— Nas Américas, é de manhã agora, né? Aí deve ser de madrugada, né?— Quatro da manhã. — Miguel respondeu.Luiza disse.— Desculpa, te acordei?— Não, ainda estou trabalhando, estou na empresa.Luiza ficou surpresa.— Você começou a trabalhar logo depois que voltou? Não está cansado?— As coisas aqui na empresa estão acumuladas, acabei de voltar e não pude sair. — Recebendo a ligação dela, seu humor melhorou sem que ele percebesse, e ele se recostou na cadeira giratória enquanto falava com ela.— Isso é muito cansativo, você precisa lembrar de descansar e comer suas refeições na hora certa.— Você se preocupa tanto comigo, por que não volta para cuidar de mim? — Miguel disse rindo.Luiza abaixou a voz e disse:— Eu também gostaria, mas não posso sair daqui, estou cuidando da vovó todos os dias.— Você sente minha falta? — Miguel perguntou de repente.Luiza respondeu sem hesitar:— Claro que sinto, desde a noite que você foi embora, não consigo dormir direito, sinto muito a sua falta...
Luiza, após terminar a ligação, olhou para Melissa.Na verdade, ela só tinha fingido mandar Melissa embora. Melissa sempre esteve no quarto e, ao ouvir que a ligação havia terminado, perguntou:— Era mesmo o seu ex-marido? O pai do Felipinho?Luiza segurou o telefone e olhou para a avó, finalmente sem esconder nada.— Sim.Melissa ficou um pouco surpresa.— Vocês se falaram de novo?Luiza repetiu.— Sim.Melissa ficou um pouco feliz, pois assim Felipinho teria um pai.Mas as próximas palavras de Luiza fizeram o coração de Melissa apertar. Ela contou para Melissa tudo o que aconteceu todos aqueles anos em Valenciana do Rio.Foi então que Melissa soube que as duas famílias tinham uma rixa antiga. Ela mostrou um olhar triste e acariciou a cabeça de Luiza.— Luiza, o que você pensa sobre isso?O semblante de Luiza ficou um pouco mais triste.— Vovó, nós tivemos conflitos irreconciliáveis antes, eu não planejo ficar com ele de novo.Durante todos esses anos, o detetive particular que ela co
A morte de Bryan foi uma coisa boa para ele.Esta manhã, ele foi ao sanatório especialmente para confirmar que o monitor cardíaco de Bryan tinha se transformado em uma linha reta, antes de ir à Mansão para notificar Luiza.Mas ele achou que Bryan morreu de forma muito repentina.Ele estava um pouco suspeito, então observou a expressão de Luiza durante todo o caminho.O rosto de Luiza estava extremamente pálido, e ela chorava ininterruptamente, tremendo por todo o corpo.Ela realmente não parecia estar fingindo, talvez ele estivesse sendo paranoico.Quando chegaram ao hospital, Luiza foi ajudada a entrar na UTI. Ao ver que o monitor cardíaco de Bryan estava com uma linha reta, ela gritou descontroladamente:— Pai!Sua voz tremia de pânico, suas pupilas estavam avermelhadas.Theo a viu se jogar sobre o corpo de Bryan, chorando, suas dúvidas se dissiparam um pouco.Ele se aproximou e a segurou:— Luiza, não faça isso, seu pai já faleceu, se acalme.Luiza balançou a cabeça, chorando, e dis
Miguel estava olhando para os documentos, e ao ouvir o que foi dito, levantou a cabeça com um olhar profundo.— O Bryan faleceu?— Sim, aconteceu ontem de manhã. Ouvi dizer que a Srta. Luiza está muito triste, desmaiou duas vezes de tanto chorar.O coração de Miguel ficou pesado, já não tinha mais ânimo para trabalhar. Pegou o celular e ligou para Luiza.Valenciana do Rio pela manhã, Américas à tarde.Luiza atendeu o telefone com uma voz muito baixa.— Alô.— Ouvi dizer que seu pai faleceu? — A voz de Miguel estava um pouco rouca.Luiza respondeu suavemente com um "hum", e não disse mais nada.Miguel também não sabia o que dizer.Nos últimos anos, devido à crise do Grupo Sunland e à traição de Luiza, ele não havia investigado sobre Bryan.Naqueles anos, ele realmente planejava deixar tudo para trás e recomeçar.Mas agora, ele morreu, e os rancores da geração anterior também deveriam desaparecer.Na verdade, ele não tinha nenhum sentimento sobre a morte de Bryan. Os pais deles tinham in
