Luiza ficou paralisada, mãos e pés rígidos, a garganta seca... Mas o que mais a apavorava agora era que Miguel pudesse reconhecer Felipinho. Estavam vivendo bem no exterior, eram ricos, livres. Theo nunca a pressionou, Luiza não quis mais voltar ao país com ele... Mas Miguel parecia não a reconhecer. Passou ao lado dela sem nem sequer olhar. Luiza permaneceu imóvel por um bom tempo, até que o homem se afastou. Ainda estava atordoada...— Luiza.Alguém tocou seu ombro. Luiza deu um grito assustado, quase caindo. Felizmente, o homem a segurou pela cintura, a impedindo de cair.— O que aconteceu? Por que está tão assustada? — Theo a segurou, olhando ao redor.Luiza estava pálida, olhando na direção onde Miguel estava. Ele já não estava mais lá. Luiza nem sabia se o que acabava de ver era real ou apenas sua imaginação. Respirou fundo, acariciando o peito para acalmar seu coração.— Mamãe! Tio Theo!A voz de Felipinho ecoou ao longe. Theo virou a cabeça e viu o adorável Felipinho, qu
Luiza se sentia um pouco culpada.Sua avó já estava tão velha, e ela precisava esperar Luiza voltar para fazer a cirurgia. Luiza se sentia muito pouco filial.— Dessa vez, você não vai embora, certo? — Perguntou a avó para Luiza.Luiza sorriu e respondeu: — Vou ficar um tempo na América.Ela planejava esperar a avó se recuperar antes de voltar.Enquanto conversavam ao lado da cama, Viviane de repente falou baixinho: — Por que sinto que o Felipinho não se parece em nada com o Theo?Viviane observou por um tempo e continuou achando que eles dois não eram parecidos.Depois que ela falou, todos ficaram em silêncio.Viviane virou para olhar para Melissa e quebrou o silêncio novamente: — Não é mesmo, madrinha? Olhe, os três juntos, o Felipinho parece um pouco com a Luiza, mas não se parece em nada com o Theo.Melissa riu e disse: — Talvez o Felipinho se pareça com a mãe.— Mas também não parece muito com a mãe, só o lábio e o queixo se parecem um pouco, mas os olhos e o formato do rosto
Melissa perguntou de repente.Já fazia muito tempo desde que alguém mencionou Miguel.Aquilo era uma ferida em seu coração.Inicialmente, ela costumava pensar nele com frequência, mas se esforçava para ignorar, reprimindo suas emoções.Com o tempo, ele se tornou alguém que ela guardava no fundo do coração e não queria mais mencionar.Luiza baixou os olhos e disse suavemente: — Ele é uma pessoa muito boa, mas simplesmente não é compatível comigo. Não conseguimos ficar juntos.Luiza não quis dizer mais nada.Melissa suspirou. — Luiza, já que isso é passado, deixe para lá. O menino está crescendo e precisa de um pai. Eu estou envelhecendo e minha saúde não é mais a mesma. Antes de partir, quero ver você se casar com Theo...Luiza não respondeu, apenas disse: — Vovó, não pense bobagens. Você vai viver muitos anos ainda.Melissa não disse mais nada, apenas: — Pense bem, porque você está adiando o casamento. A família Pires está até tentando arranjar encontros para o Theo.Luiza cobriu M
Luiza estava prestes a dizer que não era nada, mas Felipinho falou primeiro:— Tio Theo, a Viviane disse que sou um bastardo, e minha mãe estava prestes a dar uma lição nela.Ao ouvir isso, os olhos de Theo se obscureceram. Ele deu um passo à frente até ficar de frente para Viviane, olhando ela de cima:— Você disse que o Felipinho é um bastardo?Viviane ficou pálida e não ousou falar.Atualmente, Theo estava no comando de toda a família Pires e ajudava Melissa a gerenciar a empresa, sendo o novo rico mais cobiçado das Américas.Ele já não era o mesmo de quatro anos atrás, não era mais o filho secundário e insignificante da família Pires.Diziam que o Sr. Francisco da família Pires já tinha sido derrotado por ele e foi mandado para o País R, onde cuidava de uma filial pouco importante.Agora, quem mandava na família Pires era Theo, que já tinha o poder em suas mãos e não era alguém fácil de se lidar.— Eu só estava falando, e além disso... — Viviane sussurrou como um mosquito.Felipinh
