Luiza pensava assim, mas não mostrava em seu rosto. Com uma expressão pálida e fraca, disse: — Eu estou bem.Ela ainda não havia esquecido que, no momento, ela era uma pessoa que acabava de perder o pai e deveria parecer mais fragilizada e sofrida. Então ela perguntou: — Eu vi seu pai mais cedo. Como ele chegou a esse estado?Theo respondeu em um tom suave: — Nos últimos dois anos, ele estava excessivamente angustiado, sempre pensando que alguém queria fazer mal a ele. O médico disse que ele desenvolveu esquizofrenia. Quando a doença se manifesta, ele pode machucar as pessoas.— Por que você não me contou?Theo desviou o olhar e disse: — Luiza, eu não te contei para não te envergonhar, para que você não pense mal de mim por ter um pai assim…Ele realmente sabia como encontrar desculpas.Luiza riu friamente por dentro, mas disse: — Como poderia? Theo, você tem sido tão bom para mim, como eu poderia pensar mal de você?— Que bom então. — Theo segurou a mão dela, que estava um pouco
Luiza pensou por um momento e subiu para o quarto da avó. Desconectou as câmeras de vigilância e contou tudo o que havia acontecido naquele dia para a avó.Melissa, com os olhos ainda cobertos por bandagens, franziu a testa com preocupação ao ouvir: — Agora nosso plano teve um imprevisto? O Bryan foi sequestrado pelo Miguel?— Sim. — Luiza confirmou com a cabeça, se sentindo exausta. Finalmente, estava prestes a concluir o que tinha que ser feito, mas, para minha surpresa, Miguel apareceu no meio do caminho. Agora, a situação ficou ainda mais complicada.Melissa disse: — Luiza, não se desespere. Quanto mais crítico o momento, mais você precisa manter a calma. O mais urgente agora é conquistar a confiança do Miguel; só assim teremos a chance de resgatar o Bryan.Luiza suspirou e disse: — Mas temo que ele insista em levar meu pai para o país.— Se ele realmente levar o Bryan para o país, então só nos restará encontrar uma maneira de resgatá-lo lá.Em contraste com a impaciência de L
— Se eu não tivesse vindo, não saberia que você agora está tão decidida e já está pensando em estratégias. — Ele falou com um tom melancólico, sem revelar se estava satisfeito ou irritado.Os dedos de Luiza tremiam um pouco, mas ela se forçou a se manter calma, se aproximou dele, pegou um copo e se serviu de uma bebida, o levando os lábios para dar um gole. Era uma forma de disfarçar também de se encorajar.O olhar de Miguel permanecia fixo em seus dedos. Após um momento, ele disse: — Você não deveria me dar uma explicação sobre isso?— Você já sabe o que aconteceu, não é? Meu pai estava sendo vigiado pelos homens do Theo, e eu só consegui pensar nesse plano para salvar ele.— Por que não me contou? — Miguel estava preocupado com isso. — Naquele dia, quando ouvi que seu pai havia falecido, eu liguei para você e você me disse pelo telefone que não tinha mais pai, e você chorava tanto, eu realmente pensei que ele tinha morrido…Por isso ele se apressou para ver ela, querendo a consolar
— O anel era muito largo, por que você não me disse antes?— Não queria te aborrecer com isso. Eu planejava, quando tivesse um tempo, levar o anel para ajustar, mas estive ocupada e ainda não consegui.Ao ouvir a voz suave de Luiza, a nuvem de dúvida no coração de Miguel se dissipou sem que ele percebesse. Ele a abraçou mais forte e perguntou: — Você pretende enviar seu pai de volta para o país?— Sim. — Luiza, temendo que ele desconfiasse, respondeu dessa forma.Miguel disse: — Deixe essa parte comigo. Eu vou enviá-lo de volta para o país esta noite.Luiza não ousou dizer que não. A situação estava tão avançada que só podia concordar e, mais tarde, tentar encontrar uma maneira de resgatar seu pai no país.Ela acenou com a cabeça e respondeu suavemente: — Obrigada, sinto muito incomodar.— Não é um incômodo. Você é minha esposa. Se o meu sogro precisa voltar para o país, é claro que eu devo cuidar disso… Ele olhou para a mulher em seus braços. Seus lábios estavam irresistivelmente
Miguel riu baixinho e, então, abriu os olhos, a puxando para mais perto dele. O corpo delicado dela estava coberto de marcas de beijos, todas deixadas por ele. Ele estava satisfeito e sorriu para ela, dizendo: — Vai ter que ir embora agora?— Sim. Quando eu saí, menti para os seguranças, dizendo que ia comprar remédios para a avó. Preciso voltar e comprar alguns medicamentos.O telefone ao lado ainda estava tocando. Luiza perguntou: — Você não vai atender?— Não quero atender. — Miguel se virou e a pressionou contra a cama, inclinando seus lábios para sussurrar no canto da boca dela. — Eu vou pedir para o segurança ir comprar os remédios para você. Enquanto ainda temos tempo, vamos aproveitar para mais um pouco.Luiza ficou assustada e o empurrou, dizendo: — Chega, você já fez o suficiente desde o dia até a noite!— Eu não te vejo há vários dias.— Não pode! — Luiza recusou firmemente.Na verdade, Miguel estava apenas falando. Ao ouvir sua recusa, ele sorriu e a abraçou novamente.