Luiza ficou um pouco nervosa de repente, sem saber o que fazer a seguir.Theo olhou pela janela.Miguel estava do outro lado da rua, com seu porte altivo vestido em um terno preto.Ele tinha observado todo o funeral de longe, mas havia uma sensação de desolação, como se estivesse fora do acontecimento.Bryan tinha falecido.Quem organizou o funeral foi Theo.Ele esteve o tempo todo ao lado de Luiza, abraçando ela, apoiando ela, e Luiza não rejeitou.Miguel estava em conflito.Embora ela dissesse sempre que odiava Theo, em suas ações, ela parecia depender muito dele, e Miguel não sabia se Luiza estava sendo sincera.Na verdade, ele não deveria ter aparecido hoje.O Grupo Sunland estava muito ocupado recentemente, mas ao pensar que Bryan havia falecido e que Luiza estava sozinha e certamente muito triste, ele decidiu vir, ficando do outro lado da rua os observando, com uma expressão sombria.Theo apenas o olhou friamente por um instante.Hoje era o funeral de Bryan, e ele não queria disc
— Porém, deixar você morrer assim seria fácil demais. — Ele levantou a arma na mão e disparou sem hesitação contra a caixa de desmembramento.O estrondo foi tão alto que Giovana, que estava na porta, tremeu ligeiramente. Ela não esperava que Miguel fosse tão cruel. Bryan já estava morto, e ele ainda veio ao necrotério para dar mais um tiro.Enquanto ela estava atônita, Miguel já tinha discado um número no celular.— Alô, Eduardo, o Theo está indo para o hospital agora. Você deve estar com poucas pessoas, entre furtivamente e acabe com ele para mim...Giovana, ao ouvir que Theo estava em perigo, não conseguiu ficar parada.Seu rosto empalideceu e ela imediatamente tentou ligar para Theo, mas o telefone dele não atendia.Desesperada, Giovana estava como uma formiga em uma panela quente, então desistiu de ficar lá e foi direto para o hospital.Ao ouvir os passos se afastando, Miguel sorriu ligeiramente.Não havia ninguém na caixa de desmembramento, era apenas uma armadilha para enganá-la.
Theo franziu a testa e disse com uma voz grave: — Nossos seguranças estão acompanhando? — Estão. — Ótimo. — Theo ficou aliviado. Era só mais um tiroteio, nada que não tivesse enfrentado antes. Já estava se acostumando. Giovana disse: — Tem mais uma coisa, Presidente Pires. Quando chegamos ao necrotério, o Miguel abriu o caixão do Bryan e deu um tiro nele. Parece que ele odiava o Sr. Bryan. Theo ficou surpreso por um momento e depois riu. Era um ódio merecido. Bryan tinha empurrado Zeca escada abaixo, e Miguel era uma pessoa vingativa. Não havia como deixar Bryan morrer em paz. Com essas palavras de Giovana, Theo teve certeza de que Bryan estava morto. Mesmo que estivesse fingindo, provavelmente Miguel o matou com um único tiro. Ele se aproximou de Luiza, com uma expressão séria, e disse: — Luiza, preciso te contar uma coisa, mas não se assuste. — O que foi? — Luiza olhou para ele, pálida. Ela ainda estava preocupada com Miguel, com medo de que ele soubesse do oco
Theo se virou e olhou para ela, com um olhar pesado, e disse em tom grave:— Você não quer que a Luiza viva?Suas palavras tocaram algo no coração de Giovana.Na verdade, ela realmente não queria que Luiza estivesse com Theo.Recentemente, Miguel vinha causando problemas para Theo. Theo tinha que lidar com ele e ainda proteger Luiza. Giovana achava que Theo estava muito cansado.Se não fosse pelos negócios da família Santos, Giovana realmente esperaria que Luiza morresse, assim Theo não teria nenhum ponto fraco...— Giovana, tire esses pensamentos impróprios da sua cabeça. A Luiza é minha esposa e sua senhora. Se eu descobrir novamente que você tem pensamentos tão desrespeitosos, eu a punirei. — Theo lançou a ela um olhar severo e se virou para sair.Giovana ficou no corredor, com o coração cheio de amargura.Ela se dedicava totalmente a ele, mas no coração dele, sempre havia apenas aquela mulher por quem ele tinha carinho...Giovana apertou os dentes e caminhou lentamente até a frente
