a mesa. De repente, ele sentiu vontade de comer algo quente.

Ele se lembrou do capeletti em caldo quente que Catarina costumava fazer para ele.

Desceu as escadas e foi até a cozinha, revirou a geladeira, mas não encontrou nada.

Franziu a testa, pressionando a mão sobre o estômago incomodado, e pegou o celular para lhe enviar uma mensagem.

"Onde você comprava aquele capeletti que sempre fazia para mim?"

A mensagem foi enviada.

Mas um ícone vermelho apareceu.

“Mensagem enviada, mas recusada pelo destinatário.”

Ricardo: "..."

Ele foi bloqueado?
Continue to read this book for free
Scan code to download App

Related chapters

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0006

    Ricardo Albuquerque passou a noite inteira com dor de estômago, a sua cara não estava nada boa.— Senhor, a refeição da manhã está pronta.Dona Rosa trouxe uma tigela de capeletti e começou a limpar a casa.Ricardo sentou-se à mesa e, enquanto ainda estava quente, deu uma mordida grande.Talvez porque não conseguiu comer quando mais queria na noite anterior, agora, ao provar, o sabor já não era bem aquele que ele desejava.— Da próxima vez, compre a mesma marca de antes.— Senhor, os capelettis que o senhor costumava comer eram feitos à mão pela Srta. Vasconcelos. Mas isso dá muito trabalho, então achei que os do supermercado seriam iguais.Ricardo comeu apenas dois.Ele pousou os talheres e, de repente, levantou-se, dizendo:— Não faça mais capelettis no café da manhã.— Ah, então amanhã preparo pão de queijo e café.A Dona Rosa não entendia. Quando a Srta. Catarina estava aqui, o senhor não parecia tão exigente com a comida.Depois de limpar a cozinha, a Dona Rosa pegou as correspond

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0007

    Ricardo Albuquerque sentiu um aperto no peito. Primeiro, ela o bloqueou, agora, nem sequer se preocupava com ele.Era preciso admitir, dessa vez, Catarina estava interpretando bem a cena de um término.Ela saiu rápido demais. Rápido o suficiente para parecer que estava fugindo, com medo de que ele percebesse alguma brecha em sua atuação.Ela realmente queria terminar?Impossível!Do começo ao fim, não houve um verdadeiro desentendimento entre eles. Ela não chorou, não gritou, não fez escândalo... essa não era a postura de alguém que queria terminar de verdade.Isso não passava de uma guerra silenciosa. E, nesse tipo de embate, quem ceder primeiro, perde.Ricardo simplesmente não acreditava que Catarina realmente não se importava.O elevador VIP parou no 17º andar.O Sr. Fontes olhou surpreso para o presidente da empresa, que aparecia pela segunda vez ali.Ele deveria explicar a situação da Srta. Vasconcelos ou ficar em silêncio?O olhar de Ricardo varreu a sala, mas a mesa de Catarina

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0008

    — Sr. Albuquerque, você está querendo tudo ao mesmo tempo?Eduardo não demonstrou qualquer receio diante do aviso de Ricardo Albuquerque, ao contrário, questionou ao sorrir:— Ouvi dizer que você arranjou uma nova secretária e transferiu Catarina para outro setor. Se você e ela terminaram, então precisa aceitar que agora ela pode ter outros homens ao seu redor.— Terminamos? Isso foi ela que disse?O olhar de Ricardo ficou sombrio, seu olhar carregado de escuridão. Ele não esperava que os pretendentes ao redor de Catarina Vasconcelos surgissem tão rápido.O incessante zumbido dessas "abelhas" em volta dela irritava seus nervos, enchendo-o de frustração e raiva.— Eu e Catarina nunca terminamos!Desde a época da faculdade, eles estavam juntos. Sete anos inteiros, e Catarina nunca havia se afastado dele.Ele era a pessoa mais importante em seu mundo. Não havia a menor chance de que ela realmente quisesse terminar.— Sr. Albuquerque, acho que me entendeu mal. Meu encontro com Catarina aq