Por fim, ele ordenou que Eduardo apoiasse Alice com a outra mão, e os dois a levaram até o carro, a levando para o hospital.O médico a examinou e não encontrou problemas graves, apenas algumas escoriações, mas ela ficou com um impacto psicológico sério, tremendo de medo de vez em quando.A vendo naquele estado, Miguel se sentiu culpado e perguntou ao Eduardo: — Você descobriu? Aqueles homens foram enviados pelo Theo?— Sim, nossos homens queimaram o armazém do Theo no distrito norte, então ele atacou a Sra. Alice. Naquele dia, a Sra. Alice tinha acabado de chegar ao hospital para visitar sua mãe e foi sequestrada por aqueles bandidos. No meio do caminho, ela conseguiu fugir e pegou o telefone de um cidadão para te ligar, mas você não atendeu. Ela foi capturada novamente pelos criminosos…O rosto de Miguel ficou sombrio. Nesse momento, Alice chamou do quarto: — Miguel…Ouvindo a voz dela, Miguel se virou e entrou no quarto.Assim que se aproximou de Alice, ela se jogou nos braços del
Luiza estava lendo um livro no quarto.Miguel abriu o vídeo e viu aquela mulher sedutora.Ela estava deitada na cama e, ao ouvir que Bryan estava acomodado, não soube o que pensar, jogou o livro de lado e murmurou um "sim."— O que foi? Você não está feliz? — Miguel perguntou.Luiza olhou calmamente para o homem no vídeo e de repente perguntou: — Como está a Alice?Miguel sorriu ao ouvir isso.— Está com ciúmes?— Se eu disser que estou um pouco, você vai ficar chateado?Miguel sorriu.— Não, eu ficarei muito feliz, mas o que aconteceu dessa vez causou um problema psicológico sério para ela.— O que aconteceu?Luiza se sentou, vestindo um robe rosa-claro.Miguel olhou fixamente para ela e respondeu: — Ela quase foi violentada, felizmente, o resgate foi a tempo e se evitou uma tragédia.— Theo a sequestrou para fazer o quê?— Para se vingar de mim. Eu queimei o armazém dele no distrito norte, então ele mandou sequestrarem a Alice, planejava violentá-la e filmar tudo para usar contra m
Giovana arregalou os olhos ao ouvir isso.— Você está falando sério?— Sim, é verdade. — Respondeu a empregada.Giovana de repente começou a rir. Se fosse Luiza a trair Theo, então o Sr. Theo não confiaria mais nela, nem a teria em estima.Giovana pegou as gravações das câmeras de segurança da casa e as levou ao escritório de Theo.— Sr. Theo, ao ver estas gravações, você entenderá.Theo estava revisando documentos na mesa, com uma expressão fria.— Quem fez isso?— É melhor você ver por si mesmo.Giovana queria que ele visse com seus próprios olhos.Theo parecia ter um pressentimento, olhou para as gravações por um momento e disse a Giovana:— Saia.Por fim, ele abriu as gravações.As imagens mostravam o corredor do segundo andar da casa da família Pires. Ele viu Luiza saindo do quarto e entrando no escritório...Theo ficou surpreso e rapidamente desligou a gravação, abrindo as gravações de segurança do seu próprio escritório. Por precaução, ele sempre mantinha uma câmera voltada para
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que