O resultado final foi que Priscila e Elias ficaram na mesma bicicleta que Eduardo. O espaço restante na bicicleta do Francisco foi ocupado pelo assistente dele, Lucas. A atmosfera no local estava especialmente fria, principalmente em volta de Francisco, onde ele mantinha uma expressão severa durante todo o trajeto. Felipinho olhou para trás e comentou: — A cara do tio Francisco está tão feia. Luiza também notou, mas não disse nada. Foi Miguel, ao lado, quem respondeu: — Essa é a tensão das famílias reconstituídas. — Famílias reconstituídas? — Felipinho parecia não entender a frase e olhou para o pai. Hoje, Miguel estava claramente diferente em termos de roupa. Ele usava um casaco escuro de lã e, por baixo, um suéter preto de gola alta. Não estava tão formal como de costume, o que lhe dava um ar mais descontraído, mas ainda assim elegante e distinto. Era impossível não notar sua presença. Miguel, olhando para as duas bicicletas à frente, explicou com um olhar profund
Ela estava muito determinada, parecia realmente não querer mais ficar com Francisco.Luiza não fez mais perguntas.Priscila, no entanto, a questionou de volta:— E você? O Miguel já veio até o País R, ficou aqui mais de uma semana, e qualquer pessoa com os olhos abertos sabe que ele fez tudo isso por você. O que você pensa sobre isso? Vai dar uma chance a ele?"Quem disse que só a Priscila tem más lembranças?"Luiza também tinha suas próprias lembranças, as de como a família Souza a magoou, e essas ainda estavam bem vivas em sua mente.Mesmo que a verdade já tivesse sido esclarecida, a dor que ela sofreu ainda era dor, não poderia ser apagada com o simples apertar de uma tecla de "excluir".Ela olhou para o nada com uma expressão tranquila.— Eu não sei. O Felipinho quer muito um pai, mas, no fundo, eu não quero.— Então você não quer. — Priscila disse, direta. — Nós mulheres temos um sexto sentido. Se não queremos, é não querer, não precisamos nos forçar. Ficar se torturando vai só no
— Bisavó, a Maria e as outras também vão! Parece que vai ser necessário preparar mais comida! — Felipinho também estava muito animado e se virou para Melissa, dizendo isso.Assim, os três se tornaram parte de um grupo maior.Miguel estava à parte, com o rosto fechado.Ele queria sair com a esposa e o filho para passar mais tempo com Luiza.Mas não esperava que Felipinho tivesse convidado a família de Francisco também. Agora, o grupo estava bem maior, e ele imaginava que seria difícil até mesmo conversar.No entanto, o que ninguém esperava era que Priscila também tivesse chamado Elias.Miguel, Luiza e Felipinho estavam em um carro.Já Francisco estava em uma situação mais difícil. Provavelmente, por ter causado algum problema com Priscila na noite anterior, ela não quis andar com ele. Ela pegou Maria no colo e entrou no carro de Elias.Francisco ficou sozinho e, com o rosto fechado, deu ordens ao motorista para seguir.Meia hora depois, o grupo chegou ao parque de diversões.Assim que s
— O tio Elias é muito legal, bonito e engraçado. Eu pensei que, se o papai e a mamãe ficassem juntos, então eu poderia me casar com o tio Elias. Não seria perfeito?Francisco ficou com uma expressão sombria e respondeu, aborrecido:— Você se casar com ele? Isso eu não aceito.— Mas o tio Elias é tão legal...— Quieta! De qualquer forma, é impossível você se casar com ele. Nem você, nem sua mãe. — Francisco a interrompeu, impedindo ela de elogiar Elias.Maria fez um biquinho e foi carregada por Francisco até o andar de baixo.Ao descer, percebeu que a sala estava cheia de gente e que provavelmente todos ouviram o que ele disse lá em cima. Francisco ficou um pouco embaraçado.Maria, no entanto, não se incomodou. Ela se desvencilhou dos braços de Francisco e correu até onde estava Felipinho.— Felipinho.Felipinho cruzou os braços e levantou uma sobrancelha, olhando para Maria.— Você quer se casar com aquele tio Elias?Maria ficou com o rosto vermelho.— Não posso? Ele é tão bonito.— Eu
— Vovó? — Luiza estava confusa. Como assim, agora estava incluída também? Melissa disse: — O Felipinho vai sair. Você não vai com ele? Ela ainda não tinha concordado, mas a vovó já havia planejado tudo. Quando ia responder, Melissa continuou: — Vai lá, desde que você chegou ao País R, fica em casa o tempo todo. O Felipinho também não sai. Estou com medo de que ele fique entediado. De repente, Felipinho fez um sinal de "V" com os dedos e disse docemente: — Obrigado, bisavó. Melissa sorriu e disse: — Felipinho, se divirta hoje. — Claro! — Felipinho assentiu repetidamente. Vendo essa cena, Luiza não conseguiu mais recusar. O garoto estava tão feliz que, se ela dissesse que não iria, ele provavelmente começaria a chorar ali mesmo. Bem, ela decidiu realizar o desejo de Felipinho de saírem juntos. Depois do almoço, Melissa insistiu em preparar pessoalmente alguns lanches e frutas para Felipinho levar. Os demais aguardavam na sala de estar tomando café. Foi então