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0009

    — Senhorita Catarina, há quanto tempo?Leonardo Cortez vestia um terno preto impecável com uma camisa branca, e a gravata bem ajustada acrescentava um toque ainda mais formal. Sua elegância inata e nobreza faziam dele o centro das atenções na cafeteria, atraindo os olhares dos outros clientes.— Senhor Costa, o que faz aqui?Catarina olhou para ele, surpresa:— Estava trabalhando por perto?— Sim, acabei de sair de uma reunião.Leonardo lançou um olhar discreto para o laptop e os documentos à sua frente e perguntou em voz baixa:— A senhorita está muito ocupada com a exposição que está organizando? Se eu tomar um café aqui, não vou atrapalhá-la?Ao ouvir isso, Catarina virou a cabeça para olhar na direção do prédio do Grupo Cortez.Até agora, Leonardo não havia aparecido, mas ela continuava esperando, relutante em desistir.— Não atrapalha.Ela organizou os documentos sobre a mesa e, lembrando-se de algo, perguntou:— Senhor Costa, não precisa voltar para a empresa? Pelo que me lembro,

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0010

    O tom incisivo de Pedro Castro não abalou Catarina Vasconcelos, cuja voz permaneceu tranquila:— Recebi a notícia.— Então por que ainda não foi ao hospital?Pedro olhou em direção à sala VIP, sem entender o motivo de sua presença ali.— Com quem você está se encontrando? Seja por trabalho ou por assuntos pessoais, duvido que alguém possa ser mais importante que Ricardo.Pedro não era colega de faculdade deles. Tornaram-se amigos quando assumiu a sucessão da família. Naquela época, ele e Thiago Ribeiro costumavam brincar que faltava uma amiga de infância ao lado deles.Já Catarina, sempre esteve ao lado de Ricardo, cuidando de cada detalhe de sua vida, do trabalho à rotina.Para aqueles que desejavam assumir os negócios do pai, o ambiente estava repleto de disputas ferozes entre famílias poderosas.O trabalho era exaustivo, repleto de reuniões intermináveis e noites mal dormidas. Ricardo tinha problemas estomacais e, certa vez, para fechar um contrato, bebeu tanto durante três dias seg

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0011

    Ao se perceber que o elevador VIP apresentou uma falha.A primeira reação de Catarina foi olhar o relógio, havia documentos para assinar, e qualquer atraso seria problemático.Diferente dela, Inês Rainha entrou em pânico imediato, socando e chutando desesperadamente a porta do elevador.— Não! Eu não quero ficar presa aqui! Se o elevador cair, nós vamos morrer sem deixar rastros!Os chutes de Inês fizeram a estrutura vibrar com um som estridente.Subitamente, Catarina franziu as sobrancelhas e a puxou para trás, falando friamente:— Você não tem noção de segurança? Em caso de falha no elevador, é preciso manter a calma e esperar. Se continuar chutando, pode acelerar a queda. Fique quieta!Ela pressionou o botão de emergência.Inês parecia querer retrucar, mas hesitou.Quando a linha de emergência foi atendida, ela despejou sua frustração na equipe de segurança:— Como é possível que um elevador VIP esteja com defeito? Arrumem logo isso e nos tirem daqui!— Pedimos desculpas, mas o sist