Prendendo a respiração, ela lentamente soltou uma frase.— Desculpe, Theozinho.— Luiza, você tem algum bloqueio psicológico? — Theo olhou para ela por um longo tempo e de repente perguntou.Luiza abaixou os olhos, com uma expressão preocupada entre as sobrancelhas.— Eu não sei.— É porque ele te forçou no passado, e agora você tem dificuldade em aceitar relações íntimas? — Theo se sentou, sua voz suave ecoando sobre sua cabeça.Luiza cobriu o rosto e disse baixinho.— Acho que sim.Theo ficou em silêncio. Depois de um longo tempo, ele segurou os ombros dela, dizendo gentilmente:— Luiza, vamos procurar um psicólogo? Não importa qual seja o problema, devemos tratá-lo ativamente.Luiza levantou os olhos, vendo a preocupação nos olhos de Theo, seu olhar era complexo. Ela queria dizer, "Theozinho, talvez devêssemos desistir."Mas Theo, como se adivinhasse seus pensamentos, disse:— Luiza, aproveitando que você está de volta às Américas, vamos ver um psicólogo. Nosso casamento não pode ma
Luiza ficou em silêncio, sem dizer nada.De fato, ela estava um pouco arrependida de ter aceitado ficar com Theo.No entanto, naquela época foi por emoção, e só depois de estarem juntos, ela percebeu que algumas pessoas realmente não conseguiam estabelecer uma relação íntima, como ela e Theo.Parecia que era hora de ter uma boa conversa com ele.No dia seguinte, Luiza foi ao hospital visitar a avó.A cirurgia da avó estava marcada para quinta-feira.Felipinho não podia ir ao hospital, então Luiza pediu para a assistente cuidar de Felipinho em casa, enquanto ela dirigia até o hospital.Quando chegou, Theo estava no quarto acompanhando a avó.Melissa gostava muito dele, o achava um homem de boa aparência e dedicado, e já o via como "marido da neta", além de ter confiado grande parte dos negócios do Grupo Santos Internacional a ele.Viviane também estava lá, mas seu rosto estava inchado e machucado, obviamente tinha sido espancada por alguém a mando de Theo.Viviane sabia que Theo tinha m
Theo disse:— É por isso que eu preciso ser o herdeiro da família Pires, Luiza. Se eu desistir dessa oportunidade, o Francisco ainda vai me atacar. Nós dois não somos irmãos de sangue, estamos destinados a lutar pelo poder até a morte, sem um fim pacífico...Ele disse que precisava lutar por esse poder.Luiza ouviu e entendeu sua dificuldade. Se ele não tivesse sucesso, seria uma questão de vencer ou perder.Depois de dizer isso, Theo de repente segurou a mão de Luiza.— Então, Luiza, você pode me ajudar de novo?— Ajudar você de novo? Theozinho, como eu posso te ajudar?Theo disse suavemente:— Luiza, estou a um passo de ser o herdeiro da família Pires, só falta uma jovem de uma grande família para ser minha esposa, e você é a escolha perfeita.Os cílios de Luiza tremeram.— Mas Theozinho, você não quer encontrar alguém que você ame para passar a vida?— Luiza, eu já te disse, por causa da minha vida, é muito difícil para mim me apaixonar por outra pessoa. A única pessoa que eu gosto
Luiza queria dizer: "Isso não é um problema psicológico, mas sim porque sempre o considerei como um irmão, e não posso amá-lo assim."No entanto, ao ver o olhar vulnerável de Theo, ela não conseguiu dizer isso.Tudo bem, afinal, alguns anos atrás, ela já tinha decidido que iria retribuir a ele. Já que casar com ele poderia ajudá-lo a conseguir todo o poder da família Pires, então Luiza concordaria.Ela acenou com a cabeça, considerando isso como um retorno ao favor de Theo por ter salvo sua vida anteriormente.Ao ouvir as palavras de Luiza, os olhos de Theo brilharam levemente e ele a abraçou.— Luiza, depois que nos casarmos, eu vou cuidar muito bem de você.No dia seguinte, a manchete de destaque varreu toda a América.[ A herdeira da família Santos está prestes a se casar com a família Pires, duas grandes famílias se unindo!] [ A data do casamento da herdeira da família Santos com o chefe do Grupo NAS foi marcada!] O jornal ainda publicou fotos de Luiza e Theo juntos.Na porta do
