The Prophecy's Pawn

Nos últimos três minutos antes da morte, minha alma pairou ao lado da minha mãe.

Naquele momento, ela estava sentada ao lado da cama da minha irmã, rezando com preocupação estampada no rosto: — Simone, não assuste a mamãe, por favor, acorde logo.

Meu pai estava tomado pela fúria: — Se não fosse por aquela desgraçada da Helena que não cuidou dela, Simone não estaria assim! Quando eu ver aquela menina, vou acabar com ela!

Fiquei observando ao lado deles, e um gosto amargo inundou meu coração.

"Papai, não se incomode, eu já morri."

"Morri no meio da indiferença de vocês."

Naquele instante, os médicos formaram um círculo em torno da cama de Simone Ramos.

Ao confirmarem que ela só tinha machucado o osso e não corria perigo, um dos médicos mais velhos finalmente teve coragem de mencionar meu nome, perguntando com cautela: — Diretora, tem certeza de que não devemos atender Helena? O acidente dela pareceu muito grave.

O cuidado no rosto da minha mãe imediatamente se transformou em aversão, e ela gritou alto: — O que ela está aprontando agora? Vai fingir que está morta? Ela ainda não percebeu o que fez com a irmã?

Olhei para minha mãe, sentindo uma pontada aguda em meu coração já morto.

Afinal, eu também era filha dela. Será que ela realmente não se importava nem um pouco comigo?

De repente, minha mãe pegou o celular e discou meu número.

A enfermeira aproximou o telefone do meu ouvido, mas o que ouvi não foi a preocupação que eu esperava, e sim a mesma humilhação de sempre: — Helena, quando você vai tomar vergonha e pedir desculpas para sua irmã?

Finalmente, meu coração se esfriou, e não restou mais nenhuma esperança.

"É, ela realmente não se importa comigo."

Pensando bem, logo que fui levada para o hospital, implorei à minha mãe que me salvasse, mas tudo que ela disse foi: — Você não pode escolher um momento melhor para tentar chamar atenção? Você faz ideia de que sua irmã quase machucou o osso? — Depois nem olhou para trás, levando todos os médicos para cuidar da minha irmã.

"Como ela teria espaço no coração para me amar?"

A enfermeira não aguentou mais, pegou o telefone e disse: — Diretora, a Helena está realmente à beira da morte.

Mas minha mãe, convicta de que eu estava fazendo drama, soltou uma risada fria: — E então? Quanto essa desgraçada te pagou pra colaborar com essa encenação? Nunca imaginei que ela tivesse talento pra isso!

Mal terminou de falar, Simone, que estivera fingindo desmaio por muito tempo, finalmente acordou, forçando uma voz fraca: — Papai, mamãe, como está a Helena?

Minha mãe olhou para Simone, tão obediente e compreensiva na cama, e sua expressão ficou ainda mais cheia de desprezo: — Helena, será que você não pode ser um pouco mais como ela? Mesmo depois de tudo o que sofreu nas suas mãos, ela ainda se preocupa com você. Se em três minutos você não vier pedir desculpas à sua irmã, nunca mais apareça na minha frente!

Minha mãe desligou o telefone, o peito subindo e descendo de raiva.

Meu pai, ao lado dela, estava claramente descontente: — Pra que chamar aquela menina? Já não bastou o que ela fez para deixar Simone assim?

O rosto de Simone não conseguiu esconder o orgulho, mas ela abaixou a cabeça em silêncio, assumindo um ar cheio de culpa ao olhar para os pais: — Papai, mamãe, não fiquem bravos. A Helena só guarda mágoa porque eu consegui a cota de estudos no exterior que ela queria. Ela está certa em me culpar.

Achei tudo ridículo.

Nunca imaginei que mesmo depois de morta, Simone ainda tentaria afastar meus pais de mim.

Mas, de qualquer forma, eles nunca perceberiam.

Aos olhos deles, Simone sempre seria a filha obediente e adorável, muito mais do que eu.

Eles nunca imaginariam que foi justamente a filha tão querida, Simone, quem me empurrou para a avenida naquele acidente.