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0012

    Ricardo Albuquerque segurava Inês Rainha nos braços, o olhar cheio de confiança ao encarar Catarina Vasconcelos.Sua postura era tão natural que parecia estar com uma mulher em cada lado, é uma coisa normal.Catarina ainda sentia o braço dormente, sem sensibilidade.O membro pendia ao longo do corpo, escondido pela manga da camisa de seda.Sem demonstrar qualquer emoção, ela ignorou o olhar controlador de Ricardo e estendeu o documento com a mão esquerda.— Preciso da sua assinatura nesta documentação.Ao ouvir isso, Ricardo franziu as sobrancelhas, irritado.— Você me procurou tantas vezes, agora me impede de sair… tudo isso só por causa desse documento?Não era ciúme?Não era um pedido de desculpas?— Sim, este documento é importante.Catarina se aproximou, mantendo-se profissional.— A exposição de joias é um projeto sob minha responsabilidade. Naturalmente, é minha maior prioridade.Ao fundo, Inês ainda fingia estar prestes a desmaiar.Ricardo, é natural estar preocupado com Inês,

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0013

    Catarina realmente não esperava que essa fosse a condição de Leonardo.— Posso perguntar o motivo?Leonardo inspirou profundamente, baixando levemente os olhos antes de responder:— Admiro a vitalidade das suas criações. Com o passar do tempo, sua segunda obra terá ainda mais valor. E eu confio no meu faro para investimentos.Depois de dizer isso, ele a observou atentamente e perguntou, em um tom de leve provocação:— Srta. Vasconcelos, pretende me recusar?Catarina pensou por um momento e, então, sorriu suavemente, abandonou a cabeça.— Com uma proposta dessas, não tenho motivos para recusar. Embora seja eu quem precise do seu favor, sua condição me dá a sensação de que estou no controle. — Ela pausou e continuou. — Há muitos designers renomados no mercado. Sou desconhecida. Mesmo se minha segunda peça fosse concluída, ela dificilmente teria valor de coleção. Mas se eu projetar uma peça exclusiva para a família Cortez… é a minha reputação que será beneficiada.Leonardo não se surpreen

Latest chapter

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0030

    — Catarina, eu vim de Cidade J só por você. Passei a tarde inteira organizando tudo. Isso ainda não é suficiente? O que mais você quer que eu faça? Essas são as coisas de que você gosta! Por que, de repente, você mudou?— Eu já disse que não preciso disso.Catarina manteve a mesma postura firme, sem permitir que Ricardo rompesse a distância entre eles.— Me seguir até aqui só me faz sentir medo. Ricardo, pare de se emocionar com suas próprias ações. Nós já terminamos.Ouvir novamente a palavra "terminamos" fez a raiva subir pelo corpo de Ricardo.— Catarina, pare de fingir. — Ele forçou um sorriso e tentou desmascará-la. — Você me mandou a confirmação da passagem para que eu viesse atrás de você. Sei que está brava. Você não confia em mim e, mesmo assim, eu vim te procurar. Agora, chega. Não diga mais essa palavra.Mesmo em seu pedido de desculpas, Ricardo carregava arrogância.Para ele, dar um passo na direção dela já era mais do que suficiente.Não era só dar um pouco de atenção que

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0029

    Nos braços de Ricardo, havia um enorme cão de pelúcia branco.No bolso do brinquedo, ele colocou cuidadosamente os chocolates de que Catarina costumava gostar.— Catarina, este boneco foi feito à semelhança de Luca. Sei que você sempre sentiu falta dele. Agora, ele pode voltar para o seu lado.Catarina respirou fundo.Luca era o Samoieda que teve na infância, tão fofo quanto uma nuvem de algodão.Quando ele morreu, Catarina chorou por dias e prometeu nunca mais ter um cachorro.Por um momento, seus olhos refletiram uma breve hesitação.— Mana, olha só! Luca é um presente especial do Ricardo para você. Aceita logo!A voz veio de trás.Gabriel Vasconcelos, sentado na cadeira de rodas, surgiu entre a multidão com um sorriso inocente no rosto.Todos pareciam profundamente tocados pelo grande gesto romântico.Exceto Catarina, cujo rosto permaneceu impassível.— Gabriel, você está bem? Por que saiu da escola mais cedo?— Estou bem. O Ricardo disse que queria te fazer uma surpresa, então saí