Melissa assentiu.— Mas um chef assim não deveria ter grandes ambições? Ele realmente não quer fama e fortuna e está disposto a ser o chef particular de vocês?— No começo, ele também não queria, mas eu apoio o desenvolvimento de novos pratos dele e prometi que o ajudaria a abrir um restaurante, a expandir sua reputação. Só assim ele aceitou trabalhar como nosso chef particular, para ter mais tempo para criar novos pratos.Ao ouvir isso, Luiza finalmente entendeu que o chef da Mansão Jardim tinha uma história importante por trás. Ela nunca havia perguntado antes; só achava que a comida dele era deliciosa. Mas, pelo visto, Miguel tinha feito várias promessas a ele.— Você foi muito atencioso. — Melissa sorriu.Miguel disse:— Se a senhora gostar da comida, posso pedir para o chef vir todos os dias e preparar as três refeições para vocês. Qualquer outra necessidade que tiver, é só me dizer; se estiver ao meu alcance, farei de tudo para atender.Ele estava tentando agradar Melissa.Meliss
Nos últimos anos, com a presença de Felipinho, ela se tornou muito mais alegre e deixou de se prender àquelas emoções negativas......No dia seguinte.Luiza acordou cedo, olhou para o lado e viu que seu filho ainda estava dormindo. Ela sorriu, ajeitou o cobertor sobre ele e desceu as escadas.Assim que chegou ao andar de baixo, ouviu alguém conversando com Melissa.— Por que veio tão cedo? — Perguntou Melissa.— Prometi ao Felipinho que viria vê-lo hoje. — Respondeu Miguel, educadamente.Luiza olhou para o relógio; ainda eram pouco mais de sete, quase oito horas. Ele realmente tinha vindo bem cedo.— Você chegou muito cedo. — Comentou Melissa com um sorriso elegante. — E ainda trouxe tantas coisas.— Trouxe um café da manhã com sabores da culinária baiana. Quis trazer para vocês experimentarem. — Disse Miguel em um tom suave.— Culinária baiana? — Melissa pensou e logo entendeu, sorrindo. — É o que a Luiza gosta, não é?— Sim. — Miguel confirmou, sem hesitar. — O chef só conseguiu che
Felipinho disse:— Eu quero fazer xixi.— Então vai logo. — Luiza o incentivou, aproveitando a chance para mandar Miguel embora.Felipinho não pensou muito e foi ao banheiro.Luiza se virou para Miguel e disse:— É melhor você ir embora.— Luiza.Miguel se levantou e tentou segurar a mão dela, mas Luiza se esquivou, dizendo em tom abafado:— Não quero falar com você, vá embora.Miguel apertou os lábios finos.— Certo, eu volto amanhã para ver vocês.Luiza ficou surpresa. Ele voltaria amanhã?Quando ela ia pedir para ele não vir, ele já tinha se virado e saído. Luiza ficou frustrada, suspirou e entrou no banheiro.Felipinho já havia terminado de fazer xixi e, enquanto subia as calças, disse:— Mamãe, já está tão tarde, deixa o papai dormir aqui hoje?Luiza percebeu imediatamente o que ele estava tentando, então respondeu:— Ele já foi embora.— O quê? O papai já foi?Felipinho não acreditou. Correu com suas perninhas curtas até a sala para conferir, e viu que o pai realmente havia saído
Ela mordeu a língua dele?Luiza ficou surpresa e quis se levantar para olhar, mas ele mais uma vez capturou seus lábios.Na penumbra, o beijo dele era ardente e envolvente, com um sabor metálico de sangue.Luiza tentou se afastar, mas não conseguia.O ar em seu peito parecia estar sendo sugado aos poucos, e ela sentiu que não conseguia respirar, soltando um gemido suave.Miguel hesitou por um momento, sua respiração ficando mais pesada, como se quisesse engoli-la por inteiro.— Miguel... — Ela sentiu algo estranho e ficou com um pouco de medo, tentando empurrá-lo.Miguel respirava profundamente, o ar quente caindo em seu pescoço, e ele murmurou com a voz rouca:— Lulu, me chame de marido...— Nem sonhando. — Ela recusou, começando a se contorcer para se afastar dele.Mas quanto mais se mexia, mais perigosa a situação ficava; ela se debatia sobre ele, e como ele poderia suportar aquilo? Levantou a mão e, por cima da roupa, a tocou firmemente.Luiza levou um susto.Nesse momento, um som