Ao pensar nisso, sua expressão suavizou bastante, e ele voltou a olhar para Luiza. — Como está o machucado na sua mão? Ainda dói? Ele passou de um tom sombrio para uma doçura repentina. Luiza olhou para o rosto dele com cautela e respondeu: — Está melhor. Era um momento crucial, e Luiza não queria provocá-lo, para evitar apanhar novamente. Se fosse ferida, talvez nem conseguisse escapar quando tivesse a chance. Theo ficou encarando ela por um longo tempo, algo se movendo no fundo de seus olhos, e então passou o braço ao redor dela. Luiza, temendo que ele levantasse o cobertor, rapidamente pressionou o celular escondido com a perna. — Luiza. — Theo a puxou para os braços. O corpo de Luiza ficou tenso como uma pedra. Ele apoiou a cabeça sobre a dela e falou suavemente: — Eu vou compensar o casamento que te prometi. Luiza permaneceu em silêncio. — Assim que eu terminar os assuntos recentes, nós poderemos ficar juntos. — Theo fez uma pausa e continuou. — Sobre o q
[Já pensei em uma forma de salvar você. Tenha paciência e espere.] Miguel pediu que ela ficasse tranquila e aguardasse. Mas Luiza não conseguia simplesmente esperar sem entender o que estava acontecendo. Ela respondeu à mensagem: [Que forma?] Ela não ousava fazer uma ligação, com medo de que as pessoas do lado de fora ouvissem. Miguel respondeu: [Ofereci trezentos milhões como resgate para salvá-la. O General Uéliton é um homem que só pensa em dinheiro, com certeza ficará tentado e convencerá Theo a libertá-la. Caso ele não aceite, o General Uéliton ficará insatisfeito com ele.] Luiza achou a ideia brilhante. "Mas sair assim, não seria como deixar o Theo escapar novamente?" Ele fez tantas coisas ruins e, ainda assim, continuaria vivendo tranquilamente no País Y? Então, todo o esforço deles até agora teria sido em vão? Ela respondeu: [Vamos simplesmente deixar o Theo escapar assim?] [Você está no quartel da Brigada do Norte agora. Não temos como agir contra o Theo por
Luiza fez uma expressão de resignação, pegou a comida das mãos dele e disse: — Eu mesma vou comer. Theo não respondeu nada, se sentou no sofá ao lado e ficou observando-a. Aquela mulher despertava nele sentimentos contraditórios: amor e ódio. Mas, quando cogitava deixá-la, sentia que simplesmente não conseguia. Ele sabia que deveria se desprender, mas algo nele o impedia de soltá-la. Depois de um momento de silêncio, ele falou: — Luiza, podemos parar com isso, por favor? Luiza, enquanto comia, lançou um olhar rápido para ele. Theo continuou: — Vamos parar de brigar o tempo todo. Podemos tentar nos dar bem? Finja que... Que eu estou tentando compensar o que fiz com você antes. A partir de agora, prometo cuidar bem de você, tudo bem? Luiza o encarava em silêncio. Ele sustentou o olhar, até que, depois de alguns segundos, acrescentou: — O que fiz com você antes... Eu não tive escolha. Se houvesse outra saída, nunca teria te usado... Theo a observava, visivelmente e
[Eu sei.] Foi Miguel quem respondeu! As mãos de Luiza tremiam violentamente; Miguel havia respondido, ele sabia que era ela. Ela olhou para o horário da resposta: tinha sido há duas horas... Luiza calculou o tempo: duas horas atrás, isso foi durante aquele caos de combate. Ainda não era possível confirmar se Miguel estava em segurança. Luiza imediatamente enxugou as lágrimas e respondeu: [Miguel, você está bem?] Depois de enviar a mensagem, ela ficou esperando, o coração apertado e as mãos ainda trêmulas. Estava com medo de que ele não respondesse, medo de que algo tivesse acontecido com ele... Quando ela já não aguentava mais o silêncio, o celular vibrou várias vezes seguidas. Uma série de mensagens chegou apressadamente. Miguel respondeu: [Estou bem.] Logo em seguida, Miguel enviou outra mensagem: [Luiza, onde você está agora?] Eles estavam procurando por ela. Mas onde ela estava? Nem Luiza sabia. Quando chegou ali, estava inconsciente e não fazia ideia de o
Giovana estava prestes a falar quando uma empregada entrou dizendo: — Presidente Theo, a senhorita que o senhor trouxe já acordou. Ela está insistindo para ir embora. Theo franziu as sobrancelhas, e Giovana imediatamente disse: — Presidente Theo, vá ver a Srta. Luiza. Parece que ela se machucou há pouco. Ao ouvir que Luiza estava machucada, a expressão de Theo se tornou ansiosa, e ele saiu apressado. O rosto de Giovana ficou abatido. Ela também estava ferida, mas Theo mal se importava. Já se Luiza estivesse machucada, ele parecia querer voar até ela imediatamente. O tratamento era claramente diferente. ... No quarto. Luiza estava insistindo em sair dali. Duas empregadas seguravam seus braços, mas ela, ignorando os ferimentos no próprio corpo, lutava sem parar. — Me soltem agora! Ela precisava voltar para Miguel. Havia desmaiado há pouco e não sabia de nada. Estava aterrorizada com a possibilidade de Miguel estar em perigo. Mesmo que fosse morrer, queria morrer