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0028

    — Catarina, qualquer coisa que decidir fazer, mamãe sempre vai te apoiar.Tânia Vasconcelos percebeu as mudanças na filha, mas nunca fez muitas perguntas.Desde pequena, Catarina sempre foi organizada e determinada.Nunca precisou que ninguém ficasse preocupado com ela.A única coisa que Tânia podia fazer era amá-la ainda mais.Depois de apenas meio-dia em casa, Catarina já estava aproveitando a vida de filha mimada.— Mamãe, eu tinha um baú de tesouros quando era pequena. Na mudança, acabei não organizando ele. Ainda lembra onde está?— Naquela época, você chorou dizendo que não queria mais, mas eu guardei.Tânia foi até o guarda-roupa e trouxe de volta o baú, perfeitamente limpo e bem cuidado.— Obrigada, mamãe.Sentada no sofá com as pernas cruzadas, Catarina abriu a caixa.Lá dentro, estavam os antigos esboços de seus primeiros designs de joias.— Minha inspiração era realmente boa. Esses esboços de design ainda parecem atuais. Naquela época, eu mostrei para o meu pai com orgulho,

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0027

    Nos últimos dias, Ricardo Albuquerque permaneceu em casa se recuperando.Catarina Vasconcelos sequer apareceu uma única vez.Ela estava claramente preocupada, mas até quando conseguiria se segurar?Durante esse tempo, os documentos da empresa foram entregues por Inês Rainha.Naquela noite, Ricardo desceu as escadas depois do banho, vestindo apenas um robe.Inês observava discretamente o peito parcialmente exposto dele. Seus olhos brilhavam com um desejo disfarçado.— Sr. Albuquerque, estes são os documentos que precisam da sua assinatura.O clima na casa estava carregado. Ricardo, sentado ali, sozinho, transmitia um ar ainda mais sombrio.Inês, ansiosa para agradá-lo, se aproximou mais um pouco.— O senhor já jantou? Sei que tem problemas no estômago… — A voz dela saiu melosa, quase sussurrada. — Sou ótima na cozinha. O que quiser comer, eu posso preparar para você.E se fosse ela o prato principal, seria ainda melhor…Ricardo olhou em direção à cozinha.Ia recusar, mas de repente, mud

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0026

    — Tenho trabalhado muito ultimamente e não descansei direito. Estou com um pouco de dor de cabeça.Leonardo Cortez colocou a pequena escultura do pássaro no banco de trás. Ao lado, havia um frasco de analgésicos importados.Catarina Vasconcelos reconheceu a embalagem.Ela já tinha tomado esse remédio antes.— Esses comprimidos não devem ser tomados de estômago vazio. São muito agressivos para o estômago. Você já comeu alguma coisa?Leonardo pensou por um momento.— Não.No banco da frente, o motorista ficou surpreso.O senhor não tinha acabado de sair de um jantar?— Vai tomar agora?Catarina olhou para o motorista e perguntou:— Quanto tempo leva para voltar para a casa?— Cerca de uma hora.O motorista respondeu prontamente.Então era isso?O senhor não deixou o carro partir porque queria ser descoberto pela Srta. Catarina?Catarina observou Leonardo com a expressão visivelmente desconfortável por causa da dor.— Se o Sr. Cortez não se importar, pode entrar e comer alguma coisa antes

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0025

    O ateliê de Catarina finalmente estava pronto.Naquele fim de tarde, o primeiro visitante chegou conforme o combinado.Um Rolls-Royce estacionou em frente à casa.Leonardo Cortez parecia ter vindo direto de um evento social. Vestia um terno preto impecável, adornado com um broche prateado, e seus cabelos curtos estavam penteados para trás. Seu rosto elegante transmitia uma certa frieza aristocrática, mas seus olhos e sorriso eram sempre gentis.— Srta. Vasconcelos, essa é minha primeira visita ao seu ateliê. Trouxe um pequeno presente.Do caminhão que o seguia, o motorista da família Cortez começou a descarregar vários vasos de hortênsias em plena floração.— Vi as fotos do seu espaço de trabalho e percebi que o jardim ainda não tinha flores. Então decidi trazer algumas. Assim, seu ambiente de criação será ainda mais inspirador.Por um instante, Catarina ficou surpresa. Logo depois, sorriu de forma genuína.— São lindas! Um presente realmente especial. Obrigada.Os funcionários começar

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0024

    Ricardo ia se casar por conveniência?Ao ouvir isso, Catarina ergueu os olhos lentamente.Essa era, de fato, uma informação que ela nunca soube antes.— Ricardo sempre entendeu as escolhas dentro da família Albuquerque, por isso ele nunca contrariou os arranjos feitos para ele. Um homem deve colocar sua carreira em primeiro lugar. Apesar dos sentimentos que tem por você, ele nunca pôde te prometer casamento.Helena Albuquerque disse isso do ponto de vista da família, sem rodeios.E então, Catarina finalmente compreendeu.Ela sempre acreditou que o casamento fosse apenas uma escolha entre duas pessoas que se amam.Nunca imaginou que Ricardo ainda estivesse ponderando entre sentimentos e interesses.Ele nunca falou sobre casamento.Então… ele estava apenas a mantendo como um plano reserva?A resposta que ela tanto quis no passado finalmente veio.Mas não causou nenhuma emoção dentro dela.Porque alguém que já não importava não poderia mais a abalar.— E por que a senhora está me contando

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0023

    Ricardo Albuquerque continuava esperando do lado de fora da casa, com uma paciência rara.Da sua posição, conseguia ver Catarina se movimentando na cozinha.— Ela com certeza está preparando capelete em caldo quente para mim.A expectativa tomou conta dele.Desde que Catarina parasse de falar sobre separação, sua vida poderia voltar ao normal.Dez minutos depois…Um carro do hospital chegou à residência.Dele desceram seguranças da família Albuquerque e a equipe médica.— Catarina… Catarina Vasconcelos!Ricardo nunca teria imaginado que era isso que o esperava.— Catarina, sai daí!Mas, no final, nem sequer conseguiu dar um passo para dentro da casa antes de ser levado de volta ao hospital à força.O silêncio finalmente voltou ao ambiente.Catarina, sentada à mesa, aproveitava seu capelete quente.Às oito da manhã, a equipe de reforma chegou.— O prazo para a montagem do ateliê está apertado. Obrigada pelo esforço de vocês.Catarina relaxou no sofá, observando o andamento dos trabalhos

  • 7 Anos de Namoro? Ele Não Casou... Eu Casei!   CAPÍTULO 0022

    Catarina Vasconcelos interrompeu a cobrança dele e respondeu friamente:— Eu já deixei tudo bem claro. Qual parte você ainda não entendeu? Não quero que minha vida seja perturbada. Por favor, vá embora.Ricardo Albuquerque riu de incredulidade. Ele nunca imaginou que um dia seria barrado do lado de fora.— Catarina, já chega dessa brincadeira. Você quer me obrigar a pedir desculpas primeiro?Sua cabeça ainda latejava de dor. As emoções contidas pesavam sobre seu peito, forçando-o a ceder.— Tá bom, então. Posso admitir que a culpa é minha. Estou me desculpando agora, satisfeita? Agora que eu te acalmei, volta para casa comigo.Catarina permaneceu impassível.— Não preciso. O que acontece com você não tem mais nada a ver comigo.Um sentimento de frustração começou a crescer dentro do Ricardo.— Eu já pedi desculpas. O que mais você quer? O que foi que fiz de tão grave para você agir assim?— Não sou eu que estou fazendo escândalo aqui.A paciência de Catarina estava se esgotando.Ela só

Explore and read good novels for free
Free access to a vast number of good novels on GoodNovel app. Download the books you like and read anywhere & anytime.
Read books for free on the app
SCAN CODE TO READ ON APP
DMCA.com Protection Status