— Foi a própria Luiza quem disse. Ela falou que, depois que eu me casasse com ela, viveríamos juntos tranquilamente. — É mesmo? — Miguel curvou os lábios num leve sorriso. — Eu não acredito. Luiza já havia se reconciliado com ele, e ainda havia Felipinho. Miguel não acreditava que Luiza realmente quisesse ficar com Theo. Theo havia cometido tantas atrocidades. Mesmo que Luiza tivesse concordado em ficar com ele, provavelmente era apenas uma estratégia temporária, talvez... Para ganhar tempo até que ele pudesse resgatá-la. Com esse pensamento, Miguel desviou o olhar para o lado, na direção de Uéliton, e disse: — General Uéliton, invadi sua festa de aniversário de casamento hoje por um motivo principal: O Theo sequestrou minha esposa, e eu vim resgatá-la. Não tive a intenção de desrespeitá-lo. Quanto aos danos causados ao hotel, eu posso pagar por tudo. O hotel era uma propriedade de Uéliton. Quando Miguel mencionou a compensação, Uéliton ficou visivelmente tentado. No enta
Enquanto os três desciam as escadas, um estrondo repentino ecoou ao lado deles. Um dos seguranças que escoltavam Luiza caiu no chão. Tinha sido atingido por uma bala! Luiza ficou aterrorizada. Antes que pudesse reagir, outro segurança ao seu lado também foi baleado, caindo em uma poça de sangue. Os olhos de Luiza se arregalaram. No instante seguinte, uma mão firme agarrou seu braço. Quando viu o rosto da pessoa, um frio percorreu todo o seu corpo. Era Theo. Ele era o responsável pelos disparos que haviam atingido os dois seguranças. — Quem mandou você sair do salão de festas? — Theo disse com um olhar sombrio, enquanto a puxava rapidamente para baixo. Luiza não sabia o que dizer. Ela sabia que as pessoas que estavam ali para resgatá-la eram de Miguel. Era para ele que ela deveria correr. Mas, se tentasse fugir naquele momento, será que Theo, irritado, atiraria nela? No fim, Luiza não teve coragem de arriscar. Permitiu que Theo a puxasse escada abaixo. Em meio à
Isso era algo que jamais poderia ser apagado. Theo também entendia isso, então apenas acenou com a cabeça: — Deixa para lá. O que passou, passou. Vamos considerar que estamos quites. Além disso, viver aqui não é tão ruim assim para mim. O ambiente é perigoso, mas, de certa forma, acaba sendo favorável. Com isso, a conversa entre os dois chegou ao fim, e o banquete começou. O General Uéliton subiu ao palco com uma taça de vinho em mãos e iniciou um discurso. Logo em seguida, chamou Theo para se juntar a ele no palco. Os dois brindaram e trocaram algumas palavras que Luiza não conseguiu entender. Enquanto isso, os olhos dela vagavam em direção à porta do salão. Assim que percebeu que o olhar de Theo estava distante, sem prestar atenção nela, Luiza saiu discretamente. Ao sair do salão, se deparou com soldados armados por todos os lados. Luiza sabia que, naquela situação, seria melhor não correr. Se tentasse, poderia levar um tiro na cabeça a qualquer momento. Ela seguiu cal
Luiza deixou os olhos brilharem levemente, mas logo se lembrou de que estava fingindo fragilidade. Então, perguntou suavemente: — Posso sair? — Hoje à noite é o décimo aniversário de casamento do General Uéliton e da esposa dele. Ele me convidou para uma festa no hotel. Se você quiser sair um pouco, posso levá-la comigo. — Pode ser. — Luiza não se atreveu a parecer muito animada e respondeu calmamente. Theo sorriu: — Falando em sair, você não está se sentindo mal, né? — Já disse que foi só algo que comi de errado, agora já estou bem. — Luiza temia que ele percebesse algo, então ainda esfregou o estômago como se nada tivesse acontecido. Theo a observou por um instante e, de repente, estendeu a mão para massagear sua barriga. Luiza ficou completamente rígida, mas não ousou detê-lo. Ela sabia que poderia sair naquela noite e precisava aproveitar essa oportunidade. Mesmo que não conseguisse fugir, ao menos precisava enviar uma mensagem. Depois de descansar, Theo pediu que